Todos bem? Saudáveis? Sobrevivemos?
Botafogo campeão da América é o assunto do vídeo de hoje. E é um daqueles vídeos onde a gente deixa falar emoção, coração, sentimento, e aí tem um pouco de análise, tem um pouco de racional aqui também, mas vai muito além disso, né? O vídeo de hoje. Tanta coisa pra falar sobre o que esse título representa pra mim, sobre o que isso significa em termos de família. Em termos de carreira, em termos de amizade, isso também é muito importante ser dito.
Então vamos, vamos bater esse papo. Peça o seu like aí, se inscreve, ativa o sininho, rumo a 270 mil inscritos por aqui. Evidentemente, vamos seguir o protocolo, por mais que hoje as coisas sejam um pouco diferentes, até o local onde eu estou, hoje eu não estou na capital, hoje estou com a família aqui num refúgio, aniversário do meu filho, que aniversário que ele teve, nossa, que aniversário.
E tem uma história que eu acho que eu nem falei ainda sobre aniversários do Gustavo, sobre coincidências do Botafogo na vida dos aniversários do meu filho, na vida dele. Tem uma muito interessante que envolve 2014 e 2024. Vou contar isso para a galera aqui. Mas vamos lá, vamos para o protocolo aqui, que é o QR Code da AG, porque nesse domingo, evidentemente, que a vida continua.
Nós estamos de olho aí no Brasileirão. Teremos jogos muito importantes nesse domingo para você acompanhar as odds e fazer a sua fezinha. Tem Flamengo e Inter, que é uma briga lá em cima.
Agora, a briga do rebaixamento. O Grêmio tem um jogo contra o São Paulo hoje que é, nossa, desesperador. Enfim, estamos de olho.
Estamos de olho e você aproveita, confere as odds na AG. QR Code na tela. Jogue com responsabilidade você que tem 18 anos ou mais.
Bom, o que representa para o Botafogo de futebol e regatas em termos institucionais? o título da Libertadores de 2024. Eu acho que é muito legal a gente partir daqui a conversa sobre a vitória de ontem contra o Atlético Mineiro. Primeiro que a maior semana da história do Botafogo terminou com duas...
A maior vitória, com certeza, da história do clube, que foi ontem, e uma outra vitória que certamente você coloca naquele hall ali das dez maiores vitórias que esse clube já teve, que foi a de terça-feira dentro do Allianz Parque. Então o Botafogo sempre foi o clube dos extremos, né? Ou era tudo muito ruim, ou dava tudo muito errado, ou as coisas, de maneira surpreendente, se encaixavam. E na maioria das vezes dava errado. Na maioria das vezes, a famosa expressão, o pão caía com a manteiga virada para baixo.
Então essa semana, ela podia ser, depois de... considerarmos a maior da história do clube em termos de expectativa, ela poderia ser a mais pesada. E olha que esse clube já teve semanas muito pesadas.
Vi de 2023, por exemplo. Mas o Botafogo sai dessa semana com duas vitórias redentoras, arrebatadoras, épicas. A de ontem, então, é brincadeira. Que roteiro. Eu tenho uma teoria esse tempo todo acompanhando futebol de que jejuns períodos de sofrimento, só são encerrados com mais sofrimento.
Não tem como, não tem como ser fácil. O fim de um jejum nunca é fácil. Então, por exemplo, pegando até o Atlético.
O Atlético nunca tinha ganhado uma Libertadores até 2013. Vocês lembram como foi que o Atlético ganhou a sua Libertadores em 2013? Como foi épica aquela trajetória. No pênalti do São Vitor contra o Tijuana, no jogo dramático contra o Newells, com a luz que acabou, que voltou, a final incrível, o jogador do Olimpia escorregando com um gol vazio, o gol dramático do Léo Silva.
Só se encerra jejum, só se conquista algo nunca antes alcançado com muito suor. O futebol é isso. E eu já estava meio que preparado para uma vitória. Eu tive aqui...
Durante toda a semana, a mesma postura em relação ao favoritismo. Sempre considerei o Botafogo favorito para a decisão. Isso nunca mudou na minha cabeça, nem com os empates. Os vídeos mostraram isso ao longo da semana. Mas eu também não esperava que a final da Libertadores fosse um 3x0 fácil, fora o baile, porque isso não existe, gente.
Isso não existe, não existe. Isso não existe. Em final, isso é muito raro acontecer.
E um clube que está chegando nesse patamar pela primeira vez, ele tem que suar sangue para chegar lá. E foi o que o Botafogo fez. E suou sangue nas oitavas contra o Palmeiras no Aliança. E suou sangue na pré-libertadores. O Botafogo começa tomando um gol do Aurora no primeiro jogo, em Cotabamba, na última bola do jogo.
Aí você fala, ah não, não é possível, tudo de novo. Aí o Botafogo passa pela Aurora, aí vem o Red Bull Brancantino com o frota amarrado, aí o Júlio Santos vai lá e resolve tirando alguns coelhos da cartola. Aí vem a primeira fase, técnico interino, ah, vai vir o Arthur Jorge, não vai vir o Arthur Jorge.
Toma um pau do Júlio Barranquilla dentro de casa, 3x0 na primeira rodada de perder o rumo. Aí depois chega o Arthur Jorge, vai com quatro atacantes lá na LDU, lá em cima, perde por 1x0 quando todo mundo esperava tomar uns quatro. Mas ainda assim, pô, 0 ponto em seis.
Ferrou, não vai passar. Aí passa, chega nas oitavas, sua sangue dentro do Aliança para passar pelo Palmeiras, um desespero. Sofre no Morumbis, depois de jogar no Nilton Santos para fazer 4x0 no São Paulo no primeiro jogo.
Não fez, levou a vantagem pequena, tomou um gol, é um pato no Morumbis ganhando os pênaltis. Outro Penharol, meu Deus, o Penharol, a bola não entra, primeiro tempo, aquela coisa tensa, aquele clima de tensão, aí finalmente sai o primeiro, aí passa o carro. Não teve moleza em momento nenhum, nem o 5x0, ninguém vai...
