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Importância do Compliance na Controladoria

Essa é mais uma live da Democratizando TV. Geralmente quem está apresentando é a Camila, mas hoje tomei as rédeas aqui enquanto ela faz outra atividade, mas no decorrer ela vai conectar aqui com a gente. E é mais uma noite de alegria em que um dos nossos membros da comunidade vem trazer um conteúdo técnico para o nosso desenvolvimento, para o desenvolvimento da sociedade, dos profissionais, para que... fiquem cada vez mais engajados, é um tema bacana, pessoal, porque ele foge um pouco do padrão, do escopo que tipicamente é tratado nesse tipo de live e tudo mais, e vem com um especialista também na área, o Rubens Alencar, profissional que eu já conheço há muitos anos, que faz parte da minha jornada profissional, que também tem amizade, e aí ele vem para trazer as sinergias que existem. entre a profissão, as atividades de compliance e da controladoria.

E também trazendo um pouco os princípios contábeis que são essenciais para quem, dentro da área de compliance, conduz uma investigação financeira, uma investigação contábil, e também para entender um pouco melhor como funcionam os números das empresas nas quais nós estamos engajados. Mas sem me alongar muito aqui, A gente também tem membros da comunidade conectados conosco aqui na transmissão. O Carlos está aqui com a gente, a Clara também conectou. Enfim, à medida que a gente for avançando, outros membros vão se conectar.

E aí a regra que a gente estabelece aqui é que os membros levantem a mão, a gente vai organizando aqui e vai levantando os questionamentos, reflexões e pensamentos compartilhados entre nós. E para você que está aí no YouTube, deixa eu... convite para que você também participe conosco, coloque a sua mensagem no chat, eu vou ficar aqui atento, intermediando as comunicações entre os participantes e o Rubens, e à medida que vocês escreverem, a gente tiver a oportunidade de dar um pause aqui nas reflexões do Rubens, a gente levanta aí e traz os comentários para que vocês participem junto conosco, tá bom? O nosso desejo aqui é que seja um momento muito importante de... desenvolvimento, crescimento e amadurecimento para todos nós, tá bom?

Rubens, a palavra está contigo, amigo, estou super feliz em ter você, fica à vontade, a voz, a câmera e a tela é toda tua, manda bala. Maravilha. Vini, primeiramente, obrigado pelo convite.

Esse eu acho que é um tema que a gente sempre discute, né, em relação a investigações financeiras de uma forma reativa. de onde aconteceu a fraude, como aconteceu a fraude. E eu trabalhei na KPMG por 12 anos, trabalhei tanto na auditoria externa quanto em investigação de fraude, um pouco de compliance também, e auditoria interna.

Então, de forma orgânica, esse tema foi meio que se solidificando na minha mente. Nos últimos quatro anos eu tive a oportunidade de trabalhar nas áreas de controladorias em duas empresas. Então, fechou o elo.

entre tudo que eu tinha aprendido em consultoria, na parte de investigação, compliance e auditoria interna, tanto na parte de controladoria. E quando a gente veio discutindo, eu tive uma epifania acerca do tema de como existe, de que forma existe essa energia entre compliance e controladoria, já que eu estive dos dois lados da mesa, nesse sentido. Então, é mais trazer um pouco desse...

talvez dessa epifania, mas um pouco mais contextualizada, de forma teórica, mas prática também. E aí, se tiver pergunta, pode interromper, enfim, a gente vai trocando essa bola aqui. Cara, primeiro seria interessante a gente poder ter uma abordagem de linhas de defesa, né?

Sair do micro, entrar um pouco mais do macro para o micro, né? Então, a gente tem... os controles da gerência, que aí é de fato onde a controladoria se encontra, as medidas de controles internos, que é uma função meio de compliance, auditoria e controladoria, acho que é uma mediadora aqui.

Você vai ter compliance, que aí é onde a gente vai ter os conjuntos de políticas, procedimentos, tudo para segurar que a empresa esteja em conformidade. A terceira linha, que é a auditoria interna, que vai testar de fato se esses controles estão funcionando. E aqui é muito importante a gente ter a auditoria externa. Porque a auditoria externa fica muito de braços dados com a controladoria quando vai fazer a auditoria externa das demonstrações financeiras.

Pode falar. Já sou eu aqui te atazanando. Cara, a gente vem observando um posicionamento dos profissionais de compliance, e aí obviamente que eu quero explorar e te questionar já nessa imagem. Profissionais de compliance buscando um posicionamento da área de compliance fora da segunda linha. dentro da terceira linha.

Então, queria buscar a sua visão, principalmente porque, de novo, você conseguiu, dentro da sua jornada, participar dos dois mundos, o mundo da consultoria e o mundo, que eu costumo dizer que é o mundo real, que é o mundo das empresas, das dificuldades das empresas, etc. Então, queria fazer essa provocação aí para você, para que você pudesse... expressar qual que é a sua opinião nesse sentido. Cara, os profissionais que atuam na segunda linha de defesa, de fato, eles precisam entender o que acontece na primeira linha para poder desenvolver material que suportem e assegurem que a empresa esteja em conformidade com todas as leis. Inclusive, os princípios contábeis partem de uma lei.

Então, a gente já tem aí o primeiro insight em relação a ir do micro para o macro, ir da controladoria para o compliance. É você mergulhar um pouco mais na seara contábil. e de controladoria para você poder desenvolver políticas eficientes que enderecem mesmo o que de fato acontece na controladoria até o registro contábil de fato.

E o compliance aqui, como segundo linha de defesa, eu, particularmente na minha experiência, vejo pouca interação com a auditoria externa. Quando a auditoria externa interage, e mais uma vez lembrando que a auditoria externa anda de mãos dadas com a controladoria, Eu vejo pouca interação, ouvi pouca interação, e a interação que acontece vem muito da auditoria externa para compliance, por meio de questionários, questões padrões, mas eu não vejo muito o compliance indo ao encontro da auditoria externa. Então, eu acho que esse é um movimento muito importante e diferenciado para o futuro, para uma empresa que tenha um compliance maduro.

