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O Primeiro Reinado e suas consequências

E bora de primeiro reinado, tema importante para você fazer o Enem, lembrando que isso aqui é uma aula de intensivo, mas a gente vai direto ao ponto do que você precisa, o que é cobrado sobre aquele assunto em primeiro reinado. Link do material dessa aula está na descrição já para você, é só baixar e no final a gente vai fazer questões para vocês verem realmente o que é cobrado. Dois recados rápidos aqui, lembrando, nós estamos de uma forma coletiva fazendo esse nosso intensivo, eu... Marília que dá aula de História da Arte aqui no Parabólica pra vocês as aulas são às quartas-feiras e o canal Renologia do meu irmão Tiago, conteúdo de Biologia pra vocês, duas lives lá são ao vivo, por semana com conteúdo de Biologia, o link é o segundo da descrição, abaixo aqui do conteúdo pra vocês do material da aula, vocês vão acessar lá o canal do Tiago, já se inscreve lá no Renologia pra acompanhar também e estudar em Biologia, tá bom? Outro recado é só me seguir na Twitch, link na descrição e no comentário fixado Tô fazendo live todo dia, final de tarde, início de noite, pra gente trocar uma ideia. Joga um videogamezinho lá, você sabe que eu adoro videogame. Vambora! Então, pra nossa bitaibagens, vambora! Então, vamos lá. Primeiro reinado é o reinado de Dom Pedro I no Brasil. Mas não começou assim, simplesmente vai lá. Ele já era governante do Brasil antes de se tornar o imperador, tá bom? O defensor. perto do Brasil, porque quando o pai dele volta para Portugal, e a gente assistiu a última aula, a gente fez essa última aula, Dom João VI volta para Portugal, deixa ele aqui no Brasil como regente. A elite portuguesa pressionava o Dom Pedro I a retornar também para Portugal para eles recolonizarem o Brasil, porque Portugal se tornou uma monarquia constitucional, O rei lá passou a reinar só, mas não governava mais. Teve lá as chamadas Revoluções do Porto, em meio a partir de 1820. E aí Dom João VI volta e fala, pô, mas tá faltando o herdeiro do trono. Ah, ele tá lá no Brasil, ele é regente. Não, ele precisa voltar, porque a gente vai recolonizar. Não pode ter monarca no Brasil, não pode ter príncipe no Brasil, não pode. Mas o Dom Pedro aqui, ele vai ser influenciado por uma vertente importante. que quer a independência do Brasil. Aqui no Brasil a gente vai ter uma relação de forças, tipo uma queda de braços aqui entre o partido brasileiro, que você tem correntes conservadoras que querem centralizar mais o poder, e correntes mais liberais que querem um Brasil independente, mas que não quer uma centralização de poder, que quer seguir aos moldes do iluminismo, por exemplo, francês ou dos Estados Unidos e tal. Independente disso, no Partido Brasileiro, concorrentes conservadoras ou liberais, eles queriam a independência do Brasil. Eles estão ali influenciando o Dom Pedro I. Falaram, ó, Dom Pedro, não dá, Portugal não vai poder recolonizar a gente, fazer a gente voltar a ser colônia, não vai lucrar com a gente mais não. Lembra que a elite brasileira cresceu muito no período joanino. E você tinha o Partido Português, remanescentes de Portugal, que ainda estavam aqui no Brasil. que queriam essa recolonização, fazer o Brasil voltar a ser o que era antes. Dom Pedro vai ser muito influenciado pela figura do José Bonifácio, vai ter também um ponto importante da sua esposa, dona Leopoldina, que vão coordenar com ele essa regência e vão incentivá-lo, vão incentivá-lo nesse processo de independência. Dom Pedro pesava na balança. Se ele volta para Portugal, ele vai assumir o trono após a morte do pai dele, mas vai ser só um rei que não vai governar um país que agora era governado mesmo pelo parlamento. Ou se ele fica no Brasil e se torna esse protagonista do processo de independência, certo? Então ele assume essa postura e recusa voltar para Portugal. Aqui no Brasil a gente teve esses dois pontos aqui, que Portugal vai mandando ordens, tem que voltar, tem que voltar. O próprio pai dele fala, está na hora de voltar. E ele se recusa. No 9 de janeiro de 1822, tem o dia do fico, que ele fala, eu não vou voltar, eu vou ficar, separo o bem, felicidade, geral da nação. Ele fala, geral da nação? Da nação quem? Você vai guardando isso? Porque ele sempre tentou fazer questão de mostrar que era bem para o povo total aqui no Brasil, ele ficando, o Brasil se tornar um império. Mas na verdade o povo mesmo não vai participar desse processo porque eles não vão deixar. A elite brasileira não quer isso, né? Vai participar em outros aspectos, que a gente vai ver aqui, mas não de forma geral. E aí Portugal faz lá o cumpra-se, né? Fala, ó, você vai ficar? Então, ó, qualquer medida portuguesa, né? Portugal vai, vai, vai... Qualquer medida deveria ser aprovada pelo regente. Ele fala assim, ó, qualquer coisa que vocês mandarem, eu vou ter que aprovar. Então o Brasil já começa a ganhar essa cara de independência. Ele já não era colônia porque o Brasil era Reino Unido a Portugal, lembra lá da última aula de período joanino? Pois é. E é aí que Portugal ameaça, estamos enviando tropas, e de fato enviou tropas para o Brasil. Em 1822, Portugal decreta anuladas todas as decisões do Brasil, fala assim, tudo que Dom Pedro fizer não vale, e vamos enviar tropas para evitar esse processo de independência. Só que um ponto importante, específico, que vocês não podem esquecer, e isso é muito importante para a gente fazer nossa prova, é que o Brasil é muito grande. Então, quando Dom Pedro vai lá e declara a independência no 7 de setembro, você tem que pensar assim, ele declarou qual independência? De qual Brasil? Era o Brasil que se aliava a ele. A própria viagem que ele estava fazendo de Santos, São Paulo, saindo do Rio de Janeiro, que era a capital onde tinha sua residência, era uma forma de tentar