Quem viu o jogo? Nem o 5x0 contra o Penhoró, as pessoas podem dizer, nossa, tranquilidade, esse aí o Botafogo não foi, cara, porque o primeiro tempo a bola não entrava. E vai passando aquele monte de filme na cabeça, aquele monte de pesadelos. Então, eu não posso dizer para você que eu sabia que o roteiro seria exatamente esse.
Ah, vai ter uma expulsão aos 30 segundos, vai jogar 90 minutos com a menos, vai ter que se superar, vai ser... Isso não tem como prever. Mas eu imaginava muita dificuldade na final, muita, muita. Mesmo com a superioridade do Botafogo em relação ao Atlético. Finalmente o Botafogo tem paz.
Acho que esse é o melhor resumo do que aconteceu nessa conquista da Libertadores, do que ela representa. Paz institucional para a agremiação mais pressionada do futebol brasileiro. Várias aí estão passando por dificuldades, momentos de cobrança, de pressão, mas...
E desculpa se isso te soar, pô, clubista e tal, desculpa. Me permita hoje avançar um pouquinho nesse terreno. Nenhuma instituição esteve tão pressionada nos últimos anos por uma grande conquista quanto o Botafogo de Futebol e Regatas.
Até porque nenhuma viveu, nenhuma nesse momento, até aquelas que estão em jejum, nenhuma vivia um jejum tão longo quanto o do Botafogo. Nenhuma, nenhuma. Nem mesmo o Cruzeiro, que foi parar três anos na Série B. Nem mesmo o Santos, que está num momento de grande dificuldade, que acabou de cair para a Série B. Nem mesmo o Atlético, não dá para falar, porque o Atlético está aí disputando títulos e em 2021 fez dobradinha de Brasileira e Copa do Brasil. Nem mesmo o Vasco, que nesse século já foi campeão de Copa Nacional. E hoje está numa fase tenebrosa.
Nenhuma delas era tão pressionada quanto o Botafogo. E na boa, não tinha exagero nenhum nessa pressão. Essa pressão era justa.
Ela era razoável. O que não é razoável é um clube dessa expressão ficar tanto tempo sem conquistar algo relevante, porque o Botafogo de 1995 para cá ganhou um Rio-São Paulo ali, que já estava caminhando para o fim da fórmula, ganhou um Carioca aqui, ganhou outro Carioca ali, ganhou um título de Série B, mas isso com todo o respeito, todo o respeito. Mas a gente precisa colocar as coisas nas suas devidas ordens de grandeza.
Isso para um novo Horizontino... Isso não é um título de Série B, uma grande campanha no estadual. Isso é show, isso pro Ituano. Não é pro Botafogo não, né, galera? Pro Botafogo não.
O Botafogo, apesar de tudo, do seu longo jejum, dos seus vexames, das suas noites duras, difíceis, se manteve como uma das maiores torcidas do Brasil esse tempo todo. Uma das 12 principais torcidas do Brasil esse tempo todo. Todo.
Esse clube... Nossa, essa torcida encolheu, essa torcida não existe, essa torcida não existe mais, essa torcida abandonou, essa torcida é isso, essa torcida é aquilo. Esse clube botou 40 mil pessoas, 30 mil, 40 mil pessoas aproximadamente, arredondando dentro do Monumental de Nunes, numa final de Libertadores, a maior invasão de uma torcida brasileira na América do Sul já vista, maior deslocamento já visto.
Então, claro que o Botafogo se manteve, apesar de... tudo um clube grande, sem resultados grandes, sem um presente grande, mas uma marca grande, um histórico muito grande, uma relevância grande para o futebol brasileiro. Então, estava muito descasado, sabe?
Pô, o que representa o Botafogo para o futebol e o que o Botafogo virou? O Botafogo não fosse a lei da SAF, a chegada de John Textor, fecharia as portas. E aí...
é sempre para o jornalista uma posição muito delicada essa de enaltecer um cartola, que nesse caso é uma figura diferente, né? Porque... Agora nós estamos falando de investidores, de bilionários.
Eu não sei se é preciso atribuir o termo cartola ao John Textor. Cartola era uma coisa mais de anos 90, daquele cara que detinha o poder político do clube, fazia ali as suas conexões e tal. Agora nós estamos falando dono, né? Agora é uma empresa, é um pouco diferente, mas enfim.
Vamos lá, vamos forçar um pouquinho na nomenclatura cartola. Os dirigentes, os jornalistas, geralmente eles são muito cautelosos, eles ficam muito receosos de fazer um elogio, sabe? A um dirigente e tal.
Mas o que eu vou falar do John Textor? Como não tratar John Textor como o cara que salvou o Botafogo? Eu não vejo outra possibilidade de abordagem aqui. Ah, o que vai ser do futuro?
Eu não sei. Não sei. Eu não sei se o Botafogo será superavitário sempre.
Eu não sei se a situação dos outros clubes do grupo... Grupo da holding do Textor. Se essa situação vai impactar muito na vida do Botafogo, eu não sei.
Eu não sei. Eu não sei. Futuro, eu não sei.
A gente pode projetar, a gente pode... Mas cravar não dá. Mas eu preciso tratar hoje. Eu preciso tratar do hoje, do agora, do presente.
John Textor salvou o Botafogo do fechamento das portas, do encerramento das atividades. Não estou sendo dramático, não. Botafogo tinha uma dívida superior a um bilhão de reais.
Ah, mas o Corinthians tem uma dívida de dois bi e está vivo e não vai fechar. Uma coisa é a arrecadação do Corinthians, outra coisa é a arrecadação do Botafogo. Uma coisa é o tamanho de torcida e de mercado que o Corinthians ocupa, tem e ocupa.
