[Música] bem-vindos ao nosso canal YouTube de hoje e nesse Falando nisso dando continuidade a uma pequena mini série sobre a tradição crítica da escola de Frankfurt né hoje analisando perguntas demandas em torno de Herbert marcuz lembrando a vocês que temos aí essa parceria do canal com a casa do Saber envolvendo mais de 120 cursos ficam disponíveis aí para vocês a partir da do do do cupom dunker 10 e e basta entrar então lá no site da casa do saber para ã ter esse acesso facilitado É isso aí gente então a gente tem Felipe Pavel 3144 Professor sou Mestrando em filosofia da urgs estou estudando Fred Marcus com foco na obra Ero civilização dentro daquela série de vídeos sobre teoria crítica o senhor bem poderia fazer um vídeo sobre marcuz né diálogo que está estabelecendo com a obra frediana é um tema muito rico e atual Vou tentar mas você tá aí no no no mestrado né vou fazer uma introdução Marcus também Gustavo borch ué Marcus não merece um episódio Merece sim Hélio rinz dunker boa tarde tenho estudado psicanálise e com educadoras como Helena Lima e a experiência tem sido muito gratificante em meu percurso de Formação lá atrás no tempo em outro lugar tive contato com marcuse era o início de meus estudos e fiquei seduzido por ele você poderia falar sobre Heros civilização e a mirada marcana sobre Freud Claro H vou falar e de fato eh Eros de civilização foi um livro muito lido eh consensual no Brasil na década de 70 na resistência da à ditadura militar eh na formação de uma nova psicologia no Brasil a partir aí da da do após ditadura e e é um livro meio esquecido Então acho muito legal você lembrar eh assim de que a crítica tem uma história também né a tradição crítica ela ela vai se renovando tem tem texos que ficam mas que podem voltar muito bom a tua colocação JP Soares agradeço Cris um vídeo sobre marcu seria bem interessante agora né Por que agora eh bom a gente vai ver tem algo assim de de revolucionário de incendiário eh nas nas propostas do do H Igor Celestino aí querido Adoro seus vídeos adoraria ver um vídeo teu sobre Marcus abraço Igor Vamos tentar enfrentar isso aí e Flávio Neto 98 me 26 e podia fazer um vídeo falando sobre a teoria do marcuz eh Mariana Prates 9379 professor por favor você poderia comentar sobre a apropriação que o Herbert marcuz faz na teoria frediana da obra era de civilização já vi vários textos afirmando que tem muito de uma leitura equivocada do marcuz e até mesmo de alguns momentos de uma distorção do que ele teria feito com alguns conceitos fridiano né E ela tem um uso bem criativo do Fred propõe conceitos né não eh não não não força eles no Freud mas diz que são criações dele mesmo né Eu lembro dessa dessa polêmica que às vezes tem com a forma como o Lacan leu o Hegel né ah leu errado mas se tornou criativo mesmo a partir vamos dizer assim de equívocos de leitura ou de exageros ou de forçamento H há mais do que meramente né o importação e Rigor quando a gente fala na apropriação e no debate das ideias ferzan 7242 Professor dunker O que você acha da interpretação que Marcus faz do Freud em Hero civilização pode fazer um vídeo sobre essa obra tá falando agora a pouco né é m interpretação criativa né uma interpretação que e que que a gente pode pensar disso né o texto é de 55 ã 50 anos depois né 60 anos depois é uma obra que tem que ter um recuro histórico Então vamos lá Gente vou fazer o possível apresentando o nosso autor de hoje nascido em 1898 ele contemporâneo do início da psicanálise descoberta da psicanálise falecido em 1979 né um momento aí já eh depois do pós-guerra né que começa a viver os primeiros impasses as primeiras dificuldades eh da implantação desse sistema Mundial né de governança FMI braton Woods ah os os diferentes sistemas eh jurídicos né as renovações da na na na saúde mental na na saúde eh Global né Eh e o marqus pegou então esses esses dois momentos né o o grosso do seu trabalho ele nasceu Berlim eh participou do partido socialdemocrata alemão eh vem pra universidade eh pelo lucax né então pela eh pela influência né que a formação do romance teve na na na na sua Juventude ele tenta justamente fazer uma tese sobre o romance e a arte na na Alemanha se torna assistente Vejam só né em 28 de eh Martin Heider eh em em freiberg eh esse B um grande expoente escritor né do o sério tempo eh com o qual ele começa a se atritar né então ele foi um dos primeiros a a perceber que havia havia um um problema ali na na na filosofia do Heider eh Que bom posteriormente vai ser reitor e da Universidade de freiberg E durante o regime nazista e ele tenta eh que era uma um projeto assim comum naquele momento entre os intelectuais de esquerda alemães né que é eh extraí doos manuscritos econômico-filosóficos que é uma parte jovem né do do do do Marx o que se Poderia chamar assim uma teoria da mudança uma teoria da revolução né o Maros falou muito pouco sobre isso mesmo