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Cultura Contemporânea

E aí, guerreiros e guerreiras do Enem! Hoje a nossa aula vai tratar sobre um assunto muito importante para a nossa prova, que é culturas contemporâneas. Então, roda esta vinheta, porque hoje eu estou empolgadíssimo! Hoje o nosso assunto é culturas contemporâneas e tudo aquilo que caracteriza a nossa identidade social e principalmente as ideologias que fazem parte do nosso dia a dia. Essa palavra cultura, ela já foi tratada nas nossas videoaulas.

Nós já falamos sobre cultura de massa, cultura de classe, endocultura. Só que agora eu quero conversar contigo sobre as culturas... contemporâneas, aquilo que faz parte do nosso dia a dia.

Pra começar essa conversa, eu quero te fazer algumas perguntas e eu quero que tu seja muito sincero, muito sincera comigo para que a gente possa estabelecer um diálogo sobre esse assunto, ok? Vamos lá? Quais são os teus gostos musicais?

Nessus Cala, Nessus, Nessus, Nessus, Nessus, Nessus, Nessus, Nessus, Nessus, Nessus Tu pertence a algum grupo social, uma tribo, uma comunidade? Restart não presta mais, vou chegar no Twitter hoje muito. Já pensou em algum momento da tua vida se tornar vegetariano?

Tu já praticou algum gesto, ato de solidariedade? Todas essas questões que foram abordadas agora fazem parte da nossa identidade, do nosso dia a dia, das nossas escolhas. A palavra cultura está associada aos nossos hábitos e aos nossos sonhos.

nossos costumes, aquilo que forma a nossa identidade. É claro que quando a gente começa a pensar a cultura dentro da sociedade, uma das reflexões que a gente se faz é se... existe ou não um padrão cultural dominante na sociedade. Existe algo que é mais correto?

Existe algo que é menos correto do ponto de vista cultural? É possível dizer sim que existem alguns padrões culturais que foram impostos socialmente e que historicamente foram consolidados. A gente pode dizer... por exemplo, que existe um padrão estético de beleza, a gente pode dizer que existe um padrão de gosto atrelado à música, à culinária, à moda.

Esses padrões, muitas vezes, são formados pela mídia ou pelo senso comum. O que a sociologia questiona é até que ponto esses modismos sociais, eles são realmente importantes para a formação da tua identidade. O interessante de pensar é que quando se estabelece um padrão de comportamento, me parece que aqueles que não estão encaixados dentro desse padrão estão à mercê, estão à margem da sociedade.

Será que poderíamos dizer que esses estão fora da cultura? Por isso que do ponto de vista sociológico, essa discussão entre um padrão cultural e uma cultura que... não se encaixa nesse padrão dominante, é muito comum usarmos o conceito de relativismo cultural.

Ao dizer que esse conceito faz parte do nosso dia a dia, eu estou querendo dizer para ti e estou tentando te dar essa segurança de dizer que não existe um padrão dominante mais certo ou mais errado do ponto de vista sociológico. Relativismo cultural quebra com essa mentalidade de que existe uma cultura superiora ou inferiora. Relativismo cultural é a gente partir da ideia de que existem múltiplas culturas, múltiplas identidades, formadoras de comunidades, de locais, de tribos. Só que do ponto de vista social essa palavra relativismo cultural, ela está muito arraigada, ela está muito ligada, ela está muito próxima próxima aos arranjos culturais que nós estabelecemos dentro da sociedade.

Eu posso muito bem dizer que um fenômeno cultural pode surgir, por exemplo, de uma relação de poder. Eu posso dizer muito bem que um fenômeno cultural nasce de uma necessidade, de um fato, de um acontecimento ou até mesmo de um local. E aí vem um conceito que eu particularmente gosto.

bastante. A ideia é de dizer que, para que exista um referencial cultural, eu preciso de um espaço, eu preciso de um local. Tu poderia muito bem me perguntar, é o meu quarto? É a minha vila?

É o meu bairro? É a minha igreja? Ou é a minha cidade?

Os lugares e os espaços em que nós estamos inseridos. refletem as características históricas e culturais em que nós vivemos. Por isso que quando a gente caminha numa cidade ou numa comunidade, num bairro, que tem uma concepção um pouco mais histórica, a gente vai ver traços arquitetônicos, a gente vai ver monumentos, estátuas, ambientes, locais, e tudo isso representa, do ponto de vista social, um... traço da cultura que se viveu neste local.

É daí que nasce o conceito de patrimônio cultural, seja ele um conceito associado a um patrimônio cultural natural, como é o caso do Rio de Janeiro, ou seja um patrimônio cultural histórico, físico, como é o caso aqui das ruínas de São Miguel, no Rio Grande do Sul, um local que marca a vinda do catolicismo para essa região. É por isso que esses espaços urbanos, eles acabam passando por algumas mudanças estéticas muito importantes. É aí que nascem, por exemplo, as tribos, os movimentos sociais, as lutas sociais e acabam se manifestando publicamente dentro dos espaços urbanos.