Outra coisa é a fatia desse bolo pertencente ao Botafogo. Com um bilhão, com as próprias receitas, o Botafogo acabaria. Não é discurso exagerado, não. Era fim de linha. Era o Botafogo definhando até a Série B, talvez até a Série C, até o anonimato.
Até uma perda total de relevância, de tamanhos, tornando um clube danico. É o que ia acontecer com o Botafogo. Então, as coisas precisam ser colocadas nos seus devidos lugares, os personagens precisam ser reconhecidos de acordo com aquilo que fizeram. E eu sempre sou pragmático, vocês me conhecem nessas abordagens também, sobre pessoas, sobre negócios, porque John Textor, olhando do ponto de vista empresarial, ele não está fazendo filantropia, né? Ele está botando dinheiro para tirar mais, para ter lucro, para obter lucro.
É a natureza da atividade, a lei da SAF é para isso. O investidor vai resgatar um clube Que não tem condições de andar com as próprias pernas E num período X De anos, ele vai recuperar esse investimento O jogo é esse E não tem crime nenhum nisso Eu não criminalizo o mercado, não criminalizo o negócio Não sou Não sou dessa galera aí não Mas Um clube de futebol, por mais que seja uma empresa Ele tem um componente de paixão de torcida, que uma Big Tech não tem. Se o Tech Store investisse em um outro tipo de empresa, não seria tratado dessa forma.
Não seria ovacionado. Provavelmente não estaria chorando na beira do campo com o troféu da Libertadores na mão. Uma coisa é você receber um cheque por um grande negócio. Uma premiação, um grande contrato de 23 milhões de dólares na sua empresa.
Outra coisa é você receber um cheque de 23 milhões de dólares e, ao mesmo tempo, você está vivendo uma sensação de catarse de uma torcida que estava esperando tanto por aquele momento, de pais abraçados com filhos, chorando em lágrimas. É totalmente diferente. Então, o futebol é negócio, mas ele não é só negócio.
Então eu acho que esse título dá ao Botafogo a paz institucional que ele precisava, que ele merece, ele merece, ele merece seguir a vida dele. E ele tem um outro efeito, para o futuro o Botafogo tem referências na sua própria história para lidar com momentos de dificuldade, com decisões. Aquela coisa do...
O Palmeiras do Abel Ferreira é um clube acostumado a decidir. Por que ele é acostumado a decidir? Porque ele decide toda hora e porque ele vence a maioria das decisões.
Então ele tem histórias boas para contar, para se recordar. E ele tem um referencial de si próprio. Ele pode se espelhar nele mesmo para conseguir viradas, para conseguir títulos, para conseguir vitórias que ninguém espera. E isso é uma construção que foi feita pelo trabalho do Abel Ferreira.
Que outras equipes vencedoras do futebol brasileiro? tiveram. O Botafogo começa, aí nós precisamos ver se vai ser permanente isso, mas ele começa a tentar construir isso, ele já olha para 2024 e fala, olha como ganhamos libertadores, hein? Chegamos na semana mais importante do ano, numa pressão desgraçada, com muita gente colocando rótulos, desconfianças, o clube é isso, o clube é aquilo, o clube tem aura disso, aura daquilo. Porra nenhuma.
Vamos lá e ganhamos. E isso também muda a percepção dos adversários. O respeito é outro. Puta, é o Botafogo. Não é o Botafogo que perde toda hora, não ganha de ninguém, como o pobre coitado do futebol brasileiro.
Não, é o Botafogo, irmão. É o Botafogo campeão da Libertadores. É o Botafogo que subida a volta por cima.
É o Botafogo do John Textor. É o Botafogo que tem grana, que está mudando o seu DNA, que está começando, de repente, a passar por uma mudança no espírito. Todo mundo começa a te ver de outro jeito. E tem um efeito do próprio torcedor que pode passar a ver o seu clube de outro jeito. Porque eu sei que existe uma crítica à frequência de torcedores do Botafogo no estádio.
Eu sei, eu sei muito bem. Eu vivi isso de perto, nos 30 anos que morei, mais de 30 que morei no Rio de Janeiro. E frequentei Nicaio Martins, Maracanã e Nilton Santos com o meu filho.
Sempre com meu filho, raramente sem ele. É justo. Se a gente quer tratar o Botafogo como um clube grande, como uma das 12 maiores torcidas do Brasil, ele precisa ter uma média de público condizente. Tudo certo.
Mas eu entendo que nesse processo tão duro, tão traumático, teve muita gente que se afastou do dia a dia do clube, porque cada um lida. Quem sou eu para julgar as pessoas? Cada um lida com frustrações de um jeito, com seus próprios mecanismos.
Para muitos o mecanismo é se afastar. Para muitos o mecanismo é dar um tempo. Em 2023, a ativação desse mecanismo foi necessária para algumas pessoas. Porque o abalo emocional que 2023 causou foi pesado demais. Demais.
Isso inclusive passou a ser tratado com frequência em consultórios de psicanálise no ano passado. Houve vários relatos de profissionais que contavam sobre isso. Olha, aumentou o paciente botafoguense aqui, zureta, cara, da cabeça, a gente precisando dar um suporte emocional porque, sabe, deu uma virada no fio do cara, pô.
Então esse título, ele é muito importante para reconectar o Botafogo com o todo da sua torcida, principalmente aquele mais afastado, mais desconfiado, mais sofrido. Ah, mas isso é um fenômeno só da torcida do Botafogo? Não, isso é com todo mundo. Você quer um exemplo de como isso acontece com todo mundo? Com uns mais, outros menos, tá?
Tem torcidas que no seu bolo são mais presentes, são mais fiéis, o percentual de afastados é menor, em outras ele é bem maior, como talvez o caso do Botafogo, mas isso acontece. Agora, você quer um exemplo objetivo de que isso acontece com praticamente todo mundo? Pega o crescimento... de adesões a planos de sócio-torcedor nas fases boas dos clubes.
Não quer dizer alguma coisa isso? O clube está em boa fase, o plano de sócio-torcedor dispara. As adesões disparam.
