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Thomas Hobbes: Política e Filosofia Moderna

Olá, o nosso vídeo hoje é sobre Thomas Hobbes, um nome muito importante na ciência política e na filosofia. Bom, Thomas Hobbes, ele foi um grande pensador inglês. Eu já falei aqui do surgimento da igreja anglicana na Inglaterra, com o rei... Então, o Thomas Hobbes era filho de um pastor anglicano.

Ele estudou na Universidade de Oxford. Ele contestou muito a monarquia absolutista na Inglaterra. naquele momento o rei era Carlos I e ele resolveu, então, nesse contexto, exilar-se em Paris. E foi em Paris, então, que Thomas Hobbes escreveu muito, principalmente a sua obra-prima, O Leviatã.

Quando o Leviathan foi publicado, o rei da Inglaterra já era o Carlos II. E mesmo assim, esta obra foi condenada pela Universidade de Oxford. Contudo, não há como negar... O Thomas Hobbes, hoje em dia, é um dos filósofos mais lidos e comentados de todo o mundo. Com toda certeza, o Thomas Hobbes foi um filósofo original e um dos autores mais estudados.

da história do pensamento político. As ideias de Thomas Hobbes podem ser consideradas autoritárias e que reforçam a monarquia absoluta dos séculos XVII e XVIII também. Thomas Hobbes reforçou a monarquia absoluta, no mesmo tanto que Maquiavel e ainda mais que Jean Baudin.

A teoria política de Thomas Hobbes era influenciada, como ele mesmo diz, pelas desordens do tempo presente. E, para Thomas Hobbes, não existe distinção entre formas de governo boas ou más. Ainda quando ele estava exilado, ele escreveu sob a representação do medo, o medo da desordem, da anarquia, da guerra e da morte.

Ele dizia o seguinte, o medo e eu nascemos... irmãos gêmeos. Leviatã significa o estado.

Esse nome, a origem desse nome Leviatã é uma origem bíblica e designa um monstro marinho. Significa um estado forte, que não pode investir contra ele, foi feito para não ter medo e é o rei de todos os animais ferozes. O estado de Thomas Hobbes é um Leviatã.

É um monstro que combate outros monstros ainda mais perigosos do que ele. A pior tirania é sempre melhor do que a guerra ou a anarquia. Falando um pouco mais sobre o estado de natureza de Thomas Hobbes...

Bom, pra Thomas Hobbes... O homem é essencialmente mal, essencialmente egoísta. O homem é um ser mal por natureza.

Ele move-se pela procura de sua felicidade, do que seja bom para si, a fim de não deixar piorar a sua condição. Ele procura aumentar sempre o seu poder em riqueza, em honra ou autoridade. Esse é o estado de natureza para Thomas Hobbes. A natureza fez os homens iguais, mas dessa igualdade de capacidade resulta a capacidade de esperança de conseguir atingir os nossos objetivos, os nossos fins.

Por exemplo, se dois homens desejam a mesma coisa, a qual eles não podem usufruir juntos, eles se tornarão inimigos e se estragarão. esforçarão para dominar e destruir um ao outro. No estado de natureza, os homens viveriam em guerra, guerra de todos contra todos. Está vendo como Thomas Hobbes caracteriza o estado de natureza?

Nesse caso, o que a gente pode verificar? Um medo e um risco, um risco permanente de mortes, mortes violentas no estado de natureza. De natureza, a vida do homem é solitária, pobre, penosa, embrutecida e curta.

Ele caracteriza dessa maneira. Sem o Estado, esse é o homem entregue a si próprio. Há então a necessidade do Estado.

Bom, o que a gente pode considerar? Que existe uma concepção pessimista quanto à natureza do homem. Já que o estado de natureza do homem é uma guerra de todos contra todos, surge então uma pergunta. O homem conseguiria evoluir do estado de natureza para o estado de sociedade?

Já que no estado de natureza o homem é tão mau. e egoísta. O homem é colocado pela sua natureza nessa condição maléfica, mas ele tem uma possibilidade de sair dela, em parte pela paixão e em parte pela razão. Bom, paixão e razão. Paixão que inclina o homem para a paz.

O que é a paixão que inclina o homem para a paz? O medo da morte, o desejo de uma vida confortável e a esperança de ele mesmo ter suas próprias conquistas. E a razão? A razão é um acordo entre os homens, entre si, que pode ser considerado como se fossem cláusulas de paz, ou que são chamadas de leis da natureza. Como então alcançar a paz entre os homens?

Exatamente quando o homem considerar que, para que haja paz, é necessária sua própria defesa. Que haja sua própria defesa, que haja renúncia dos direitos e que haja satisfação com o que o homem já possui. É a ideia do Estado como criação voluntária dos homens por intermédio de um contrato. Veja bem, essa palavra é muito importante, contrato.

