Oi gente, tudo bem com todo mundo? Espero que sim, né? Bom, mais uma semana e continuamos com a nossa aula sobre imunidade contra os micro-organismos.
E a aula de hoje, a gente vai falar especificamente como é essa imunidade contra os vírus. que é um tipo de micro-organismo bem interessante, né? Como eu falei lá na nossa primeira aula, quando eu estava postando a primeira aula sobre imunidade contra os micro-organismos, a gente falou inicialmente que eu ia dividir essa aula em... cinco subaulas. Então a primeira aula já foi, que foi a imunidade contra as bactérias extracelulares e nessa aula, inclusive, eu fiz um resumo sobre alguns conceitos importantes em microbiologia para a gente poder entender melhor essa aula.
Aí na sequência eu já gravei a aula que já está, inclusive, publicada, a aula de imunidade contra as bactérias intracelulares e a última que eu gravei foi a imunidade contra os fungos. que foi a aula 3 e hoje como vocês estão vendo aqui embaixo na aula 4 é a imunidade contra os vírus e para a gente finalizar na próxima semana a gente faz a finalização da imunidade contra os microrganismos que serão os parasitas que a aula 5 e aí contra os parasitas a gente tem que falar que os parasitas são aqueles parasitas protozoários e os para mim e os parasitas multicelulares que são os eumintos, por exemplo. Bom, na aula de hoje, quando a gente fala de vírus, os vírus são elementos que eles não têm metabolismo próprio. O que significa isso?
Eles não conseguem se replicar sozinhos e nem sintetizar as próprias proteínas. A gente sabe que as partículas virais, elas têm um capsídeo, que dentro desse capsídeo a gente encontra o material genético do vírus. Só que para que esse vírus sintetize... estetize esse material proteico que faz parte do seu capsídeo e ele consiga se multiplicar, ele obrigatoriamente precisa infectar uma célula hospedeira.
E essas células hospedeiras são células variadas no nosso corpo, por exemplo, mas existem vírus que além que infectam os seres humanos, vírus que infectam animais, que infectam plantas, vírus que infectam até bactérias, que infectam bacteriófagos. Então a gente tem uma... uma gama muito grande de micro-organismos virais, dessas partículas virais, na natureza e que acabam fazendo infecções praticamente em quase todos os reinos que a gente conhece aí, os vírus podem fazer infecções nos seres vivos. E eles são considerados parasitas intracelulares obrigatórios porque, obrigatoriamente, como eu falei antes, eles não conseguem fazer a sua síntese proteica nem a sua replicação, então eles usam do que? O que?
Eles usam da maquinaria de síntese proteica das células do hospedeiro. Então, ele vai usar os ribossomos, que são as maquininhas que produzem as proteínas, para que eles possam, então, fazer as proteínas virais. Os capsômeros, que são feitos inicialmente, depois esses capsômeros se juntam formando os capsídeos.
E esses capsídeos, então, quando completos, o material genético viral é colocado dentro desse capsídeo e aí os vírus, então, saem daquelas células. célula hospedeira em busca de outras células. Logicamente, como a gente tem muitas espécies de vírus, o comportamento de cada vírus vai variando de acordo com o seu comportamento daquela espécie.
O que a gente vai ver hoje é justamente como o sistema imunológico reage frente à presença desses vírus. Sabemos que temos respostas específicas para isso. Mas a gente vai falar um pouco mais também em detalhes sobre os mecanismos de evasão, que a gente sabe que as doenças são causadas e elas persistem porque a gente, dependendo do micro-organismo, que a gente já vem vendo aí em outras aulas, dependendo do micro-organismo, a gente não consegue eliminar esse micro-organismo de maneira fácil. E... Por quê?
Porque ele faz mecanismos de mudanças na sua célula, no caso o vírus não é uma célula, mas ele faz mecanismos que ele pode se alterar, que são as mutações que ele faz. E também eles podem atrapalhar a resposta imunológica. A gente vai ver isso do meio para o final da nossa aula de hoje.
Tá bem, gente? Então vamos acompanhar aqui a aulinha sobre essa imunidade contra os micro-organismos, mais especificamente a aulinha. A aula 4, como a gente vê aqui embaixo, aula de vírus.
Eu vou só tirar a gravação aqui do meu rosto, porque o que importa, como eu sempre falo, são os slides que a gente vê aqui. Os slides que foram preparados aqui com todo carinho para que vocês possam entender da melhor forma possível como que funcionam então esses mecanismos de... resposta imunológica.
Bom, os vírus, então, como a gente sabe, né, inclusive depois de uma pandemia aí de um pouco mais de dois anos, a gente viu que os vírus causam doenças, né, por quais mecanismos? Por mecanismos variados. Deixa eu só pegar aqui uma caneta para eu começar a arriscar. Então, quais são esses mecanismos, né? Então, o vírus, ele pode, por exemplo, causar resposta inflamatória e nessa resposta...
inflamatória, a gente sabe que eu tenho produção de citocinas e essas citocinas, quando elas estão em excesso, eu posso causar, então, uma tempestade de citocina. Como a gente até ouviu falar agora na pandemia de coronavírus, que nós tivemos uma quantidade grande de pessoas que sofreram com a tempestade de citocinas por conta que você não conseguia eliminar esse vírus. Então, as infecções persistentes e esse excesso de citocinas justamente...
pela presença do micro-organismo ali, você tem alguns efeitos colaterais por esse excesso de citocinas, como, por exemplo, podem aparecer trombos intravasculares, você pode ter também uma redução na pressão arterial, mas eu não vou entrar em detalhes com isso porque na aula, na nossa primeira aula, que foi a nossa aula de imunidade às bactérias extracelulares, teve um ou dois slides lá que eu falei um pouco mais sobre esse mecanismo da tempestade de citocinas. Falei, inclusive, dos superantígenos, que eles promovem esse processo de excesso de citocina, consequentemente, levando uma resposta inflamatória exacerbada, que vão levar a sinais e sintomas do paciente. Então, os mecanismos. Então, se tem uma resposta inflamatória, você pode ter infecções latentes e essas infecções vão causando destruição das células.
Como exemplo, eu tenho o HIV, que é o vírus da imunodeficiência. humana. Esse vírus, quando ele entra em contato com o nosso organismo, ele vai fazendo a destruição celular aos poucos, ao longo dos anos, e aí até o indivíduo ficar bem suprimido, com pouca quantidade de células T, que ele infecta as células TCD4. E aqui, mais para frente, eu preparei um slide para explicar um pouquinho melhor como que é esse mecanismo aí que o HIV leva. leva para a destruição da célula.