Botafogo, inclusive, está vivendo o maior momento da sua história em número de sócio-torcedor. E outras torcidas já experimentaram isso, outros clubes já viveram isso. Porque o torcedor só quer ganhar.
Cara... Cada um torce do seu jeito. Tem torcedor que vai a 10 minutos de jogo se a coisa não tá boa. Tem torcedor que não se permite vaiar com a bola rolando.
Eu respeito todos. Tem torcedor que vai a todos os jogos, viaja, vai. Tem torcedor que prefere...
Não, pô, tô desconfiado. Chega de sofrer, eu vou esperar. Eu não tô acreditando ainda.
Cada um com o seu perfil. E esse botafoguense mais traumatizado, pô, ontem essa ferida tá curada. Finalmente! Uma ferida que demorou... anos para cicatrizar para alguns.
Cicatrizou, fechou. Agora é tocar a vida. Agora é abraçar o clube.
Agora é estar mais presente no dia a dia do clube. Agora é participar mais, é viver mais o clube, é saborear mais. Sozinho, com a sua família, com seus amigos, com sua esposa, com seu marido. Viver com seu filho, com sua filha.
Dar uma camisa para ele com orgulho, como eu dei a camisa de aniversário para o Gustavo ontem, antes do jogo. Batiam medo, né? Falaram, meu Deus do céu, hoje é aniversário dele, eu estou dando a camisa. Esse final não pode ser ruim para ele, né? Não pode, não pode.
E não foi. Ainda bem que não foi. E aí eu vou falar um pouco de aspecto pessoal aqui também. Eu quero falar um pouquinho do jogo e tal, mas deixa eu falar um pouquinho de aspecto pessoal.
Como eu já contei em diferentes ocasiões aqui nesse canal, em outros lugares, em podcasts, eu contei várias vezes. Eu sou do Rio de Janeiro. Fui criado no Rio de Janeiro, numa família com vários botafoguenses. A minha grande referência paterna, que foi o meu avô, e eu falo pouco disso nos espaços, né? Acho que só falei uma única vez.
publicamente sobre isso. A minha referência paterna foi o meu avô, porque o meu pai não participou da minha vida, e por uma opção dele, até onde sei, porque sequer o lado dele da história eu ouvi, o meu avô foi... O cara que me apresentou ao futebol no rádio pela primeira vez em 1992, na final do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Botafogo, segundo jogo, 2x2, o primeiro jogo já tinha sido 3x0 para o Flamengo, eu não entendia muito bem o contexto, se aquele gol dava o título, se o jogo não valia nada, se o confronto estava decidido, se não estava, eu tinha 6 para 7 anos, mal entendi o contexto, mas eu me lembro, eu nunca mais esqueci essa imagem da sala de casa, daqueles rádios, aqueles... não era Mini System, era um nome diferente na época, que eram aqueles integrados, você tinha um radião, com uma vitrola em cima, um LP, um AM-FM, duas caixonas grandes embaixo, ele ficava por cima das caixas de som, era um som alto pra caramba, e eu ouvindo aquele jogo no rádio, não sei se na Rádio Tupi, na Rádio Nacional, esse detalhe infelizmente eu não lembro quem é que estava narrando o jogo, se era o Penido, se era o Dualsei, não lembro. Porque eu me lembro que eu cresci, a partir do momento que eu comecei a sozinho colocar no rádio para ouvir, no Rio, antes de conhecer o rádio de São Paulo, e que foi o que gerou a minha paixão pelo Santos, é outra história que eu já contei, mas quando eu só conhecia as rádios do Rio, antes das ondas curtas entrarem na minha vida, eu ouvia muito a rádio Tupi, então me lembro muito do Dualcei, me lembro muito do Penido, me lembro muito dessa época.
Então essa é a lembrança de família. Esse é um grande ponto de conexão do Botafogo com a minha vida. Então, ontem, eu me coloquei no lugar do meu avô, daquilo que o meu avô fez comigo, daquilo que o meu avô fazia nas manhãs de domingo em que o Botafogo ia jogar algum jogo importante no dia, ia ter alguma coisa importante na parte da tarde, alguma final, algum clássico.
E eu me coloquei no lugar do meu avô, vivendo a mesma expectativa que eu tenho certeza que o meu avô vivia. por mim, muito mais por mim do que por ele, e foi exatamente o que aconteceu ontem, eu vivi muito mais aquela expectativa por ele pelo meu filho do que por mim por mais que eu tenha frequentado a arquibancada durante anos e vestido a camisa como torcedor durante anos do Botafogo e tal, mas depois uma paixão descoberta pelo Santos, mas aí a paixão de família está preservada e o meu coração é dividido entre essas duas paixões e assim será a vida inteira inteira e eu zero me preocupo com os julgamentos das pessoas. Zero, zero. Quem sabe o que passa como torcedor sou eu.
Sou eu, exatamente. Só quem sabe 100% sou eu e a minha mulher. Então eu me coloquei nesse lugar ontem como vários pais ontem se colocaram porque esse moleque passou em 2023 e a gente hoje não mora mais no mesmo estado.
Hoje ele tá aqui em São Paulo, ele vem passar os fins de ano sempre aqui, mas ele não mora mais em São Paulo, não mora mais comigo. E a gente estava à distância no ano passado, quando a derrocada começou. E eu sofria, cara, porque ele me mandava cada mensagem assim, arrasado, e bateu uma culpa. Eu juro para você que depois do 4x3 para o Palmeiras bateu uma culpa. Eu falei, meu Deus, no fundo, a gente morava no Rio, tinha essa coisa do meu avô, de parte da minha família, do meu sogro, da minha cunhada, de muita gente da família que é botafoguense.