chegar no maior número de províncias e de locais do Brasil em busca de apoio para a independência. caso Portugal enviasse suas tropas, e de fato enviou, para poder consolidar essa independência de um Brasil enquanto uma unidade territorial. A gente está buscando aqui, busca por unidade territorial. Nem todo mundo aderiu a esse processo de independência. Algumas outras províncias já estavam lutando por independência antes mesmo do 7 de setembro. Então, por exemplo, acho que um grande exemplo aqui, já caiu a questão do Enem sobre isso, é a Bahia, por exemplo. Já estava tendo independência lá, processo de independência, desde fevereiro de 1822. E lá você tem figuras... populares importantes, pra gente falar que não teve guerra, lutando contra tropas portuguesas, tava tendo derramamento de sangue. Então você tem a Joana Angélica ali, certo? Que era uma freira que impediu a entrada de portugueses no convento e foi assassinada por portugueses, certo? A Maria Quitéria, que se alistou nas tropas leais a Dom Pedro I, e como não... era proibido ela se vestir com fardas masculinas e fingiu que era um homem. E foi combater pela Bahia em relação ao processo de independência. Outro caso importante aqui são províncias como o Maranhão, Ceará e Piauí, que se uniram para lutar pelo processo de independência. E eles vão aderir só em 1823, que vão conseguir aderir. Lá, por exemplo, no Maranhão, Ceará e Piauí, você tinha um desacordo entre elite e povo. O povo queria independência, mas a elite era ligada a relações comerciais com Portugal, a elite dessas províncias. A elite não queria. E essa elite favoreceu a entrada, inclusive, de tropas portuguesas na região. E o povo pegou em armas. As armas que davam ali, que conseguiam, para lutar contra essa relação metropolitana de Portugal. E no final, só depois de 1823, que conseguiram. Inclusive conseguiram lá, expulsando os portugueses, matando os portugueses, expulsando os portugueses, e a elite lá teve que ficar, ó, só que um ponto que eu quero que vocês entendam é que existem projetos de independência, e isso é cobrado no ENEM de vocês. Como assim existem projetos de independência? Um projeto de independência ligado a Dom Pedro, monárquico, que dá continuidade ao passado colonial, mesmo que o Brasil seja independente, mas com autoritarismo, com monarquia, com aquilo tudo, existe em projeto. por exemplo, principalmente os populares, que falam que se a gente se tornar independente, a gente está acabando com essa relação de nominação, de fato. Modelos que queriam mais o republicanismo. Falam assim, a gente quer um modelo de república, que a república já estava famosa e estava em alta na Europa. República estava em alta, por exemplo... Na Europa, como, por exemplo, com a Revolução Francesa. Mas não era só na Europa, nos Estados Unidos, na República dos Estados Unidos. Mas a monarquia também estava em alta, de certa forma, principalmente constitucional, por conta da Inglaterra, que era uma monarquia constitucional. E ela influenciava o processo de independência do Brasil. A Inglaterra queria que o Brasil se tornasse independente para poder ter o Brasil como uma... Bom parcela de influência sem intermediação de Portugal, compreenderam? Então você tem projetos de independência. O povo quer uma mais autonomia, uma independência mais autônoma. Já a elite brasileira, a gente quer manter ainda um status, compreenderam? Mas de fato o Brasil se tornou independente em 1822, o 7 de setembro. Só que, como vocês viram aqui, existem províncias que continuaram a lutar por sua independência. Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, certo? Mas, de fato, agora pensando num Brasil... Trazendo essas duas imagens para vocês, super famosas, que muita gente conhece, essas imagens são construídas depois, são construções que são feitas bem após, inclusive pós-morte, pós-mortem de Dom Pedro I, que é famosa o quadro do Pedro Américo, que está ali no Museu do Ipiranga, foi construída para ficar no Museu do Ipiranga, foi uma encomenda de Dom Pedro II, e olha só o ano, 1888, Dom Pedro II, inclusive, já estava bem velhinho. Ano da Abolição, inclusive, tentando resgatar a imagem de Dom Pedro I como uma figura heróica, às margens do Ipiranga, no Independência ou Morte. Tudo o que tem aqui, boa parte do que se tem aqui nessa imagem, é fake. Primeiro, a presença de cavalos é uma presença... É assim, é uma... Fake não, vamos falar assim, construção de narrativa. Cavalos era uma questão rara. Ou o Dom Pedro estava em cima de uma mula, ou estava a pé, porque as... as mulas eram utilizadas para viagem por causa da força, desde o troperismo e tal. E essa presença desses guardas aqui, os dragões da independência, eles não existiam em 1822, eles passaram a existir depois. E aqui você tem alguns populares, de fato, que assistiram esse movimento sem saber, de fato, o que estava acontecendo, porque a independência é o que eu sempre falo para você, você sempre tem que se perguntar. independência, ou morte não, tá? Para quem? Mas aqui tentou-se resgatar, criar uma imagem heroica central de Dom Pedro, como se estivesse num processo de guerra contra Portugal, e Dom Pedro mesmo, de fato, não enfrentou tropas portuguesas, mas teve tropas portuguesas no Brasil, né? E uma segunda imagem, que é do François René Moreau, que é um francês, uma pintura de 1844, os primeiros quatro anos do governo de Dom Pedro I, tentando também resgatar uma imagem do Império, falando é popular, é a mesma cena que a gente tem aqui, o mesmo momento, não a cena, o mesmo momento. Só que aqui, colocando Dom Pedro sem a figura da espada e sim erguendo... o seu capacete, seu chapéu, capacete, seja lá como for, em meio ao povo, falando, é popular. Essa é uma forma de falar assim, essa independência pertence a todos nós. Aqui é um processo que vai ser muito comum em Dom Pedro