Não suficientemente para estar abraçado com a estratégia da empresa, mas sim como uma linha de defesa de fato. eu não sei se enderece a sua pergunta a sua provocação manda bala é então cara é esse é o primeiro recado que eu deixo é o compliance também junto com os dois terra são ação são funções separadas mas no dia a dia são integradas né você desenvolver material suficiente para garantir que isso aqui esteja sendo seguido, mas por meio da auditoria externa, mas também provocando a auditoria externa no sentido de quais são as suas preocupações em relação às demonstrações financeiras da minha empresa. Como o compliance pode te ajudar a tentar mitigar riscos.

Avançando aqui, eu trouxe aqui a segregação do balanço, porque nem todo mundo entende contabilidade. tive uma experiência hoje inclusive sobre explicar um pouco mais sobre mas a contabilidade ela se divide a balança das empresas se dividir ativo que vai ser igual ao passivo patrimônio líquido o ativo menos passivo menos patrulha líquida igual a zero é a contabilidade ela tem essa essa nobreza de cara não pode sobrar dinheiro lugar nenhum todos os valores que você registra no ativo que são os seus bens e direitos, como contas bancárias, estoque, imobilizado, créditos a receber, contas a receber de clientes, tudo que é um bem e direito que a empresa tem a receber, vai ser igual aos deveres e obrigações e o capital social e lucros e prejuízos da empresa. Isso é importante a gente definir claramente agora, porque a gente vai entrar na questão dos princípios contábeis que vão amarrar com tudo isso que eu estou falando. Mas, cara, beleza, a empresa vende.

a empresa tem custo, como é que isso zera? Tudo que acontece na operação da empresa vai virar receita, custo ou despesa. Tem impostos, tem outros gastos aqui, tem outras receitas também, que não são o core business da empresa, mas que o somatório, o produto final da receita, custo e despesas vai entrar no patrimônio líquido, que são os lucros e prejuízos acumulados da empresa. Então, se a empresa avançou 3 anos e cada ano esteja em lucro de 100 mil, o seu patrimônio líquido vai ser o capital social que você aportou na empresa para começar a sua operação, mais os 300 mil aqui de lucros auferidos no caso. Isso que é importante, essa figura, eu tento ser uma pessoa com bastante objetivo e prática.

Trazer um desenho para poder clarear um pouco a mente das pessoas que estão assistindo, até para desjustificar algumas coisas, trazer um pouco mais de efetividade no que é a contabilidade. Contabilidade não tem segredo, é bem direito, igual a dever e obrigações, mas lucros, capital social. E aí se você tem lucros a distribuir, isso aqui vai para uma outra linha, mas tudo que a empresa gera vai entrar aqui no patrimônio.

Se eu for vender a minha empresa... ao preço de patrimônio, cara, patrimônio líquido aqui vai ser uma das formas que eu posso utilizar esse cálculo para poder vender minha empresa. Obviamente que a empresa segue o preceito da continuidade. Então, geralmente quando se faz uma venda de uma empresa, você vai fazer um valuation da empresa. Você não vai pegar só bens e direitos, subtrair deveres e obrigações e vai ter um patrimônio líquido que é o valor final da empresa.

Não. Você vai ter que estimar o potencial gerador de caixa da empresa, que vai trazer receita, você vai ter que entender os custos e despesas, e aí também o mercado, risco de continuidade, que são outros riscos que fazem com que o valuation seja preparado. Mas a base, o núcleo central é o patrimônio líquido.

E aí a gente entra um pouco na questão dos princípios contábeis. Hoje nós temos seis princípios contábeis que foram criados... pela resolução 750 de 93. Na época, ainda existia a questão da inflação, um pouco antes.

Então, eram sete princípios, que um era voltado à questão de atualização pela inflação monetária, que agora me surgiu uma dúvida se, por exemplo, na Argentina não deve existir esse princípio contrário. Mas aí a resolução de 2010, a 1282 de 2010, trouxe essa atualização, trazendo esses seis princípios. E eu trouxe o artigo 2 só porque eu achei interessantíssima a literatura. A pessoa deve estar muito inspirada, mas que fala que os princípios da contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científicos e profissionais do nosso país. É fantástico, né?

Para quem é contador, é lindo você trazer essa narrativa do artigo 2. E aí, quais são os princípios? Da entidade, continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e prudência. Que individualmente assim fica um pouco subjetivo, mas a gente vai entrar no detalhe de cada um. O da entidade. A entidade empresarial é uma entidade separada e não se confunde aos seus sócios.

Os sócios têm suas contas bancárias, os sócios têm suas despesas e suas receitas, de alguma outra forma. Só que, cara, a empresa é um CNPJ, pessoa física é um CPF. Então, não existe pagar despesas de CPFs por meio de empresas.

Mas existe uma nuvem cinza nessa discussão, por exemplo, posso alugar o carro para o senhor da empresa? Cara, se você tiver uma política que definir isso aprovado pelo conselho, aprovado pelos administradores ou de forma independente, sim. Lembrando que, cara, a gente tem vários tipos de empresas, empresas pequenas e empresas grandes. Talvez na empresa grande, que seja mais estruturada, essa discussão já esteja passiva de entendimento, mas isso pega muito nas empresas de pequeno porte.

Entender que, cara, posso comprar um almoço todo dia no cartão da PJ, ou fazer um pix pela PJ, posso pagar um táxi fazendo um pix pela conta bancária da minha PJ, se eu quiser... Cara, eu entendo que não. Você vai ter um cartão corporativo, que você vai ter uma política que define valores, que define teto, e aí sim você vai poder usar o erário da empresa nesses gastos. E aí a sinergia que a gente fala com o PICE, ele tem que assegurar que todas as transações sejam legais e transparentes, enquanto a controladoria mantém esses registros separados e precisos.