Por isso que ao caminhar numa grande cidade, uma grande metrópole, a gente vai começar a encontrar alguns traços estéticos pontuais. O grafite, a pichação, as manifestações tribais que existem dentro das grandes cidades. Aí tu vai me perguntar, ah professor, mas essas questões todas aí, isso é sinônimo de vandalismo. E eu vou te dizer que não é sinônimo de vandalismo. Isso é um reflexo de uma vivência cultural dentro de um espaço urbano.

Ao ver as paredes grafitadas de uma grande metrópole, Nós começamos a identificar não só uma demarcação de espaço, como também um traço da própria cultura, daquele gueto, daquela identidade, daquela ideologia que representa o espaço urbano. Esse fenômeno sociológico não está associado somente à arte, ou ao grafite, ou à inclusão social. A sociologia entende que os espaços urbanos...

Em virtude desse fenômeno chamado globalização, acabam se tornando também grandes centros religiosos. Existe sim um processo migratório muito grande para as grandes metrópoles das inúmeras denominações religiosas. Essa relação entre metropolização e denominações religiosas, fenômenos religiosos, Isso é uma característica sociológica que a gente tem que parar e pensar um pouquinho. Por que que nas grandes metrópoles as manifestações religiosas acabam se formando mais intensamente? Uma das respostas a esse fenômeno é que as grandes cidades, elas nos possibilitam uma vida muito frenética, muito corrida, elas nos proporcionam uma busca por oportunidade, por trabalho, e isso cada vez mais.

nos torna individualistas, nos torna seres mais introspectivos. E muitas vezes é na vida religiosa que eu acabo me identificando. Esses fenômenos sociais não são apenas estéticos ou religiosos. Eles interferem diretamente no comportamento moral, no comportamento econômico de uma comunidade. E é por isso que ao pensar...

esse processo de metropolização, nós automaticamente temos que pensar o processo que envolve as relações comerciais, econômicas. Cada vez mais comum numa sociedade contemporânea, a formação de bairros estratificados por questões econômicas. Quantas vezes tu já parou pra pensar que existe um bairro na tua cidade que é de classe média alta? Quantas vezes tu já parou pra pensar que existe na tua cidade um bairro de classe média baixa? Pois bem, a questão é o bairro, a questão é a cultura ou a questão é os traços econômicos que a sociedade te remete?

Vocês perceberam que todas essas características que nós elencamos agora fazem parte da nossa vida em sociedade? Estão associados às nossas representações estéticas, estão representadas... nas nossas organizações políticas e até mesmo na nossa distribuição econômica. É claro que os espaços sociais são muito diversos. Esses localismos culturais fazem parte dos debates filosóficos e sociológicos.

O que a gente discute ultimamente é a criação daquilo que chamamos de não locais. Esses chamados não locais. ou também denominados de não lugares, são considerados espaços... totalmente universais.

É o desembarque do aeroporto, é uma cabine de telefone, é um espaço onde não existem traços culturais de nenhuma região do mundo. Onde qualquer indivíduo que ali estiver se sentirá no local padrão, sem traços de identidade. Estabelece uma relação de universalidade estética.

Observem que os shoppings os elevadores, as cabines telefônicas, ou seja, todos os espaços de uso em comum estão cada vez mais padronizados. É muito possível que o shopping da tua cidade seja muito parecido com o shopping dos Estados Unidos. Muda o tamanho, a proporção, as marcas, mas o ambiente, a finalidade e a função, ela é a mesma.

E aí tu poderias me perguntar, mas por que que isso acontece, prof? Porque nós estamos criando uma rede de comunicação, de representação estética, cultural, cada vez mais universal, para que independentemente do local onde você esteja, você sinta-se acolhido, você estabeleça uma relação de pertença com aquele ambiente. Ou seja... nós não somos mais um cidadão do nosso país, nós somos um cidadão do mundo. É claro que esses fenômenos trazem consigo pontos positivos e negativos.

Quanto mais universal for as relações estéticas, menos pertença elas nos trazem, menos comprometimento social ela nos permite. Porque agora eu não sou um cidadão do meu país. Ao ser um cidadão do mundo, a quem eu represento? Uma das características das culturas contemporâneas é a linguagem, é a informação. São os traços que a gente estabelece na maneira com que nós falamos, as nossas narrativas, sejam elas tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista cultural.

As chamadas narrativas sociais... são responsáveis pela formação da nossa identidade. Quanto mais regionalismos culturais a gente usa, quanto mais gírias, quanto mais vocabulário, mais próximo da identidade do povo nós estaremos.

