Olá, tudo bem com vocês? Eu sou a Yasmin Lima, da equipe de Filosofia do Descomplica, e nesse Quer Que Desenhe nós falaremos sobre a Revolução Científica. Mas, antes de a gente começar, você pode fazer o download desse mapa mental gratuitamente aqui no link da descrição. Vamos lá? Revolução Científica.
O termo Revolução Científica foi utilizado pelo filósofo... francês Alexandre Coyer para explicar o processo de transformação e ruptura no modo de observar e compreender a natureza que se desenvolveu na Europa em meados do século 17. Para ele esse processo pode ser reduzido a duas ações fundamentais a destruição do cosmos e a geometrização do espaço. Mas o que isso significa?
Para entender melhor é preciso voltar no tempo. A destruição do cosmos Na antiguidade, pensadores como Aristóteles compreendiam a natureza a partir da noção de cosmos, isto é, da ideia de que o universo é todo finito, fechado e ordenado hierarquicamente. Portanto, havia uma hierarquia entre as qualidades dos corpos, que iam desde a terra escura, pesada e imperfeita, até as estrelas e esferas celestes, que representavam o máximo de perfeição. Assim, a física aristotélica buscava explicar o porquê dos fenômenos através da visão qualitativa. Baseando-se na concepção aristotélica, o matemático e astrônomo Claudius Ptolomeu, com seu famoso alma-gesto, aprimorou a teoria geocêntrica, segundo a qual a Terra está parada no centro do universo e todos os corpos celestes, incluindo o Sol, giram ao seu redor.
Essa teoria foi aceita por mais de 20 séculos, sobretudo por dois motivos. Primeiro, por ser confirmada pelo senso comum, já que os nossos sentidos nos dão a impressão de que a Terra está parada e e que o Sol se move ao seu redor. Depois, por ter sido adotada pela igreja como uma doutrina, uma vez que no próprio texto bíblico há uma passagem no livro de Josué em que Deus faz o sol parar. Tudo ia bem, até que em 1543, o matemático e astrônomo Nicolau Copérnico publicou um livro intitulado Das Revoluções dos Orbes Celestes. Nessa obra, ele desenvolveu o heliocentrismo, retomando alguma das teses defendidas na antiguidade por Aristarco de Samos.
E propondo, dentre outras coisas, que a Terra se move e que o Sol está parado no centro do universo. Para evitar uma possível treta com o clero, Copérnico dedicou o prefácio do livro ao Papa Paulo III. Além disso, o seu amigo Andréa Zossiander escreveu um segundo prefácio, reforçando que se tratava apenas de hipóteses e cálculos matemáticos, e que a intenção não era questionar a Igreja de forma alguma. Aparentemente, a ideia funcionou, Já que 10 evoluções do Zorb Celeste só entrou para o Index a lista de livros proibidos pela Igreja Católica, em 1616. A verdade é que a obra de Nicolau Copérnico foi praticamente ignorada até o século XVII, quando a teoria heliocêntrica foi retomada por Galileu Galilei.
A geometrização do espaço. Em sua obra intitulada O Ensaiador, Galileu afirma o seguinte, a filosofia encontra-se escrita nesse grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos, isso é, o universo. que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática.
Os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras. Sem eles, nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. Essas palavras nos mostram como Galileu Galilei buscou assimilar o espaço físico ao espaço geométrico de Euclides, deixando para trás a ideia... Aristotélica de Cosmos. Com isso, a visão qualitativa do universo deu lugar a uma visão quantitativa.
Não se tratava mais de explicar o porquê dos fenômenos recorrendo às suas qualidades, mas sim de compreender como os fenômenos acontecem, estabelecendo relações e proporções através da linguagem matemática. Opondo-se à ciência especulativa, segundo a qual o conhecimento provém das noções e dos princípios, Galileu desenvolveu uma ciência ativa, também conhecida experiência experimental. Para ele, não bastava que as teorias científicas fossem baseadas apenas no discurso formal. Era preciso observar a realidade, fazer experimentações e submeter os resultados à comprovação.
A produção dessa ciência experimental só foi possível porque o Galileu dispunha de uma oficina com alguns recursos, como plano inclinado, termômetro, luneta e relógio d'água. Com isso, ele descobriu, por exemplo, a relação entre o tempo que um corpo leva para percorrer o plano inclinado e a distância percorrida. Assim, após repetidas experiências, ele formulou a lei da queda dos corpos.
Mas, como nem tudo são flores, no dia 22 de junho de 1633, Galileu foi condenado pelo santo ofício por defender as ideias de Copérnico, cuja obra era proibida pela igreja. Como forma de punição, ele foi obrigado a recitar e assinar publicamente a objuração ao copernicanismo. Apenas em novembro de 1992, 359 anos mais tarde, o Vaticano anunciou a reabilitação oficial de Galileu. No entanto, como diria Renato Russo, quando tudo está perdido sempre existe uma luz.
Assim, em 1638, já cego e cumprindo prisão domiciliar, Galileu, contrariando a Inquisição, publicou o seu último trabalho intitulado Discursos e Demonstrações Matemáticas sobre Duas Novas Ciências. Nessa obra, ele relacionou a hipótese copernicana com as leis da mecânica unindo assim a astronomia e a física. Dessa união, surgiu a física moderna e a nova concepção de astronomia. Com base nas descobertas de Galileu, nos dados acumulados de Tycho Oba e nas leis das órbitas celestes de Kepler, Isaac Newton formulou a sua teoria da gravitação universal.
Reza a lenda que a ideia de que há uma força de atração entre os corpos surgiu quando Newton observou uma maçã caindo de uma árvore. O fato é que o paradigma newtoniano permaneceu válido por mais de 200 anos, até que na primeira metade do século XX, foi substituída pela teoria da relatividade de Albert Einstein. E aí, entendeu tudo?
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