Outro mecanismo que pode causar doença interfere com a síntese proteica normal da célula, porque assim gente, todas as nossas células, as células que tem núcleo, que tem lá as organelas, os ribossomos, elas fazem proteínas que serão utilizadas dentro da própria célula, essas proteínas, ou proteínas que serão secretadas dessa célula para atividades da cirurgia normal daquele ser vivo. vivo. Acontece que, quando uma célula está infectada com o vírus, o vírus direciona a síntese proteica para ele, para que ele possa fazer, então, o quê?
A síntese de proteínas virais, para que ele possa fazer novos capsídeos virais, propagação desses vírus nessa célula, para que ele possa sair dessa célula inicial e infecte outras células e o ciclo sempre recomece. Além disso, outro mecanismo mecanismo de doença é a morte da célula infectada. Sabemos que ou a célula morre pela ação do próprio vírus ou você tem resposta imunológica específica que vai matar aquela célula e tudo isso, esses mecanismos, eles vão fazer o que? Eles vão gerar doença no hospedeiro que possui.
Bom, então vamos ver quais são os efeitos? Prejudiciais que o vírus que leva a AIDS, que é o HIV, que é o vírus da imunodeficiência humana, faz sobre os linfócitos T. Eu tenho uma aula aqui no canal, que é uma aula só de HIV, que a gente... Explica em detalhe como acontece o processo de infecção e o processo de morte das células TCD4.
Lembrando, as células TCD4, gente, são células que fazem parte da resposta imune adaptativa. Mais especificamente a resposta... imune celular.
E aí você tem lá a ativação de células TCD4, que podem se diferenciar para perfis de ativação. TH1, TH2, TH17, TH3. E aí também tem as células TCD8, mas quando o HIV entra em contato com o nosso organismo, ele entra... nas células que tem alguns receptores de membrana, como por exemplo o CD4 e os receptores de quimiocina. Então a principal célula que vai ser a principal prejudicada nas infecções por HIV são as células TCD4.
E como que esse prejuízo, esse efeito deletério, olha o título do slide, efeitos deletérios do HIV sobre as células TCD4. Então como que esse vírus... vai causar um efeito deletério na célula.
Vamos olhar essa figura aqui, gente? O que eu observo aqui? Uma célula, uma célula T, e tem alguns elementos já aqui.
Então, essa célula está infectada, tanto é que eu vejo aqui alguns produtos virais sendo produzidos. Existem alguns produtos virais também aqui na membrana da célula que está infectada. E aqui o que a gente está vendo é a saída, a saída de um vírus do HIV. Saindo de uma célula TCD4 e esse vírus, quando ele sair, ele vai procurar uma outra célula para fazer infecção. Quando a gente observa aqui nessa figura, a gente está vendo que ele está levando um pedaço da membrana plasmática da célula.
Essa membrana plasmática que sai junto com o vírus, o nome dela, depois que se destaca, né? Essa partícula viral se destaca da célula hospedeira. Esse trechinho de membrana passa a ser chamado de... envelope. Então, o que é que eu tenho nas infecções por HIV nas células TCD4?
Então, eu tenho constante perda de membrana plasmática. Sabemos que na membrana plasmática existem as bombas de troca de íons, né? Então, por exemplo, as mais comuns são a bomba de sódio e potássio, que provavelmente vocês, no curso de vocês de graduação, lá no primeiro, segundo semestre, já ouviram falar dessas trocas iônicas. a bomba de sódio, potássio e existem outras bombas também.
Acontece que quando a infecção viral está funcionando e essas células que estão portando esses vírus estão em intensa atividade em produção de partícula viral e o vírus é um vírus envelopado, no caso do HIV, ele leva trecho de membrana que vai ser o envelope do vírus. Então ele sai... Ele vai levando muita membrana, então essa constante perda de membrana leva então um prejuízo no fluxo desses íons.
Então por conta disso, a célula deixa de ficar estável, a célula então não fica mais com condições de vida porque ela não tem mais como fazer suas trocas iônicas com o meio que ela está e ela acaba então morrendo. Então esse é um dos mecanismos. de efeito deletério prejudicial do HIV sobre a célula TCD4.
É essa constante perda de membrana plasmática. Um outro processo que pode levar à doença e morte das células TCD4 é justamente a síntese de proteínas virais. Como eu falei, as células estão cheias de vírus, de partículas virais que estão ali sendo formadas e elas precisam... da ajuda dos ribossomos das próprias células para que façam as proteínas virais.
E aí a célula deixa de produzir proteínas essenciais para a sobrevida da própria célula. Consequentemente, isso acaba sendo um fator que vai contribuir para a imunossupressão, ou seja, vai contribuir para eu matar essa célula TCD4. Então, a gente já viu dois processos aqui, né? A constante perda de membrana plasmática.
consequentemente atrapalha o fluxo de íons da célula, que é essencial para a sobrevivência da célula. Então a célula pode morrer por esse motivo. Outro mecanismo é a síntese proteica viral, que é intensa nessa célula. Consequentemente a célula deixa de fazer proteínas essenciais para a sobrevida da própria célula. E um terceiro mecanismo é a expressão dessas GPs.
Estão vendo aqui? Essa rosinha é a GP. GP120 e essa verdinha que está aqui é a GP41.
Elas são glicoproteínas que são importantes para a infecção do vírus em uma próxima célula. Então a gente está vendo aqui, por exemplo, uma partícula viral e essa partícula viral que está emergindo da célula hospedeira, ela tem o que no seu envelope? Essa GP120 e GP41. Acontece que quando eu tenho a presença, então...
Essas GP são importantes para a infecção de uma próxima célula T, que é uma célula que não vai estar infectada. Acontece que essas células T, elas podem entrar em contato com... com outras células. Por exemplo, uma célula T que está infectada, aqui, se ela entra em contato com uma outra célula T que não está infectada, na membrana dessa outra célula, vou até desenhar aqui, uma célula, ela vai ter o que? O CD4 de membrana e os receptores de quimiocina aqui.
Então, inicialmente, a GP120 do envelope do vírus vai se ligar ao CD4, depois ao receptor de quimiocina para fazer a infecção. Mas como eu já tenho essas GPs na membrana da célula, porque é importante quando o vírus sai e leva a membrana, que já tem essas GPs, a 120 e a 41 na membrana. Acontece que se eu encontro uma célula normal, deixa eu apagar aqui só algumas, espera aí, aqui ó, apagar o excesso de riscos, né?
