E aí, guerreiros do Enem, professor Beethoven, professor do Mundo Filosofia, e hoje a nossa conversa será sobre política, mas política no mundo grego, Grécia. Ô assunto gostoso, roda essa vinheta que é linda pra te começar já a dançar e a te preparar. Hoje a nossa conversa já apareceu na prova do Enem.
Hoje nós vamos conversar sobre política grega. E a gente vai falar sobre como que o Platão e o Aristóteles pensam a política. Eu quero começar essa aula de hoje te fazendo uma pergunta. Eu quero que você pense comigo, se você já parou pra imaginar, qual seria uma cidade perfeita?
Qual seria uma cidade ideal? Uma cidade onde não houvesse corrupção? Sonho meu, sonho meu Uma cidade onde não houvesse violência? Não houvesse agressão?
Ó o pau quebrado, pai! Ou quem sabe uma cidade onde todas as pessoas falariam a verdade, sem mentir. Acabei de me masturbar. Me deu tesão, tomara que o encontro acabe na cama.
Eu não achei você atraente. Ah, não? Pois é, essa conversa...
sobre uma cidade perfeita, uma cidade ideal, ela é uma conversa que estava nas rodas do mundo grego. Lá, Platão, Sócrates, Aristóteles, em muitos momentos, trazem nos seus escritos... Como seria essa cidade perfeita? Como seria essa cidade ideal? Para alguns, governada pelo sábio, pelos filósofos.
Para outros, exaltando a importância da democracia. Então a nossa conversa hoje é justamente sobre isso. Como que cada um desses dois filósofos julga a melhor cidade ou a melhor forma de governar uma cidade? Quando o assunto é política e... Em Platão, a primeira coisinha que tem que aparecer na tua cabeça é que o Platão sempre foi um severo crítico da democracia.
Em vários momentos, Platão questiona até que ponto a democracia de Atenas era legítima. Ela realmente contribuía para a vida em sociedade. Até que ponto a democracia de Atenas trazia uma vida justa. que sempre foi o sonho e o ideal platônico. Ao questionar a democracia de Atenas e ao questionar de maneira muito forte todos os sistemas que envolviam não só a democracia, mas as oligarquias e tantos outros, Platão imagina e constrói na sua teoria um cenário político ideal.
Platão escreve uma obra chamada A República, que é um livro onde existem alguns diálogos... que tratam sobre a vida justa, sobre a justiça. E entre esses diálogos, Platão vai fazer referência a uma cidade perfeita, a uma cidade ideal, onde a educação das pessoas era de atributo quase que exclusivo do Estado. Platão pensa muito sobre as questões políticas e trata disso com uma seriedade quase que racional.
E aí tu poderia perguntar pra mim... assim, mas dá pra falar de política de maneira racional? Não são duas coisas muito diferentes?
Pois é, na teoria platônica não, né? Platão trata da política de uma maneira extremamente racional. Platão, ele compreende que a educação é algo tão importante, mas tão importante, que ela deveria ser um atributo do Estado.
E ao Estado educar a pessoa, ele também reconheceria quem seria o homem sábio. quem seria o escravo, quem seria aquele que tem uma aptidão maior para as forças militares e assim sucessivamente. Então, observa que isso é extremamente importante. Na teoria política de Platão, a educação é um atributo do Estado.
Ao começar a dar uma olhadinha no livro A República de Platão, tu vai perceber que boa parte dos diálogos que ali estão, eles irão falar sobre justiça. E esse é um tema muito presente na teoria platônica. Associado a isso, Platão imagina quais seriam as pessoas mais adequadas a governar a cidade.
Qual seria o modelo, o perfil do bom governante? E quem sabe agora, eu e tu, a gente possa fazer aqui um pequeno diálogo. Eu quero que tu puxe uma setinha aí na tua anotação.
E tu pergunte pra ti mesmo, qual seria um bom governante? Qual seria o perfil do homem bom? Qual seria o perfil do bom líder? Seria ele o mais bonito? Seria ele o mais forte?
O mais viril? Seria ele o mais rico, o mais ostentação? Pois é, a resposta para o melhor tipo de governo é muito clara em Platão.
Quem deve governar é sempre o mais sábio. O poder deve ser dado aos filósofos, aos homens inteligentes, àqueles que ao longo da educação foram educados a ter uma alma racional. E esses caras seriam os grandes responsáveis por tornar a vida dentro da cidade uma vida justa.
Então o governo não é dado ao mais popular ou ao mais belo. ou é o mais rico, mas o governo é dado ao homem sábio. Existe até uma palavrinha pra isso.