II, porque esses dois quadros, eles são do segundo reinado, eles não são do primeiro reinado. Mas eu já vou guardar isso aqui pra vocês. Aqui é uma tentativa de construção da identidade nacional, se vocês quiserem anotar, fiquem à vontade, nacional, vírgula, pautada no E... heroísmo da família real ou da monarquia. Falaram, não, nós somos legais, a gente que trouxe a independência do Brasil. Isso aí você sabe que tem muita gente que vai até hoje, assim, né? Essa tentativa de construção de uma identidade nacional pautada no heroísmo dessa monarquia. Vocês percebem? Não é uma imagem feita lá por Dom Pedro, mas o Dom Pedro já começa com isso, tá? Não nessas imagens, porque essas imagens são pós-mortem de Dom Pedro. Tá bom? Então vamos lá, já sabemos disso. O que a gente tem que focar para entender Dom Pedro I, para poder fazer a nossa prova? O Brasil independente, a gente precisa ter o quê? Uma lei, uma constituição. Então, em 1824, foi outorgada a primeira constituição do Brasil. Outorgada, guardem isso, é feita de forma autoritária, tá bom? Quando é uma constituição outorgada, é feita de forma autoritária, tá bom? É diferente de promulgada. Quando é promulgada, ela é feita de forma, ainda que minimamente, pode ser, mas democrática. Essa aqui foi feita por Dom Pedro e seus ministros. Foi ele que fez. Dom Pedro se colocou como líder desse processo de independência, então ele não queria outra coisa que não fosse um poder focado nele. Um personalismo, um centro dele. Pra isso, você tinha alguns projetos. Na verdade, você tinha vários projetos de Constituição. E foi aberta a Assembleia Constituinte. A elite brasileira, muitos liberais da elite brasileira que queriam... menos poder centralizado, estavam lá fazendo uma constituição. E aí a gente teve o evento da chamada Noite da Agonia, no 12 de novembro de 1823. O que é isso? Dom Pedro dissolveu a Assembleia Constituinte. Falou assim, vocês estão tirando o meu poder. O Brasil seria uma monarquia onde o rei não governaria. Ele reinaria. Ele entrou e dissolveu. Ele acabou com a Constituição e falou assim, essa Assembleia não existe. E aí é quando ele outorga a primeira Constituição brasileira, que vai ser feita de forma autoritária. É um projeto político autoritário. Aqui, ó. Que vai estabelecer para cargos legislativos, o Brasil mantém o seu Congresso, inicia suas atividades com o Congresso, um parlamento bicameral. Significa que nós temos deputados e senadores. Certo? Deputados e senadores. Só que, nos deputados que são eleitos pela população, só ricos podem votar. É o modelo de voto censitário. Você tem que comprovar sua renda. Senadores, também só ricos. Mas no senador tem um adendo ainda, que os senadores eram vitalícios, quer dizer que fica para a vida toda, não tem mudança de cargo, não tem rotatividade. Pelo menos nesse processo, nesse modelo, nesse momento, né? Depois isso até muda. E muitos deles são escolhidos diretamente por Dom Pedro I. Não vou passar nem pelo voto. Ou seja, você está vendo que está centralizando. Então o Brasil era dos ricos. Esse modelo de mudar um pouco o sistema de voto vai ser mais pra frente, só de lá no final de Dom Pedro II. E ele estabelece o poder moderador. que na verdade não era algo novo. Existia poder moderador em Portugal, da história de Portugal. O poder moderador de Portugal é aprendizado para Dom Pedro. Só que ele estabelece aqui no Brasil. O poder moderador é a garantia de que ele é o imperador, o defensor perpétuo do Brasil, que é ele que vai governar. É o seguinte, o cargo executivo era ele que fazia. O legislativo, senadores e deputados eram feitos por pessoas ricas. Só podia ser feito e alguns deles eram escolhidos por Dom Pedro. Mas você tinha liberais conservadores no meio. E os judiciários eram escolhidos por Dom Pedro. Eram pessoas de confiança dele. Só que se fugisse do controle, ele acionava o quarto poder, que é o poder moderador. É o seguinte, eu tenho o poder de dissolver tudo e governar sozinho se eu precisar. Ou eu tenho o poder de suspender por um momento... o que vocês estão fazendo aí pra poder fazer uma política. Então é o poder do autoritarismo. Ele acionava quando fosse necessário. Compreendendo? Ele acionava quando fosse necessário. Então tá acima dos outros poderes. E aí a gente tinha também pra mostrar um pouco mais dessa centralização o chamado padroado. O Brasil não era, tava longe de ser Estado laico. Você tinha um padroado. O que é um padroado, professor? A igreja católica, que era oficial no Brasil, ela era subordinada ao Estado. O Estado era católico, mas ele mandava na própria igreja. Ele era o patrono da igreja no Brasil. Ele que definia salário de bispos e por aí vai, de padres, cargos. Certo? Ah, podia ter outras religiões no Brasil? Você até podia, mas era de forma bem intolerante. Intolerante, tá? Você não podia expor a sua fé publicamente. Você tinha que ter a sua religião dentro de casa. Você não podia ter igrejas de outras religiões, tá bom? Ou templos, né? Tudo leva a crer pra gente, aqui, ó, importante, que o Brasil se mostrava como uma monarquia constitucional. Peraí. Uma monarquia que está seguindo uma Constituição, está seguindo uma lei, é isso mesmo? É, na teoria. Porque na prática era autoritária. Professor, dá para falar sobre absolutismo? Alguns lugares vão falar de absolutismo, mas não é o termo mais correto a utilizar. Melhor você falar em centralizado ou unitário, porque o absolutismo está lá no... No século XVIII, que a gente começa a falar dali pra trás. Agora as monarquias começam a mudar um pouco o perfil. Centralizado. Por exemplo, no absolutismo não teria nem esse congresso. Você teria no máximo ali um conselho do rei. Ou autoritário. Eu já coloquei, não é autoritário que eu ia colocar não. Ou unitário. Quer dizer, é só um que manda. Ou, no final das contas. Certo? Então pronto. Na