Se eu tenho lá, por exemplo, uma célula normal e essa célula normal que não está infectada, encosta o CD4 dela, Na GP120 de uma célula que está infectada, o que é que vocês acham que vai acontecer? Eu tenho a ligação da GP120 inicialmente ao CD4, vou ter uma mudança conformacional dessa GP120, exposição da GP41 que passa a se ligar aos receptores de quimiocina e funde a membrana da célula infectada com a membrana da célula não infectada. Então, eu tenho a junção de duas células.
E aí eu posso ter a junção de mais células, de outras células que vão formando uma espécie de cincício, que é um aglomerado de células T. Então, pela expressão de GP120 e GP41 na membrana das células infectadas e quando elas encontram células não infectadas, outras células T, tá gente? Que tem o CD4 de membrana e os receptores de quimiocina. Uma célula vai grudando na outra e vai formando, então, os cincícios.
E esses são linfócitos pouco funcionais e acabam ficando o quê? Suscetíveis à morte. Então, por isso que a gente vê a supressão, que pode ser muito grave em pacientes que são soropositivos para HIV e não fazem uso de medicação, seja lá porque o motivo que seja, não usa medicação.
E aí acontece que esses mecanismos que a gente acabou de ver vão acontecendo no indivíduo e é por isso que o indivíduo acaba morrendo, porque ele fica suprimido de células T. Consequentemente, a resposta imunológica dele fica toda comprometida e esse indivíduo acaba morrendo então. Bom, para a gente falar um pouco mais da imunidade dos vírus, quando eu tenho uma infecção viral, a gente trabalha sempre com a imunidade do hospedeiro. E a imunidade, a resposta imunológica, ela começa então pelos mecanismos que são os mecanismos inatos, que são aqueles que já são prontos, já estão prontos, os mecanismos mais precoces que acontecem. Então eles estão colocados aonde?
Na resposta imune inata. E aí como a gente vê aqui nesse gráfico, então eu tenho aqui dias após a infecção e no eixo Y a gente está vendo aqui a magnitude da resposta. E a infecção, essa risca aqui indica o título dos vírus e as outras linhas estão marcadas.
Então, por exemplo, intérferos do tipo 1, aqui em células NK, a linha vermelha são células TCD8, o linfócito dos t-citotóxicos, que a sigla é CTL, e os anticorpos. Então, na resposta imunológica, inicialmente, o que a gente vai ter? A produção de...
quantidade grande de intérferos, que são os intérferos do tipo 1, o intérfero alfa e o intérfero beta. Um pouquinho mais para frente, que vai ser o próximo slide, eu vou explicar um pouco melhor como funcionam esses intérferos do tipo 1. Tem também as células natural killer, ou células DNK. Essas células, então, elas trabalham matando as células infectadas por vírus.
Eu tenho uma aula aqui no canal, gente, que é uma aula de resposta imuninata 2. E nessa aula eu mostro o funcionamento da célula NK. Para quem não se lembra, dá uma espiada lá na aula. E aí, conforme os dias vão passando, a gente vai tendo uma tendência a ter uma resposta imunológica mais específica. E nessa resposta mais específica, o que a gente vai ter?
A gente vai ter que a resposta adaptativa, nós vamos ter a formação de uma resposta de células T. E essas células T são as TCD4, que polarizam para um perfil. TH1, que a gente já viu inclusive na aula de micro-organismos intracelulares, que eu tenho uma participação da célula TH1 para vírus, como ele é obrigatoriamente intracelular.
Então eu também tenho a célula... TH1 trabalhando. E dos linfócitos TCD8, que são CTLs, como a gente vê aqui, CTL, que é Cytotoxy T-Lymphocyte. Lembrem, as siglas que a gente vê na imunologia são sempre siglas que vieram do termo em inglês. E também, em etapas mais tardias da resposta imunológica para vírus, a gente tem a presença dos...
Anticorpos. E esses anticorpos fazem o processo de neutralização desses vírus para facilitar a remoção deles. Então, são vários mecanismos.
Hoje, a gente não vai entrar em detalhes especificamente de cada um desses mecanismos, porque o nosso curso de... a tecnologia que tem no canal, a gente tem lá explicando direitinho. Então, por exemplo, eu tenho uma aula de célula TCD8, eu tenho uma outra aula de célula TH1, TH2.
Então, aí as aulas específicas, caso a gente queira saber, a gente tem que... tem que assistir essas aulas. Essas aulas mais tardias, então a gente está vendo o que?
Como a gente viu desde o começo, que a resposta, a imunidade contra os micro-organismos é um capítulo do livro do Abbas, que o livro que eu uso é o capítulo 16. Então, esses mecanismos todos, se a gente for ver pelo capítulo do livro, todos esses mecanismos já foram estudados antes. Então, essas aulas são para alunos que estão um pouco mais adiantados e que... que já sabem como funcionam os mecanismos da resposta imunológica.
E aí a gente separou nos micro-organismos, bactérias, células, bactéria intra, fungo e aula de hoje vírus, para a gente ver um pouco mais de detalhe como que é a resposta para esses seres vivos. E hoje são os vírus. Bom, então falando então dos mecanismos imunológicos, né? A resposta imune inata, que é aquela que está mais pronta, então eu tenho os intérferos. intérferons do tipo 1, o alfa e o beta.
Gente, esses intérferons, geralmente o que você ouve? Ah, intérferon gama, o intérferon gama ativa macrófago. Ah, o intérferon gama é produzido por célula NK, por célula TH1. Não é?
Todo mundo já ouviu falar do intérferon gama. Agora, os intérferons do tipo 1, não é sempre que a gente ouve falar deles. Esses intérferons, eles têm uma participação que eles deixam a célula infectada em um estado antiviral.
E esses intérferos do tipo 1 são produzidos por algumas células, mas principalmente por essas células aqui, ó. São as células dendríticas plasmocitoides. E elas recebem esse nome, gente, de plasmocitoides, porque essas células parecem muito com plasmócitos. Lembram dos plasmócitos? Linfócito B, quando faz o reconhecimento do antígeno, prolifera, né?
Ela se multiplica e algumas delas já se diferenciam. em plasmócitos. Esses plasmócitos são células mais arredondadas, mas como ela tem alguns fatores de comprometimento que determinam que ela é uma dendrítica, a gente fala que ela é uma célula dendrítica.
