E aí, gente, tudo bem? Sejam bem-vindos a mais um vídeo do Parabólica, aula de História Geral. Hoje é sexta-feira, aula de História Geral.
Se você não estiver vendo na sexta-feira, não tem importância. Gente, antes da gente começar, eu já te convido a me seguir nas redes sociais, o Twitter, o Facebook e o Instagram e se inscrever no canal, se você ainda não for um inscrito aqui, para acompanhar as nossas novidades, as nossas atualizações. Ok? A última aula de História Geral, nós falamos de Primeira Guerra Mundial.
Tem... Link aqui no card, na descrição, na playlist e por aí vai. Hoje é uma aula sobre crise de 1929. Na verdade, eu falei que a última aula foi sobre a Primeira Guerra Mundial.
Mentira, foi sobre a Revolução Russa. A Primeira Guerra Mundial foi um pouquinho mais atrás. Mas hoje a gente vai falar sobre crise de 1929, entender por que essa crise leva à Segunda Guerra Mundial.
Ela contribui com o processo que vai nos levar a encaminhar para a Segunda Guerra Mundial, que é um dos temas que as pessoas mais gostam. Vamos lá. E eu não vou ficar enrolando vocês, não, que vocês estão querendo saber, vocês estão querendo estudar para as provas, estudar para o Enem, e a gente vai entender, então, essa crise de 29. A começar pelos seus antecedentes.
Então, vamos dividir assim, tá? Tranquilo. Vai anotando aí tudo que eu estou colocando aqui embaixo.
E a crise de 29, então, a gente começa pelos seus antecedentes. O que são isso? O que levou o mundo a entrar em crise?
Na verdade, o que levou os Estados Unidos a entrarem nesta crise? Primeiro que... Se vocês lembrarem da nossa aula de Primeira Guerra Mundial, vocês vão saber muito bem que os Estados Unidos, basicamente eles venceram a Primeira Guerra Mundial, os outros países se endividaram com ele, porque ele era fornecedor de produtos industrializados para os países que estavam em guerra, e aí no final da Primeira Guerra Mundial ele entra e a guerra acaba.
E o que acontece? A Europa está toda destruída, o mundo está passando por momentos terríveis financeiros, e os Estados Unidos não. Os Estados Unidos, eles estão no seu ápice capitalista, porque os Estados Unidos fez com que todo mundo praticamente endividasse com ele na Primeira Guerra Mundial. E ele não sofreu sequer um bombardeio, porque a guerra foi na Europa, não foi nos Estados Unidos.
Foi na Europa, na África e tal, mas não foi nos Estados Unidos. Então, o que os Estados Unidos, eles estão fazendo? Dentro dos Estados Unidos, existe uma grande euforia do mercado, que a gente vai chamar aí...
de American Way of Life, significa um modo de vida americano, significa que as coisas estão muito boas, o mercado cresce, a cultura cresce, as pessoas começam a ir aos teatros, o cinema americano está crescendo, porque a economia americana está muito forte. Então, é um período de ostentação do mercado americano. Então, logicamente, é um período de ostentação da vida americana. Tá tudo bem.
tudo muito bonito nos Estados Unidos, enquanto o resto do mundo está tentando se reconstruir. Só que é aí onde mora o perigo. Por quê?
Com o mercado crescente americano, muito, muito forte, a possibilidade disso sair do controle é muito alta. A possibilidade disso se tornar alguma coisa lá na frente é muito alta. E isso vai ser justamente vai entrar justamente no embate no sentido de que alguns países fortes da Europa, que estavam se reconstruindo após a Primeira Guerra Mundial, conseguiram, enfim, uma reconstrução muito rápida. Então, por exemplo, se você pensar, é o caso da Alemanha, é o caso da Inglaterra, esses países conseguiram uma construção muito rápida.
Talvez isso seja difícil para a gente pensar aqui no Brasil, porque a nossa reconstrução, na verdade, a gente quebrou. É quebrado, na verdade, a gente nunca se reconstruiu. Mas pra Europa é uma realidade totalmente diferente ali no início do século XX.
E a Europa, ela se reconstrói rapidamente. Lógico, né, que se vocês entenderem por essa ótica, vocês vão compreender que a Europa, ou países da Europa, passam a ser cada vez menos dependentes deste mercado americano. Porque o mercado americano era bom tanto pela questão do consumo interno, quanto também pela questão das suas exportações.