E aí eu coloquei ele nessa e... agora ele está sofrendo, mas se eu não tivesse feito esse movimento lá atrás ele não estaria passando pelo que está passando agora em 2023, puta que bosta isso, a culpa é meio minha e o título de ontem tirou esse peso acabou esse peso, aliviou eu estou aliviado ele viveu e eu morria de medo não só de que ele não vivesse isso mas de que eu não visse ele vivendo isso a maior alegria dele como torcedor que ele pudesse chorar de emoção, como eu, em 2002, chorei de emoção no gol do Léo, no ângulo, na final do Campeonato Brasileiro entre Santos e Corinthians, e eu sempre dizia eu tenho um choro na vida, no futebol, que foi a final de 2002, acabei de ter o segundo ontem, e é uma mistura de sentimentos, esse segundo choro de ontem, é muito por ele, é pelo meu avô, é pela minha família, é pelos meus tempos de menino, é pela minha lembrança de ouvir jogos no rádio, o primeiro... clube com o qual eu tive contato na vida foi o Botafogo, através da minha família.
E depois veio o Santos, através do Rádio de São Paulo e algo genuinamente meu, algo que nasceu dentro de mim. Então foi uma volta no tempo, passou tanta coisa e agora eu posso dizer que eu tenho duas... Eu posso dizer que os dois clubes mais importantes na minha vida já me deram motivos para chorar de felicidade. Até ontem, somente o Santos tinha me dado esse motivo com o título de 2002. Então é isso.
É isso que representa o título. Eu não vou chorar mais porque eu não sou... Já foi tudo ontem, tá?
Eu não sou tão manteiga derretida quanto meu amigo VSR e eu quero falar dele também. Esse vídeo hoje vai ter pra mais de 40 minutos, vai ser uma loucura. Eu sou amigo do VSX, pra quem viu com certeza, foi nas minhas redes e tal, já tá sabendo.
Eu ontem tava narrando o jogo no YouTube da TNT Sports e ao final do jogo tem aquela coisa da festa do título, do grito, campeão, é isso, é aquilo e tal, a emoção. Vão vindo várias frases ali, vários sentimentos que eu vou transformando em palavras naquele momento. E aí o Vitor Sérgio, eu levanto para tomar uma água depois de falar aquilo tudo e tal, e o Vitor levanta, o Vitor estava comentando o jogo, a minha direita, a minha esquerda estava o Ricardinho Martins, e aí o Vitor se levanta para trocar de roupa, porque ele sairia do jogo direto para o prorrogação, que era o nosso pós-jogo, no oitavo andar.
A gente narrou o jogo do estúdio do segundo andar, e o estúdio do programa é no oitavo. Então ele tem que trocar de roupa, passar outro pozinho na cara, e subir para fazer o programa. Ele saiu, eu terminei a minha narração, ele tava retornando pro estúdio pra terminar ali de fechar o computador, as coisas dele, e subir pro oitavo andar. E eu tava indo tomar uma água, eu tava meio trêmulo ali, com a garganta seca de gritos, bergos, choro e tal, e fui sair pra tomar uma água. Do que eu levanto, ele tá voltando pra recolher as coisas dele do estúdio.
E ele vem me dar um abraço. E até aí... O Vitor já fez isso outras vezes comigo, de me abraçar em narrações que ele considera muito boas, que emocionaram.
Vitor é um dos maiores comentaristas desse país, gente. Então quando o Vitor vem te dar um abraço por um bom trabalho que você fez, você fala, porra, foi bom mesmo. É o Vitor Sérgio, né? Ali é mais do que o meu amigo, é o Vitor Sérgio Rodrigues, é o VSR, irmão. Ele é uma entidade, pô.
Peraí. É um dos maiores comentaristas desse país, gente. Falei, pô, ele... Ele curtiu, né?
Primeira coisa que passou na minha cabeça, pô, ele curtiu a narração, que legal, foi bom. Uma vez a gente estava fazendo um Barcelona e Inter 3x3, que é uma loucura, aquele final do jogo, a Inter depois quase faz o 4x3 e tal, e eu fiz uma narração legal e ele vem, eu estou sentado ali narrando, não tinha nem terminado o jogo, ele vem, dá um abraço, dá um apeto, falei, pô, só que era mais do que isso. Eu começo a ver o Vitor chorar igual uma criança, cara.
E eu falei, peraí. Não é só pela narração, porra. É o meu amigo.
É o meu melhor amigo. Que não torce pro mesmo time que o meu. Ele torce pro maior rival do Botafogo. E torce muito, tá?
Ele mesmo já falou disso várias vezes. Ele torce muito. A diferença é que ele não torce no microfone.
Ele respeita muito o trabalho dele, que põe comida na mesa dele, como eu faço na minha. Como eu faço com o meu trabalho. Mas assim, dane-se rivalidade.
Mais do que um colega de trabalho, mais do que um rival de arquibancada, o Vitor é irmão. O Vitor é amigo. O amigo que fica feliz com a alegria do amigo dele. E de maneira muito genuína.
Mesmo que isso não traga nenhum benefício para ele. Não traga nada. Nada. Não represente nada.
Não vai mudar nada na vida dele. Nada. Mas só de ver um amigo feliz, ele, manteiga derretida que é, você aguenta. E aí eu não me aguentei junto. Tudo que a vida já deu e ainda vai dar ao Vitor Sérgio Rodrigues é muito pouco diante do coração que ele tem, diante do que ele representa para mim nesses 18 anos.
Eu não tive, não só um pai. Eu não tive também irmãos de sangue. A vida não me deu. Me deu o Vitor Sérgio.
Me deu o irmão de vida. E é irmão de tudo, vocês não fazem ideia. É irmão de puxar minha orelha quando faço coisa errada. Foi o cara que me deu toques muito importantes sobre postura no início da minha carreira.
Sempre muito preocupado, sempre muito zeloso. É o cara que descobre alguma coisa e vem contar pra mim. Jorge, olha só, poxa, descobri isso aqui, faz também. Jorge, descobri um médico tal aqui. pô, gostei, fui lá, me consultei, pô, marca lá, vai lá também.
Jorge, aconteceu assim um negócio, fiquei sabendo. Ele é o primeiro a me contar, ele é o primeiro a se preocupar. Esse é o Vitor Sérgio.
