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Funções e Estrutura dos Rins

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Hoje nós vamos conversar sobre dois órgãos imprescindíveis e fundamentais para o nosso organismo, os rins. Nessa aula nós vamos abordar as funções dos rins, a sua anatomia macroscópica e microscópica e também vamos falar sobre a estrutura e o funcionamento dos néfrons e o seu papel regulador durante a produção da urina. A primeira coisa que a gente pensa quando a gente fala a respeito dos rins é que a sua função é filtrar o sangue.

Mas a verdade é que as funções dos rins vão muito além do que apenas filtrar o sangue e os rins são órgãos muito mais complexos e importantes do que muita gente imagina. Sabemos que os rins fazem parte de um sistema chamado de sistema urinário ou sistema excretor. E a principal função do sistema excretor é auxiliar na homeostase do nosso organismo, controlando a quantidade de fluidos corporais e a quantidade de substâncias circulantes no nosso sangue. Essa palavra homeostase...

Homeostase ou homeostasia é muito utilizada na área médica e ela pode ser definida como o processo pelo qual o organismo mantém as suas funções internas, que são vitais para a vida, constantes, independente das condições do ambiente em que esse organismo se encontra. Em palavras mais simples, a homeostasia nada mais é... do que o equilíbrio dinâmico do nosso corpo frente às diferentes demandas ambientais ou internas.

E os rins, no processo de formação da urina, possuem um importante papel regulador que contribui e muito para a manutenção da homeostase do nosso organismo. Os rins, então, possuem um importante papel regulador, regulando diversas funções do nosso corpo. Vamos listar agora quais são as principais funções reguladoras dos rins para a gente entender melhor como esses órgãos funcionam. Os rins regulam o volume de plasma sanguíneo e, consequentemente, regulam a nossa pressão arterial.

Isso porque, de forma geral, quando o nosso volume de sangue aumenta, a pressão arterial também tende a aumentar. Os rins, então... Precisam aumentar a produção de urina para que os excessos de líquidos corporais sejam eliminados e haja o controle, a regulação da pressão arterial.

Se a pressão arterial está muito baixa, por sua vez, os rins tendem a reter esses líquidos corporais para tentar manter a pressão em níveis aceitáveis. Os rins regulam também a concentração de produtos do nosso metabolismo celular. Conforme as células vão funcionando, elas vão produzindo resíduos que precisam ser eliminados do nosso organismo. Um dos resíduos que as nossas células produzem, mas que não vai ser eliminado pelos rins, é o CO2, o dióxido de carbono, ou gás carbônico. Conforme as nossas células vão funcionando, elas produzem o gás carbônico como resíduo.

E esse gás carbônico vai ser transportado através do sangue para os nossos pulmões para serem eliminados através da respiração. O gás carbônico então não é eliminado pelos rins, mas o restante dos resíduos metabólicos vão ser eliminados por eles. Outro resíduo que as nossas células produzem são as excretas nitrogenadas ou os catabólitos nitrogenados.

que são produzidos decorrentes do metabolismo das proteínas. Os aminoácidos que compõem as proteínas possuem na sua composição química um grupo amina e esse grupo possui nitrogênio na sua composição. É por isso que quando eles são metabolizados, eles geram resíduos que nós chamamos de nitrogenados. Os principais resíduos nitrogenados produzidos pelas nossas células são a amônia e o ácido úrico.

Só que a amônia é extremamente tóxica para o nosso organismo. Então o corpo, de forma muito inteligente, trata de transformar a amônia no fígado em ureia. A amônia, então, é transformada pelo fígado em ureia. através de uma sequência de reações químicas chamadas de ciclo da ureia. Outro composto nitrogenado importante que o nosso corpo produz é a creatinina.

A creatinina é formada a partir da degradação da creatina muscular. Cada vez que os nossos músculos contraem, eles produzem uma certa quantidade de creatina. E como a creatina é produzida e eliminada pelo nosso corpo de forma mais ou menos constante, Ela é utilizada como um dos parâmetros para que a gente avalie a função renal. Nessa de eliminar substâncias tóxicas que não podem acumular no nosso corpo, além de eliminar substâncias produzidas pelas próprias células, os rins também eliminam as substâncias tóxicas que nós ingerimos, como medicamentos ou drogas. Só que os rins eliminam não só aquilo que não é necessário para o nosso corpo, Eles eliminam também substâncias que são importantes para o nosso organismo, mas que não podem estar em excesso, que precisam ser mantidas sempre em níveis ideais.

Isso acontece com os nossos eletrólitos. Os eletrólitos como sódio, potássio, cálcio, magnésio, bicarbonato, são importantes para o bom funcionamento do nosso organismo, mas eles não podem acumular. Portanto, os rins atuam regulando a quantidade de eletrólitos circulantes no nosso sangue.

