Música Fala galera, tudo bem? Professor Rafael Carlos de Sociologia na área mais uma vez pra gente tratar do assunto Sociologia Ambiental Hoje vamos falar do surgimento desse ramo da Sociologia dessa área ex... específica do conhecimento sociológico, chamada de Sociologia Ambiental.
E a aula de hoje está dividida em quatro tópicos. Atenção aí, hein? Primeiro tópico. Vamos falar sobre as origens. As origens da Sociologia Ambiental.
No segundo, os precursores, lá do início, lá do comecinho, que são William Cottrell e Walter Feire. Depois, a década de 70, o momento de consolidação da sociologia ambiental. E para fechar, com chave de ouro, os anos 90 para frente e a chamada institucionalidade global da sociologia ambiental. Fechado? Então, vou dar alguns segundinhos para você pegar o...
o seu caderno, a sua caneta e anotar as dicas que eu vou te passar nessa videoaula de hoje. Combinado? Então, vamos embora. Primeiro tópico, as origens da sociologia ambiental, certo? Vamos lá.
Primeira coisa que a gente tem que ter em mente, você já sabe que sociologia ambiental é um ramo, ou seja, uma área muito específica da sociologia, que trata da relação do ser humano com o meio ambiente. Isso eu tenho certeza que vocês... você já sabe porque foi tema da nossa última aula. E você se lembra, você anotou. Agora, como é que surgiu?
A Sociologia Ambiental surgiu de uma série de outras disciplinas que, com o passar do tempo, foram convergindo algumas temáticas. Então, a gente considera que a Sociologia Ambiental é uma amálgama, ou seja, uma junção, uma interconexão entre várias áreas do conhecimento que são anteriores. Olha só. Olha só, a sociologia ambiental é resultante de um amálgama de áreas e subdisciplinas que já estavam consolidadas, já estavam sedimentadas há algum tempo.
Por exemplo, a ecologia humana, que surgiu estudando a mudança rural-urbano, os processos internos da cidade industrial, os fatores dinâmicos dessa urbanização, as atitudes e valores dos urbanitás. Urbanitás é um termo em latim que significa os habitantes da cidade, os habitantes da área urbana, beleza? Já existia essa ciência aqui, essa subdisciplina, chamada ecologia humana, ok?
Outra disciplina que já existia também, que ajudou a fundar a sociologia ambiental, é a sociologia rural. A sociologia rural, ela tratava, aliás, até hoje, ela traz... Trata do estudo das comunidades diretamente dependentes de recursos naturais.
Como, por exemplo, os pescadores, os extrativistas, os agricultores principalmente, lavradores. Ou seja, a sociologia rural tem esse nicho, esses objetos muito pontuais de estudo. E aí a gente juntou a ecologia humana com a sociologia rural. Quem mais que fez parte ali da origem da sociologia? a chamada Sociologia dos Recursos Naturais, que é uma subdisciplina, uma sub-área da sociologia, que estuda a gestão do meio ambiente, entendido enquanto recursos naturais, sobretudo a gestão que o Estado, o poder público faz sobre esses recursos.
Engloba estudos sobre política de terras públicas, planejamentos do uso da terra e a gestão das unidades de... de conservação, incluindo os parques e também as áreas de lazer. Então, olha só, vamos lá. Tinha a ecologia humana, que trata sobre a questão da industrialização, da urbanização, dos processos ali da cidade e da vida e comportamento dos habitantes da cidade.
Aí tem a sociologia rural, tinha já a sociologia rural, que estuda as comunidades que mais diretamente dependem ali da natureza, dos recursos naturais, lavradores, extrativistas. revistas, etc. Aí existia a sociologia dos recursos naturais também, que é essa sociologia mais voltada às políticas públicas, à análise da gestão, do uso da terra, dos recursos naturais, da gestão ambiental, da conservação dos parques, das áreas, etc. Essas três áreas, principalmente, se juntaram ali, os objetos de estudo foram em comum e também a gente ainda acrescenta outras áreas que deram... eram contribuições teóricas para a sociologia ambiental.