Quando o poder é dado ao homem sábio, nós formamos o que na tradição filosófica se chama de uma sufocracia. Eu já vi também algumas traduções como sofos, mas o mais comum é tu encontrar governos sufocráticos, ou também chamados de governos dos sábios, governo dos filósofos. Faz uma perguntinha pra mim.
Faz uma anotaçãozinha aí no teu bloco de notas. Pergunta-se, como eu posso reconhecer um homem sábio? Como é que eu sei quem é o mais inteligente ou menos inteligente? Platão tem uma resposta pra isso.
Ao ser questionado quem eram os homens sábios, Platão deixava muito claro o chamado dualismo corpo e alma. Na cabeça do Platão, haviam três almas que eram educadas. Ou seja, existiam três modelos de educação que deveriam ser respeitados e até às vezes estimulados na educação do cidadão.
A primeira alma, o primeiro modelo de educação, Traz um nomezinho muito pesado, muito difícil, mas tu vai lembrar na hora da prova. É a chamada alma concupiscível. Seria como se fosse uma alma de escravo, uma alma menos nobre. Uma alma movida pela ambição, pelo desejo. A alma daquela camada mais inferiora da pirâmide de uma cidade.
Aquela alma onde os camponeses, os artesãos, os trabalhadores seriam profundamente... movidos. Essa segunda alma, ela é chamada de uma alma irracível.
O nomezinho é meio difícil, mas significa uma alma movida pela emoção, movida pela coragem, algo muito próprio do homem militar, o homem que cuida da cidade, o homem que protege a cidade. Platão diz que essas pessoas são educadas a serem assim. E é por isso, meu amor, que tu vai encontrar lá na tua apostila que a educação militar, ela também é uma educação estética. E aí tu poderia me perguntar, mas por que uma educação militar, ela é uma educação estética?
Porque a arte, a arte, ela move e ela estimula as nossas emoções. A terceira e a mais nobre de todas as almas, a terceira e a mais nobre de todas as educações, é a... aquela onde a alma é educada para a razão. E quando a alma é educada para a razão, é ali que a gente reconhece o homem sábio.
Somente o homem racional para Platão é capaz de governar. Somente o homem racional conhece o bem e vai conseguir garantir aquilo que o Platão sempre sonhou. Uma cidade onde a vida, ela seja... Justa! Agora eu quero conversar contigo sobre uma frasezinha, sobre um tema que ou tu já usou na redação, ou tu já encontrou na prova do teu colégio, ou de alguma maneira isso já fez parte dos argumentos que tu usou na tua vida.
Vai me dizer que em algum momento da tua experiência, da tua vida de estudante, tu já não tem ouvido a frase o homem é um animal político por natureza. Essa é uma frase extremamente importante. importante para a filosofia, porque ela é uma frase onde diz que o homem não é um ser sozinho, ele não é uma ilha, nós somos um ser social, nós precisamos nos relacionar, seja em casa, na rua, na igreja, na internet, e é muitas vezes nessas múltiplas relações que a gente forma a nossa identidade, aquilo que a gente é, na nossa essência.
Por isso que o homem é um animal político. Porque ele não consegue viver sozinho. Nós precisamos estabelecer relações. Algo extremamente importante na hora de resolver uma questão é que política e ética são dois conceitos inseparáveis na teoria aristotélica. Lembra que na aulinha de ética eu te dizia que o homem virtuoso é o homem mediano?
Pois então, Aristóteles fala sobre isso. O homem virtuoso não é aquele que apenas vive dentro da cidade, mas é aquele homem que é reconhecido pelos seus atos, é honrado e é honesto. Então, não separa política e ética.
Essas duas coisas são essenciais para a democracia em Aristóteles. E falar de teoria política em Aristóteles não é falar apenas de uma cidade ideal, uma cidade perfeita, como queria Platão. Não.
Falar de política em Aristóteles é falar da democracia. Aristóteles sempre foi um admirador da democracia. Ele sempre gostou dos ideais democráticos.
Mas ele também sempre foi muito consciente ao dizer que, por mais que a democracia seja boa, ela também tem suas limitações. Aristóteles sabe que a democracia, ela é vulnerável à corrupção. Por isso...
Que na teoria aristotélica não existe uma fórmula mágica, uma cidade perfeita, um sonho idealizado para uma vida política e social. Aristóteles diz que é na polis que o homem se realiza na sua plenitude. É na polis que eu me reconheço.
É na polis que eu vivo a minha identidade e a minha essência. O ideal seria que nós tivéssemos uma experiência democrática associada... Há uma experiência aristocrática.