Os rins também regulam o pH plasmático, ou seja, os níveis de acidez do nosso sangue. E ele faz isso através do equilíbrio de íons H+, porque quanto mais íons hidrogênio o nosso sangue tiver, mais ácido ele vai estar. E os rins controlam também as concentrações de bicarbonato. Então, por exemplo, se o sangue está muito ácido, os rins tratam de eliminar mais íons H+, e reter mais bicarbonato. Se o sangue tiver muito alcalino, por sua vez, os rins eliminam mais bicarbonato e retém mais íons H+.

Além de tudo isso, Os rins também possuem uma importante função endócrina, produzindo hormônios como a eritropoetina, que vai agir estimulando a nossa medula óssea a produzir células sanguíneas, produzir hemácias. E os rins produzem também a renina, que é um hormônio que faz parte do famoso sistema renina-angiotensina-aldosterona, que é o... Atua no controle da pressão arterial e no balanço de sódio do nosso organismo. Por último, os rins também são responsáveis pela ativação da vitamina D. E como os rins também controlam as concentrações de cálcio e fósforo no nosso organismo, eles têm um papel importante na manutenção da saúde dos nossos...

ossos. Aposto que você não conhecia essa função dos rins. Bom, agora que a gente já entendeu quais são as principais funções reguladoras dos nossos rins, vamos entender o contexto anatômico desses rins, o contexto macroscópico anatômico dos rins no nosso corpo.

Os rins são órgãos pares, ou seja, nós temos dois rins. de coloração vermelho a marronzada, que tem um formato parecido com o formato de um feijão. Eles estão localizados na parte posterior e superior da nossa cavidade abdominal, um de cada lado da coluna vertebral.

E eles ficam atrás do peritônio, por isso eles são chamados de órgãos retroperitoniais. O peritone é uma membrana serosa que reveste a cavidade abdominal e reveste também os órgãos digestivos. Os rins, então, são localizados atrás dessa membrana. Eles também ficam abaixo do diafragma, que é o principal músculo da nossa respiração, e que separa o tórax do abdômen.

E eles são protegidos pelas nossas últimas costelas, chamadas de costelas. flutuantes. Assim como a maior parte dos nossos órgãos internos, os rins também possuem uma camada de tecido conjuntivo revestindo e protegendo a sua estrutura, que nós chamamos de cápsula fibrosa.

É uma cápsula transparente conjuntiva que protege os rins. Apesar de ter um formato parecido com um feijão, Os rins são bem maiores do que feijões. Eles têm um tamanho aí mais ou menos de 11 a 13 centímetros de comprimento, aproximadamente o tamanho de um punho fechado.

Vamos olhar mais de perto aqui a parte externa do rin. Anatomicamente, o rim é composto por uma superfície, uma face anterior, que está voltada para a parte da frente do organismo, e uma superfície, uma face posterior, voltada para as costas do indivíduo. O rim também possui dois polos, um polo superior e um polo inferior, e bordas, a borda lateral, que é convexa, e a borda medial, que é...

côncava. Na borda medial do rim, essa borda côncava do rim, que está voltada para a linha média do corpo, a gente observa o hilo renal, que é uma depressão aonde penetra o pedículo renal. O pedículo renal são todas as estruturas que entram e saem do rim e conectam o rim ao estante do corpo. Então fazem parte do pedículo renal as artérias e as veias renais, a pelve renal e os vasos linfáticos. A pelve renal é a estrutura que vai conduzir a urina que está sendo produzida nos néfrons até a tubulação responsável por transportar a urina dos rins até a bexiga urinária.

Essa tubulação, esse tubinho, é chamado de ureter. Como já foi dito, os rins fazem parte de um sistema, o sistema urinário, o sistema excretor. Os rins são os principais órgãos desse sistema, mas fazem parte também dele os ureteres.

Então, saindo de cada rim, a gente tem um ureter, como eu falei, responsável por conduzir a urina dos rins até a bexiga. Temos também a bexiga urinária, que é um órgão que tem grande capacidade de distensibilidade, cuja única função é armazenar urina. Que apesar de ser a sua única função, é uma função importante. Imagina a gente passar o dia aí gotejando urina, né?

E conduzindo a urina da bexiga até o meio externo do corpo, ó. nós temos mais um caninho, mais um tubinho, chamado de uretra. O sistema excretor, portanto, é composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. Agora, para a gente observar a parte interna dos rins, vamos ver um slide que fica um pouquinho mais fácil da gente entender.

Muito bem, gente. Então, continuando a falar a respeito da anatomia macroscópica, dos rins, a gente observa aqui um rim que está seccionado. E na parte interna dos rins, a gente observa aqui algumas estruturas.