Exemplo, a psicologia social... A antropologia cultural também, a sociologia dos movimentos sociais, a sociologia do desenvolvimento, principalmente na parte crítica da sociologia do desenvolvimento, e a chamada sociologia urbana, que a gente também já estudou bastante sobre isso. Falamos lá da escola de Chicago.
no começo do século XX, uma das principais escolas dessa área da sociologia urbana. Então, são áreas que já existiam ali no final do século XIX, na primeira metade do século XX, que vão meio que juntar alguns objetos de estudo, alguns temas em comum, para consolidar o surgimento de outra área, que é essa área que a gente está estudando agora, a sociologia ambiental. E para falar do começo da sociologia ambiental, A gente já fala da segunda metade do século XX, mais precisamente dos anos 50 e 60. Foi durante essa década que a gente fala do surgimento ainda da origem dessa área que hoje chamamos de Sociologia Ambiental. E para entender a formação desse ramo da Sociologia, dois autores são essenciais.
Anota o nome deles aí. William Cottrell E o Walter Feirey, beleza? Cottrell e Feirey, ou Feirey, na tradução correta. E a gente destaca dois livros, como os livros que fundaram a sociologia ambiental.
Do Cottrell, tem o livro Energy and Society, que significa Energia e Sociedade, publicado em 1955. Do Feirey, a gente vai citar o Man, Mind... que significa Homem, Mente e Terra, de 1960. Essas duas obras foram fundamentais para existir o que hoje é a sociologia urbana. O estudo de Cottrell, por exemplo, versava, falava, sobre o papel das fontes de energia no formato das estruturas sociais. Ou seja, ele faz uma conexão entre fontes de energia e estrutura das cidades, principalmente do meio urbano, estruturas sociais. E o de Fairey enfocava a interrelação entre cultura, estrutura social e política e as práticas de conservação.
Eu vou fazer um parêntese aqui, tá? Rapidinho. Conservação, a gente também já sabe o que é. Na aula anterior, eu falei para ti sobre preservação do meio ambiente e conservação do meio ambiente.
Eu vou só relembrar. Quando a gente fala em preservar o meio ambiente, a gente entende que a interferência humana ela seja danosa sempre. Quando a gente fala em conservar, a gente entende que pode haver interferência humana, mas que o uso dos recursos naturais deve ser de maneira equilibrada, de maneira consciente, ok? Só para você lembrar dessa diferença.
E aqui a gente está falando sobre o que? Conservação. Ou seja, a gente está compreendendo que pode haver a interferência humana, contanto que o uso dos recursos naturais seja consciente, seja equilibrado. Fechado? Beleza então.
Terceiro, aqui a gente vai falar já da década de 70 e a chamada consolidação da sociologia ambiental. Eu vou voltar no outro slide para um detalhe aqui. Aqui são os precursores. O que é um precursor? É o cara que está ali no início, que ajudou a fundar alguma coisa.
Então aqui não é nem ainda a sociologia ambiental de fato, mas é a base do que ela será. É o início do processo de formação da área. A partir dos anos 70, a gente já tem o que?
A consolidação. Quando eu falo para ti consolidação, tu lembra o que? Uma coisa que já está com a sua base feita.
Ela já está consolidada, eu não estou mais falando da formação, eu estou falando já da consolidação, beleza? Década de 70 é o momento histórico onde se consolida a Sociologia Ambiental. Foi a partir dessa década que a Sociologia Ambiental apareceu enquanto uma subdisciplina acadêmica, ou seja, um ramo ali da Sociologia que começa a ter um destaque maior dentro da academia. Professor, que academia é essa?
A Universidade. Certo? Academia intelectual.