assim no Manifesto eh comunista né quer dizer como é que acontece que que o partido deve fazer isso tudo foi uma laboração mais posterior ao ao próprio Marx e portanto havia em aberto essa ideia de como é que se constrói uma uma teoria da da revolução e e vamos olhar lá então os escritos do Max para tentar extrair alguma coisa disso em eh 33 né Ó lá esse momento de fermentação do nazismo na Alemanha ele entra para a a o Instituto de eh pesquisa social né E a escola de Frankfurt e e eh em 53 e 60 se exila nos Estados Unidos e Vejam Só que interessante ele trabalha com uma uma organização que seria assim um dos protótipos né da agência central de Inteligência Americana né então ele trabalha não sei se como espião como Informante né como intelectual na eh na reflexão sobre sobre a política e cultura né de forma ativa em eh 58 e o pessoal vai Talvez esquecer disso né ele ele é um dos primeiros também a repudiar assim explicitamente o o Marxismo soviético né que hoje é assim um modelo de dos críticos né quando se fala em comunismo ah né olha o que aconteceu na União Soviética olha o que aconteceu em Cuba os casos históricos né sem lembrar que isso em 58 Marxismo e eh soviético uma análise crítica já tinha sido repudiado pelo próprio né um Pensador de esquerda Herbert Marcus então não não confundia as coisas o Marxismo soviético e e teorias críticas de esquerda em geral um livro muito lido dele de 64 é um homem unidimensional né é um livro que de certa maneira Tá informando esse outro clássico né Eh mas aí não da teoria crítica da teoria sociológica crítica americana que é o ã cultura do narcisismo do Christopher Lash né e depois mais tarde e o declínio do homem público do Richard sennet eh depois mais ainda Ach que a gente poderia colocar o bman né E os seus líquidos nessa tradição né Eh E que bom tem aqui uma um braço né um pé pelo menos no homem Dimensional do Marcus depois ele escreveu trabalho sobre Utopia sobre psicanálise política né e acho que ele foi um dos primeiros a assim massivamente aproximar essas duas áreas eh ainda que eh ele repi a prática né uma prática estava muito associada para ele com os estudos introduzidos pelos revisionistas a gente vai ver no no no Adorno também para ele a prática era uma prática de adaptação de conformidade uma prática de ajustamento então o paciente vem sofrendo H com conflitos sociais com desemprego com patriarcado com opressão de gênero e a psicanálise faria uma espécie assim de eh acomodação eh de conformação eh que tornaria essa pessoa ã menos mais feliz porque menos eh capaz de lidar e e aceitar que bom essa é uma conflitiva que a ultrapassa isso muito focado na ideia de que a experiência psicoterapêutica ela é primeiro uma experiência de saúde e segundo uma experiência individual né então ali tem duas pessoas com só pode ser algo ã que vai afastar o sujeito do interesse do coletivo para afastar o sujeito do interesse nas nas questões públicas para afastar o o sujeito da da da da história né no sentido mais amplo que que muitas vezes é a matéria prima daquilo que ela está sofrendo então o marus tem essa essa esse caminho aí ao final ele tenta fazer síntese sobre a teoria crítica né volta pra Alemanha e ele tem um papel muito então destacado eh nas revoltas eh que formam então contracultura dos anos 70 na Califórnia nos Estados Unidos Marcus é muito lido maio de 68 muita gente Lia o marcuz porque ele justamente tinha se interessado por essa ideia de o que fazer né como é que a gente age a partir de uma interpretação crítica sobre a cultura sobre a sociedade e sobre a política Vamos então nos focar no livro aí que foi encomendado Eros e civilização uma interpretação filosófica do pensamento de Freud né a gente também tem essa essa essa genealogia para colocar né ele tá dialogando com gente como politzer gente como Sartre que também fez uma interpretação filosófica e crítica da psicanálise como o bacin né que dentro da filosofia da linguagem fez uma interpretação crítica da psicanálise eh como depois Lucian sev vai fazer isso na França também eh ou seja essa ideia de que a psicanálise Jamais foi criticada jamais teve que eh responder pelos seus compromissos epistêmicos políticos e éticos um pouco assim anacrônica né estamos aí nos anos 55 quando aparece esse livro e já tem toda uma tradição de objeção de eh de objeção onde a gente pode incluir inclus as objeções epistemológicas do poer da tradição eh do neopositivismo e depois do pós-positivismo né bom nesse prefácio político de 1966 né e ele vai eh dar algum alguns ingredientes de como ele já tá eh ele mesmo entendendo a recepção da sua obra né diz ele evito empregar a palavra Liberdade porque é precisamente em nome da Liberdade que os crimes contra hum Unidade São perpetrados né veja só ele é um Pensador que traz essa ideia de de que de que a esquerda ela tem uma um compromisso com a liberdade mas a