imagem que passava, inclusive pra fora, não, aqui é liberal. Só que na prática não era. Tá bom? É isso que eu quero que vocês entendam. Vamos lá. Teve gente que criticou? Claro, gente. Óbvio. Em 1824, o movimento... de rebeldia contra essa centralização chamada de Confederação do Equador. Aconteceu em províncias do Nordeste liderada por Pernambuco. Então você tem Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, que falaram, a gente não quer esse modelo, a gente quer se separar do Brasil. Lembra que eu falei pra vocês que existiam modelos de independência diferentes? Pois é. A gente já queria independência, mas não essa centralização. A gente está ligado aos ideais do iluminismo, do... do modelo dos Estados Unidos, do modelo da França. A gente quer um modelo mais aberto, republicano, menos centralizado. Os Estados Unidos, por exemplo, já começam a mostrar um modelo mais federalista, por exemplo, o federalista com mais autonomia para as províncias. Os Estados Unidos vão passar por vários perrengues lá, também por conta da guerra de secessão, ainda mais para frente, que não é nesse período ainda. Mas você já tem modelos mais descentralizados. Dom Pedro massacrou. Massacrou a Confederação do Equador. Inclusive não tinha exército profissional formado ainda. Então contratou tropas mercenárias, inclusive, para massacrar. Ingleses foram para lá e reprimiam a Confederação do Equador. E Portugal não tinha aceitado ainda a independência do Brasil. Essa aceitação só vai vir em 1825 com um tratado. O Brasil fala assim, tá bom, Portugal fala, a gente só aceita mediante pagamento. O Brasil faz um tratado com Portugal chamado de Paz e Aliança, que o Brasil se compromete a pagar 2 milhões de libras esterlinas, que é a moeda universal da época, é a moeda britânica, né? Pra Portugal, aí Portugal fala, beleza, a gente aceita. Mas o que aconteceu aqui? O Brasil se endivida, já tinha umas dívidas, se endivida, pega empréstimos com a Inglaterra, esses empréstimos... Vão seguir ao longo do século XIX até o início do século XX, tá bom? Porque o Brasil sempre vai precisar ali, vai tentar renegociar essas dívidas. Ok. Mas você já percebe que o governo do Dom Pedro é um governo que é imerso em crise. Porque ele não era popular. Ele tentava mostrar a imagem de jovem, sabe? Sempre tentavam fazer isso. Porque a política que era feita era outra. A começar que... O Brasil perdeu o território da cisplatina. Vamos lembrar que a cisplatina foi uma conquista durante o período joanino. Dom João VI consegue anexar a cisplatina. Eles nunca se sentiram fazendo parte do Brasil. Não falavam português. Falavam castelhano. Então essa independência da cisplatina era quase certa. O Brasil cheio de problema, cheio de críticas a Dom Pedro. E ele vai lá e resolve manter... Manter o punho firme para poder manter essa esplatina no território brasileiro. Perdeu. Entre 1825 e 1828. A opinião popular era, não compensa. Eles não são brasileiros. Eles vão conseguir a independência. Investiu o pouco dinheiro que tinha e perdeu. O Banco do Brasil, fundado por Dom João VI, faliu. Boa parte dessa culpa é do próprio Dom João VI, que quando ele foi embora para Portugal, em 1821, ele esvaziou os cofres. O pouco que restou foi investido em guerras, em conflitos, em pagar mercenário. Faliu. Ou seja, o Brasil está bem. Não está. Mas tentam passar aquela ideia de um monarca jovem, enfim, liberal, mas não era. E aí você tem, pra finalizar o gran finale desse processo, a chamada Noite das Garrafadas, que eu adoro. Acho que é a briga de boteco mais legal que tem no Brasil. É briga de boteco, mas é uma briga de boteco política. O Dom Pedro vê que as coisas não estão bem, que as províncias tinham modelos diferentes, contrários a esse autoritarismo. Então ele resolve sair em comitiva, a cavalo, a mula, pelas províncias do Brasil, em busca de apoio, falar, não, tudo bem, vamos lá, eu estou aqui, eu sou o imperador, mostrar a presença do império político, que vai em alguns lugares, só em época de eleição, comer pastel. Ele vai em Vila Rica, Ouro Preto, cidade importante, histórica do Brasil, que produziu muita riqueza para Portugal. E ele é esculhaçado, esculachado de Vila Rica. Faz expulso. E fala, não vai dar, não gostam de mim. Volta pra capital. Volta pro Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, os apoiadores, muitos deles portugueses, que é que ficaram desde o período joanino, resolvem feitar as portas das casas pra receber com glamour, com alegria, euforia, Dom Pedro. Só que... os brasileiros, que nessa altura eram bem maiores em relação à oposição ao Dom Pedro, eles destroem esse projeto de festa. Por isso que dura algumas noites, essa noite de conflitos na capital do Brasil naquela altura do Rio de Janeiro, onde voou garrafa. E os brasileiros mostraram insatisfação em relação ao Dom Pedro. O resultado disso, a noite das garrafadas, ela é... Um processo importante, a gente brinca falando que é uma noite de boteco, mas ela mostra para Dom Pedro que não dá mais. Mas é o resultado de toda uma política autoritária que estava acontecendo, desde o processo de independência. E aí, seu pai, Dom João VI, tinha morrido. E lá em Portugal ameaçava-se ter uma crise sucessória ao trono. E ele fala, é o momento de eu retornar para assumir o trono português. Tanto é que em Portugal ele foi enterrado como... Dom Pedro IV de Portugal. Lá em Portugal ele era o quarto de seu nome. Aqui no Brasil que é o primeiro, que é o primeiro de seu nome. Ele retorna, está tendo uma crise sucessória em relação ao seu irmão, certo? Dom Miguel. Tinha uma relação com a filha dele também. Então ele retorna para Portugal. E aí como mostra do amor que ele tem pelo Brasil, eu não queria falar assim, eu não gosto de vocês, estou indo embora porque vocês não me aceitam. Ele fala, eu deixo aqui a minha prova, o meu