Então, na universidade, as pessoas começaram a discutir mais sobre esses assuntos relacionados à interação do homem com o meio ambiente. E aí, as pessoas, os intelectuais, os professores, os pesquisadores, começaram a refletir a respeito do chamado ambientalismo. Tanto o movimento ambientalista quanto os valores em relação ao meio ambiente começaram a ser pauta de discussões nas faculdades, nas universidades, nos chamados círculos intelectuais, que surgiram naquele momento, nos anos 70. E por que exatamente anos 70? Porque a gente está passando nesse momento da história...
década de 60, 70, o período da Guerra Fria, a corrida armamentista, a disputa ali desenfreada entre Estados Unidos e União Soviética pela soberania no mundo. E muito disso também impactou o meio ambiente, a partir do teste de armas nucleares, para citar um exemplo. Então essa preocupação foi ficando mais evidente ao longo do tempo também por conta da Guerra Fria. Por isso que os anos 70 são muito simbólicos nesse sentido, beleza? Vamos lá!
Ao final da década de 70, a sessão, a parte lá, a prateleira sobre Sociologia Ambiental da Associação Norte-Americana de Sociologia já contava com 321 pesquisadores-membros. Então tu percebe que nessa década, do início da década até o final, muita gente começou a se interessar por esses temas. Por esses temas relacionados à interação do ser humano, da sociedade, com o meio ambiente.
Os impactos socioambientais, a problemática socioambiental, ela começou a ser muito estudada. Ela começou a ter uma coisa chamada relevância. Começou a repercutir, primeiramente nas universidades, nos círculos intelectuais, e depois isso passou para a sociedade como um todo. Por conta dessa preocupação.
com o meio ambiente, que passou a ser muito maior a partir dos anos 70. Tanto é, vou citar uma curiosidade para você, tanto é que o Greenpeace, que você já deve ter ouvido falar, é uma organização que surgiu no começo dos anos 70, e até hoje é a organização mais significativa no mundo na luta pelo meio ambiente, pela preservação, pela conservação do meio ambiente. Então é muito simbólico a... essa data, esse ano, esse período de tempo, chamado década de 70. E aí a gente percebe já um crescimento da preocupação, um crescimento da relevância, da repercussão que esses estudos sociológicos passaram a ter naquele período. Chegamos então aos anos 90, passou a década de 70, década de 80, chega os anos 90. Nos anos 90, finalmente... A questão ambiental passou a ganhar uma dimensão mais complexa e também uma institucionalidade global.
Calma que eu vou te explicar o que significa isso. Por que a gente disse que nos anos 90 a sociologia ambiental ganhou esse negócio aí chamado institucionalidade global? Porque os órgãos internacionais começaram a discutir a questão ambiental de maneira mais frequente, inclusive a ONU. A Organização das Nações Unidas.
Então você passa a ter congressos de instituições, de organizações supranacionais que passam a colocar isso em pauta, que passam a colocar isso como um tema relevante. Por isso que a gente fala que nos anos 90, a questão ambiental e a sociologia ambiental ganharam uma dimensão, primeiro institucional, segundo global. Por isso que chamamos institucionalidade global. A partir da realização da Conferência da ONU para o Meio Ambiente e o desenvolvimento no Rio de Janeiro em 92, no Rio existiu um congresso chamado Eco 92. Eu me lembro um pouco disso, era criancinha, mas eu me recordo de ver isso no noticiário, que eram compromissos assumidos ali pelos países em relação à preservação do meio ambiente, certo?
Era o Eco 92, na época era chamado assim. Que foi esse congresso que aconteceu, essa conferência, na verdade, entre vários países, que foi no Rio de Janeiro, e que tinha ali um certo comprometimento, foi criada uma comissão, Comissão para o Desenvolvimento Sustentável, e também um fundo de investimento, de aplicação de recursos para o meio ambiente, chamado GEF, Fundo Geral para o Meio Ambiente. Então você percebe que já existe ali nos anos 90, no início da década de 90, uma preocupação mais global.
mais ampla, até mesmo mais institucionalizada sobre a questão ambiental, sobre os temas que a sociologia ambiental colocou ali em pauta, colocou para o jogo, digamos assim. As alterações climáticas, é um problema que até hoje a gente discute bastante, causadas pela produção humana. Sobretudo a indústria, a grande vilã socioambiental, passaram a ser definidas como a grande questão ambiental.