Célula dendrítica plasmocitoide, porque se assemelha a um plasmócito. E essas células, então, que elas habitam basicamente a corrente sanguínea, é elas que produzem esses intérferos do tipo 1. E esses intérferos do tipo 1, o que é que eles fazem? Então, eles fazem a inibição da síntese proteica viral.
Então, mesmo que a célula esteja infectada, se a gente consegue inibir a síntese proteica dos vírus dentro da célula, já é uma coisa legal, né? Meio que já vai brecando a atividade do vírus. Outra, ele também faz a degradação do RNA viral, inibe a expressão gênica dos vírus e inibe a montagem de novos vírus. Ou seja...
Quando eu tenho a presença dos intérferos do tipo 1, o alfa e o beta, ele faz tudo isso com a célula que já está infectada. Não necessariamente vai matar a célula infectada e acabar com a infecção viral, mas já é um mecanismo inato que essas células dendríticas plasmocitoides promovem pela produção desse intérfero do tipo 1, que já segura ali as pontas da infecção viral até os mecanismos adaptativos ficarem prontos. Não é verdade?
Bom, então, além dos intérferos do tipo 1, para essa imunidade mais rápida, que é a inata contra os vírus, eu também tenho as células natural killer, que são as células NK. Essas células identificam células infectadas, os mecanismos pelos quais isso acontece eu não vou explicar hoje, porque já tem uma aula gravada disso, é a aula de imunidade inata, a aula 2, que a gente explica direitinho ali como a célula NK faz. Mas... rapidamente o que essa célula faz.
Eu tenho aqui alguns grânulos, estão vendo? Aqui está o núcleo da célula NK. Ela tem alguns grânulos e esses grânulos então são despejados sobre as células infectadas, levando a apoptose da célula infectada pelo vírus. Beleza, gente? Ah, esqueci de clicar aqui.
Então o que a gente tem aqui? Os intérferos do tipo 1, quando ele inibe a síntese proteica viral, degrada o RNA viral, inibe a expressão dos genes dos vírus. inibe a montagem de novos vírus, a gente fala que essa célula entrou no estado antiviral, porque ele está tentando evitar justamente a propagação dos vírus. E aí, quando a gente fala de resposta mais específica, a gente tem lá os mecanismos da imunidade adaptativa.
Também não entraremos em detalhes aqui, mas o que a gente sabe? A resposta imune adaptativa, nós temos a resposta imune humoral e a resposta imune celular. Na resposta imunomoral, gente, o que a gente vai ter? A geração de anticorpos pela presença desse vírus, né?
E aí você vai ter a produção de anticorpos. Inicialmente, você tem anticorpo do tipo IgM. Aliás, não só para vírus, tá?
Toda vez que a gente fala de imunoglobulinas ou anticorpos, lembrem-se, temos cinco isótipos de imunoglobulinas. ou cinco tipos de imunoglobulinas, que são os anticorpos. Então, eu tenho IgM, IgB, IgG, IgA e IgE.
Quando eu tenho uma infecção inicial, e aí você faz um teste para saber se você está no começo, ou no meio, ou no final da infecção, e no seu teste, que você faz um teste de ELISA, por exemplo, para procurar IgM, ou IgM ou IgG, se você acha... Apenas em GM, isso indica o que para quem está analisando esse teste? Que o indivíduo está no começo da infecção, porque o anticorpo que está ali, ele foi produzido pelo plasmócito de vida curta, que é um plasmócito que produzia esse anticorpo rapidamente e logo depois de uns dias, essa GM deixa de ser produzida. Por quê?
Porque foi feita a troca de classe para outra classe, que no caso é a IgG. Ou IgG porque é vírus, tá gente? Mas pode ser outros, aí depende muito da infecção. Mas aí vocês vão ver aula de anticorpo também. E aí nessa resposta imune moral, você tem inicialmente a presença de IgM, que indica que a infecção é recente.
E depois de um tempo a gente já vê a presença da troca da classe, que vai ser o IgG. Para a infecção viral o que a gente tem é IgG. E ainda falando de resposta imune adaptativa, temos a resposta imune celular. Então...
Falando de resposta imunicelular, é sempre a ativação do linfócito T, ou célula T. E quando a gente fala de vírus, já que todo vírus obrigatoriamente é intracelular, qual tipo de células T que serão recrutadas para essa resposta? As células TH1, né gente?
Já falei bastante dessa célula TH1 lá na aula de bactéria intracelular, da semana retrasada. Então, vírus, a mesma coisa. Eu tenho células que são... Células TH1 e são células que produzem uma citocina que é justamente o interferon gama.
Além da célula TH1, a gente também tem a ativação dos linfócitos TCD8, que são os T-citotóxicos, que fazem exatamente a mesma coisa que as células NK. Ai, pro, se a célula NK já vai lá matar a célula infectada por vírus, pra que eu tenho que ter uma célula TCD8, uma T-citotóxica, pra fazer a mesma coisa? Gente...
A T-citotóxica, ela vai ser muito mais direcionada para aquela infecção. Ela vai ser direcionada para os epítopos específicos daquela infecção. Então, toda vez que a gente tem essa resposta imunológica frente à presença do vírus, então, o que eu tenho primeiro, né? Os fatores inatos, como eu falei.
Então, você tem lá os intérfios do tipo 1, você tem as células NK trabalhando, matando as células infectadas. Mas o que vai ser realmente efetivo para a eliminação... Daquela infecção vai ser a célula TCD8, a célula T-citotóxica, porque ela vai proliferar muito mais que a NK e ela vai ser especificamente direcionada para os epítopos, para as regiões daqueles vírus, para que eu mate pontualmente aquela infecção, para eu acabar com aquela infecção pontualmente.
Beleza, gente? Deixa eu beber mais um gole d'água. Então, falado isso da imunidade aos vírus, vamos ver quais são os mecanismos da evasão dos vírus.
Porque se existem infecções virais, como o próprio HIV, que pode levar ao desenvolvimento da AIDS, que vai matar o indivíduo, como ele consegue fazer isso? Será que tem alguma maneira que o vírus escapa da resposta do hospedeiro? Então é justamente isso que a gente vai ver, o processo de evasão desses vírus.