Geralmente, quando é uma conta, é uma despesa de pessoa física que entra na empresa, Essa despesa também não é considerada como dedutível do imposto de renda, ela é indedutível. Então você tira isso do pool de despesa quando é lucro real, você não utiliza. Então a área fiscal ou tributária também precisa estar atenta a isso, se essa despesa foi de pessoa física ou de pessoa jurídica.

E aí um exemplo de análise que a gestora interna pode fazer é avaliar se existem gastos pessoais de proprietários executivos para garantir que esses registros de fato reflitam só o que é da empresa e caso não reflitam estejam endereçados em alguma política. É interessante também, Compaz, criar uma política acerca do tipo de gasto permitido e o teto de gastos. E também é importante sugerir isso num tópico sobre o tema no código de conduta, até nos treinamentos sobre o código de conduta que as empresas fazem, esse tema eu acho que ele é relevante.

principalmente para os altos executivos. E aí eu trouxe o quadrinho aqui do ativo, passivo e patrimônio líquido só para entender, né? Cara, gastos que não são da entidade, onde eles poderiam estar classificados? Com certeza eles vão estar classificados aqui em despesas, eles não são custos, porque não vão ao encontro do core business da empresa, e que saem no passivo quando cria-se uma obrigação de pagamento, mas geralmente é nas contas de despesas que esses gastos vão estar atrelados. Rubens, aí uma provocação, quais tipos de despesas geralmente são utilizadas para registro desse tipo de, dessa natureza de despesa?

Não deveria ser nenhum, mas cara, aí vai estar naquele balaio de despesas diversas, né? Ou despesas com refeição, despesas com transporte, locomoção, alguma coisa nesse sentido. as despesas tipicamente utilizadas ali no processo de reembolso né exato o segundo não sei se eu posso te provocar mais ainda mas não sei se você vai jogar isso nos outros princípios aí mas nos projetos que a gente faz por exemplo de fcp do gilis né E aí se você também tiver oportunidade poder explicar aqui para o nosso público que tipo de trabalho é esse, mas aí também mencionar quais tipos de despesas que a gente geralmente olha o Razão ali para conseguir fazer uma análise. Acho que é legal também apresentar isso para o pessoal. Agora você me pegou um pouco, tá congelado né, na época do trabalho de FCPA, mas é o Foreign Corp, trabalho de corrupção americana, da lei americana né.

Então geralmente você faz um scanning de todas as despesas da empresa, cara, aí você não tem uma conta específica então você vai em todas as contas de despesas. Obviamente você não vai entrar nas contas de custo, porque elas estão meio atreladas ao core business da empresa, mas quando se trata de despesas administrativas e despesas gerais, folha não é algo que a gente vê, mas as outras contas de despesas, e aí, por exemplo, de pagamento a despachantes, que é uma nuvem cinza. Vai muito em despesas gerais, outras despesas, despesas não operacionais, vai muito nesse sentido.

Bom, pela minha experiência aqui, as contas tipicamente utilizadas para registrar esses pagamentos estranhos são contas de serviços com terceiros, serviços com pessoa jurídica, publicidade e propaganda, despesas de marketing, despesas com eventos, enfim. Essas são as mais comuns, eu diria, para a gente. Tricks.

Mas, cara, vamos deixar claro que isso não vai ao encontro desse princípio da entidade, né? Que aí a gente está falando da entidade, é questão de descansos pessoais sócios mesmo, né? Exato.

Você tem mais alguma provocação, mestrão? Não, não, pode ir indo, vai indo. Vai indo. Cara, o princípio da continuidade, cara, é o princípio básico.

A empresa... tem a tendência de continuar operando no futuro, então pressupõe-se que é por tempo indeterminado. Quando a empresa é criada, ela não tem a intenção de ser encerrada. Isso é um tema de auditoria externa também, caso a empresa tenha alguma questão em relação à sua continuidade, você vai ter um ponto no relatório dos auditores, no parecer, uma ressalva, algo nesse sentido.

E isso é muito ao encontro da questão do plano de negócios. Se você, eu vou dar um exemplo, se for uma fintech, por exemplo, que se tornou um mercado muito comoditizado, hoje você tem inúmeras fintechs, instituições de pagamento, etc. Se você não tem um business plan que se sustente ao longo prazo...

Boa noite, Orson, tudo bem? Você não tem um business plan que se sustente a longo prazo? Isso pode ser um risco de continuidade para você.

O problema é, cara, se você faz um plano de negócios, daqui a cinco anos você está projetando suas receitas, gastos, etc., e você está dando lucro. Beleza, o Excel aceita tudo, mas de que forma que compliance poderia monitorar a aderência desse plano de negócios junto ao risco regulatório do mercado? Que riscos regulatórios do mercado trazem que possam impactar no plano de negócios?

Então é... e realmente assim é uma discussão estratégica em relevante em relação a isso não sei se quando a gente faz mapeamento de controles da auditoria interna, esse é um tema que fica latente em relação à preocupação interna ou até de relação com investidores, caso a empresa seja de capital aberto, mas o da continuidade é isso, a empresa tem que continuar por tempo determinado, compliance precisa avaliar risco regulatório e o plano de negócio junto com a auditoria interna para ver se isso está fazendo sentido, a auditoria externa, caso a empresa seja auditada, vai bater nisso também. é algo relevante que precisa ser avaliado por todas as partes. Provocações?

O princípio da oportunidade é o processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. A gente está falando aqui patrimonial, ativo, passivo, patrimônio líquido, para produzir informações íntegras e tempestivas que possam ocasionar perda. é relevante nos registros contábeis isso cara basicamente é precisa o departamento de controladoria precisa ter procedimento você tem manual você tem política de cara de rotina de atividades quando faz quando faz fechamento contábil de forma quais informações precisa para que isso seja da forma mais repetitivo e tempestiva possível e íntegra possível para não ter daqui a dois meses eu tenho que reabrir meu balanço para poder colocar um valor de contingência passiva lá dentro que eu não tinha capturado ele no mês zero.