E... com o crescimento agora notório da Europa, das potências europeias, o mercado americano começa a entrar em crise. Por quê? Justamente porque você começa a gerar uma superprodução das indústrias americanas. Como assim?
Se produz muito, mas se tem poucos compradores. Por quê? Porque justamente os grandes compradores que se tinham nos Estados Unidos, os compradores internacionais, eles se reconstruíram.
Então, isso gera aí... uma questão muito importante que a gente vai falar, que é uma crise de superprodução. E se vocês olharem numa ótica mais abrangente, a gente vai estar entendendo que a gente está falando de uma crise do liberalismo. Se vocês assistiram a nossa aula de liberalismo, que tem links na descrição ou no card aqui, ou qualquer outra coisa, A gente vai ver lá que no liberalismo, o Adam Smith vem com aquela teoria que a gente chama de teoria da mão invisível ou lei da oferta e da procura, e diz que quanto mais raro é o produto no mercado, mais valorizado ele é.
Agora, se esse produto está em grande oferta, ele acaba gerando uma desvalorização. E o que está acontecendo nos Estados Unidos? Nós temos vários produtos em oferta, E agora a gente não tem tantos compradores, o que gera? Desvalorização.
E é aí que a gente vai ter conhecido ali o grande craque, a quebra da bolsa de Nova York, que é uma bolsa de valores, para quem não sabe. É onde você vai ter a avaliação tanto da questão do valor da moeda de determinado país, e onde você vai ver também isso tudo é gerado através da especulação, através da questão da valorização. das empresas daquele país. Então, as empresas americanas começaram a ser desvalorizadas. Por quê?
Porque os seus produtos estão parados no estoque e não estão encontrando compradores. Então, chegou a um ponto de que ninguém queria comprar ações de empresas americanas, o que gerou a famosa queda da Bolsa ou quebra da Bolsa de Nova York, que foi gerando também quebra de Bolsas de Valores, porque uma coisa vai puxando a outra, em grande parte do mundo. E assim, isso é a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. E por conta disso, dessa crise do liberalismo, que tem muita gente que questiona, fala é, o liberalismo nunca entrou em crise. Se ele não tivesse entrado em crise, ele estaria existindo até hoje.
Não existe hoje o liberalismo. O que nós estamos falando hoje seria o neoliberalismo, que vem do liberalismo, eu concordo, né, quando a gente fala isso, mas tem uma postura um pouco diferente, né. Então, essa crise do liberalismo gerou a desvalorização das empresas americanas.
E... E aí começa a ter um efeito em cadeia nos Estados Unidos. Vamos entender como é que é esse efeito em cadeia. Se uma empresa já tem um monte de produto, tem uma super produção, mas ela não consegue comprar dor, o que ela tem que fazer? Ela tem que continuar produzindo?
Não, ela tem que achar mais compradores. Mas para achar mais compradores, ela tem que tentar vender o seu estoque. Seu estoque está parado ali na indústria.
E aí você pensa assim, beleza. Então... O que a gente está chegando à conclusão? Que a gente não precisa, essa indústria talvez não precise mais de operários, trabalhadores, porque eles já têm estoque, não precisa mais dos trabalhadores, ou pelo menos por enquanto.
E isso começa a gerar um efeito drástico na sociedade americana, que seria o desemprego. As pessoas começam a entrar em desemprego, começam a entrar na questão próxima da linha da miséria. Então isso vai causar problema em vários serviços nos Estados Unidos privados.
porque estão em crise, serviços básicos privados que estão em crise, isso vai gerar fome, isso vai gerar miséria. A impressão que dá é que os Estados Unidos começam a cair, que foi só um surto esse crescimento capitalista dos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial. Mas ele vai se refazer, guardem bem isso, ele vai se refazer.