E quais são os mecanismos de escape ou de evasão da resposta imunológica viral? Aí, gente, a gente tem dois mecanismos. Então a gente tem a inibição da resposta imunológica, que a gente vai ver mais perto do final da aula, como que esses vírus fazem para inibir o sistema imunológico. e inibir no sistema imunológico, esses vírus ficam livres para crescerem nas células do hospedeiro. E um outro mecanismo que os vírus usam é justamente a variação antigênica.
Olha esse termo, variação. O que é isso, variação? Ele varia o quê? Os antígenos dele. Então ele muda a cara do vírus.
Se você tem o contato com o vírus, aí você tá montando uma resposta imunológica ali, né? Começando com os eventos inatos, aí tende pra uma resposta mais específica, aí você faz a célula TCD8, você faz anticorpo, você faz IgG, você faz o escambau ali pra matar o vírus. O que que vai acontecer? O vírus muta, ele fica diferente, os antígenos dele mudaram.
Então aquele anticorpo que foi específico pra aquele vírus que fez a infecção inicial, já não vai ligar mais em nada, por quê? Porque o vírus tá... diferente, ele passou por um processo de variação antigênica.
E é justamente essa variação antigênica que a gente vai ver agora. Então, na evasão dos vírus, nesse processo de evasão, temos aí, como a gente falou, a inibição da resposta imune, que a gente vai ver para o final da aula, e a variação antigênica que a gente vai ver agora. Na variação antigênica, eu posso ter dois processos acontecendo aí. As mutações pontuais, porque as mutações, a mutação acontece no genoma, né gente?
O que é o genoma? É o conteúdo genético daquele vírus. O vírus, diferente de outros organismos vivos, eles apresentam seu material genético ou eles são vírus que o material genético deles é uma fita de DNA ou existem vírus que a fita...
material genético desse vírus é RNA. E uma coisa muito esquisita também com relação aos vírus é que o DNA ele pode ser de dupla fita ou simples fita e o RNA a mesma coisa, RNA de dupla fita ou RNA de simples fita. E isso só acontece nos vírus, tá gente?
Por exemplo, nos outros seres vivos, nós seres humanos. Como que é nosso DNA? Nosso DNA sempre é um DNA de fita dupla, né?
Que tá em hélice. E o nosso RNA, o nosso RNA mensageiro? RNA mensageiro é fita simples, sempre.
Então, e no vírus não é bem assim que acontece. Nas nossas células a gente encontra o quê? DNA e RNA. Nos vírus, não. A partícula viral ou vai ser uma partícula viral de DNA, de dupla fita ou simples fita, ou o vírus vai ser o quê?
Um vírus de RNA, de dupla fita ou de simples fita. Então, essas loucuras aí todas acontecem aonde? Apenas nos vírus.
E as mutações pontuais é quando eu tenho alguma alteração no genoma desses vírus, daquelas letrinhas. Lembram que a citosina liga com a gonina, a adenina liga com a timina, mas se for uma fita de RNA eu tenho uracila. Eu posso ter alterações nessas letras, então eu vou ter o quê? Uma mutação desse vírus. E essa mutação acontecendo, esse gene que vai ser feito para fazer uma determinada proteína, Essa proteína vai ser diferente porque o gene foi mutado, consequentemente a proteína, a sequência de aminoácidos já não é mais a mesma.
E pode ser que essa proteína seja mais eficiente, por exemplo, para infecção ou menos eficiente. E outra coisa que acontece também nas variações antigênicas, a gente vê a mutação pontual, que é quando um gene é alterado pontualmente, ou a gente ainda tem os rearranjos de genomas.... Aí quando a gente pensa, vamos pensar nessas duas palavrinhas, ó.
Rearranjo dos genomas. Se são genomas, então a gente já não pensa mais que é um vírus apenas, né? Então tem o que?
A combinação de mais de um vírus. Então na mutação pontual, olha o que acontece. Esse vírus, quando ele entra no hospedeiro, ele pode fazer a mutação, formando então o que?
Uma nova variante. Representada aqui por essa bolinha, a bolinha roxa aqui. É quando...
É como o vírus estava quando ele infectou o hospedeiro e aí dentro do hospedeiro ele fez a mutação pontual. Então a proteína que era assim, bolinha roxa, a proteína ficou desse outro jeito, formando o que? Uma nova variante.
É assim que aparecem as novas variantes, inclusive na pandemia do coronavírus, da covid-19 que aconteceu aí há tão pouco tempo e algumas pessoas ainda estão aí rolando com a doença, né? Era isso que o vírus faz, fazendo essas mutações. Por isso que o vírus pode ser que com as mutações ele fique mais potente. E quando a gente fala de rearranjo de genomas, olha aqui esse exemplo.
Eu tenho aqui três vírus e para mostrar que são vírus diferentes, eu coloquei aqui um vírus com as bolinhas roxinhas, amarelas e verdes. E aí o que acontece? Em um determinado hospedeiro, eu tenho a recombinação desses vírus, formando então o quê?
O quê? O quê? Uma nova variante também. Então, para eu ter novas variantes, novas cepas virais, elas podem acontecer por dois processos.
As mutações pontuais ou os rearranjos de genomas. Beleza? Bom, vamos ver como é que isso funciona aqui. Então, na mutação pontual, gente, que é a mutação antigênica menor, que também é chamada, menor por quê?
Porque eu vou ter a mutação de um determinado gene apenas. Está vendo? O vírus era desse jeito. Então, tem aqui o vírus influenza, que é o vírus que causa gripe. Ele, no hospedeiro, ele acontece o quê?
Ele entra desse jeito, mas lá no hospedeiro... ele vai fazer o quê? Ele vai fazer mutação ou mutações e quando ele vai ser transmitido para uma outra pessoa, como ele fez mutação, ele apresenta o quê? Uma mutação no gene e, consequentemente, aquela proteína dele vai ficar diferente também.
Então, quando ele vai infectar uma outra pessoa, já não é mais o mesmo vírus idêntico de quando ele entrou no primeiro indivíduo. Então, aqui é o indivíduo 1 e indivíduo 2, certo, gente? Então, quando o vírus entra aqui, ele é de um jeito.
Entrou no indivíduo, ele pode fazer a mutação e quando ele vai para um outro indivíduo, ele já está diferente. Chamamos isso de mutação pontual, mutação antigênica menor ou antigenic drift. Coloquei só esse termo em inglês porque às vezes vocês estão lendo algum artigo e aparece essa palavra antigenic drift.