É muito nesse sentido. Até na questão de handover contra os profissionais. Se você tem um departamento de controladoria muito enxuto e um dos membros do time sai, é uma perda relevante, você precisa fazer um handover efetivo.

O passo a passo disso vai estar onde? Vai ter que estar escrito nas políticas. no manual de procedimento detalhado de fato, detalhado com print de tela de como faz, qual lançamento, quais são as contas contábeis, quais são as contas contábeis que a empresa tem, tanto no ativo quanto no passivo, como registra receitas, como registra custos, quais são os tipos de despesas que a empresa registra, onde os documentos ficam salvos na rede.

Isso aqui foge um pouco da questão financeira, mas vai muito a questão processual. de como as coisas são feitas. Então, é a oportunidade, informações íntegras e tempestivas para evitar que a empresa tenha perda relevante nos registros contábeis, justamente por esse gap de informação, essa falta de informação e até continuidade de conhecimento dentro do departamento.

E aliado a esse ponto que você levanta, numa perspectiva de investigação, se a empresa não tem uma política de guarda e de procedimento, um processo bastante robusto, na hora de conduzir uma investigação financeira, a investigação vai acabar ficando muito limitada, por ausência de controle, ausência de documentação, e aí fica muito difícil você conseguir chegar a uma conclusão. E isso, acho que é um ponto importante, principalmente quando a gente fala... do canal de denúncias, que está dentro da estrutura de compliance, e também a própria estrutura de compliance exige, uma boa estrutura exige uma guarda de documentos, de registros e tudo mais.

Então, eu achei essa provocação interessante. Me lembrei de uma investigação que eu fui fazer, numa empresa no interior de Minas Gerais. E aí o presidente da empresa, o dono da empresa, e ele foi de fato roubado por alguns funcionários departamento financeiro e aí eu peguei o balancete para ele para entender um pouco né da dos números né da empresa e aí eu vi que tinha uma conta de caixa né ainda era utilizada a conta caixa e aí eu perguntei cara essa conta caixa aqui eu tô vendo aqui que tinha 50 mil reais e de fato era um valor que ele para a empresa seria seria ok por por questão de boca do caixa, de recuperar, tirar dinheiro diariamente da boca do caixa, etc.

Ele falou, não, esse é o dinheiro que fica no cofre. Aí eu falei, onde é que está o seu cofre? Não, o cofre está aqui. Aí quando ele abre, não tem nenhum real no cofre. Então, aí ficou difícil, porque para verificar dinheiro, dinheiro não tem carimbo nem avisa para onde vai.

Se fosse transferência eletrônica, aí você consegue fazer o follow-up, mas quando é dinheiro de caixa, assim, fica realmente difícil. Nesse processo de conciliação desse dinheiro o cara tinha. Então, assim, se você não tem, se você não consegue produzir informações íntegras e precisas de acordo com... no dia a dia da tua operação, a oportunidade, a ocasião faz o ladrão, né? Não tem jeito.

Vou até trazer um caso curioso aqui do meu lado. Foi no primeiro ou segundo projeto que eu fiz lá na empresa de auditoria que eu trabalhei, e quase me formando em contabilidade, né? E uma das atividades era fazer a revisão das despesas no caixinho.

Matei no peito, eu falei, não. Deixa comigo que eu resolvo. Vou conseguir chegar numa conclusão. A gente falou assim, olha, você tem certeza?

Aí ela deixou, né? Eu fiquei acho que uns 4, 5 dias. Quando eu vi, bateu o desespero. Falei, olha, não vai. Não tem como.

Mas treinizão, né? Aproveitando aqui, Rubens, só vou trazer aqui as mensagens que a gente recebeu aqui no canal do YouTube. Então, pro pessoal que estiver no YouTube com a gente, pode ir deixando os comentários aí que a gente vai... é compartilhando ao vivo é o Leonardo Santos ele fala assim boa noite pessoal mais um dia por aqui tá firme e forte batendo continência mesmo nas nossas lives é a Jaque da boa noite é o Leonardo voltando um pouco onde a gente tava ele faz assim meu outras despesas e despesas Gerais são clássicas fácil fato para logo para local um negócio meio diferente né são as tipicamente utilizadas tá é isso Só não pode ter o outro é diversas, né? Porque aí exponencializa o outro, o diverso, aí complica.

Cara, e aí quando a gente fala também dessa oportunidade, onde é que ele impacta no balanço, né? Cara, aqui vai impactar em tudo também, tanto no ativo, passivo, patrimônio, isso aqui é de forma geral, o impacto em todas as áreas do balanço. Entrando no registro pelo valor original... Cara, isso aqui é simplesmente você ter que registrar pelo valor de custo. Tudo que você compra pela sua empresa, tudo que você paga pela sua empresa é valor de custo.

Valor original em moeda nacional. Ok, existem algumas empresas que possuem transações em dólar, mas aí tem uma especificidade nos CPCs contábeis que todo o efeito cambial vai refletir no patrimônio. Mas aí eu acho que é tema para outra...

para outro momento, mas é valor original, expressa moeda nacional. E aí, qual é a sinergia com compliance? É assegurar a aderência dessas normas de registro e a compradoria mantém a precisão desses registros a valor de custo. Aí, quando você fala assim, cara, se eu tenho uma aplicação financeira no banco, ela flutua, se eu boto ali a 100% de CDI, 100 mil reais, vou ter mil reais por mês. eu não vou ter que atualizar isso?

Sim e não. O registro contábil inicial, ele sempre vai ser a valor de custo. Só que toda a variação de aplicação que você tiver, você vai adicionar mais um registro mensal na linha de aplicações financeiras, por exemplo, contra resultado, que aí é uma receita não operacional, você tem uma receita financeira que você tem. Mas aquele registro específico daquela data, ele vai sempre se manter ao valor de custo, ao valor histórico da transação da compra de um bem ou de uma aplicação.