E aí, essa crise é o momento que a gente costuma chamar de Grande Depressão, porque é só a decadência do mercado americano que gera a decadência em grande parte da sociedade. E quais serão as saídas tomadas pelo governo americano, pelos Estados Unidos, para poder controlar essa crise de 29? Coisa muito importante, para todo mundo saber, é que uma figura central aí vai ser o presidente, que vai ser eleito nos Estados Unidos, o Franklin Roosevelt. Após 1929, o Franklin Roosevelt vai ser eleito e ele vai tentar assumir algumas medidas para tentar controlar essa crise, para poder tirar os Estados Unidos dessa crise. Para que todo mundo saiba, o Franklin Roosevelt vai ser influenciado muito pelas ideias do que a gente chama de keynesianismo, que vem ali de John Keynes.
Qual seria a ideia do keynesianismo? Muito importante isso, hein, gente? Faz um parênteses importante aí nas suas anotações.
O keynesianismo vai ser uma alternativa ao liberalismo. Se o liberalismo, o comércio, o mercado ficou descontrolado justamente por conta da superprodução, é a crise desse liberalismo... que resulta nesse descontrole da produção, todo mundo produzindo, sem comprador, gera desemprego, que gera fome, que gera um monte de coisa.
O keynesianismo vem com uma proposta um pouco diferente. Ele fala assim, o Estado não está interferindo em nada, o problema está aí. O Estado precisa interferir nessa sociedade, o Estado precisa salvar a sociedade americana. Então, o keynesianismo vai ser uma forma, uma alternativa ao liberalismo que prega a intervenção do Estado.
Olha só, vocês não ouviram errado não. Intervenção do Estado. Tem gente que fala, intervenção do Estado, então é socialista.
Não vamos cair nesse erro de achar que tudo que tem intervenção do Estado é socialista, tá? Porque justamente é diferente. Não é socialista porque prega a intervenção do Estado, mas não prega a estatização das indústrias e das empresas privadas. Aí é diferente. Ele prega a intervenção do Estado, mas que se mantenha a iniciativa privada, só que com o Estado intervindo, contribuindo, dando crédito para as indústrias, fazendo programas sociais para salvar o povo da miséria.
Então é diferente. O keynesianismo... É como se fosse um meio termo.
O Estado interfere sim, é diferente do liberalismo. Só que ele interfere para tentar amenizar a situação desse processo capitalista que a gente está vivendo. E não é igual no marxismo ou no socialismo, onde se prega a estatização.
Não só a intervenção, mas como a estatização das empresas, das propriedades privadas. Então, é diferente. E aí é nesse momento que os Estados Unidos vão começar a se recuperar.
O mercado americano começa a... Começar a se recuperar. Em que sentido? Indústrias vão começar a receber créditos, vão se criar programas assistencialistas nos Estados Unidos. Olha o Estado interferindo aí.
As indústrias que tiverem o seu excedente agrícola, elas vão ter como garantia. O Estado vai ajudá-las comprando o seu excedente. O Estado depois, inclusive, vai tentar até promover a queima de alguns gêneros agrícolas de indústrias americanas que estão falidas.
justamente para tentar valorizar. Nesse período também surge uma propaganda extremamente agressiva a qualquer outro tipo de ideologia que possa tentar influenciar a sociedade americana. Por exemplo, a gente sabe que a União Soviética já existia nesse período, já existia, então a Rússia já tinha passado pela sua revolução e muitas pessoas nos Estados Unidos começavam a imaginar que a crise de 29, na verdade, é uma crise global do capitalismo.
Então o melhor modelo seria o socialismo. O governo americano não achava isso, então o governo americano começava a tentar fazer uma propaganda contra o socialismo, contra o comunismo. Então, é nesse período que diziam que comunistas comiam criancinhas. Essas histórias todas para tentar fazer o povo se afastar de qualquer outra ideologia que não seja capitalista. O que está acontecendo aí, gente?
Vocês estão percebendo? Na verdade, a gente está falando de um novo acordo, que eles chamavam de New Deal, que seria um novo acordo que o governo americano está fazendo junto... com a sociedade americana, junto com as indústrias americanas, está salvando a economia americana.
E aí eles vão colocar em prática o que a gente conhece como o welfare state, que seria o estado de bem-estar social americano. Justamente é a ideia de tentar fazer com que a população se sinta acolhida pelo Estado. Olha o keynesianismo atuando aí na sociedade americana. O Estado, se a iniciativa privada não está conseguindo dar conta, o Estado está ali dando conta e está te trazendo um bem-estar social.
