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Entrevista com Clarice Lispector
Jul 10, 2024
Entrevista com Clarice Lispector
Origem do Nome
Clarice não sabe a origem exata de seu sobrenome.
Perguntou ao pai que disse que o nome já vinha de gerações anteriores na Ucrânia.
Sopôs que o nome foi se transformando ao longo do tempo.
Carreira e Primeiros Passos
Primeira publicação foi criticada e considerada como pseudônimo.
Clarice casou-se com um diplomata brasileiro e viajou muito, não conheceu seu editor Ruy Rui pessoalmente.
Descobriu recentemente que sua mãe escrevia, mas nunca publicou.
Tem uma irmã chamada Elisa que escreve romances e outra irmã, Tânia, escreve livros técnicos.
Clarice começou a escrever muito jovem, por volta dos sete anos.
Suas primeiras obras eram enviadas timidamente para revistas e jornais.
Raimundo Magalhães Júnior a incentivou após ler um de seus contos.
Jamais considerou-se uma profissional da escrita.
Escreve nos momentos de inspiração, sem seguir uma rotina rígida.
Trabalhos publicados em revistas e jornais, mas não se recorda de todas as publicações.
Processo Criativo
Clarice escreve melhor pela manhã, iniciando seu dia às 4h30 ou 5h.
Embora anote ideias em qualquer hora do dia, reserva as manhãs para organizar seus escritos.
É considerada por alguns como uma escritora hermética, e Clarice reconhece que alguns de seus contos são difíceis de compreender.
Escrita Infantil
Começou a escrever livros infantis para seu filho de cinco anos.
Publicou três livros infantis e está trabalhando no quarto.
Considera mais fácil comunicar-se com crianças do que com adultos.
Trabalhos Notáveis
Considera seu conto "O ovo e a galinha" enigmático.
Escreveu sobre o bandido Mineirinho, que morreu com treze tiros.
Delineia a violência e a injustiça do caso Mineirinho em seu texto.
Seus escritos não pretendem alterar a realidade, mas expressar e desabrochar o seu interior.
Literatura e Sociedade
Não mantém muitas esperanças de que sua escrita altere a ordem social.
Acredita que o papel do escritor brasileiro hoje é falar o menos possível.
Aprecia a literatura latino-americana, mas evita citar nomes para não esquecer de ninguém.
Experiência e Recepção
Encontra apoio na sua escrita em jovens universitários que se identificam com seu trabalho.
Percebe que sua obra é relida e apreciada por diferentes gerações.
Alerta que seu estilo é senso de compreender e sentir, não apenas de inteligência.
Reflexões Finais
Clarice às vezes sente-se isolada, mas é confortada pelos leitores jovens que a entendem.
Notou uma mudança na recepção de sua obra ao longo dos anos, sem ela própria mudar seu estilo.
Descreve seu método de escrita como uma mistura de influências de diferentes leituras em sua juventude.
Reconhece a simplicidade de seu estilo, mesmo que alguns leitores o percebam como complexo.
Ainda rasga alguns de seus escritos quando não está satisfeita, um hábito que começou na juventude.
Encontra renovação em cada nova obra, sentindo-se renascida a cada novo projeto, mesmo que isso envolva períodos de grande exaustão.
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