Que diabo que é isso? É uma mutação pontual, beleza? Bom, quando a gente fala então dos rearranjos dos genomas... Olha o exemplo que eu tenho aqui.
Então, a gente tem, por exemplo, a influenza suína, a gripe do porco, a influenza aviária e a influenza humana. O que pode acontecer é que no corpinho do porco, você teve a recombinação dessas três cepas virais, todas são influenza, e aí você forma o quê? Uma cepa nova, porque você fez o quê?
Um rearranjo do genoma, que é a mutação maior. E aí, o que aconteceu, inclusive, em 2009, que foi uma pandemia de H1N1, o que aconteceu naquela época? Deixa eu só apagar isso aqui para o slide ficar mais limpo.
Você tinha a influência aviária suína da Eurasia, com esse genoma aqui do porco, que se juntou com essa influência suína que já veio mutada da suína aviária e a humana, que era essa cepa viral. Quando ela se junta com a Eurasia... e mistura ainda mais essas fitas de RNA da influenza, você tem o que? Uma cepa de vírus com mais possibilidades genéticas e sendo mais resistente à destruição pelo sistema imunológico.
E aí você formou a influenza A, que é o H1N1, e lá em 2009 foi uma pandemia que foi bem importante e causou morte de muitas pessoas. Certo, gente? Bora fazer agora uma comparação, já que a gente teve há pouco tempo infecções do coronavírus, que é o SARS-CoV-2. Vamos comparar ele aqui com o vírus da gripe, que é o influenza.
O influenza, quando a gente pode olhar aqui nesse desenho, tá vendo que o DNA dele tá aqui dentro? O DNA, não, o genoma, o material genético do influenza, ele é todo segmentado. Na verdade, tem oito segmentinhos, pedacinhos de RNA. Ou seja, quando temos a presença de dois ou três vírus infectando uma mesma célula, como quando foi observado que o vírus da gripe aviária se recombinou com o vírus da gripe humana, lá no pouco, esse é o exemplo que eu acabei de falar para vocês, o que vai acontecer?
Nesse momento, quando há a montagem das partículas virais, acontece o embaralhamento de tantos vírus. desses pedacinhos de RNA, que aí acaba saindo um vírus completamente diferente. Não é?
Porque tem aqui um monte de pedacinho. Acontece que no coronavírus isso não acontece, no SARS-CoV isso não acontece. Por quê? Porque o genoma é de fita única. Então, no caso do coronavírus, isso não acontece porque o genoma dele é um fita de RNA único.
Assim, as mutações do SARS-CoV-2, do coronavírus... são sempre o quê? Mutações pontuais. Inclusive, a gente tem aqui a proteína Spike, que é a proteína que é importante para a infecção nas células do hospedeiro. Já foram detectadas algumas mutações que ocorreram nessa proteína Spike e é usada pelo coronavírus para entrar nas células humanas.
Beleza, gente? Então, isso aqui a gente acabou de ver. Os mecanismos pelos quais os vírus fazem essas variações antigênicas, a gente viu lá as mutações pontuais e os rearransos de genomas. E agora a gente vai partir...
para os mecanismos de evasão imunológica do vírus, né? Mas falando agora da inibição da resposta imunológica. Como que os vírus trabalham para fazer essa inibição da resposta imune?
No desenho que a gente vê aqui, tem um vírus da varíola, que é o poxvírus. E esse vírus na célula infectada, ela vai passar a produzir Moléculas que atuam como antagonistas competitivos de citocinas. Professor, que diabo que é antagonista competitivo de citocinas?
Gente, pensa comigo. Quando eu tenho uma infecção viral ou infecção de qualquer micro-organismo, o que vai acontecer? O seu sistema imunológico reconhece aquele micro-organismo como sendo algo estranho ao teu corpo e começa a montar uma resposta imune, né? Seja uma resposta TH1 para vírus, por exemplo. ou TH2, ou TH17, ou TH3, ou resposta de anticorpo, etc.
E eu vou ter nesse meio todo produção de citocinas. E tem lá citocinas pró-inflamatórias, que começam o processo de inflamação no foco da infecção, que são importantes para recrutar outras células e dar continuidade na resposta imune para aquele vírus ali, ou para aquele outro micro-organismo. Então é comum a presença de citocinas que são intermediários entre as células. para a comunicação entre essas células e para que algumas coisas aconteçam na resposta imune e para que sejam funcionais.
Então, o que o vírus faz? O pox vírus, que é esse vírus da varíola. Então, ele vai passar a produzir molécula que vai atuar como um antagonista competitivo de citocina.
Então, por exemplo, a ligação agonista, olha o que acontece. Então, digamos que esse aqui é uma citocina e ela tem que ligar nesse receptor. para ter a função dessa célula que está aqui recebendo esse agonista, essa citocina, num mecanismo normal.
Acontece que o pox vírus, ele produz o quê? Um antagonista competitivo, que vai competir pelo agonista, pela citocina. Consequentemente, a citocina não consegue chegar no seu receptor para ter a sua ação, as células ficam meio que, pô, cadê a citocina aqui? Não tem a citocina, consequentemente eu tenho uma interrupção da resposta imunológica ou quebra da resposta em alguns trechos, né? Consequentemente você não tem uma resposta imunológica tão eficiente.
Então esse aqui é um dos exemplos de como o vírus, no caso aqui o poxvírus, inibe a resposta imunológica. Um outro exemplo, gente, de inibição do mecanismo imunológico, ele é dado pelo... EBV, que é o Epstein-Barr vírus, que é o vírus que causa a mononucleose. O que vai acontecer?
Esse vírus, quando ele está infectando as células, ele faz com que as células produzam uma proteína que é homóloga à IL-10. E a IL-10 é uma citocina comum do nosso corpo também, nossas células imunológicas produzem, mas é uma citocina que é produzida mais para o final das respostas imunológicas, quando eu quero diminuir A inflamação, que já não necessita mais porque o agente infeccioso causador da doença já foi eliminado. Então eu não posso continuar com a inflamação, né? Como a gente já viu lá na primeira aula de bactérias extracelulares, a gente viu que um dos mecanismos de lesão é justamente a inflamação. Então as suas células passam a produzir IL-10, para que essa IL-10 vá diminuindo as respostas imunológicas.
Tanto é que a IL-10, TGF-beta... São consideradas citocinas anti-inflamatórias, que é justamente para diminuir a inflamação. Só que o que acontece?