E aí tem uma sigla, que é Global Environmental Change, que seria uma mudança global no meio ambiente. do homem com meio ambiente. Comissões e grupos de estudo acadêmicos e intergovernamentais, que significa entre governos diferentes, têm sido formados desde essa época.
Desde ali do começo dos anos 90, várias... Conferências aconteceram, várias reuniões entre líderes de países importantes no mundo global, Brasil, Rússia, China, Estados Unidos, etc. Várias reuniões, várias conferências foram acontecendo ao longo desses anos para poder estabelecer ali metas para a preservação do meio ambiente, para a diminuição de gases poluentes na indústria. Várias coisas nesse sentido foram acontecendo ao longo do tempo.
Algumas delas, relaxa que eu vou te falar em aulas que ainda virão. sobre o protocolo de Kioto, Clube de Roma, tudo isso eu vou aprofundar mais daqui a algumas aulas. Por enquanto, a informação é essa. Dos anos 90 até hoje, muitas conferências, muitas reuniões, muitos congressos para discutir o meio ambiente aconteceram envolvendo países significativos nesse mundo global que a gente vive hoje.
Comissões e grupos foram formados, aproximando cientistas naturais e sociais, para se ganhar entendimento sobre as dimensões humanas das alterações climáticas e também do aquecimento global. Eu vou te indicar, quando você terminar de assistir as aulas de hoje, eu vou indicar que você procure na internet um documentário, certo? Um documentário produzido por um senador norte-americano que foi candidato a presidente, que trata sobre essa questão aí do aquecimento global.
Beleza? Então você... Você procura lá no Google, documentário aquecimento global Al Gore. A-L-G-O-R-E.
E aí você vai encontrar. Lá no YouTube provavelmente deve ter vários trechos desse documentário. Que mostra com dados, de maneira científica, de maneira precisa, toda essa discussão que a gente está levantando na aula de hoje.
Sobre aquecimento global, sobre alterações climáticas. Beleza? Então você percebe, e esse documentário foi dos anos 2000 e alguma coisa.
Como eu já disse, a gente tem um documentário que mostra Começo desse século XXI. Então, desde os anos 90, uma década antes do documentário, já era uma preocupação muito clara e evidente dos líderes mundiais, da população mundial. Essas alterações climáticas, parece que cada vez fica mais quente no verão europeu, assim também como no brasileiro, a gente sofre muito com calor. E tudo isso tem a ver com essa interferência humana, com essa aceleração do processo... produtivo, industrial, com a emissão de gases poluentes, com as atitudes irresponsáveis que muitas vezes a gente percebe e até mesmo tem em relação ao meio ambiente.
Então lembra que eu te falei na aula passada? Tem que começar de cada um. Se cada um for fazendo a sua parte, a gente pode chegar numa mudança mais significativa. Não ficar só cobrando do governo, cobrando das empresas e tal. Mas tem que começar com cada um.
Cada indivíduo vai ter sua responsabilidade. Se cada um ali guardar o papel de bom... bombom, guardar o palito de picolé, não jogar na rua, mas jogar no lixo mesmo, que é o lugar, a gente vai começando a mudar as coisas.
Por isso que a sociologia ambiental, meus queridos, não é uma coisa só teórica, não. Não adianta nada eu ficar aqui várias aulas te falando sobre teoria se na prática isso não se traduzir de uma maneira a mudar os seus hábitos, mudar seus valores, seu comportamento. Porque é exatamente essa mudança que a gente espera que aconteça e que seja significativa não só... só para você, mas para todo o planeta.
Todo mundo só vai ter a ganhar com isso. Então lembra, sociologia ambiental a partir dos anos 90 ganhou o quê? Repercussão, relevância, institucionalidade global. Muitos congressos, conferências, reuniões com líderes mundiais passaram a acontecer tendo como grande pauta a questão ambiental. E ao mesmo tempo que isso acontece, é necessário que a gente repense nossos valores.
nossas atitudes, nossos comportamentos e nossos hábitos. Se a gente conseguir fazer isso, a gente começa a melhorar a situação. Beleza?
Com essa mensagem eu encerro mais uma aula. Até a próxima. Tchau, tchau.