A gente vê a questão de estoque também, você vai sempre registrar o valor de custo, mas aí você vai... em cada momento aquele determinado produto, aquela matéria-prima vai ter um custo. Então, você vai cada vez adicionando pelo valor de custo.

Mas aí, para você poder calcular a tua margem de lucro na venda, etc., tem um controle de custos que você tem, onde você vai apropriando tudo isso para você chegar numa média ponderada, numa média geral, numa média... Enfim, aí você vai ter que desenvolver a tua metodologia para você poder... entender de que forma você vai custear e margear o seu produto.

E também tem a questão dos investimentos imóveis, que existe o teste de impairment, que é o teste de verificação se o valor daquele investimento ainda está a valor de mercado. Então, se você faz uma compra de uma refinaria, como se fosse passadinha naquela época da Petrobras. E aí você descobre que o valor que você pagou não é aquele valor, você vai ter que fazer um ajuste nesse teu investimento, ou seja, você vai diminuir o teu ativo e vai jogar todo esse valor para dentro de despesa.

É uma operação sensível isso aqui em algumas empresas de capital aberto, em empresas limitadas, a depender de qual pouco de regulatório você se encontra, você tem que fazer esse teste de impermanence anualmente, até para ativos intangíveis em relação a produtos em desenvolvimento. Se aquele produto tem mercado... Enfim, existe uma regra no CPC de ativos intangíveis e até o próprio Bacen, quando a gente fala de fintech, existem muitas empresas que desenvolvem software, desenvolvem tecnologia, que você classifica isso como intangível, que você está desenvolvendo aquele teu bem, para você gerar caixa.

Então, esse teste de impermeante para o Bacen também é muito importante. Diz aí. Uma provocação que eu quero fazer é se esse teste de impermeante... É válido que ele seja feito internamente ou é necessário a contratação de uma empresa externa para a execução desse trabalho?

E por quê? O porquê, eu entendo que é dependendo do vulto, do tamanho da materialidade desse bem. Se você tiver especialistas internos que consigam fazer esse teste, cujas premissas financeiras...

e regulatórias são auditados e validados, show de bola. Se a empresa internamente não tem a capacidade, ela vai recorrer ao mercado para ter um terceiro que possa emitir esse laudo. Por exemplo, se você está desenvolvendo um software, você tem todas as premissas internas, você sabe que ela tem mercado para vender. Você consegue fazer o plano de negócios para aquele produto específico, com premissas sólidas, cara, beleza.

Se você está construindo uma refinaria, uma Angra 3 da vida, internamente, até se você não tem como ter a mão de obra internamente para poder fazer isso, se o teu time é muito enxuto, você vai para o mercado, mas não tem nenhuma exigibilidade regulatória que te faça ir para um terceiro. Inclusive indo do auditor externo? Aí vai ser a discussão. Então, cara, estou achando que esse seu cálculo aqui não vai parar de pé. Tá bom, vou ver um terceiro.

Esse é um ponto bastante sensível, né Rubens? Inclusive para melhorar ou piorar o resultado da empresa de forma proposital. Exatamente. Mas eu te falo, se existem premissas que param de pé e são testadas e aprovadas, cara, não tem problema. Se você tiver caixa...

e quiser contratar um terceiro para poder validar as suas premissas também, ok. Ou de forma independente, se quiser que ele faça. Mas o ponto é tipo, não, não existe uma exigibilidade que seja um profissional terceiro independente.

O princípio da competência, ele determina que os efeitos das transações sejam reconhecidos nos períodos em que se referem. independente se vai receber ou pagar daqui a 1, 2, 3, 4 meses. Se eu estou comprando uma máquina e eu parcelo essa máquina em 10 vezes, o valor de custo dessa máquina vai ser registrado no meu ativo pelo valor inteiro da transação.

Se eu vou pagar R$ 1.000 no primeiro mês, esse valor vai sair do meu caixa, as outras 9 parcelas vão constar no meu passivo. deveres e obrigações, nove parcelas, nove mil reais a pagar em fornecedores. É aqui que dá piripaque na cabeça de muita gente, né?

O efeito da competência e o efeito caixa, o efeito financeiro. Você trouxe um bom exemplo de um bem, mas o exemplo de um seguro, por exemplo, como ficaria de um seguro nesse caso? Você vai ter no seu passivo o seguro a apropriar. Então, a cada mês que ele vai evoluindo, você vai reconhecendo ele na despesa e ele fica lá no passivo provisionado. E ele calculado com base na competência dele, que são os 12 meses.

Exato. Exatamente. Paguei R$12 mil no seguro, que vai durar 12 meses. Cara, cada mês eu vou diminuindo. Na verdade, ele fica no ativo, cara.

Ele é um bem seu. Você usa isso. Então, você vai ficar seguro de apropriar no ativo R$12 mil.

Mês um. 11 mil reais aqui, mil reais na despesa. 10 mil, 2. E assim você vai fazendo encontros de contas para sempre ser zero. Ô Rubens, o Leonardo levantou a mão.

Fica à vontade, Léo. E aí, pessoal, boa noite, tudo bem? Tudo bem, eu sei, Rubens. Estava acompanhado pelo celular que eu estava em trânsito, agora que eu cheguei em casa eu consegui conectar a câmera.

Cara, cada um desses princípios que você comentou, eu tive um exemplo, mas o da competência é o mais legal, que eu indistoriei também, era da Deloitte. Teve um cliente que era crédito de carbono, e aí o cliente ficou um pouco ressabiado com essa questão da competência, porque ainda não tinha uma... Literatura que especificasse como que a gente trataria o crédito de carbono para ser a receita, se era uma prestação de serviço, se era uma mercadoria, em que momento a gente consideraria aquela receita como corrida.

Depois de um longo debate, a gente meio que tratou como mercadoria, e aí qual foi o racional que a gente usou? A história era 22, então tudo que ele repassava como safra, entre aspas, em 23, maio de 23, enfim. A gente precisou reajustar. Só que aconteceu também o inverso.

