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Cartas Chilenas: Crítica ao Governo Colonial

Simbora Estudar! Cartas chilenas, Tomás Antônio Gonzaga Já falamos sobre Tomás Antônio Gonzaga aqui no canal Maria de Dirceu, já tivemos aqui um vídeo sobre Então, nós falamos bastante sobre sobre o arcadismo lá, mas não há como não falar sobre essa obra sem falar um pouquinho sobre o contexto histórico, sobre o arcadismo. Então vamos lá. Foi uma frase de... Reconunismo, aquela coisa da separação da igreja. Eu sempre comento que Ouro Preto é uma cidade um tanto diferente, porque ali em Ouro Preto a cidade deu as costas para a igreja. Então, percebam ali na Praça Tiradentes, a igreja já existia, eles construíram tudo de costas para a igreja. Esse é um sinal de tentar ser... Então, nós temos ali esses principais poetas arcades brasileiros, eles eram os Inconfidentes, principalmente o Tomás Antônio Gonzaga e o Cláudio Manuel da Costa. muito amigos né é sempre que eu vou falar sobre isso me vem à mente ouro preto né porque se você não conhece o preto cara é pega uma grana e vai conhecer o preto que nós Nós precisamos conhecer o Lula. A cidade do Brasil é assim que eu digo, você tem que conhecer. Porque caminhar por aquelas ruas, aí você vai na casa do Tomás Antônio Gonzaga, a casa do Cláudio Manuel da Costa é ali próxima, a casa da Marília de Dirceu é ali próxima. Então, nós temos essa coisa ali, de eles estarem revoltados. contra o governo de Portugal e estarem em luta ali para tentar libertar Minas Gerais do governo português. Vamos lá, então o que são essas cartas chilenas? O prólogo já deixa isso bem claro, o autor aqui das cartas, ele deixa bem claro que essas foram cartas que chegou um galeão ali... Porto do Brasil e com um rapaz de origem da América Espanhola, tinha trazido ali umas cartas e falavam ali sobre um governante chamado Fanfarrão Minésio, olha que nome bem espanhol, Fanfarrão Minésio, claro que eu estou ironizando aqui, Fanfarrão Minésio que era um governador lá... lá do Chile. E aí, ele fala que ele vai traduzir essas cartas. O ar aqui hoje está um pouquinho estranho, por isso que eu estou coçando meus olhos aqui o tempo todo, só para vocês entenderem. Aqui em Cascavel tem dias que é complicada a situação do ar, porque nós vivemos aqui em uma área e eu moro bem próximo aqui, uma área de muitas plantações, muita soja, muita neve. e devido ao muito uso de agrotóxicos, tem dias que os óleos estão bem terríveis, principalmente no verão. Isso judia bastante da gente aqui. Preciso me mudar logo dessa cidade aqui, porque a gente vê que a saúde da gente... Mas voltemos ao vídeo, foi só uma explicaçãozinha aqui. Bom, e aí, isso é o prólogo. E logo após o prólogo, ele tem uma dedicatória... aos grandes de Portugal. Aí ele fala assim, Ilustríssimo e excelentíssimo, senhores, apenas concebi a ideia de traduzir da nossa língua e dar ao prelo as cartas chilenas. Logo assentei comigo que vossas excelências haviam de ser os mecenas quem as dedicasse. São vossas excelências, aquele de que os nossos soberanos costumam fiar os governos das nossas conquistas. Então pensemos assim, o que... O que ocasionou a Inconfidência Mineira? Exílio, prisão e morte. Exílio, prisão e morte. Tiradentes foi morto, seu corpo foi espartejado, foi enforcado. Cláudio Manuel da Costa foi preso, depois acabou morrendo na prisão. suicídio ou não suicídio, enfim, e o Tomás Antônio Gonzaga acabou sendo exilado. Então eles sabiam do risco, né? Então, tanto que ele escreve em forma de pseudônimo, né? Coloca pseudônimos ali na carta. E o pseudônimo que ele usa é o de critilo. Critilo vem de crítica. E essas cartas são endereçadas a um tal Doroteu. Essas cartas, elas... Foram acreditadas a Tomás Antônio Gonzaga. Não tem nada que indique. Ele escreveu o pseudônimo, então não tem nada. Mas a forma como foi escrito, os pseudônimos, levaram a se acreditar. E realmente é. É uma obra de Tomás Antônio Gonzaga. E o Doroteu provavelmente seria o Cláudio Manuel da Costa. Tá? São treze cartas. São treze cartas. Os versos são em versos decassílabos, né? De dez sílabas poéticas, tá? E em versos brancos, ou seja, não tem rimas. Tá? Como eu já falei, Critilo, né, vem de crítica, e essa é uma obra, essa é uma obra, é a obra mais satírica do arcadismo brasileiro. Lembremos-nos que o arcadismo, ele vem pra romper com o barroco, né, o barroco. O Barroco era totalmente ligado à Igreja Católica, o Arcadismo não. O Arcadismo não. Só que aí a gente viu uma similaridade, uma similaridade entre essa obra e muitos poemas, tá? muitos poemas do Gregório de Matos. Só que o Gregório de Matos tinha problema lá na Bahia e o Tomás Antônio Gonzaga lá em Minas Gerais, em Ouro Preto. Então, são aí similaridades. Claro que a forma como esses textos foram escritos, eles são bem diferentes. O foco dessa obra é ela mostrar os desmandos, a forma a cor... corrupção, tudo aquilo que acontecia no governo de Luiz da Cunha Menezes, que era o governador da capitania de Minas Gerais. Claro que o Tomás Antônio Gonzaga também tinha uma certa rincha com ele, devido a ele querer cargos