filho, para reinar no Brasil quando ele tiver idade. O Pedro de Alcântara, que depois a gente vai conhecer como Dom Pedro II, a gente vai ter aula aqui, o reinado dele durou muito mais, ele é mais estável do que o do Dom Pedro I, que durou nove anos. O do Dom Pedro II vai durar 49 anos. É isso? É 49 anos. É o que mais governou, um dos governantes que mais tempo ficou aí na história, não só do Brasil. E ele retorna, só que o Dom Pedro II não vai poder governar, entra um período que a gente chama de período regencial na história do Brasil, que é até a maioridade, que ele vai dar um golpe na maioridade, mas enfim. E acaba assim o primeiro reinado. Muito importante, coloquei esse ponto aqui para vocês, para mostrar o quanto é importante alguns pontos aqui. Por que essa crise? Porque o Brasil teve mais continuidades do que rupturas em relação ao passado colonial. O Brasil se torna independente, mas mantém uma elite agrária com muito poder, uma divisão fundiária voltada para as elites, uma concentração fundiária, e, sobretudo, o modelo de escravidão, que já era algo que estava sendo superado em boa parte na América, na Europa, nos Estados Unidos, na América... Quando eu falo América, eu falo América do Sul, tá? E América Central. Enfim. Mas o Brasil foi o último a acabar com a escravidão. Pra vocês terem noção. Então o Brasil manteve esse status da nobreza, dessa elite ainda. O poder moderador. Outro ponto importante. O poder moderador. Você tinha o poder moderador, mas você tinha uma imagem influenciada por um teor político liberal, quando temos uma Constituição e um Congresso. Um Congresso, um parlamento bicameral. Mas na prática... Mandava matar se quisesse. Mandou matar lá, por exemplo, o Frei Caneca, mandou matar o Liberio Badarão, jornalista de oposição ao Dom Pedro. Usava o poder moderador, na teoria liberal. Aqui você passa a ter uma forte disputa que vai durar muito tempo da história do Brasil, até a Primeira República. Quem que vai, sabe, dar um... não superar, mas dar um status maior, um fim mais ou menos nisso, é o Getúlio Vargas, só que é a relação entre federalistas e unitaristas. Unitarista, centralizador. Federalista, mais destaque para as províncias. No próximo momento de aula nossa, que é o período regencial, a gente vai ver isso. O bicho vai pegar na regência porque as províncias vão querer se separar do Brasil. Aqui a gente já tem uma mostra importante, que é a Confederação do Equador. A gente já tinha, na verdade, já com a Revolução Pernambucana e por aí vai. Você pode chamar também de descentralização versus centralização. E aqui, minha gente, por mais que seja inicial, e a gente vai ter mesmo com Dom Pedro II, a partir da regência, porque em 38, vai ser fundado no Brasil, em 1838, durante a regência, o IHGB. A gente vai falar disso depois, que é o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, que vai construir uma narrativa de história para unificar o Brasil. De história, de uma identidade nacional. E isso vai se fortalecer com Dom Pedro II. Mas aqui a gente já tem... Por exemplo, a gente sabe que no governo de Dom Pedro I a gente tem a consolidação daquela Academia Brasileira de Belas Artes, que começou lá no período joanino. Aqui o Dom Pedro já começava a dar nome para algumas instituições com nomes indígenas, para vocês terem noção. Para falar, olha, é a identidade nacional. Ainda que muito pequena. Mas essa própria imagem, essa construção de tentar unificar o Brasil através das suas viagens, para falar, somos um Brasil. E não deu certo no final das contas. Mas já é, a gente já trata das primeiras tentativas de formação dessa identidade nacional. É que é importante falar, ó, Brasil, compreenderam? Não é aqui que se consolida, mas é uma tentativa. Consolidação mesmo, se a gente falar consolidação, só a partir de 30, 1930, Vargas e por aí vai. Tá bom? Então, isso aqui eu só repetir aqui, depois eu tiro isso aqui. Vamos lá então. Questões. Bem cobrado. Pontos importantes que eu passei pra vocês. Enemzão PPL 2021. No Império do Brasil, apesar do apego a certo ideário do antigo regime... O que é o antigo regime? Você sabe? Vamos lá. Deixa eu ver. Minha foto tá em cima aqui, tá? Deixa eu baixar ela aqui dessa vez. O que é o antigo regime? Antigo regime nada mais é do que o absolutismo. As ideias e práticas políticas inéditas que se moldaram e se redefineram naquela conjuntura acabaram por converter a coroa em Estado e fizeram com que a política deixasse os círculos palacianos privados para emprestar uma nova dimensão à praça pública, apesar do certo apego ao regime. Tentaram chegar mais ao povo, pelo menos no discurso. Por consequente, o novo império... não mais podia fugir a obrigação de conduzir a sociedade, fazendo-se reger por uma constituição. É o que eu falei. Ainda que outorgada, lembra do conceito? Uma constituição autoritária. Articulando-se por meio de uma divisão de poderes que respeitasse a princípio e pelo menos a participação daqueles considerados cidadãos. Pelo menos aqueles ricos. Com base no texto, a formação do Estado brasileiro prevalecer ideias e práticas derivadas dos princípios. Vamos lá. ideias e algumas práticas sim. Prática porque você tem um congresso. Ah, mas ele era, ainda que ele fosse, o conceito de cidadão, que é aquele que vai participar, é muito restrito porque é só o rico, você ainda assim tem uma prática. Ainda que você tenha um apego pelo absolutismo, eles tentam mostrar que o Brasil é uma outra forma de modelo político. Os princípios que regem... Que é o que o Dom Pedro tinha preocupação, porque se ele fala lá, eu sou absolutista, acabou. A cabeça dele vai rolar. Os princípios são iluministas, federalistas, republicanos, democráticos ou abolicionistas. Elimina, gente. Não tem nem como. Não é abolicionista, ele não era abolicionista. Dom Pedro I não era. O Brasil, inclusive, abole