Um item que ele entregou em 21, ele reconheceu em 22. Aí você já imaginou, foram dois períodos materialíssimos. O cara praticamente zerou o resultado dele naquele ano. Mas é certo que ele está aberto?

Não. Menos mal. Mas ele teve que fazer um restate dentro da IDF.

Teve. Imagina se ele ficou feliz com a gente, né? Ficou super feliz. É, cara, é um tema que compliance também pode observar, junto com o auditor interno, fazer teste agorrente disso, porque com certeza é uma conta material.

Se você desenvolve a tua sinergia com a controladoria e vai conversar com o auditor externo, os caras vão apontar que isso é uma conta material, e a ideia é entender internamente de que forma isso pode ser endereçado de forma preventiva e não reativa, né? Exato. O Zé Zé foi excelente.

Graças a Deus você não me perguntou como é que contabiliza isso, porque eu não sabia te responder, mas fiquei feliz com o Zé. É importante também, cara, que geralmente, o que eu já percebi, já tive como experiência, Sempre no final do mês, muitas notas fiscais de receita são reconhecidas. E aí, no próximo mês, muitas notas de receita são canceladas. Para quê?

Para inflar o resultado daquele mês ou daquele ano. Então, a gente chama na auditoria de teste de cut-off. Você tem que fazer a verificação daquelas... Aí você vai pegar qual é o volume de notas fiscais que o cliente emite e verificar de que uma amostra razoável para você testar.

as últimas 10 notas emitidas que vão até os últimos 5 dias do final do mês. Aí você vai ver as outras próximas 5. Hoje ficou muito mais fácil, porque quando você consegue extrair o XML das notas fiscais emitidas, você roda uma macro no Excel mesmo e você consegue fazer esse teste muito rápido. E também das despesas.

Geralmente você... E aí vai muito ao encontro de empresas... estão começando as suas operações, você seguir muito mais o regime de caixa do que a competência. Então, o regime de caixa. Cara, a nota chegou nesse mês, só vou pagar no mês seguinte.

Só vou registrar essa despesa no mês seguinte. Não, você tem que registrar no mês que essa despesa ocorreu. E a gente tem, por fim, o princípio da prudência, que aí...

É um princípio mais filosófico, julgamental, que contadores devem usar de prudência quando no julgamento das estimativas contábeis. E aí é sempre adotar o menor valor para os componentes do ativo e o maior valor para os componentes do passivo. Por que isso?

Porque você metida o risco de você superestimar os teus bens e direitos e de subestimar o teu passivo. É como se fosse de uma forma conservadora você trazer um cenário de que você tem mais obrigações do que direitos, de uma forma prática. É isso, você assume que você tem mais dívida do que você assume que você tem um bem. de forma conservadora, para que você não superestime o quanto a sua empresa vale, digamos assim.

Complys pode promover práticas conservadoras e éticas por meio de políticas, isso aí vai muito ao encontro do princípio... que a gente falou anteriormente, de você ter uma política de você entender como você registra aquela conta específica, de que forma você vai registrar as estimativas daqueles valores, porque a contabilidade não é formada somente de fato, de eu tenho uma nota, vou registrar. Não, você tem, por exemplo, contingências que não se realizaram, contingências passivas, do polo passivo, no qual a empresa responde como réu, você pode ter uma série de processos.

que é você tem que classificar aqueles processos entre possível, provável e remoto, e aqueles prováveis, obviamente que um advogado vai te ajudar a julgar qual é a probabilidade de perda daqueles processos, e todos aqueles processos prováveis de perda você vai contabilizar. Então, contas que são pautadas em estimativas, são pautadas também pelo princípio da prudência de forma conservadora. eu não realizo a contingência novamente eu não realizei aquela contingência não tive desembolso de caixa naquela potência mas eu preciso registrar meu balanço que provavelmente eu vou perder aquele dinheiro eu vou ter uma obrigação que não curto prazo eu vou ter que desmoronar o dinheiro isso não só vai afetar o teu passivo como você vai trazer uma despesa não realizada aqui também ou seja tem um resultado no mês que é de 200 mil reais eu tenho uma despesa de provisão passiva de 20 mil reais o resultado não vai ser 200, o resultado vai ser 180. Então você está apresentando de forma conservadora, por meio do teu julgamento, o quanto a tua empresa está sendo estimada e não superestimada.

Ô Rubens, tem uma pergunta aqui do Henrique, mas eu acho que é importante a gente refletir um pouco sobre o planejamento estratégico e definição de metas. da empresa, a gente sabe que o mercado trabalha muito no curto prazo, pensa pouco no médio, no longo prazo, essa deveria ser a tarefa da alta administração, mas infelizmente ou felizmente, as bônus, toda a remuneração variável está muito embasada em metas de curto prazo, e isso vai ser refletido justamente... em todos esses pontos que a gente coloca aqui, da contabilidade, das demonstrações financeiras, até porque, através delas, que esses cálculos são feitos para que a remuneração variável desses executivos aconteçam. Enfim, só uma reflexão em tudo que você compartilhou.

O Henrique Stark faz uma pergunta aqui para você, na verdade, é uma dúvida que ele tem. Ele fala o seguinte, a área de controles internos... poderia representar a de compliance no quesito da sinergia rotineira com a área de controladoria?

Cara, é um tripé, porque o auditor interno vai fazer os testes. Compliance vai trazer regulamentos políticas, normas de interação com a administração, interação com o auditor externo. Existe uma norma contábil, uma norma técnica que que endereça que a auditoria externa pode usar o trabalho de auditoria interna, que eu acho que isso é uma outra série, mas também pode.

A auditoria interna, quando bem realizada, junto com a auditoria externa, eles, cara, andam de mão de lado. Porque a auditoria externa vai usar o trabalho, vai meio que reperformar o trabalho que a auditoria interna fez, já vai trazer o aprendizado que a auditoria interna tem de todo o processo que ela mapeou, que fez o Altru, o teste de design. Então, ela meio que... aproveita esse conhecimento, mas não necessariamente diminui o risco das contas contábeis por meio desse trabalho. Ela vai ajudar esse trabalho para reformar, já ter um ganho de sinergia no entendimento do processo.