Em primeiro lugar, anatomicamente, os nossos rins, eles são divididos aí numa parte mais externa, denominada córtex renal. E nós temos também uma parte mais interna, que é chamada de medula renal. Essas nomenclaturas, córtex e medula, elas são muito utilizadas aí na anatomia humana para designar a parte externa, o córtex, e a parte interna, a medula, de alguns órgãos do nosso corpo. A palavra córtex, ela vem do latim e significa casca. Então nós temos não só o córtex renal, que é a parte externa ou a casca dos nossos rins, temos também o córtex cerebral, por exemplo, que designa a parte externa do nosso cérebro.

Assim como córtex, a palavra medula também é utilizada para outros órgãos e a palavra medula também vem do latim e significa miolo. E é por isso que aqui nos nossos rins nós temos então anatomicamente uma região mais externa, que nós chamamos de córtex renal, e uma região mais interna chamada de medula renal. Aqui na região da medula renal, nós também observamos uma série de estruturas que tem um formato triangular ou um formato de uma pirâmide, e a essas estruturas nós damos o nome de Pirâmides renais. As pirâmides renais, elas estão intercaladas por espaços que nós chamamos de Colunas renais. Então nós temos aqui os espaços entre as pirâmides renais, são denominados coluna renal.

Então temos pirâmide, coluna, pirâmide, coluna, pirâmide e coluna. Cada pirâmide renal, ela se projeta no interior de uma pequena depressão. que nós chamamos de cálice menor.

A urina que está sendo produzida nos rins, ela acaba desembocando, caindo aqui nos cálices menores. Os cálices menores se unem para formar uma estrutura um pouquinho maior, que nós chamamos de cálice maior. E, posteriormente, os cálices maiores, eles se reúnem formando a... Pelve renal. A pelve renal é uma estrutura que tem um formato de funil e ela vai dar continuidade para uma outra estrutura denominada ureter.

Os ureteres, por sua vez, encaminham a urina que foi recolhida aqui pelos cálices e pela pelve renal até a bexiga urinária. E a respeito da bexiga nós já falamos, ela tem o único objetivo de armazenar a nossa urina. Então novamente as estruturas macroscópicas que estão na parte interna do rim são aí o córtex renal, que é a região mais externa do rim, a medula renal que representa essa região mais interna dos nossos rins.

Na medula renal nós temos as... pirâmides renais, que são essas estruturas em formato de triângulo, de pirâmides. Entre as pirâmides renais temos espaços denominados colunas renais. A urina produzida nos rins vai ser recolhida pelos cálices menores, que se unem em cálices maiores, que por sua vez acabam por formar a pelve renal, uma estrutura em formato de funil.

que vai ter continuidade no ureter, que encaminha a urina dos rins até a bexiga urinária. Vamos observar agora qual que é a estrutura vascular que forma os nossos rins, os vasos sanguíneos renais. Pensem comigo, todo o sangue do corpo precisa passar pelos rins para ser filtrado por eles.

Então os rins precisam ter uma estrutura vascular. vascular aí muito bem organizada para que todo o sangue do corpo consiga passar por eles, eles consigam exercer o seu papel de filtrar esse sangue, formar a urina e controlar todas as outras substâncias circulantes no nosso organismo, como a gente já viu no começo. Então o sangue ele entra nos rins a partir da artéria renal, a artéria renal que vem da aorta abdominal.

E lá dentro dos rins, a artéria renal vai se dividir nas artérias interlobares, que passam entre as pirâmides renais, através das colunas renais. As artérias interlobares, por sua vez, se dividem nas artérias arqueadas, na transição entre o córtex e a medula renal. E a partir das artérias arqueadas, Ramificam-se aí inúmeras artérias interlobulares, que se distribuem no interior do córtex renal e, por sua vez, se subdividem nas arteríolas aferentes. As arteríolas aferentes são os vasos sanguíneos que vão efetivamente entrar dentro dos nossos néfrons.

que são as unidades funcionais do nosso rim. Os néfrons são os grandes responsáveis pela função renal. Mas a gente vai falar a respeito dos néfrons aí um pouquinho mais pra frente. Então o sangue aí após passar por toda a estrutura dos néfrons e ser filtrado por eles, ele precisa ser recolhido de volta pra sair dos rins.

E aí ele vai fazer o caminho inverso, agora não por artérias, mas por veias. que estão representadas aqui na cor azul. Então o sangue vai sair da estrutura dos néfrons.

E vai ser drenado aí para o interior das veias interlobulares. Depois vai passar pelas veias arqueadas, pelas veias interlobares, até chegar na veia renal, que vai desembocar na veia cava inferior.