palavra é tá muito em disputa né mas a palavra ela tem um passado histórico atrás de si onde a gente mobiliza a liberdade para justificar o pressão né a gente mobiliza a liberdade para justificar guerra violência ah opressão sobre sobre o outro tem para ele então uma tese que definiria o livro que é a seguinte o homem só pode só podia evitar a Fatalidade de um estado do bem-estar Social através de um estado beligerante mediante né ele tá falando da guerra fria né onde você tem os italianos indo para as férias com seus carros os traband eh permitido mobilidade no leste europeu a classe média emergente nos Estados Unidos uma uma sociedade de massa de consumo formando aí a a o modo de vida eh suburbano de uma de uma classe média que que que pode aspirar ter coisas e conquistar né Eh um projeto aspiracional envolvendo ter uma casa um carro férias eh filhos na escola e uma certa prosperidade bom tudo isso só podia então acontecer o bem-estar social se você olha pro outro lado o que que que que macropolítica está acontecendo uma divisão Mundial né Pacto de Varsóvia otan e Guerra Fria ocidente Oriente e capitalismo e comunismo a gente muitas vezes filtra essa oposição ainda datando nesse momento né com categorias que emergiram nessa nessa nessa época né antes aí da queda do muro de Berlim em 1989 Então mas tudo isso só pode estar acontecendo a partir de o estabelecimento de um novo de ponto de partida pelo qual seria possível reconstruir o sistema produtivo sem aquele asceticismo do mundo interior né Então essa é uma interpretação cultural tá havendo uma modificação com o trabalho antes a gente olhava pro trabalho como renúncia como desprazer como uma variante da esc idão como algo que enfim não era legal e que a liberdade vinha depois do trabalho você chegava em casa se divertia ou quando não tinha trabalho nas férias né ou quando você se aposentava ou então antes de entrar no mundo do trabalho na escola na faculdade isso vinha lá da hipótese do Weber né do capitalismo como precisando de uma Ética Protestante do asceticismo da renúncia a si né O que que ele tá dizendo nós temos agora um novo sistema de produção mundial eh onde você tem um incremento da tecnologia onde você tem produtividade onde você tem eh um desenvolvimento econômico que talvez jamais tenha sido visto antes né Eh incluindo né produção de pobreza em alguns lugares mas produção de de desenvolvimento em outros e isso demandaria então uma revisão dessa nossa atitude Geral com o trabalho em que a gente pudesse olhar não só pro trabalho mas para vida recolocando né o lugar do prazer né Eros e civilização ele interpreta Heros o Heros fridiano muito assim em série com a ideia de busca pelo prazer daí que um um dos conceitos mais tematizados aqui seja o conceito de princípio de realidade que pro Freud se opõe mas se opõe meio dialeticamente ao princípio do prazer que a princípio da realidade dizia é prazer não agora prazer depois prazer adiado prazer diferido prazer metaforizado prazer historicizando prazer simbolizado né Essa um conjunto de de de ideias que pode se afinizar com renúncia Mas pode não se afinizar com renúncia pode se afinizar com prazer durante o processo não oposição né trabalho prazer mas Trabalho e Prazer né vida e trabalho numa espécie de articulação de fono né de de de reconcil né esse esse é o projeto que dá pro Marcus um sabor assim que a gente vai encontrar em poucos teóricos críticos né que é o sabor do do otimismo né que é o sabor da da alegria que é o sabor do Olha gente vamos procurar novas formas de vida onde o prazer seja uma coisa importante para as pessoas nas suas decisões nos seus casamentos nas seus laços de gênero nas suas relações de amor e enfim uma luta contra tudo aquilo que e limita indevidamente eh o prazer isso implicaria então um montante dependeria de um montante de trabalho efetivamente realizado que torna supérfluo que vai se tornando né supérfluo dispensável e sem significado deu no shit chops do grabber né Ou seja a ideia de que num mundo em que a produtividade aumenta em razão da técnica e a gente tá falando aqui antes de antes de computadores antes de Tecnologia digital e etc é um mundo onde as pessoas né vão ter os seus trabalhos em alguma medida substituídos por ou reduzidos né facilitados Muito eh por por máquinas e dispositivos pergunta que ele tá fazendo E daí que você vai fazer com a sua vida né uma resposta é você vai virar um desempregado você vai ter que é bom vamos ter que pensar o quê eh formas de eh não perder essa pessoa porque nós precisamos ao mesmo tempo de mercado consumidor Então como é que como é que que vai ter o mercado consumidor se essa pessoa não tem integração ao mercado né e em outra escala como é que você vai ter países né Eh onde graça a miséria e a pobreza e se eles não não se tornarem então mercados consumidores é um problema problema para o capitalismo e por outro lado