Você ia falar? E da mesma forma que os controles internos de uma empresa, quando muito bem estabelecidos, são essenciais para o êxito de uma auditoria externa. Inclusive na hora de performar.

Se o auditor externo se sente muito confortável com os controles internos existentes, a quantidade de procedimentos, de testes, etc., vai ser bem mais reduzida do que quando ele está desconfortável com os controles. A gente entra numa seara de auditor externo porque, quanto maior o risco daquela conta contábil, maior é o volume de teste substantivo que você faz, mais documental. Quanto maior a evidência que aquela conta tem controle suficiente que mitigue o risco, que traz o residual médio e baixo, você testa muito menos documentação.

E aí vai entrar até numa seara de... Cara, se a tua empresa tem muito controle interno... Os honorários que a auditoria interna vai cobrar é menor, ele vai gastar menos horas para fazer aquele teste.

A gente só precisa ter cuidado em relação à sinergia entre, indo ao encontro da pergunta, entre a auditoria interna e externa, porque de fato existe uma sinergia orgânica, porque são searas que são interseções, mas a gente tem que ter cuidado com a independência da questão. Só isso, eu acho que o compliance representa muito mais uma entidade independente que vai buscar uma discussão mais estratégica com a controladoria do que provavelmente a auditoria interna. Estava na hora, Orzi.

Fica à vontade para perguntar, Orzi, ou se posicionar também, por favor. Boa noite, Rubens, como vai? Tudo bem?

Tudo bem? Quanto tempo, hein? Boa noite a todos.

Tudo bem? Rubens, vamos falar um pouquinho também dessa sinergia. Eu vi que você colocou muito bem a sua estrutura em cima dos princípios, mas nessa relação com o compliance, a gente encontra um instrumento muito importante que às vezes é um pouco esquecido. Eu não sei se é esquecido. pela administração, ou às vezes também até internamente ele é um pouco desconhecido, ao invés de esquecido, que é a carta de controles internos.

Ou a carta comentários, ou carta recomendação, cada vez ela tem um nome, mas no fundo é a avaliação da auditoria externa sobre os controles internos. E a gente sabe o quanto é importante que essa carta reflita e seja utilizada pelos órgãos internos, em especial o compliance, para garantir que aquilo que eventualmente possa estar sendo divulgado pelas empresas correspondam com a confiabilidade na sua estrutura de controles internos. Quer falar para a gente um pouquinho sobre essa importância?

Porque eu acho que ela é fundamental para dar esta... real transparência. Sim. É um baita instrumento de gestão e que os profissionais de compliance podiam estar respaldando o seu trabalho. O que você me disse?

Toda auditoria externa, ao final existe o relatório dos auditores que compõem as demonstrações financeiras e apartado existe a CCI, que é a Carta de Controles Internos. E aí vai depender do quão profundo a auditoria externa avaliou os controles. Mas de fato a auditoria emite uma carta de controles internos identificando todos os issues que eles encontraram ao longo do processo e a auto-administração precisa comentar quais são esses pontos e o responsável da área precisa trazer um plano de ação endereçado nessa carta.

E quando essa carta é emitida, essas três partes vão colocar os comentários lá. Geralmente a responsabilidade é isso. Eu estou falando de forma prática do que eu já pude vivenciar.

Quem acompanha a resolução dessa carta é compliance, quem avalia se os controles internos estão sendo desenvolvidos, se os testados são controles internos, e quem de fato bota a mão na massa 100% do tempo é a área na qual o controle interno foi endereçado. E essa carta não fica somente no campo da empresa. O Bacen, por exemplo...

para as instituições financeiras, instituições de pagamento, o Bacen recebe também essa carta. Essa carta também é um componente que faz com que o Bacen avalie. O Bacen tem uma estrutura gigante, mas o polo que avalia, por exemplo, instituições financeiras, a depender do volume, de quanto ele tem de ativo, enfim, o órgão responsável por instituições de pagamento. E aí a gente vai entrar em uma outra esfera de CMN, do Conselho Monetário Fiscal, etc. Mas eu sei dessas empresas financeiras, essa carta de controle dela é muito importante, não só internamente, mas como os órgãos reguladores.

O Bacen, CVM e tudo mais, eu acho que é um alerta que a gente poderia fazer aos profissionais de GRC como um todo, é que fiquem atentos, porque muitas das vezes... Essa carta é entregue ao Conselho, à administração, como você bem lembrou. mas ela acaba, por algum motivo, ficando esquecida em algum canto.

E agora a gente sabe que, para o ano que vem, começam regulamentações bastante pesadas quanto a informações que possam eventualmente ser esquecidas ou não divulgadas corretamente ao mercado. E essa carta de controles internos é um instrumento muito importante e que acho que os profissionais tinham que... tinha que estar atento, e aí essa parceria que você lembrou, Rubens, com a auditoria externa, ela é importantíssima, porque a externa possibilita essa avaliação, ela busca essa avaliação dos principais controles internos, né, e muitas das vezes essa carta ela acaba não transitando na estrutura, né, não tem uma capilaridade tão grande e tem baixa publicidade dentro da organização, porque muitas das vezes ela cutuca assuntos um pouco mais delicados. Eu acho que quando o profissional sabe pedir e alertar, dizendo que queria conhecer a nossa carta de controles internos, até porque gostaria de atuar sobre ela, então ficaria aí uma provocação bastante interessante, que é para a gente estar bem atento, que é essa parceria com... a avaliação dos controles internos pela auditoria externa é importantíssima.