que não eram dados a ele, mas nós temos essa do poeta, do escritor, que ele vai contra o governo. Então é uma ótima obra por isso. É uma obra difícil de se ler, tá? disse que em versos brancos está em forma de poemas em forma de um verso em forma de poema tá então é uma obra realmente muito difícil de se ler tá então as cartas elas são assim a primeira carta né ela descreve a entrada que o fanfarrão faz no chile chile brasil a chile brasil santiago vila rica ouro preto Então ela vai descrever ali a chegada do governador. A segunda carta, ela mostra a piedade que o Fafão Farrão fingiu ter, todo o fingimento dele no seu governo, para tentar ganhar o povo. Todo aquele fingimento que a gente sabe de políticos. A terceira, ela vai contar as injustiças e as violências... que o Florian Farrão executou, tá? Por causa de uma cadeia, né? Que ele deu o princípio. Ele começou a... Deu o princípio a uma cadeia ali, né? Começou uma cadeia ali no lugar, tá? Na carta 4, traz o mesmo assunto, né? Contando também, falando bastante sobre as injustiças, né? E toda a violência praticada por esse governante, tá? No quinto, ele fala sobre as festas. celebradas, né? Por exemplo, os gastos excessivos, né? Os excessos nessas festas realizadas pelo fanfarrão, tá? Na sexta, eu tô seguindo aqui pra não me perder, tá? Na sexta, ele fala ainda sobre os festejos, né? Mas ele descreve as confusões causadas, né? Todas as confusões causadas nesse Esses festejos, principalmente lá numa festa de casamento que houve. A carta sétima não tem um subtítulo, mas ela fala sobre decisões do governo. Claro que sempre é em tom de crítica, porque esse governante não é um bom governante. A oitava carta fala sobre os despachos do governo e ele vai de maneira irônica descrevendo todas as corrupções praticadas por esse governo, mas em forma irônica. A 9, né, fala sobre... Continua falando ainda, né? Ela continua falando sobre as desordens do governo, todas essas desordens do governo. A décima carta também... continua falando sobre as desordens do governo, tá? A décima primeira fala, né, sobre as brejeirices dele, ou seja, as alegrias, né, os gastos excessivos, as coisas que ele fazia. vazia para se manter no governo, claro, os gastos excessivos também, como já foi anteriormente. A décima segunda carta, ela fala do nepotismo do governo, então esse favorecimento de pessoas próximas ao governo e muito da hipocrisia do governo também. Vocês estão lembrando? Parece muito atual isso. E a última carta, é uma carta que ficou... inacabada, mas ele fala sobre as perversidades do governo, o sistema desse governo e as perversidades que esse governo fazia. Eu vou pegar aqui um trechinho da carta para mostrar para vocês. Então, por exemplo, a carta primeira, em que se descreve a entrada que fez Fionfarrão em Chile. Então, a maioria das cartas tem um subtítulo ali para entender. Amigo Doroteu, prezado amigo, abre os olhos, boceja, estende os braços e limpa das pestanas carregadas o pegajoso humor que o sono ajunta. Então, percebam, tá? Versos brancos. É como eu falei para vocês, é uma carta até um tanto difícil de se entender. Ao nosso grande chefe, outro soldado, por vários crimes convencido e preso, lança-se o tal soldado de joelhos aos pés do seu herói, suspira e treme. Não nega que ferira e que matara, mas pede que lhe valha a mão piedosa, que tudo pode, que lhe aperte e beija. Pergunta-lhe, bom chefe, se os seus crimes divulgados estão. E o camarada, então, com semblante, já teve e lhe responde. Com semblante já leve, desculpa, com semblante já leve me responde, que suas graves culpas foram feitas em sítios muito distantes dessa praça. Então, então o chefe compassivo manda tirar os ferros dos seus braços. Hague um salvo com... Então, a forma ali como o governo agia, né? Dependendo de quem fosse próximo ou quem fosse mais longe dele, né? É um governo totalmente autoritário. Maldito Doroteu, maldito seja o vício de um poeta que tomando entre dentes alguém, enquanto encontra matéria que discorra, não descansa. Agora, Doroteu, mandou dizer-me o nosso amigo Alceu que me embrulhasse no par do casaco... ou no capote e que pondo o casquete na cabeça fosse ao sítio covão jantar com ele eu bem sei doroteu que tinha a sopa com ave com presunto sei que tinha de mamota vitela um gordo quarto que tinha Acesse que tinha massas, bons vinhos de canárias, finos doces e de mimosas frutas, muitos pratos. Porém, que importa, amigo, perdi tudo só para te escrever mais uma carta. Maldito Doroteu, maldito seja. E ele chega a falar sobre o amigo, o que ele está perdendo coisas ali, os prazeres devido a estar escrevendo essa carta. O poeta realmente é um ser muito triste. Bom, pessoal, eu acho que é isso. Obrigado. Não tem muito o que falar sobre cartas chilenas, mas lembrem-se só, crítica e tenham em mente, é uma crítica como se fossem umas cartas perdidas que vieram parar no Brasil, mas falando sobre Santiago, que na verdade falam sobre ouro preto, sobre o governador de Minas Gerais. Em forma de sátira. Beleza, pessoal? Espero que tenham compreendido. Por hoje é isso e simbora estudar!