um problema pras pessoas porque eh vamos dizer com menos trabalho era essa perspectiva o que que vai acontecer nós vamos discutir mais cultura nós vamos discutir mais vida nós vamos sentir mais sentido nós vamos ter que se a ver com o que que você faz com esse tempo quando ele não tá governado pelo trabalho pelo Labor quando ele não tá governado pela esfera assim da produção e da troca o que ele estava dizendo acho que aqui ele acertou hein é que exposto a si mesmo o indivíduo nessa condição muito frequentemente produz barbar produz barbar contra o outro produz embrutecimento contra si isso vai tá vai aparecer lá no Burger vai aparecer no greenberg São teóricos da arte né que dizem assim se você faculta lazer para as classes historicamente menos favorecidas sem mediação isso dá em fascismo Ou seja a ideia de o prazer ele se autogoverna no sentido de eh encontra né sentido e comprometimento e e uma vida sustentável e boa não é natural né ela não acontece sem um outro tipo de trabalho vamos chamar esse outro tipo de trabalho um trabalho psíquico né Alguns podem dizer assim não isso isso é a raiz do que hoje a gente discute como cuidado né vai aparecer lá no Foucault como cuidado de si né como uma espécie de assim que que você faz com a sua vida você faz gestão da sua vida ou você cuida da sua vida você faz da sua vida você organiza sua vida vida ou você eh se inclui eh num projeto que te ultrapassa né seja um projeto comentário institucional seja por um por algum tipo de legado como é que como é que você lida com o esse excedente vamos dizer assim que não é mais um excedente de produção tava na origem do do capital é um excedente de vida é um excedente de tempo né e o que ela diz é que esse excedente Então vai ser Ops capitalismo vai olhar para is vai dizer assim por que que eu não posso colonizar isso também né Por que que eu não posso colonizar os afetos Por que que eu não posso colonizar as relações íntimas Por que que eu não posso colonizar aquilo que é eh da da esfera do psicológico onde o o Marcus vai encontrar uma resistência a isso né olhando ali as teorias psicológicas disponíveis na psicanálise e daí ele vai fazer e começar o livro por uma revisão de um texto do Freud que eh de certa forma taria para ele ligado a esse esse mundo pré eh pré-transição né PR esse mundo anterior as guerras mundiais esse mundo onde o trabalho escravidão ainda estão muito muito muito ligados né por isso eles Alf pensava assim por quê Porque o trabalho na época dele era posto dessa maneira então a gente precisa rever o mal-estar na civilização e aqui muitos críticos vamos dizer Esse foi um erro do do Marc porque no fundo quem tava certo era o Freud né a escravidão prosperou num num outro num outro sistema de de colonização de de Corpos e de almas mas vamos ver a crítica do Marcus ele diz assim felicidade não é um valor cultural segundo lugar a intensificação do Progresso eh se fez até aqui sem a intensificação da Liberdade como valor né nesse sentido ele tá pegando lá esse esse valor dos liberais dizer sim queremos Liberdade Só queremos uma liberdade com uma com mais com outra qualificação né porque ele tá associando aqui e um pouco de forma um pouco forçada né civilização e repressão né o Fred diz isso lá no malestar mas mas não é tão Ah tão sem dialética assim né Eh de fato a civilização implica renúncia renúncia da pulsão ela induz neurose ela induz estados crônicos de insatisfação ela produz também sublimação que vai voltar-se em em eventualmente mais repressão eh mas pro Marcus a síntese é a história da civilização e do Progresso é a história da repressão a gente acrescentaria é verdade mas com um acréscimo é a história da repressão e das suas lutas contra a repressão na repressão e seus momentos de liberdade na repressão e daquilo que a gente também pode construir contra a ideia de repressão né enquanto enquanto soluções de felicidade que o Freud elenca em mau-estar né a que aqui ela ele foi um pouco rápido dessa rapidez a gente vai para assim um uma espécie de eh das contradições insolúveis que a gente teria pela frente se a gente ficasse estritamente em mau-estar né primeiro eh a gente teria que entender que por trás ou embaixo do Mal Star você tem um naturalismo né que tá na ideia de pulsão segundo eh teria seria preciso entender que que a uma nova política para Heros seria H uma renovação eh do amor sexual do instinto de vida e de luta contra o capitalismo né o freed nunca disse isso dessa maneira né Eh e mais né uma renovação do malestar implicaria criar um significado um Horizonte de sentido para a luta antis sistêmica né Tá identificando civilização e sistema também acho que aí você tá cobrindo certas brechas né Eh numa construção de sociedade igualitária e você teria que basear a socialização do trabalho né e e também se basear na na política na ampliação do campo da política mais Liberdade como é