Certíssimo. Busquem a CCI. Obrigado, Eduardo. E aí, só um resumo entre interação entre compliance e controladoria, quais são os principais pilares. É garantir conformidade legal e regulatória.

onde compliance monitora as exigências legais, principalmente em empresas que têm um arcabouço regulatório muito pesado, auxilia a controladoria nesse quesito, previne fraudes e irregularidades, obviamente, porque de forma orgânica você está aumentando o seu controle e obviamente que você vai endereçar a mitigação de fraudes e irregularidades, a vigilância do compliance e da auditoria interna nesse sentido. É promover a transparência e confiança nos relatórios financeiros, e aí vai ao encontro também da área de RI. caso a empresa possua, mas você tendo uma organização, uma interação da controladoria com compliance, obviamente que os stakeholders vão ter muito mais conforto em relação aos demonstrativos financeiros que eles estão recebendo mensalmente, semestralmente, anualmente, e facilitar a gente dar o risco.

E aí a comunicação se torna mais efetiva, as áreas colaboram umas com as outras. E aí, por fim, eu já comentei, mas a relação com investidores e empresas de S&R de capital aberta é bem relevante para você entender o que a RI traz de fora para dentro. Então você sai da sua seara, do teu mundo ali, mas vai para a RI e entende o cenário do mercado, os cenários externos, o que os investidores estão provocando, falando.

eu acho que é são esses quatro essas quatro promoções de melhoria que eu vejo então assim cara se compara isso nunca ouviu falar de controladoria não sabe onde fica marca uma reunião com o controle o gerente financeiro e faz essas perguntas de que forma específico contato estão sendo avaliados a segurança organização Quais são as contas contábeis relevante para o negócio e precisam ter controles mais robustos, caso não tenham, e como são acompanhadas pela auditoria interna. E aí, quando a gente fala de contas contábeis, vai ao encontro da interação com a auditoria externa também, qual a relevância qualitativa e quantitativa dos lançamentos manuais a controladoria possui. Isso também deveria ser endereçado para a auditoria interna, porque quanto maior é a manualização do teu processo contábil, maior é a probabilidade, maior o risco.

de você lançar ali despesas diversas, um ativo superlativado, algo para bater uma meta. Cara, eu lembrei de meta. Eu fiz uma auditoria de uma empresa que a controladoria tinha bônus sobre não ter ajustes na auditoria externa. E até hoje eu fico me perguntando quão conflituoso é isso. Porque quando você levanta o ajuste é para você corrigir a demonstração financeira.

Você diminuiu o ativo, aumentou a minha despesa. Cara, não podia ter. Foi uma época bem atribulada em termos de discussão, bem acalorada.

Quais controles e aprovações existem para lançamentos contábeis relevantes? automatizados ou manuais. E caso sua empresa seja passível de auditoria externa, é importante a interação entre o compliance e o auditor externo para avaliação dos principais riscos na visão dos auditores. Vai ao encontro do que o Ozzy comentou, verificação de cartas de controle internos, mas eu acho que a verificação de cartas de controle internos vai numa seara muito mais reativa, mas quando a gente vai numa seara preventiva, essa interação num cenário antes da auditoria externa finalizar.

O Rubens, uma pergunta aqui, talvez um pouco boba, mas acho que vale. Primeiro, são duas, né? Primeiro, controladoria e contabilidade coexistem, podem e devem estar dentro da mesma estrutura. E segundo, a quem, idealmente, a controladoria deve responder? Certo.

Em relação a coexistir, com certeza. A controladoria, ela lidera o departamento financeiro na maioria das empresas. E aí, principalmente em empresas de médio e pequeno porte, a contabilidade tende a ser terceirizada e essa terceirizada vai responder à controladoria da empresa.

Por vezes, também dependendo do vulto da empresa, a função de controladoria é exercida pelo CFO. Nas empresas de grande... ele pode que a controladoria responda diretamente ao CEO. Perfeito.

E aí existe, de fato, a segregação entre controladoria e departamento financeiro. E aí até a segregação de função relevante para a empresa. Legal. Enquanto você estava falando aí da controladoria, eu lembrei que em uma das grandes investigações que eu participei... Assim que a gente entrou, o principal líder da área pediu demissão, foi embora.

O gerente foi embora. Isso, controladoria, contabilidade e por aí vai. Então, nesse caso, pelo movimento, óbvio, a gente fez uma investigação gigantesca, etc. Mas nesse caso, por essa movimentação, a gente conseguiu entender ali que...

Tinha um complô ali, um conglomerado, não vou falar a palavra que eu quero, mas tinham as pessoas engajadas em áreas diferentes para que a situação se permeasse e não fossem levantados os gaps e tudo mais. Bom, a gente caminhamos para o final, falei para o pessoal que a gente ia se esforçar bastante para fechar dentro do nosso horário. Pessoal, a gente vai... pegar essa apresentação, a gente vai jogar aí... Ah, tá, então tá bom, então vai lá.

Mas antes de você ir para o caso, você vai se preparando para o caso prático, eu vou informando aqui as pessoas. A gente vai pegar essa apresentação, a gente vai jogar ali no Google Drive e vai compartilhar esse link na descrição aqui do YouTube, porque o nosso objetivo é compartilhar conhecimento, né? E o Rubens já deixou aqui umas cinco, seis perguntas, que são uma mina de ouro para quem trabalha em compliance.

para que possa usufruir disso no seu dia a dia. Então, a gente vai deixar, se você está vendo ao vivo, daqui a um tempo, acessa de novo para você pegar o link. Para quem já está assistindo o gravado, é só clicar na descrição que o link vai estar aí à disposição, tá bom?

E aí, Rubens, compartilha o caso prático, que aí depois eu faço a jogada aqui para a sua finalização. Não, tranquilo. Essa é a questão do risco sacado da Americanas, né?

Porque era um tema que ele nunca... Enfim... era suscitado. Basicamente, você tem dívidas com os seus fornecedores, o banco antecipa esse dinheiro para você e toma a dívida para si.

Só que você tem que pagar o banco. E essa dívida com o banco não era registrada. Então, você tinha menos despesa e menos passivo.

Basicamente, o caso americano era isso. Em vez de somar uma dívida, os valores devidos aos bancos na contabilidade, a empresa apenas subiu.