a escravidão só em 1888, muito tempo depois. Ele não era democrático, ele nunca tentou mostrar que ele era democrático. Ele não era republicano, porque ele é um império. Como é que o rei pode ser um republicano? Nem federalista, porque ele centralizava a política. Ele tentava não mostrar. Então, a base, a ideia que prevalecia era iluminista. É porque o iluminismo é muito amplo, tá? O iluminismo não é tipo um negócio assim, ah, é só republicano. Não! O Emilio Luminis busca razão, mas ele é contra uma coisa, é contra. Ele é contra um modelo de centralização do rei absolutista. Ah, mas o D. Pedro não centralizava? É, mas ele gostava de mostrar que não era igual, apesar do poder moderador. Por isso que o poder moderador era acionado, ele não era um constante. Então ele falava, ó, o Império Brasileiro tinha um congresso, ainda que o conceito de cidadão era reduzido àqueles que tinham dinheiro. E ele era o parlamento bicameral, ainda que o Senado tinha muita gente que era escolhida pelo próprio Dom Pedro I. Mas ele falava, não, é uma Constituição... É uma Constituição... É uma monarquia constitucional. Ainda o texto fala aqui pra gente que tenha sido otorgada, que teve lá a noite da agonia, que ele dissolveu a Assembleia Constituinte e falou, não, eu vou fazer sozinho uma Constituição. É minha. Mas ele tentava passar essa imagem em algumas práticas, como a própria presença do Congresso. Então não tem nem dúvida aqui, alternativa A. Enem digital 2020. Eu considero esses Enems novos, tá? Assim, de 20 pra cá eu falo, até 19 pra cá eu já falo, ah, é porque é o modelo, né? É o modelo do Enem. Enem antigo pra mim é 2012, por exemplo, né? Ou melhor dizendo, os Enems que eu fiz. 2000, 2001, que não era vestibular ainda. Depois da independência, em 1822, o país enfrentaria problemas que com frequência emergiram durante a formação dos Estados Nacionais da América Latina. Vocês viram que o Brasil teve muito problema, né? Em muitas regiões do Brasil... Deixa eu colocar minha água aqui que eu preciso monitorar meu tempo. Essas divergências foram acompanhadas de revoltas, inclusive contra o imperador D. Pedro I. Com a abdicação desse em 31, o país atravessaria tempos ainda mais turbulentos sobre o regime regencial. José Murilo dos Reis, né? Acho que é. Enfim. Não lembro. Não estou pegando aqui. A instabilidade política do país, ao longo do período mencionado, foi decorrente do quê? Essa instabilidade política do país. ao longo desse período. Então, Pedro, primeiro, acho que aqui pega um pouco de regência também. Disputas entre tendências unitaristas e federalistas, tensão entre forças do Exército e Marinha Nacional. Marinha você até tinha, mas Exército você não tinha Nacional ainda, tá? Você tinha tropas, mas não o Exército. Então, você já elimina. Dinâmicas demográficas nas fronteiras amazônica e platina. Platina seria lá da cisplatina, né? Então, você tem mais ao sul do Brasil. Então você tem dinâmicas demográficas nas fronteiras, Amazônia e Platina. Tensão do direito de voto aos estrangeiros e ex-escravos. Reivindicações da ex-metrópole. Quem que é a ex-metrópole, gente? Portugal. Tô ficando sem voz. Nas esferas comercial e diplomática. O que que tava... Por que estava inconstante o governo? Por que tinha instabilidade? Ó, Portugal aceitou a independência do Brasil a partir de 1825 com o Tratado de Paz e Aliança. Então não pode ser isso, certo? Não pode. Porque paz e amizade... Aliança e amizade, né? Desculpem. Então não pode. Ele não estava reivindicando. Reivindicando o quê? Se o Brasil já não é mais de Portugal. Então elimina a E. A gente já eliminou a B porque não tem exército nesse período, tá? Vão eliminar a D porque a extensão do voto aos estrangeiros e ex-escravos não era o debate, porque o voto era dos ricos, certo? Era dos ricos. Mas não era debate. Não é por isso que era instável. Logicamente que isso é péssimo. Traria instabilidade, logicamente. Mas a grande instabilidade mesmo, se você colocasse assim, extensão do direito... Ah, não, tá falando aqui. Extensão do direito de voto aos estrangeiros e aos escravizados. Eles não tinham voto. Eles não tinham direito ao voto. O voto era só de gente rica. Então não tava tendo extensão de voto a eles. Então elimina a D também. E a C, dinâmicas demográficas nas fronteiras amazônica e na platina. Você teve crise na cisplatina, mas na cisplatina, na fronteira platina do Brasil. Rio Grande do Sul, Uruguai. Na amazônica, não. Não é o debate que se faz. Então sobrou alternativa o que pra gente? A, haviam disputas entre tendência unitarista e federalista. O que é a Confederação do Equador? Eles que não gostam da centralização do poder de Dom Pedro I. Criticavam o poder moderador. Eles eram federalistas. E o Dom Pedro era o quê? Unitarista. Se você tinha essa tensão, guardem isso. Essa tensão vai... Bom, isso aí vai pra longe. Isso aí vai até a República. Primeira República a gente vai ter tensão assim. Esse debate entre unitarista e federalista. Guarda federalista, mais autonomia pras províncias. Ou estados. Federalista, tá? e unitarista, mas centralização. Tá bom? Vamos lá. PPL 2022. Bem recente também, né? Vamos lá. Apesar de derrotado na batalha do Genipapo, opa! Independência do Maranhão, Piauí e Ceará. Eu falei pra vocês que teve conflito, teve guerra. O exército de sertanejos, lembra lá o que eu falei pra vocês, o povo queria se libertar de Portugal, mas a elite da região apoiava Portugal. Mas o povo conseguiu. E teve uma batalha, a famosa Batalha do Gene Papo, que saíram derrotados o povo. Mas eles conseguiram fazer, mesmo nessa batalha sendo derrotados em número de mortos, eles conseguiram ali... É... fazer com que as tropas portuguesas perdessem tempo. Então foi uma derrota na batalha, mas uma vitória política no contexto da independência. Libertou três províncias nordestinas. Esse