que a gente vai conseguir mais Liberdade com mais política e aqui ele já estava pensando corretamente que tem muitas pessoas muitos grupos muitas vozes que Tecnicamente fazem parte da política mas PR praticamente estão excluídas né praticamente não participam né são segregadas são minorizadas são silenciadas ponto pro pro marus né Outra contradição a superar seria a adequação entre os conflitos entre indivíduos né Eh e as exigências da civilização Ou seja a individualização dos conflitos e a história dos conflitos de classe então ele põe aí no horizonte como como lidar no indivíduo com essa dupla exigência né ela tá inscrito em classe ele tá inscrito numa trajetória que é coletiva e ele ao mesmo tempo tá aderido aos seus interesses vamos dizer assim mais idiossincráticos singulares como como a gente quiser chamar portanto a a contradição não é entre o indivíduo e a sociedade Mas ela está dentro do indivíduo né ela se dá dentro do indivíduo entre o coletivo e e o que que você poderia dizer assim o indivíduo como ele mesmo como ego Ah bom V ter que criticar essa opção também né freed cito ele página 30 distinguiu sua filosofia da sua ciência os ne freudianos negaram a maior parte da primeira ou seja a maior parte da filosofia em bases terapêuticas essa rejeição pode ser perfeitamente justificada ou seja eles justificaram mais na ciência do que na filosofia porque eles estavam mais interessados em psicoterapia do que em transformação social e aí você realimenta a ideia de que a psicanálise não teria compromisso com ah transformação de espectro mais amplo mas olha como é que in diria essa transformação de espectro mais amplo na filosofia da psicanálise ou seja naquilo que ele tá reconhecendo como certas ideias met psicológicas conceitos fundamentais movimentos críticos realizados então pelo próprio Freud e desfeitos pela tradição que ele chama de revisionista né Eric FR Karen horney Eric Ericsson que são autores que que que muito legitimamente estão apontando um certo anacronismo na teoria cultural do Freud né quer dizer a inveja do pênis para a influência do patriarcado no conceito complexo de Édipo H as as Tais fases né organizações do do desenvolvimento Será que elas são universais oral anal fálico acontece nos índios da cota acontece nos índios siu eh como acontece nesses lugares diz uma série de questões pelos quais a antropologia norte--americana que albergou e recebeu a PS análise carer Margaret mid eh depois Bon vai ah vamos dizer assim eh combinar com exigências de uma certa antropologia e assim como haviam exigências de uma de um certo pragmatismo psicoterapêutico em relação ao qual o Marcus está fornecendo o quê pistas pra gente dizer olha gente cuidado não não joga fora a filosofia da psicanálise assim não não não tenta torná-la simplesmente uma ciência eh veja que tem tem tem algo de de crítico inclusive de crítico da ciência que a gente precisa levar em conta né mas aí ele começa então a sua revisão né Eh ele começa a sua leitura é um livro que releu Freide né então ele vai dizer de um lado tem as hipóteses filogenéticas totem e Tabu que seria o quê um mito sobre origem da civilização repressiva e por outro lado você tem a ontogênese essas é são categoria são presentees do Freud mas ele tá dando grande potência para isso porque o debate da época nature e fazia disso assim uma um tópico palatável ele vai distinguir dentro da ontogênese do indivíduo né ou seja da sua infância até a sua existência social consciente Não isso não tem no Freud né mas ele tá introduzindo dos instintos sexuais e autopreservação do Eu a libido narcísica onipresente essa expressão não tem no Freud mas ele tá ele tá aderindo né onde tem individualismo tem narcisismo isso tá onipresente na nossa cultura e a oposição entre vida e morte que ele diz assim olha não sei se vou aceitar isso aí né E porque no fundo eh a seria melhor pegar uma coisa que o freed fala no malestar mas ele fala meio criticamente que é um que é um que é um princípio que ele no debate com Ronan Roman que é um grande humanista né Eh que estava lá interessado pelas coisas do oriente eu fui lá visitar a biblioteca Romana Lan eh pão de Cherry no no sul da Índia onde você tem aquela experiência incrível né dos dos místicos eh reformadores sociais indianos né gandi inclusive eh e e nesse contato do Roman com a cultura eh oriental Ele trouxe né o argumento de que a gente teria como Horizonte de socialização e de superação de de conflitos sociais eh a ideia do Nirvana né o princípio do Nirvana FR fala desse princípio o princípio Kurt bem antes da existência do do do nosso conjunto de rock e e o Marc assim eu acho melhor falar em princípio do Nirvana o Nirvana ele é uma versão da Morte né no sentido da perda da da individualização perda do sujeito perda do disolução do Ego né Superação do egoísmo e Mas sem o caráter vamos dizer assim instrutivo que tinha