Jorge, descobri um negócio, pô, muito da hora, vou te colocar nessa fita aí também. Ele vai lá, a primeira pessoa que ele pensa é em mim. Que irmão que a vida me deu, né? Não preciso falar mais nada sobre o Vitor Sérgio.
E isso não é só com o cara que frequenta a casa dele há 18 anos, que é o meu caso. Isso é com todos. Isso é com todos.
O Vitor Sérgio Rodrigues é o maior coração que eu já vi. Isso é com todos, isso é com gente que está chegando, gente que está em início de carreira, início de trabalho, precisa de um toque, precisa de uma orientação, precisa de um chacoalhão, precisa de um se liga, precisa... Ele é o primeiro a agir dessa forma. Desculpa, eu tive que fazer um corte aqui porque o microfone deu aquela falhada tradicional, né?
Mas eu agora gravo o vídeo monitorando o tempo todo, quando para o microfone eu já consigo detectar e recomeçar para não perder o áudio e ter que pegar o áudio do celular, que é muito pior, né? Muito ruim, o do microfone é muito melhor. Então esse é o Vitor Sérgio, irmão.
Esse é o Vitor Sérgio. Sou muito grato a esse cara pra sempre. Eu já disse aqui, acho que foi até depois daquele 3x3 do Barcelona e Inter, eu queria ser um amigo pro Vitor Sérgio no nível do que ele é pra mim.
O Vitor Sérgio me pressiona. A minha amizade com o Vitor Sérgio é muito difícil pra mim por esse aspecto só, né? Porque eu vejo e falo, cara, eu sou um amigo à altura do Vitor Sérgio?
Eu retribuo à altura o que ele... Me dá. Eu sempre fico com a sensação de que falta alguma coisa. Porque o amor do Vitor, a amizade do Vitor é um negócio tão transbordante que eu falo, meu Deus do céu, eu não sei se eu estou no mesmo pé, sabe?
Se eu estou preparado para retribuir. Se eu sou essa pessoa. Se eu mereço.
Se eu mereço. Eu reflito sobre isso e falo, porra, difícil, né, cara? Como é bom ter o Vitor Sérgio como irmão. Esse é o Vitor Sérgio.
Eu não sei se, clubisticamente, se o Vitor estava torcendo contra ou a favor do Botafogo, assim. Não sei. Se pessoalmente, para ele, o que seria, o que bateria. Não sei, não faço ideia.
Até porque, nesses 18 anos, eu vou contar um bastidor para vocês de amizade. Nós nunca nos provocamos sobre clube, sobre futebol. A gente nunca trocou uma ideia de zoeira, um meme, né?
Sei lá, quando o Flamengo é eliminado, deu mandar alguma coisa pra ele, deu mandar uma zoeira. Isso nunca aconteceu. Nunca. Em 18 anos de amizade. Nunca.
Nem ele comigo, com os fracassos recentes do Santos e com o próprio Botafogo também, que ele sabe o que significa pra mim. Nunca, nunca, nunca aconteceu. A gente nunca cruzou esse terreno. Isso não foi combinado.
A nossa amizade é mais forte que qualquer coisa. Recentemente, As esposas, que são melhores amigas, minha e do Vitor Sérgio, tiveram um período ali de discordância num determinado ponto e tal, e a coisa deu uma estremecida por alguns dias e isso rapidamente passou. Eu e o Vitor Sérgio não trocamos uma única palavra sobre isso. Uma única palavra.
Não mudou em nada a nossa relação. Primeiro porque a gente tinha confiança de que as coisas iriam se acertar, porque não era nada grave e se acertaram. Segundo porque a nossa amizade é tão blindada, cara. É tão blindada. A gente sabe exatamente o que o outro está pensando, como o outro vai agir, como o outro agiria.
A gente se conhece no olhar, irmão. Na maneira como o cara chega, no bom dia que o cara dá. A gente já sabe o que ele está passando, a gente já tem uma ideia do que ele está passando.
A gente não cruza linhas, a gente se respeita. O Vitor Sérgio pensa em muitos aspectos da vida diferente de mim, vota diferente de mim. Eu voto completamente diferente muitas vezes. Acho que na maioria... do Vitor Sérgio.
Isso nunca foi uma questão entre nós. Nunca, nunca foi. E nunca será. Amizade é isso aí. Ai, meu Deus.
Dá pra falar do jogo ainda? Dá, né? Dá pra falar.
Ah, eu preciso falar também da TNT Sports. Eu quero só fazer um agradecimento aqui. Poucas empresas te permitem ser como eu sou.
Poucas empresas te dão a liberdade de falar tanto com o coração, de cruzar algumas linhas, como a TNT Sports permite. Porque ela quer pessoas de verdade, ela não quer personagens, ela não quer máquinas, ela não quer figuras moldadas num script, ela quer coração. A TNT Sports pediu, exigiu, permitiu, acho que esse é o melhor termo, é que todos nós fôssemos... coração com o microfone na mão.
E nós somos. Tem lugares que, com certeza, não dariam essa liberdade. Eu sou muito grato.
A TNT Sports, ela transformou a minha vida. Porque ela me permitiu ser esse nível de profissional, com esse nível de autenticidade mesmo, de entrega, de extrapolação, muitas vezes no melhor sentido do termo extrapolação. E ela me proporcionou coisas que mudaram a minha vida. Ela me proporcionou experiências, relações, pessoas que me transformaram no homem que eu sou, o pai que eu sou, o marido que eu sou. Eles também foram moldados.
pela TNT Esportes, pelo Esporte Interativo barra TNT Esportes. Então é mais do que uma relação entre colaborador e empresa, é muito mais do que isso, muito, muito mais. Eu nunca tinha entrado num avião na minha vida antes do Esporte Interativo barra TNT Esportes. Eu nunca tinha saído do país na minha vida antes do Esporte Interativo barra TNT Esportes.