confronto foi dos mais violentos, embora tenha ocorrido em um único dia, 13 de março de 1823. A batalha foi resultado de embates entre o poder português e a população sertaneja piauiense. cearense e maranhense de todas as classes sociais, que formaram uma multidão... Ali você já tem, por exemplo, os ricos já estão assumindo ali. No começo, os ricos apoiavam o projeto português. Formaram uma multidão de voluntários armados, de instrumentos como facões, inchadas, foices e machados. No processo de construção do Estado Nacional, esse conflito oferece um contraponto, ou seja, esse conflito oferece um ponto diferente. Do ponto de vista diferente, a narrativa focada em Dom Pedro. Porque em Dom Pedro é o herói da independência, centralizador, ai que lindo. Aqui mostrou que é o povo pegando no facão e indo pra porrada. Narrativa de Dom Pedro. Aí evidenciaram o que? O que ele mostra pra gente? O que ele mostra pra gente? O vigor do legado patrimonialista. O patrimônio, a manutenção do patrimônio como ele é, de fato. A imposição da solução republicana, a deficiência das tropas metropolitanas, o protagonismo da resistência autônoma e a continuidade das contradições políticas. O que eles estão tentando mostrar de diferente pra gente? Marca isso. A alternativa correta é D, é o povo sendo protagonista em uma resistência autônoma. Lembra que eu falei que existem projetos... Projetos de Independência. Projetos de Independência. É um projeto que não ia ao acordo de uma centralização de Dom Pedro, mas eles queriam se tornar independentes. A questão é que após essa independência, o Brasil foi centralizado por Dom Pedro pela Constituição de 1824 e as províncias não gostaram. Por exemplo, essas províncias que a gente está falando aqui se aliaram à Confederação do Equador contra o poder moderador. Compreenderam? Então você tem um protagonismo da resistência autônoma, certo? Então eles não estão recebendo nenhuma imposição republicana, é monarquista, porque Portugal é monarquia, Dom Pedro é monarquia. Então não é uma imposição republicana. E não está mostrando deficiência das tropas metropolitanas, que é de Portugal. Porque Portugal venceu a Batalha do Gene Papo, mas mesmo assim não conseguiu. A Batalha do Gene Papo, como eu falei para vocês, fez com que Portugal... Perder esse tempo ali na região, as tropas. Certo? E eles não estão mostrando a continuidade das contradições políticas. Eles estão mostrando que eles são protagonistas de um processo de independência que não é focado em Dom Pedro I só. É que Dom Pedro depois centralizou. Vamos lá, então, para outra questão. Essa é a Enem PPL 2022. Reparem que tem cobrança, hein? Vamos lá, gente. Quando as elites de cada região do país procuraram estabelecer sua autonomia em relação ao governo central, elas se confrontaram com o espectro de uma anarquia social. Em uma sociedade escravocrata, a possibilidade de tal desordem ameaçava tudo. Fazer uma desordem num processo onde o Brasil tinha mais continuidade do que ruptura em relação ao passado colonial? Líderes locais apoderaram-se da legitimidade que a monarquia oferecia como uma tábua de salvação. E o Estado monárquico central que eles construíram os trouxe à terra firme, à elite. Os vínculos que eles construíram os trouxeram à terra firme. Os vínculos que se seguiram entre as várias regiões levaram a um sentimento de solidariedade dentro da elite. Formar o Brasil. O Estado, portanto, fomentou a emergência de uma nação única, o Brasil. Então, eles tentaram construir esse Brasil. A gente falou disso aqui hoje, né, gente? A aliança entre elites regionais, elites, não é o povo, elites, e o Estado monárquico, que é Dom Pedro I, resultou no quê? Na predominância do Partido Conservador? Não pode ser essa, eu vou falar, porque você tinha ainda assim muitos liberais. O Partido Liberal ainda era muito forte no Brasil. Tanto é que tentaram separar, por exemplo, ali na Confederação do Equador. A consolidação dos ideais republicanos, eles eram monarquistas. Então como é que você vai consolidar a república? Promoção da identidade brasileira. Eles estão mostrando a identidade brasileira através... Atenção. Unificação... Unificação... Estou adorando escrever aqui nessas linhas, porque não fica tão torto assim. Territorial. Somos Brasil. Ah, mas a escravidão continua. O povo está excluído, mas somos Brasil. É elite e monarquia. A elite adorava. A elite podia votar. Da unificação. Lembra que eu falei que ainda assim você teve um processo de construção dessa identidade nacional? Uma identidade puramente brasileira. A alternativa C. A D fala, elaboração das leis abolicionistas, que vão acontecer só a partir do segundo reinado. Aqui a gente está falando do primeiro reinado. E a E, eclosão das revoltas regenciais. Na elite, não. A relação da elite com a monarquia vai segurar. As votos regenciais serão na regência pós-Dom Pedro I também. Então, a alternativa C. E vamos responder a nossa última. Essa é o Enem 2022. É uma questão que traz dois textos aqui pra gente fazer uma interpretação. Vamos responder. Ela traz um panorama um pouco além da política. Ela vai falar sobre as relações de educação, a relação das mulheres. É importante eu trouxe porque é importante a gente ficar de olho nisso. Dois textos, vamos lá. Texto 1. A primeira grande lei educacional do Brasil, de 1827, determinava, lei educacional, vamos marcar, que nas escolas de primeiras letras do Império, meninos e meninas estudassem separado e tivessem currículos diferentes. No Senado, o Visconde de Cairu foi um dos defensores de que o currículo de matemática das garotas fosse mais enxuto possível. Nas palavras dele. Nas palavras do filho da puta aqui. Desculpe o termo. Belo sexo, o Belo não tinha capacidade intelectual para ir muito longe. Não pode ter um... Mas ela até olhou pra mim agora. Não sou eu que tô falando