e essa noção quando o Freud diz olha o Nirvana no fundo é um caso particular talvez não da pulão de vida mas da pulão de morte enquanto autod disolução né enquanto fragmentação e e e da unidade o Marcus vai falar Eh vai vai usar né uma expressão do Freud né que aparece que é a ideia de rebelião o ego se rebela as pulsões se rebelam né e ele vai trazer isso para eh a seguinte formulação princípio do Prazer é uma tendência a serviço de uma função isso é textual no fride É de fato Qual é essa função libertação das excitações né e as excitações vão se acumulando e eu preciso de encontrar destino posso ir pra descarga eu posso ir para repressão recalque eu posso inverter isso narcisico eu posso sublimar mas o problema é que eu tô eu tô saturado por excitações eu preciso me livrar dela o Marcus pega esse uso e diz a assim então tá aqui o modelo para a libertação em geral né não só dos das pulsões dos dos incitações dos dos das exigências da vida mas aqui a gente tem um modelo de de conceito de liberdade no Freud né E que ele vai desdobrar e de fato tá isso no Freud na página 37 nas duas categorias né ananque e leb not ananque vem do grego quer dizer di necessidade né e lebens not quer dizer as necessidades da vida né eles o ego tem que se a ver com isso e daí ele lê Ego e de superg a partir desses dois grandes eh exigências não são princípios né Eh ele tá fazendo algo parecido com o que o lac vai fazer também que é criticar a noção de necessidade criticar assim o seu fundamento biológico né ah a sua universalidade né vai dizer ah necessidades é igual para todos não as necessidades variam conforme com cada um pode tem as suas necessidades né num outro sentido no sentido de carência de falta e para Então redesenhar essa configuração eh da Liberdade ele introduz dois novos conceitos conceito de mais repressão né que é requerido justamente para você manter a dominação social no momento em que você já não tem aquela dominação pela necessidade do trabalho Nós não precisamos trabalhar tanto e agora como é que eu mantenho lá então as classes médias emergentes como é que eu eu eu eu faço com que elas não não queiram mais tanta liberdade já já tiveram alguma se contentem com isso vamos reforçar a família monog monogâmica vamos reforçar a família patriarcal vamos dizer ó ó tem princípios que vem lá do passado princípios teológicos antropológicos o pai e etc que que você eh eh tem que respeitar tem que tem que respeitar e não não não não tem como e a manutenção disso para manter a divisão hierárquica do trabalho por que que você mande em mim aqui dentro do trabalho se eu sei fazer mais do que você o segundo princípio introduzido pelo pelo Marcus eh vem da ideia de princípio do desempenho que seria assim uma forma histórica isso é muito importante pra teoria crítica né pegar os conceitos fredios e e encontrar onde eles se ajustam historicamente e o princípio do desempenho seria uma dessas tradições do princípio de realidade né seria uma versão marusi do com princípio de realidade e a ideia de de aumentar o desempenho Vejam Só ela é ambígua na sua origem porque pode ser assim aumentar o desempenho do Prazer aumentar o desempenho na satisfação é OK mas pode ser também aumentar o desempenho no trabalho veja nós estamos formando um híbrido ideológico de que o desempenho é bom que sempre é bom menos mais né por menos mais efeito com menos trabalho sempre é bom eh fazer mais sempre é bom ter mais sempre é bom possuir mais sempre bom o mais o desempenho né produtividade que ó mais adiante nós vamos ter que criar lá no neoliberalismo um um conceito ideológico pareado com esse que é a austeridade para você indivíduo sempre mais pros Estados govern ou seja aquilo que cuida de todo mundo sempre menos diminuir gastos Não isso não é investimento educação saúde não não isso aí isso é gasto nós temos que pensar economicamente deixa a política para lá e ela tá então dizendo assim tá surgindo aqui uma versão histórica que é o princípio desempenho que tá baseado o qu dessexualização de do corpo e tá certo né quer dizer e a leitura sexual social do corpo se tornou cada vez mais mais problemática mais violenta né segundo lugar restrição quantitativa e qualitativa da sexualidade não vamos falar em sexualidade vamos falar em outra coisa né Eh intrusão de uma finalidade na sexualidade ou seja não pode ser o a liberdade não pode ser o prazer em si mesmo não Mas por que que você gosta repat não porque eu gosto sexo é bom e ponto não tem não tem que ter tem que ter um fim e qual que é o fim que você recupera lá atrás Ah é a procriação né Eh Não ele tá dizendo assim isso agora se quebrou por quê Porque por um movimento técnico a invenção da pílula a invenção dos preservativos das técnicas de de de abortagem de tudo que a gente pode ter para não mais naturalizar né não substancialização ao prazer então Muita gente Ainda tá apegado né a essa essa