Eu não venho de uma família abastada, muito pelo contrário, eu venho do subúrbio do Rio de Janeiro, eu venho de... uma trajetória como a de milhões de brasileiros. E o que a TNT Sports me proporcionou não tem preço que pague.
Tenho certeza disso e continua me proporcionando. Então quero fazer esse agradecimento também à TNT Sports. Eu tenho certeza que, poxa, eu fico muito feliz, pessoalmente muito feliz de ver o impacto das narrações, de ver como isso toca as pessoas, de como isso se traduz em mais gente chegando, admirando o trabalho. Isso é muito importante, o profissional precisa disso, dessa repercussão, desse reconhecimento. Mas isso não é só por mim, eu não sou o único responsável por isso.
A TNT Esportes é diretamente responsável por isso. Eu sou muito grato a ela. Essa é uma conquista dupla, coletiva, não é individual. E todos os colegas que comigo trabalham, não só o Vitor Sérgio, o Ricardinho Martins, que é um coração zássio, é outro irmão que a vida está me dando, é outro parceiro de vida que eu estou ganhando na TNT Esportes e que ontem chorou, se emocionou, se abraçou. E o Ricardinho...
Ele não tem divisão como eu tenho com o Santos e o Botafogo. No máximo ele tem com 15 de Piracicaba, mas o Ricardinho é Santos. E eu tenho certeza que 95 é um negócio que dói muito do Ricardinho.
O Botafogo não deve ser um clube pelo qual ele como torcedor, né? Mas ele ontem estava lá, feliz, chorando, abraçando por mim, pela amizade que a gente está construindo. O Mauro Betting hoje faz um texto de arrebentar com o coração de qualquer um. Já comecei o domingo, opa, vai ser mais leve, não vou ficar tão emocionado quanto no sábado.
Aí vem o Mauro Betting e faz isso, um dos melhores seres humanos que eu conheço. Que coisa incrível. Que pessoas incríveis eu tenho na TNT Sports.
O Bruno Formiga que fez questão de me mandar uma mensagem logo depois do jogo. Tem um pai botafoguense e estava feliz por mim. Outro parceiraço que a TNT Sports me deu.
E poderia falar de todos aqui. Todos, todos, todos. Vamos tentar falar um pouquinho do jogo para fechar o vídeo. Força mental, emocional.
Ah, o Botafogo não tem, né? Será que não tem? poxa, será que ele aguenta o tranco lá do Palmeiras?
Será que ele aguenta perder um jogador com 30 segundos numa final de campeonato? Nossa, está aí. Quer demonstração melhor?
Quer exemplo melhor? Se confirmou aquilo que eu já imaginava em termos de favoritismo sobre uma maneira de jogar preservada, mesmo nos tropeços, mesmo nos empates, mesmo na sequência ruim? E se confirmou de que a ansiedade que tomou conta do Botafogo em alguns jogos, quando a bola não estava entrando, em nada, em absolutamente nada, se assemelha ao desmonte, desmanche, esfarelamento que o time teve em 2023. Não chegou perto. Fácil falar agora, Jorge? Terça-feira, meio-dia, subi um vídeo aqui antes do jogo contra o Palmeiras, onde tudo isso era dito aqui.
É só pegar lá. E foi difícil, tá? Porque tava todo mundo olha, o Arthur Joss sentiu, o Botafogo tá esfarelando, tava todo mundo nessa. E eu tava ali na contramão, falei, não, não, não, não, eu discordo. Eu discordo.
Não é 2023, gente. Pelo amor de Deus, não é. E não foi perder um jogador com 30 segundos numa final de campeonato com o peso que o Botafogo já carregava.
Isso pesa pra qualquer um, mas vamos lá. Vocês vão entender o que eu tô falando. Uma coisa é o Palmeiras do Abel Ferreira numa final de Libertadores perder um jogador com 30 segundos. Está ganhando título toda hora, sabe passar por momentos difíceis, tem um histórico recente que comprova isso. Outra coisa é o Botafogo com toneladas de pressão no ombro, com 30 anos de pressão no ombro.
Muito pesado. E os caras deram conta. E o Botafogo soube se defender, e o Botafogo soube esperar o momento de atacar, e o Botafogo soube se entregar em campo, e jogadores tiveram que mudar alguns papéis em campo, e se desdobraram.
e foram concentrados e foram no limite físico o tempo inteiro, e quando puderam decidir, decidiram. E não teve abalo mental nenhum. Absolutamente nenhum. E o Botafogo alcançou ontem a maior vitória da sua história com uma das maiores dificuldades que uma equipe pode ter jogando 90 minutos de uma final com um jogador a menos. Um absurdo essa vitória do Botafogo ontem.
Um absurdo. Uma coisa fora de explicação. Fora de lógica.
Mas estava escrito. Tinha algo grande guardado. E esses jogadores...
Entrou para a história. Do título mais importante que esse clube conseguiu. Marlon Freitas entra para a história.
Depois de tudo que passou no ano passado. Um cara que o Botafogo foi buscar no Atlético-Ariense. Com o Brasileirão em andamento ainda. Há dois anos. Júnior Santos.
O Botafogo foi garimpar lá no Japão. Entra para a história. O cara que trabalhava como pedreiro até outro dia.
Artilheiro da Libertadores. Começou o ciclo e fechou com o último gol ontem. Adrielson. Papai do céu abençoou ontem com...
Abençoou o Adrielson ontem com o erro do Vargas. Tendo que entrar com o peso de jogar uma decisão onde ele não seria titulado. Uma semana onde ele se redimiu do que aconteceu no ano passado.
Vitinho, tão criticado ontem. O trabalho defensivo impecável do Vitinho. O John estigmatizado pelo gol do Breno Lopes em 2021 na Libertadores de 20, que foi decidida em 21. Um dos grandes nomes da Libertadores e fazendo defesas importantes ontem. O Barbosa que de novo cortou todas, todas, todas, todas. Absolutamente todas.
Todas. E tantos outros. E Luiz Henrique, craque da competição.