A renúncia a um direito pode ser a extinção desse direito. ou transferi-lo para outra pessoa. Isso é um contrato. Olha só que essa parte é muito importante.

Só é válido esse contrato caso haja um Estado e um poder comum que obrigue as partes a cumpri-lo. Nada de ser um contrato só entre palavras, não. Para sair do Estado de natureza e encontrar a paz no Estado de sociedade, é necessário que os homens renunciem, pelo menos em parte, os seus direitos, a sua liberdade, e transfiram para um poder comum, que é o que? Um poder que garanta a todos os homens a paz e a segurança. Isso é exatamente o que Rousseau vai chamar de contrato social muitos anos depois.

Ainda nessa perspectiva de como se passar do estado de natureza para o estado de sociedade, é necessário instituir um poder comum, conferindo todo o poder a um homem. ou a uma assembleia de homens. É a vontade da maioria em uma só vontade. É um contrato de todos os homens com todos os homens. Veja bem, importante ressaltar.

O contrato social de Thomas Hobbes não é um contrato entre o povo e o soberano. Não. É um contrato entre os cidadãos.

O soberano, ele não é parte desse contrato. Ele é um terceiro beneficiário desse contrato. Pois o soberano... Recebe o seu cargo e recebe o poder.

O principal efeito do contrato de Thomas Hobbes é a criação do Estado. O Estado tem tanta autoridade e poder que, pelo medo, o Estado molda a vontade de todos para obter a paz e o apoio dos inimigos. Esse é o Estado criado mediante um contrato social. É um Estado soberano.

Os seus membros são os súditos. Mas o soberano é o representante do povo. Pode se chamar de direito público do Estado moderno.

E com ele surgem quatro princípios. O princípio da liberdade e da igualdade, onde todos os homens nascem livres e iguais. O princípio da soberania popular, é a ideia de que o poder pertence ao povo. O princípio do governo representativo, onde os governantes atuam em nome do povo. E o princípio da maioria.

Naquela ideia de que o Estado atua de acordo com a vontade da maioria. A liberdade de todos transfere-se em poder político para o soberano. Em Leviatã, o homem se protege perante os outros homens, mas é refém do poder do soberano. De todo modo, a anarquia e a própria essência do Estado de natureza são muito piores que o pior que possa acontecer ao homem no Estado de sociedade. É necessário, então, um poder absoluto.

O soberano é o juiz da conduta do súdito e ele é o juiz de si próprio. Mesmo apesar do poder absoluto do soberano, o homem tem o direito à vida, o direito à propriedade e à iniciativa privada. A defesa nacional e a segurança são tarefa do Estado e a atividade econômica é tarefa do cidadão. O Estado roubesiano Tem o cunho autoritário, sim, é verdade, mas não um cunho totalitário.

Quando o soberano fala, os homens obedecem, e quando ele se cala, os homens são livres. É óbvio que Thomas Hobbes não agradou a todos, pois ele negava o direito divino dos reis e não admitia a separação dos poderes. Porém, mesmo controverso, que Thomas Hobbes era muito controverso, mesmo controverso, ele foi reconhecido como um grande filósofo político. Thomas Hobbes é a dicotomia entre o maior escritor de filosofia política e o defensor do totalitarismo, entre o herói e o vilão.

E já o Leviatã é a dicotomia entre a obra de arte e uma obra monstruosa. O que não há como negar é a perspic... e a originalidade do Leviatã. De fato, é verdade que, caso não haja um Estado e um governo capazes de impor a paz e a segurança, o egoísmo do Estado de natureza do homem pode gerar sim uma anarquia, assim como Thomas Hobbes falou. Um outro fato é que, quando Thomas Hobbes diz que há nos homens aptidão para viver em sociedade, ele não nega a doutrina de Aristóteles.

Bom, talvez... O mal de Thomas Hobbes pode ter sido o de considerar apenas duas situações. Situações completamente extremas. A anarquia total ou o poder absoluto.

Ele considerou apenas essas situações extremas. A anarquia total ou o poder absoluto. Mas nós sabemos que, por exemplo, na atualidade, é perfeitamente possível um poder limitado, aliado à paz, à ordem e ao respeito aos direitos humanos fundamentais. Bom, o Thomas Hobbes não foi nem um democrata, nem um liberal e nem um teórico do capitalismo.

Ele foi sim um teórico do absolutismo monárquico do século XVII. Thomas Hobbes pode ser caracterizado, então, como o filósofo que trouxe os fundamentos contratuais do Estado Absoluto. Para caracterizar o Thomas Hobbes e finalizar o nosso vídeo, é isso. Muito...

complexo, muito firme nas ideias e contundentes, muito controverso, Thomas Hobbes. Bom, esse foi nosso vídeo, mais uma vez, breve, sucinto e introdutório a respeito de Thomas Hobbes, uma figura muito importante na ciência política e na filosofia. Agradeço vocês terem assistido esse vídeo.

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