É por isso que a internet cada vez mais cria mecanismos de comunicação para que a gente possa se sentir parte deste ambiente. A forma como construímos os nossos discursos, as narrativas, Sejam elas narrativas culturais ou sejam elas narrativas políticas, sempre estarão acarretadas de características ideológicas. Somos homens e mulheres pensantes, críticos, e quando expressamos aquilo que pensamos, obrigatoriamente trazemos questões ideológicas. E quando isso começa a acontecer e eu começo a perceber as influências ideológicas que fazem parte da minha vida, eu acabo compartilhando isso nas redes sociais, eu acabo compartilhando isso na internet e muitas pessoas que pensam como eu, muitas pessoas que se identificam com a maneira com que eu interpreto o mundo acabam aparecendo e a gente acaba estabelecendo algum tipo de contato social.

E é justamente desta maneira que nascem os chamados tribalismos sociais, os guetos, os grupos sociais. Porque buscam justamente uma aproximação ideológica daquelas pessoas que compartilham dos mesmos ideais que eu. Eu posso estar envolvido com os problemas que a minha escola vem enfrentando. E aí eu acabo formando um gremio estudantil.

Eu acabo formando um grupo que vai lutar pelos interesses dos estudantes e da comunidade escolar. Está formado assim um grupo escolar. Eu posso compartilhar com os meus ideais pela luta das mulheres, eu posso compartilhar dos meus ideais pela luta da igualdade de gênero e automaticamente associar isso a um grupo de pessoas que também pensam da mesma forma que eu. Está formado assim.

um grupo para discutir as questões de gênero. Eu posso também formar um grupo religioso, eu posso ter uma manifestação da fé, que passa por uma ação, que passa por solidariedade, que passa por cooperação à comunidade, e aí eu acabo reunindo pessoas que gostam de fazer as mesmas coisas que eu. Está formado assim um grupo de jovens de uma comunidade religiosa. Observaram que todas essas manifestações, de alguma maneira, estão associadas à nossa identidade, daquilo que pensamos ou acreditamos, dos valores que a gente carrega da nossa educação?

Pois bem, esse processo chama-se identidade social e é dentro da identidade social que a sociologia entende os fenômenos. É comum, dentro das chamadas culturas contemporâneas, falarmos do mundo do trabalho, ou até mesmo das desigualdades sociais, ou quem sabe até das chamadas mobilidades sociais. É possível viver da cultura no mundo contemporâneo?

Essa é uma pergunta que incomoda a todos, não só a artistas, mas àqueles que gostam. de todas as manifestações culturais. A sociologia entende que a inclusão social, ela passa pela cultura. E é natural pensarmos em espaços, comunidades, lugares, manifestações culturais que trazem a todos aqueles que, de alguma maneira, estão à margem dessa chamada cultura dominante.

Dança de rua, literatura de cordel, Feiras populares, os espaços urbanos sendo utilizados para manifestar não só a arte, mas como também a vida e o processo que cada indivíduo possui dentro de uma sociedade. Uma das lógicas da economia liberal é entender que a desigualdade social é natural, evidente. O problema é que, para a sociologia, essa desigualdade social é cruel. Ela estratifica, ela oprime, ela tira os indivíduos do mundo de trabalho e, cada vez mais, impede o desenvolvimento social de uma comunidade.

Por isso que uma das discussões em torno da desigualdade social passa pela cultura. A cultura como uma alternativa à superação das desigualdades sociais. Cada vez mais, aproximar pessoas com os mesmos ideais, com os mesmos sonhos, com os mesmos objetivos para que compartilhem das suas manifestações, dos seus gostos, da sua arte e ali possam apresentar uma alternativa a toda essa lógica capitalista de uma sociedade liberal.

E aí eu te deixo um desafio, quando tu estiver caminhando aí nas ruas da tua cidade E tu encontrar uma feira, seja de agricultores que trouxeram seus produtos pra cidade pra vender, seja uma feira de arte onde tem pessoas que compartilham aquilo que produzem, vai lá, tira um tempo da tua vida, vai ouvir algumas histórias pra te perceber que cada vez mais a cultura é sim um instrumento de inclusão social. E esse é o nosso maior desafio, guerreiros e guerreiras do Enem. Pensar a cultura como um traço da contemporaneidade. Somos homens e mulheres que vivemos em uma sociedade. Estamos inseridos num local e precisamos compartilhar um pouco das nossas vidas.

Deixo aqui o meu abraço, o meu beijo, o meu aconchego e a certeza de que em breve nós estaremos no topo do Enem. Um super beijo e até a próxima! E aí, meus amores, vocês ainda não curtiram e não se inscreveram no nosso canal?

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