Quando o Epstein-Barr vírus, ele está ativo na célula e ele passa a produzir uma proteína homóloga IL-10, isso inibe a ativação de macrófagos e células dendríticas. Quando eu tenho a inibição dessas células, que são células apresentadoras de antígenos e células fundamentais na resposta imunológica, o que acontece? Eu, de uma certa forma, eu tô inibindo a resposta imunológica pela presença do quê? De uma proteína que se parece com a IL-10.
Não tá no momento de fazer a IL-10 ainda. Tá no começo da infecção. É o momento da gente ter as citocinas pró-inflamatórias pra acabar com a infecção.
Mas o que é que o vírus faz? Parece que o vírus sabe, né? Ele sabe que se tiver a resposta imunológica correta, pode ser que ele seja eliminado. Então o que ele faz? Produz uma proteína.
que vai o que? Dar uma bobeada aqui nas células imunológicas e macrófagos e células dendríticas e, consequentemente... eu acabo não tendo uma resposta tão funcional assim. E aí é mais um mecanismo que o vírus consegue para falar, eba, estou aqui vivo, beleza?
Bom, gente, esse próximo slide aqui é um mecanismo que eu achei interessante de mostrar para vocês como que o vírus se replica ali dentro da célula, produz a sua proteína e digamos que nesse processo aqui, Eu não vou ter evasão, ó, eu coloquei bem grande aqui a letra, inclusive, ó, sem evasão desse vírus. Isso significa o quê? Que vai ter um momento que essa célula vai ser destruída. Lembrem-se que eu já falei, uma vez uma célula infectada por um micro-organismo intracelular, não dá pra gente tirar esse micro-organismo lá de dentro. Os vírus, quando entram nas células, pra gente acabar com a infecção, tem que matar a célula infectada.
Ou a célula NK faz isso na resposta imune inata. que é a resposta mais precoce, ou na resposta mais direcionada, na resposta adaptativa, eu tenho a célula T-citotóxica, que é a célula TCD8. Então, vamos ver como é que acontece aqui essa resposta imunológica sem processo de evasão, sem o vírus atrapalhar ali. Então, digamos que o vírus entrou na célula, digamos que é um vírus de gripe comum, a gripe você não toma um remédio para matar o vírus, você toma um remédio para diminuir a febre.
Diminuir a inflamação, diminuir a dor, diminuir o inchaço. Mas o que acaba com a tua gripe, a gente já teve algumas gripes ao longo das nossas vidas, não é verdade? O que acaba com a sua gripe é a resposta imunológica que foi desenvolvida contra esse vírus. Então, digamos que eu estou aqui.
Peguei aqui, entrei em contato com o vírus, me contaminei. O vírus vai usar a maquinaria de síntese proteica da célula. Aqui os ribossomos, que são esses azulzinhos.
Já encaixou ali o RNA mensageiro viral, ó, pra começar a fazer a proteína viral. Aí a proteína viral pronta, o que vai acontecer? A gente sabe que toda célula nucleada, gente, elas possuem a molécula de MHC de classe 1. Lembrem-se, alguns termos que eu tô usando aqui são termos que vocês que estão fazendo curso, cursos variados aí na área da saúde, provavelmente já tiveram. Então vocês sabem o que é o MHC.
O MHC tem os de dois tipos, o MHC de classe 1, que está presente em todas as células que tem núcleo, a gente tem o MHC de classe 1. E o MHC de classe 2, que está presente nas células apresentadoras de antígeno. E quem são elas, né? São as células dendríticas, os macrófagos e os linfócitos B.
Não vou entrar em detalhes com relação ao MHC aqui. A gente tem uma aula aqui no canal que eu falo só de MHC. Na verdade, essa aula... Ela está inclusa dentro de uma outra aula que é a ativação dos linfócitos T.
Eu ainda quero gravar, para de repente mais próximo do final do ano ou para o ano que vem, uma aula bem resumida falando só do MHC. Para alguém que tem dúvida de MHC, vai lá e assiste direto a aula de MHC. Mas vamos lá, então o MHC está presente onde? O de classe 1, né?
Presente em todas as células nucleadas. E a gente sabe que o MHC, quando está na célula nucleada, e uma célula está normal, o que a gente encontra na fenda do MHC? Então, digamos que isso aqui que eu estou desenhando aqui agora, gente, é um MHC.
Isso aqui é um MHC de classe 1, que veio de onde? De dentro da célula. E o que ela carrega aqui na fenda?
Um peptídeo próprio. E isso acaba sinalizando para o meio extracelular, na hora da vigilância imunológica, que essa célula está normal, que a célula não está infectada por nada. Por exemplo...
Eu estou com hepatite B. Hepatite B eu tenho infecção dos hepatócitos. E é lá que você vai ter a destruição dos hepatócitos.
E aí se você não trata a hepatite, pode ser que você tenha carcinoma, hepato celular, cirrose hepática. E dependendo da gravidade da doença, você tem que fazer até transplante do fígado. Mas digamos que eu tenha lá uma célula normal do fígado que está produzindo proteínas normais.
Então essa célula vai ter o que dentro do MHC dela? Ela vai ter um peptídeo, que é um pedacinho de uma proteína, de uma proteína que essa célula produz aqui normalmente. Uma célula normal, tá? Sem infecção. Então o que é que tem nessas células...
Aliás, o que é que tem na fenda do MHC de classe 1 de uma célula que está normal, que não está infectada? Esse MHC vai ter peptídeos próprios normais. Agora, quando eu tenho uma infecção viral, o que acontece?
Na infecção viral, eu não tenho a produção de proteínas virais como se fossem proteínas próprias? Porque isso aqui, gente, a célula não sabe se essa proteína que ela está fazendo aqui é uma proteína viral ou é uma proteína própria da própria célula. Ela constrói.
E aí ela entra no mecanismo de processamento de proteico da célula. Então o que acontece? Eu tenho uma organela que chama proteasomo ou proteasoma.
E aí a proteína viral, ela vai se direcionar para esse proteasomo e vai ser quebrada em peptídeos, que serão mandados para onde? Para o retículo endoplasmático rugoso. Para quê, pro? Vocês já vão saber, ou seja, essa proteína que pode ser uma proteína própria ou proteína viral, vai ser direcionada para o proteasomo.
e o peptídeo que foi formado para dentro do retículo endoplasmático. Esse peptídeo passa por essa proteína que é chamada de TAP, essa rosinha, e ela vem para dentro do retículo endoplasmático, e isso vai ser encaixado, essa proteína viral, lembra? Proteína viral ou proteína própria, tá?