ideia de que tem que ter alguma coisa lá atrás que que que na nossa técnica não não geraria então maior liberdade para Heros mais liberdade para Heros Esse é o clamor de Herbert marcuse eu acho que ele tá certo e E concordo com a leitura que o contardo fazia disso dizia nós nós achamos que nós somos hedonistas mas na verdade nós não somos hedonistas coisa nenhuma nós adoramos regra limite disciplina só nós só falamos e o outro não pode não fala isso não faz aquilo nós continuamos obcecados vigiando os enas insólitos dos outros e os nossos próprios ou seja Herbert Marcus propôs uma revolução que não aconteceu ela ela começou mas como todas as revoluções e estava ali é uma verdade que não que que que foi para outro lado enfim que deixou descendentes que a gente precisa procurar aí mais e mais então há um conjunto de deslocamentos né e do pai pro filho pra empresa eh a mudança no nos sinais trocados na no conflito geracional agora são os filhos que que sabem que tem o poder que tem tem o saber agora a dominação né bruta passou a ser administrada flexível dócil você nem vê ela ela ocorrendo você Abraça a dominação sem saber que é isso que você está fazendo tem aí um capítulo muito legal que é um interlúdio filosófico onde ele vai colocar essas questões à luz dos dos três grandes pensadores da Liberdade no entender deles dele Aristóteles né a ideia da da finalidade Sem Fim Hegel ah fenomenologia do Espírito exatamente o mesmo caminho do Lacan lendo lá a dialética do Senhor do escravo num outro sentido com outras consequências mas é é o mesmo autor Eite é muito difícil a gente não passar por essa Tríade para recolocar a questão do prazer e se a gente quer reformular assim a psicanálise para para a nossa época na página 118 ele vai dizer o seguinte a ontologia tradicional é contestada contra concepção do ser em termos de Logos ergue-se a concepção de um ser em termos AL lógicos né que que é o a lógico vontade e Prazer esta contr tendência esforça-se por formular seu próprio Logos a lógica da gratificação nas suas posições mais avançadas a teoria de Freud compartilha desta dinâmica filosófica ó então o que que ele tá dizendo né lógica da gratificação a psicanálise sai de uma ontologia né do ser e Logos e e vai propor uma outra antologia né que está por se fazer né Eh uma ontologia cujo fund o desejo fundamento é o prazer cujo fundamento é a liberdade né Esso que ele tá dizendo aqui né Eu acho que é ponto para para marcuz veja como ele vai levar isso para uma um um um um umum movimento que chama-se para além do princípio de realidade exatamente o mesmo nome do artigo de Lacan para além do princípio de realidade tá lá no nos escritos vamos olhar o texo de 1938 e o o esse programa né então vai aparecer como vamos superar né E essa nossa fixação né Essa nossa relação intuitiva eh de subserviência com uso ideológico da realidade tá todo mundo o tempo todo para dizendo para você olha aceita a realidade aceita como as coisas como elas são a realidade é isso a realidade não pode ser transformada na prática tudo continua igual os políticos são todos iguais para que política a realidade se impõe o que que é isso aqui é o Gênese do que o Marco Fisher vai fazer lá à frente né dizendo Olha o nosso realismo e a nossa incapacidade de sonhar Nossa incapacidade de produzir utopias como o Marcos estava tentando produzir ela é ela por onde o capitalismo nos derrota no primeiro round você simplesmente não quer discutir que podem haver ontologias diferentes à sua né quer dizer é o mundo tal como ele tá aí é isso que tá tudo mundo vendo bom aí ele vai resgatar a função da fantasia vai resgatar a função da Utopia vai vai ter uma discussão muito interessante com o surrealismo e a psicanálise no Freud Por que o Freud não aceitou Ah porque ele não percebeu que o surrealismo também era um movimento que buscava uma experiência de liberdade e ela junta os dois acho que tá muito certo a gente esquece das raízes no Lacan o Marcus não não faz alusão ao Lacan mas no Lacan a gente tem essa essa essa raiz crítica ligada ao surrealismo Que bom a gente seu no capítulo sobre a dimensão estética né que é uma da Por onde começa a revolução é pra gente mudar nossas teses n mudar nosso regime de relação com com as Sensações Com as percepções né ele vai então mobilizar Orfeu e Narciso prometeu e Pandora para dizer assim olha nós precisamos de Mitos eh mais dionísios né Nós precisamos de Mitos E nisso ele tá com n né Eh isso ele tá com uma certa leitura do narcisismo que muita gente vai dizer Opa você vai ser jantado por esse conceito hein vai brincando com ele que ele come você mas foi por onde ele conseguiu isso eh e naquele momento né pensando uma revolta contra o trabalho como labuta uma revolta contra o princípio desempenho uma revolta eh contra os símbolos de uma atitude erótica né Sempre eh baseada na repressão de outros erotismos né ele vai