isso não. É porque... Sobre as contas, são bastante para as meninas. As quatro espécies, que seria a adição... Subtração, divisão, multiplicação, né? Eu queria deixar... Vem cá, fala no microfone, porque senão o pessoal não escuta. Porque o microfone é focado na minha boca. Mostra a carinha aqui. Eu só queria deixar claro para esse ser humano... Senador Visconde de Cairo, lá de 1827. Eu fui a primeira aluna da faculdade a tirar 100 em geometria descritiva, que é um pouco avançado. Para provar que nós mulheres não temos... capacidade. E passei em cálculo estrutural com 87. Sobre as contas, são bastante para as meninas, as quatro espécies, que não estão fora do seu alcance e podem ser de constante uso na vida. Tipo assim, só vai fazer continha. Assim, um outro contraponto posso dar? Eu não sei fazer conta de subtração direito, eu não sei fazer conta de divisão, eu não sei fazer aquele divisão, eu não sei. Não sei. Não sei. Não adianta. Não vai colocar na minha cabeça. Eu uso calculadora no celular e acabou. Não sei. A minha bisavó, que só tinha até, eu acho que, quatro anos, ela fazia contas à vontade de cabeça. A sua bisavó. Eu não faço divisão. Não sei. Colocar no papelzinho? Não adianta. Não vem comigo. Então, beleza. Então, aqui o Visconde do Caralho A4 tá defendendo a lei contra as mulheres aqui. E o texto 2. No Senado, o único a defender publicamente que as meninas tivessem... Agora, outro ponto. Em matemática, um currículo... idêntico ao dos meninos foi o Marquês de Santo Amaro, do Rio de Janeiro. Ele argumentou ao contraponto em relação ao Visconde do... enfim. Não me parece, conforme as luzes do tempo... Opa, falou de luzes, da razão, as luzes do tempo, o que estão aprendendo aí nesse tempo em que vivemos, deixarmos de facilitar às brasileiras a aquisição desses conhecimentos mais aprofundados de matemática. A opção que se manifesta não pode nascer senão no arraigado e péssimo costume em que estavam os antigos, os quais nem queriam que as suas filhas aprendessem a ler. Vocês estão falando isso porque antigamente era assim e vocês estão querendo continuar com isso. É o patriarcado. Os discursos expressam pontos de vistas divergentes, lógico, ficou na cara aqui, não eram convergentes, eram divergentes, respectivamente, pela oposição entre. A dica que eu dou, quando tem uma questão desse tipo, você vai fazer o seguinte, o primeiro conceito, do lado de cá, da coluna, ele vai ser referente ao texto 1. O segundo conceito vai ser referente ao texto 2. Geralmente é assim. Vamos ver se aqui vai seguir essa ordem. para o Enem, tá? Liberdade de gênero. O primeiro está defendendo liberdade de gênero? Não. Então você já corta. E o segundo está defendendo controle social? Também não. Ou seja, elimina. B, equidade de escolha e imposição. O segundo está ali defendendo uma imposição cultural e esse aqui está ali defendendo a equidade de escolha no sentido de que deixem eles escolherem, eles têm um direito, elas têm um direito. O primeiro está falando, não, eu, homem, esconde de Cairo, estou falando que as mulheres não podem aprender matemática, direito, entendeu? Então elimina também. Vamos lá. C, dominação de corpos. Ah, Michel Foucault. A gente vai ver isso aqui em filosofia também, mas é um conceito aqui bem interessante para a gente, que acho que é legal falar. Michel Foucault fala que é uma forma de violência, uma dominação, quando você impõe. É uma dominação do corpo. Por que é uma dominação do corpo? As mulheres não vão frequentar. O primeiro está falando, elas não devem frequentar as mesmas salas, porque não vai ter o mesmo aprendizado. Você está tentando dominar. O Foucault fala de tornar... Os corpos. dóceis. Olha só onde que a gente vai, hein? Então é uma dominação de corpo? Sim, porque tá falando, vocês vão ficar nessa sala, você tá dominando o corpo. Tornar esse corpo dócil ao que você quer. É uma sua forma de exercer o poder sobre essa pessoa. Pra redação isso aqui é fundamental, mas é pra entender história, pra poder fazer crítica também, certo? Então, por enquanto tá certo. Opa, meus óculos. E o segundo... Igualdade humana? Tá, tá defendendo uma igualdade de gênero, mas em geral uma igualdade humana entre homens e mulheres tem que ter igualdade. Então a gente vai marcar que a alternativa C, um depende de uma dominação de corpos, dos corpos das mulheres, tornar corpos dóceis, e o segundo, igualdade humana, lógico, alternativa C. Vamos seguir nessa mesma lista aqui, porque a D e a E estão erradas. A D fala geração de oportunidade. Ah, o texto 1 está defendendo geração de oportunidade? Jamais. E o texto 2, restrição profissional? Não está defendendo. Está falando que elas têm o direito de estudar em matemática, assim como os homens. E a E, exclusão de competências. Então a E, você pode estar falando competências em relação à matemática. A um pode ser, pode confundir assim. Mas o dois está defendendo participação política? Não é participação política que ele está defendendo. Ele está defendendo o direito de estudar as mesmas disciplinas dos homens. E não a participação política. Então você pode confundir aqui. Por isso a alternativa correta é C. E com essas questões a gente vai fechando a nossa... Aulite aqui, deixa eu chegar aqui no centralizado. Espero que vocês tenham gostado. Amanhã tem mais, amanhã voltamos aí com o nosso intensivo de Sociologia e nosso intensivo de Filosofia, temas importantes aí pra vocês. E é isso, eu vou ficando por aqui. Gostei? Vão lá, entrem no canal do Thiago também, no Renologia, pra poder acompanhar as aulas de Biologia lá, pra se preparar pro Enem. E também me sigam na twitch.tv barra parabólica online, os links estão todos na descrição ou no comentário fixado, tem muito mais parabólica. parabólica mais. Um abraço por aqui, amo vocês de coração, agora vou editar tudo isso aqui. Beijo, fui!