Quando esses dois elementos fossem respeitados, o homem teria uma vida feliz. Essa questão da felicidade é um assunto extremamente legal da gente debater. Porque a vida na polis é uma vida feliz em Aristóteles. E a pergunta que muitas vezes, até mesmo a própria prova do Enem já nos fez, é o que é uma vida feliz para Aristóteles? Aristóteles disse que a vida feliz é aquela vida onde o ser, o indivíduo, o cidadão, se reconhece plenamente na cidade.
Essa vida feliz, ela depende da ética, ela depende da moral, ela depende da política, mas ela principalmente depende do envolvimento, da participação. E aí agora eu te deixo uma pergunta. Como que pra ti a vida feliz... ela se realiza. Como e o que te torna uma pessoa feliz?
Aristóteles diz que a vida feliz é uma vida justa. E o exercício da justiça, muitas vezes, nasce dentro da vida política. Existem dois conceitos de justiça que eu quero que tu tome um certo cuidado.
Existe uma justiça aristocrática e existe uma justiça... distributiva. Toma cuidado porque isso é importante. Essa justiça aristocrática que está presente lá na Política 3 de Aristóteles é um modelo direcionado a uma parcela, a um grupo de pessoas.
Aqueles que, de alguma maneira, fazem uso da liberdade e da propriedade. Esse conceito de justiça aristocrática é um conceito de justiça mais restrito. É quando o exercício da justiça se dá a uma parcela ou a um grupo de pessoas que são privilegiadas por isso.
Já essa justiça distributiva, ela está um pouquinho mais perto da gente. Aristóteles disse que ao mesmo tempo em que a justiça pode ser atribuída a uma parcela de pessoas ou um grupo, o exercício da justiça distributiva nos iguala, nos torna mais próximos, considera a intencionalidade da nossa ação. Por isso que justiça distributiva está muito associada àquele princípio que aparece às vezes na lei chamado princípio da... proporcionalidade. O homem justo, ele age dentro das suas devidas proporções.
Aí tu poderia me perguntar, esse exercício da justiça distributiva, como ele se aplica no meu dia a dia? Como ele se aplica na minha realidade? E eu quero que tu faças a seguinte pergunta, será que todas as pessoas precisam pagar pelos seus crimes, pagar pelos seus delitos com a mesma severidade da lei? com a mesma rigidez da lei, ou a lei ela se adapta, ela se conforma à realidade. É nessa discussão que muitas vezes as discussões em torno do exercício do homem justo acabam recorrendo e alguns dilemas morais e até mesmo alguns dilemas éticos.
Por quê? Porque dentro do exercício da justiça, dentro do exercício da justiça, a igualdade e a lei... São dois conceitos essenciais. A lei, ela é sempre o imperativo. A lei é aquilo que regula a ação do homem dentro da sociedade.
Mas, o cumprimento cego da lei não significa dizer que você está sendo justo ou você está sendo justa. A justiça é algo maior que a lei. A justiça, ela é uma... Virtude. Ser justo é você conhecer a lei, entender a lei, cumprir a lei, mas também entendê-la dentro da sociedade.
O homem justo é aquele que consegue unir o cumprimento da lei e o respeito à moral. Justiça é a lei mais a moral. Esse assunto, ele é... profundamente instigante. Imaginar uma cidade ideal, imaginar uma cidade perfeita e ainda assim falar que o poder deve ser dado aos sábios, falar de um exercício de uma vida justa, defender a aristocracia ou defender a democracia e até mesmo dizer que o homem é um animal político por natureza, é a marca do mundo grego.
Falar de política na Grécia É falar do exercício do homem na polis, na cidade. Por isso, é muito importante que esses três elementos sejam muito claros na tua cabecinha. Aristocracia, democracia e justiça. Que foram as três palavras-chave da aula de hoje. E aí, meus amores, tudo tranquilo?
Tu entendeu bem todos esses elementos que foram debatidos na aula de hoje? Pois então, agora, eu quero que tu revise, eu quero que tu assista de novo essa aula, eu quero que tu compartilhe e, principalmente, manda as tuas dúvidas. Manda pergunta, interage comigo nas redes sociais, interage em todas as nossas plataformas, que esse gordinho aqui vai estar pronto pra te ajudar. e tirar todas as tuas dúvidas. E se Deus quiser, até o final desse ano, nós estaremos no topo do Enem.
Um super beijo e até a nossa próxima aula. E aí, queridão? Nessa altura do campeonato, é muito provável que tu já tenha se inscrito no nosso canal. Gostou dessa aula? Pois então, dá um like aqui, compartilha essa aula nas tuas redes sociais e faz com que todo esse conhecimento também possa chegar a outras pessoas.
Um super beijo e até a próxima!