Craque, cracaço. Almada, Savarino. Meu Deus do céu. Marçal, terceira opção. Quando o Alex Terry sai amarelado e cansado.
Terceira opção. Em vários momentos do ano, o terceiro lateral esquerdo entra para segurar o Hulk. Em alguns momentos segura, em outros momentos não dá, porque é o Hulk que chamou muito o jogo. Botafogo, meu irmão.
Que elenco, que time, que trabalho desse scout. Que trabalho desse scout que foi buscar cada jogador. Alguns muito caros, mas a grande maioria do trabalho de garimpagem, de observação. Ah, ter dinheiro é fácil, ter dinheiro é muito bom, mas às vezes você gasta mal.
E esses foram heróis, não só os heróis de campo. Os heróis por trás das câmeras, os heróis dos bastidores, os heróis do scout, os heróis da garimpagem do elenco. Precisam ser enaltecidos aqui também. Ah, vou eu esbarrar no microfone de novo.
Esse título passa muito por eles. E para fechar mesmo, eu queria falar um pedacinho do Atlético Mineiro. A questão não é perder duas finais.
É péssimo para um clube grande, mas pode acontecer. A questão é como o Atlético perdeu. É como o Atlético se comportou no Maracanã contra o Flamengo e como o Atlético se comportou com um jogador a mais ontem na Argentina, tendo... A obrigação de atacar, pegando um adversário que, óbvio, tem um nível de abalo com essa expulsão, que vai se desgastar muito mais, que tinha se desgastado na semana com o jogo do Allianz Parque, ao contrário do Atlético que descansou os titulares.
Não dá para fazer a final que o Atlético fez. Não dá. Não dá.
Não dá. Tira nada o mérito, o brilho do Botafogo. Mas não dá.
É imperdoável o Atlético fazer a final que fez. O Scarpa jogar o pobre futebol que jogou. O Paulinho jogar o...
palpérrimo futebol que vem jogando, o Hulk chamou a bronca, e só. O Davidson tentou alguma coisa, mas o Hulk, o Hulk salvou, o Alan Franco, o Mariano que entrou não tão bem, mas com a qualidade, colocou o Vargas na cara do gol, né? Deu uma melhoradinha pelo lado direito, pelas características que são completamente diferentes das do Lianco. No resto, amigo, no resto... Não dá para aproveitar nada do que o Atlético fez ontem.
O tempo foi passando. Aqueles primeiros 15 minutos depois da expulsão, 20. Nossa, infernal. O Botafogo vai tomar um gol. Não vai ter jeito. Foi passando o tempo.
A gente foi notando a pobreza criativa do Atlético e foi dando um sentimento de que... Hum, espera aí. Espera aí. Não está tão ruim assim para o Botafogo. Porque o Atlético era o Hulk tentando finalizações de fora e no segundo tempo tentando cruzamentos.
E aí o Vargas é a cereja do bolo do segundo tempo com dois gols perdidos. Um deles inacreditável no recuo do Adrielson. Dá, dá. Jogador que ganha o que o Vargas ganha, que representa o que representa, na hora de decidir, tem que decidir. E o Atlético vai ficar fora da Libertadores do ano que vem.
O Atlético precisa rever muita coisa, muita coisa para 2025. Próprio trabalho do Milito, algumas individualidades, alguns nomes que simplesmente não rendem o Arana, gente. Isso mostra muito a crise das laterais da seleção brasileira. Olha o futebol que o Arana jogou nessas finais, contra o Flamengo e contra o Botafogo. pobre futebol, muito pobre futebol, a ponto do Rubens entrar em um dos jogos contra o Flamengo e melhorar o time, não dá, simplesmente não dá, não dá pro Galo ter um jogador como o Allan Kardec que mal entra, joga 10 jogos no ano, faz um gol aqui e fica, não dá pra terminar a temporada 11 jogos sem vencer, simplesmente não dá, não dá, não dá pra jogar 90 minutos de uma final com um jogador a mais e tomar 2x0 E o adversário com 10, abrir 2x0. Por mais que o Botafogo tenha muita qualidade, não dá, gente.
Não dá. Não dá. É incrível como o Atlético perdeu esses títulos.
Porque não dá para dizer que o Atlético perdeu competindo, perdeu lutando, perdeu... Não, o Atlético perdeu passando vexame. Para mim, isso aí é vexame. Tomar 4 numa final de Copa do Brasil e perder jogando 90 minutos. Tomar 3 gols jogando 90 minutos com um jogador a mais.
Isso é vexame. Me desculpe, eu não consigo achar um termo mais brando, não. Isso é vexame.
E o Atlético precisa parar de passar vexame. O Atlético não é isso, gente. Um clube que investe, que tem os 4 R's, que tem metas ambiciosas e é pra ter mesmo, não pode normalizar vexame. Perder final de Libertadores pro melhor time da América?
Beleza. Eu acho que o Atlético ia perder de qualquer jeito. Meu favoritismo era dado ao Botafogo e isso não ia mudar e o Botafogo ia ganhar. Na boa, muito provavelmente, em qualquer cenário o Botafogo ia ganhar. Mas no 11 contra 10, você tomar três gols do jeito que o Atlético tomou e você criar tão pouco em termos de ocasiões reais, de perigo, de pressão...
Ah, não dá. Isso não dá. Isso é bexame.
Eu não consigo tratar em outros termos. Espero que você tenha resistido ao fim desse longo vídeo de quase 50 minutos. Bom domingo para todos, principalmente para os botafoguenses.
Isso aí não é preciso desejar porque é automático. Parabéns ao Fogão, campeão da América. Que o Botafogo siga sua trilha de paz. E quarta-feira tem mais. Porque quarta-feira pode ter título brasileiro.
Em dezembro pode ter título mundial. Está gostoso, né, botafoguense? Curta.
Curta muito, muito, muito. Muito. Porque você merece. Merece. Like no vídeo se você ficou até o final.
Juízo e tchau.