O mecanismo é o mesmo, tá gente? Só que a célula não sabe. A célula não sabe se é proteína viral ou se é proteína própria. Ela está processando a proteína e fazendo esses peptídeos para mandar onde? Para o MHC de classe 1. Então, o peptídeo entra pela TAP e aí o MHC que foi gerado, porque o MHC é também uma proteína e ele foi feito por ribossomos.
Então, está vendo que a fenda do MHC está vazia? Então, o que vai acontecer? Eu tenho o direcionamento do peptídeo para...
a fenda do MHC de classe 1. Então, eu vou ter esse MHC sendo direcionado para o complexo de Golgi, lá ele vai receber algumas glicosilações, e aí para dar continuidade para esse MHC ser exposto para fora da célula, no meio extracelular, ele recebe então uma vesícula, e essa vesícula vai se fundir com a membrana plasmática pelo lado intracelular da célula, e expondo o que? Um peptídeo. Viral, porque vem da outra proteína viral.
E aí como esse peptídeo é um peptídeo viral e eu tenho uma resposta de célula TCD8, olha o que acontece, a TCD8 acha e a TCD8 vai fazer o que? Vai degranular, vai despejar os seus grânulos nessa célula, levando a apoptose dessa célula que está infectada. Aí se essa célula estivesse produzindo uma proteína própria que não fosse viral, E aqui, peptídeo próprio, peptídeo próprio, e esse peptídeo próprio fosse colocado para fora da célula, no lado extracelular, que fica aqui ancorado na membrana, digamos que isso aqui seja um hepatócito não infectado. Por que a célula TCD8 iria se ligar aqui?
Porque a região aqui do TCR da TCD8 é específico, né? Ela é direcionada para aquele peptídeo. Se aqui é um peptídeo próprio, Não tem motivo porque a TCD8 se ligar aí. E ela está se ligando aí por quê? Porque essa célula é uma célula infectada.
E aí o que acontece? Essa célula, então, a TCD8, ela degranula e vai matar a célula infectada. Então, isso aqui é um mecanismo sem evasão.
Ou seja, o vírus vai morrer porque quando a TCD8 mata a célula, o vírus morre também. Agora, vamos ver no próximo slide. Os mecanismos de evasão de alguns vírus? Vamos ver, vamos acompanhar aqui. Vocês estão vendo que o desenho é o mesmo, né?
O que mudou aqui? Eu coloquei na evasão. Então, na evasão, vamos ver alguns mecanismos?
Então, eu tenho, por exemplo, eu coloquei até uma legendinha aqui, para a gente ver, gente. O Webstein-Barr vírus, o Cytomegalovírus e o... Herpes vírus, quando a gente vê essa sigla aqui, então significam esses vírus aqui, beleza? Então eu tenho lá o citomegalovírus e adenovírus, o que é que eles fazem? Eles bloqueiam a síntese do MHC, então não deixa fazer MHC de classe 1, ou se faz, eles falam para o MHC ficar retido dentro do retículo endoplasmático, porque se o vírus fica retido no retículo endoplasmático, Não tem como ele sair daqui, o MHC, para que a célula TCD8 o encontre.
Então, o que é isso? É um mecanismo de evasão viral que o vírus está fazendo. fazendo, que esses dois vírus fazem, o citomegalovírus e o adenovírus. Outro mecanismo, você tem lá também o citomegalovírus, ó, que ele remove o MHC de classe 1 do retículo endoplasmático.
Então, ele pode deixar retido lá dentro ou ele remove fazendo com que ele não tenha continuidade para ser exposto lá na membrana da célula. O que mais pode acontecer? O Epstein-Barr vírus, ó.
e o citomegalovírus também, eles inibem o proteasomo. Se inibe essa organela, que é a organela que faz justamente a quebra da proteína viral, para eu ter o peptídeo viral, para esse peptídeo viral ser colocado no MHC classe 1, e aí, consequentemente, eu ter esse MHC classe 1 para fora da célula, para o TCD8 achar, se eu inibo o proteasomo, eu quebro todo o processo, a sequência, a cadeia que está acontecendo aqui. Então...
O que é que eu não vou ter nessa célula? Eu não vou ter o peptídeo sendo exposto pelo MHC de classe 1, logo a TCD8 não consegue enxergar, ela não consegue encontrar a célula infectada. O que mais que acontece? Outro mecanismo que o herpes vírus faz, o HSV, ele faz o bloqueio do transporte da TAP.
Então ele bloqueando a TAP, o que vai acontecer? O que é o que é o que? O proteasomo está até funcionando, está até fazendo peptídeos virais. Só que o peptídeo não entra porque a TAP está bloqueada. Quem faz isso?
Herpes. Herpes vírus simples faz isso. E tem outro mecanismo, gente, que o citomegalovírus faz em camundongos, em murinos, que é bem interessante também. Então, em camundongos, o que acontece? Eles vão produzir moléculas de MHC de classe 1 ISCA que acionam receptores inibitórios das células NK.
Se vocês não estiverem entendendo o célula NK, vai lá ver na aula de resposta imune inata, aula 2, parte 2, que lá a gente explica direito o NK. Então, o que acontece? O vírus, ele sintetiza o MHC ISCA, coloca para fora da célula, aí a NK...
Se liga ali no seu receptor inibitório e aí eu desativo a célula do NK. A célula do NK desativada, ela não degranula sobre a célula, consequentemente a célula permanece viva. Então, gente, o que a gente viu aqui hoje na aula de hoje, né?
A gente viu vários mecanismos pelos quais os vírus se utilizam para ficarem vivos dentro da célula. Vírus e continuar o processo de... proliferação viral no interior da célula. E a gente encerra a aula de hoje com essa imagem aqui mostrando justamente esses mecanismos pelos quais os vírus se utilizam, alguns vírus, né, pra escapar da resposta imunológica do hospedeiro.
Espero que vocês tenham gostado dessa aula, que tenha sido útil e qualquer coisa, vocês me, ou qualquer dúvida, escrevam aí nas mensagens, deixem uma mensagem aí pra mim que assim que possível eu respondo. Tá bom? Um abraço pra todos e até a próxima aula da semana que vem, onde a gente vai falar da resposta imune aos parasitas. E aí a gente entra lá os parasitas unicelulares, que são os protozoários, e os parasitas multicelulares, que são os eumentos.
Belé? Um abraço pra todo mundo!