As pessoas começam a ter um bem-estar social. Estão meio que tentando fugir daquela crise que gerou desemprego, fome, entre outras coisas. Não estão pensando mais em socialismo, não estão pensando mais em comunismo. Então, é uma ideia mais ou menos para tentar mascarar. Salvam o mercado, mas tentam maquiar qualquer outro tipo de relação, tentam mostrar que o capitalismo é flexível.
E ele é flexível. Isso que a gente precisa entender. O capitalismo não acaba assim do dia pra noite.
Ele tem uma certa flexibilidade, ele encontra maneiras de conseguir se manter. Essa é a verdade. Também é característico desse período a famosa Lei Seca. A Lei Seca já tinha antes, na verdade, nos Estados Unidos, antes mesmo da crise, mas é que eles já imaginavam que poderia acontecer essa crise.
O que é a lei seca? Era a questão da proibição de venda de bebidas alcoólicas, justamente porque o Estado americano imaginava que a bebida alcoólica poderia tirar o cidadão do seu trabalho e era preciso trabalhar para aquela sociedade crescer. Então o governo estabeleceu a famosa lei seca.
Não beber, porque senão o sujeito não trabalha, o sujeito vai ficar grudado aí na sarjeta, né? É uma crise, não precisa de gente que não trabalhe, precisa de gente que pense adiante. É nesse período mesmo, interessante pra caramba, que vai surgir o famoso Al Capone.
Porque o Al Capone, o que ele era? Nada mais era do que um cara, um traficante, que começou as suas atividades no ramo de bebidas alcoólicas. Porque você concorda comigo que se o negócio for ilegal, pro traficante isso é ótimo.
Porque ele ganha dinheiro, você vai ter que procurar o traficante. E o Al Capone virou um grande chefão do crime nos Estados Unidos ali, como consequência dessa crise de 29. Então vocês estão entendendo que os Estados Unidos... Ou o capitalismo está achando uma nova forma de vida, está tentando achar uma nova maneira de compreender a sua sociedade, com o liberalismo entrando em crise, entrando agora em prática o keynesianismo. Mas quando que a gente vai ter, de fato, a crise de 29 sendo solucionada?
Como que a gente vai ter essa crise? A gente está falando especificamente do mercado americano. Mas quando que ela vai ser, de fato, solucionada?
Adivinhem, com o advento... da Segunda Guerra Mundial, que inicia em 1939. Por quê? Eu já falei aqui, isso é muito importante para todo mundo que for fazer prova, que a guerra gera lucro para alguém, e claro que gera...
Tristeza pra maioria, mas ela gera lucro pra algum mercado aí no mundo. E esse mercado que ela tá gerando lucro é o mercado americano, porque, novamente, é uma guerra que se inicia na Europa, vai pegar também a Ásia, vai pegar a Oceania, mas os Estados Unidos não entram logo de cara nessa guerra. Os Estados Unidos já começam a Segunda Guerra Mundial também financiando os países ali. E aí, depois que ele entra na Segunda Guerra Mundial, que a gente vai ter a nossa aula aqui. Então, a Segunda Guerra Mundial...
ela representa para os Estados Unidos ou para o mercado americano um fim dessa crise, um basta nessa crise, justamente porque a guerra gera lucro para alguém. E como vocês viram que a Primeira Guerra Mundial gerou lucro para os Estados Unidos, a Segunda Guerra Mundial está gerando lucro para os Estados Unidos também. O Estado americano está se recompondo vendo o mundo entrar em guerra.
Na verdade, a Europa entrar em guerra. Não é isso? Eu espero que o conceito da crise de 29, o entendimento disso, o quanto que isso é importante para entender essa passagem da Primeira Guerra Mundial para a Segunda Guerra Mundial, tenha ficado muito claro para vocês. Porque foi um grande prazer estar aqui, não deixe de me seguir nas redes sociais, não deixe de seguir nas redes sociais, não deixe de se inscrever no canal, deixar os seus comentários aqui e a gente vai tocando nosso barco aqui que está chegando, hein?
Está chegando. Dependendo do tempo que você estiver vendo isso, ou está chegando ou não está chegando, mas basicamente é isso. Foi um grande prazer, eu vejo vocês no próximo vídeo.
Beijos, fui!