construindo aquilo que ele chama de a imagens da grande recusa né o pensamento crítico e a psicanálise fariam parte dessa bom gente tem um sentimento ante sistema como chama isso não para tudo isso que está aí olha só que que a gente tá reencontrando né É sim a atitude crítica ela começa por esse não mas se ela fic aí ela se torna conservadora se ela fic aí e imaginar assim que é no próximo passo que você vai resolver ela se torna conservadora se ela ficar aí e esquecer da sua história ela se torna conservadora como a gente também está vendo na dimensão estética se trataria para ele de resgatar a zlit ou seja esse duplo sentido que existe em alemão na palavra Zin né que tem que ver com sentido sentido significado significação sentido e bedon tal qual o o o o lacamp tematizou mas Zin também tem que ver com sensibilidade tem que ver com eh uma certa moral sensual uma moral que leva em conta o corpo uma moral que leva em conta dor e prazer uma moral que que tem um registro estético né e Registro estético aqui não é grandes obras em museus registro estético é como nós lidamos com o prazer na nossa própria corporeidade na nossa percepção na nossa receptividade criadora E aí ele vai buscar nisso o diálogo com cant né de uma legitimidade sem lei né onde o objeto é representado como se fosse livre e de uma in intencionalidade sem forma sem finalidade essas exigências que a gente quer para um outro plano de sensibilidade né onde exista uma experiênci sensíveis que não que não precisa est a serviço de alguma coisa né que não precisa eh servir ter valor poder ser trocado por outra e também uma legitimidade Sem Lei ou seja não é aquela ideia né não a crime sem a uma forma que a prescreva e que eu possa então reconhecer eh o crime não tem coisas que eu não posso reconhecer mas que eu tenho que dar espaço para aquilo que ainda não é nomás vezes isso que aparece como transgressão isso que aparece como deslim dação como HBR como a ultrapassagem e isso é por onde vai estar Heros Heros falando e a liberdade pedindo uma nova expressão pra qual ela ainda não tem forma bom então tá aí Essas são as ideias fundamentais do do Heros civilização tem um capítulo final que é uma crítica aos revisionismos como o Lacan fez também uma crítica à psicologia do Ego psicologia do self A Ascensão do conceito de personalidade Ascensão da da da da da psicologia dos Talentos eh das potencialidades dos conceitos de cuidado e responsabilidade tomados no sentido acrítico né quer dizer moral eh familiarista né e individualista a purificação do princípio do prazer então só aquela prazer que está numa altíssima moralidade que eu vou eu vou tolerar os outros eu vou excluir eh e e principalmente a a utilidade social dos afetos todo mundo colonizando afeto para bom para alguma coisa tem que ser assim não tem ser assado sou o nome da palavra afeto sou eu que digo que que é que não é enquanto o marquin dizia assim é justamente na abertura para o que h de indeterminação da ideia de afé né de o mundo me impressiona aí Nem sempre eu eu eu sei dizer o que que tá acontecendo comigo quando o mundo me impressiona há estados entre o ruim e o mal entre o prazer e o desprazer entre o bom e o e o e o não bom eh que compõe essa potência de liberdade né que a gente tem eh na noção e na noção Histórica de afeto daí o afeto ser para ele ã vamos dizer assim uma ponta de Lança pra gente eh pensar transformações políticas né então vejam como isso vai aparecer em Angela Davis né que foi ela orientou né ou ou trabalhou com Angela Davis durante um tempo né Eh Audrey Law eh todas as feministas Americanas elas estão muito impregnadas pelo marqu e por por essa ideia né de que os afetos incluem o ódio sim incluem a raiva incluem o medo inclui o estranho por quê Porque é antes da nomeação é antes da representação é aquilo que impulsiona justamente um sentido de liberdade né da excitação que esse inominável causa é que é força motriz da transformação social e da política né Principalmente para uma sociedade não repressiva onde o trabalho possa ser gratificante objeto de prazer Mas onde ele não seja super colonizado pelo princípio do desempenho Então você fica aí trabalhando sábado domingo feriado se você tem um segundo que não tá assim sendo útil você sente que caiu num Abismo existencial que você não serve para nada que você é um inútil um vagal e isso tá aí no nosso cotidiano e essa é a experiência de enfrentamento básica proposta pelo Marcus e o prazer amigo ah e o prazer amiga que lugar tá tendo na sua vida é lá quando termina no resto quando sobra não senhor clica aqui na Canoa de aerona a que você vai ver que ela é uma canoa cheia de prazer de ilhas de CCE de comedores e lotos de prazeres insólitos desconhecidos Prazeres indir Prazeres revolucionários Prazeres que nos levam alegria mas também a tristeza Prazeres que nos tornam humanos e Livres tchau [Música] tchau w