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Palestra de Ângela Alonso - Junho de 2013 e Seus Desdobramentos
Jun 19, 2024
Palestra de Ângela Alonso - Junho de 2013 e Seus Desdobramentos
Introdução
Ângela Alonso é professora titular da Sociologia da USP.
Em 2015, participou de um evento similar ao atual.
A palestrante apresenta os resultados de oito anos de pesquisa sobre os eventos de 2013 a 2015.
Contexto Histórico
Em 2013, poucas pessoas, incluindo o governo, entenderam os fenômenos sociais.
Gilberto Carvalho: refletiu o estado de desamparo interpretativo.
Surgimento de quatro grandes interpretações do fenômeno:
Expectativas crescentes.
Crise de representação.
Inovação política do protesto por uma nova esquerda.
Sequestro da mobilização pela direita.
Ciclos de Protesto
Junho de 2013 foi um mosaico de movimentos, não um movimento monolítico.
Desaguou em várias reações políticas coletivas.
Analisando o Governo do PT
Ascensão do PT ao governo em 2003 mudou a relação entre política de rua e institucional.
Governo petista incorporou quadros e agendas de movimentos antes presentes nas ruas.
Esta relação desinflou a mobilização de rua.
Zonas de Conflito
Redistribuição: políticas inclusivas que beneficiaram estratos baixos e médios, incomodando estratos altos.
Moralidade: tentativas de avançar direitos LGBT+, leis de drogas e aborto, gerando oposição de movimentos religiosos.
Segurança Pública e Crimes da Ditadura: tentativas de desarmamento e estabelecimento da Comissão Nacional da Verdade geraram tensões.
Governos Lula e Dilma
Lula não enfrentou grandes mobilizações de rua, mas Dilma sim, principalmente em relação à moralidade pública e privada.
Três zonas de conflito continuaram a se aprofundar:
Redistribuição: Código Florestal, Belo Monte, remoção para a Copa do Mundo.
Moralidade: estouraram protestos anticorrupção em 2012.
Segurança Pública: Comissão Nacional da Verdade implementada pela Dilma.
Eventos de 2013
Série de protestos relevantes durante Junho de 2013:
Maio: STF aprovou casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Movimento contra a PEC 37.
Protestos contra remoções para a Copa.
Conflitos de terra entre indígenas e ruralistas.
Policiamento e repressão com táticas vistas internacionalmente em eventos similares.
13 de Junho: repressão considerada desproporcional, incidente sobre setores médios e altos, incluindo a imprensa.
Mudança na cobertura da mídia e legitimação dos protestos.
Culminação dos Protestos
17 de Junho: primeiro dia com grandes multidões nas ruas.
Cobertura contínua da mídia dando impressão de crescimento.
Após o pico em 20 de Junho, havia maior adesão e multiplicidade de temas e organizadores.
Governo e imprensa dividiram o movimento em pacíficos versus vândalos, focando no MPL (Movimento Passe Livre).
Desafios e Conclusão
Movimentos eram variados com diferentes agendas e estilos de ativismo.
Respostas inadequadas do governo alimentaram insatisfação e aumento nos protestos.
Massificação do fenômeno, principalmente no Sudeste e Sul, onde havia maior oposição ao PT.
Importância de não associar Junho de 2013 a um único movimento ou direção.
Reflexões Finais
A complexidade dos eventos de 2013 precisa ser entendida para compreendermos suas consequências.
Movimentos pressionavam o governo de diferentes lados, levando a resultados não planejados.
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