Olá este é o poder entrevista eu sou o Guilherme valberg vai entrevistar Gustavo btis que é o novo presidente da adb sindical o sindicato dos diplomatas btis tem 43 anos de idade está em seu primeiro mandato com o presidente da adb é primeiro secretário no ministério das relações exteriores Onde está desde 2010 já serviu em Moçambique no Irã e na Itália Gustavo obrigado pela entrevista obrigado Guilherme para mim é um prazer estar aqui eu Agradeço também a todos os web espectadores que assistem este programa essa entrevista Está Sendo Gravada no estúdio do Poder 360 em Brasília em 18 de novembro de 2024 para ficar sempre bem informado inscreva-se no canal do Poder 360 ative as notificações e não perca nenhuma informação relevante a primeira pergunta que eu te faço é o seguinte essa foi a primeira eleição da adb que contou com mais de uma chapa o que que mudou nessa eleição para as anteriores Gustavo eh olha Guilherme eu acho que primeiramente enfim agradecer a a disponibilidade para mim é um prazer estar aqui compartilhando um pouco das pautas do sindicato E como você sabe a adb é um sindicato relativamente novo Eh então a gente tá num processo de construção de Cultura sindical no Itamarati que eu pessoalmente vejo de forma muito salutar então como você me perguntou o fato de termos tido duas chapas com correntes pela primeira vez na história da adb sindical eh é muito positivo a nossa a nossa diretoria vê isso de forma absolutamente positiva eh inclusive porque é uma pauta Nossa a de fortalecer ou de favorecer e promover o engajamento sindical no âmbito do Itamarati a gente tem um pouco esse estereótipo de que Diplomata não reivindica de que as coisas estão sempre muito bem é um ministério que funciona perfeitamente bem alinhado né uma uma engrenagem ali que tá operando a todo vapor mas a realidade nem sempre condiz com essa com esse estereótipo eh então o fato de ter duas visões dois projetos distintos concorrendo pela primeira vez é muito positivo isso se refletiu também no engajamento durante os o processo eleitoral H se refletiu em em posições em visões distintas Eh que que levaram a questionamentos levou a um debate bastante frutífero e a gente entende que a Vitória da nossa Chapa eh Não claro não nos dá carta branca para eh favorecer um ou outro grupo a nossa diretoria vai eh eh se mover vai atuar em favor na defesa dos interesses de toda a categoria de todos os diplomatas você fez um comentário interessante Gustavo de que existe uma imagem na sociedade de que tudo sempre anda muito bem dentro do ministério das relações exteriores de fato a imagem que que existe da sociedade com relação à diplomacia brasileira que é uma ilha de excelência num país que nem todos os serviços públicos são assim tão bons Isso mudou ou era uma imagem que não correspondia à realidade Gustavo olha Eh Guilherme obrigado pela pergunta a nossa leitura é de que o o Itamarati hoje para o bem Tem se tornado mais permeável e a à sociedade Tem se tornado mais transparente num processo que é gradual é uma construção histórica que tem a ver com a com a com as posições da própria organização da própria instituição eh mas eu não diria que o Itamarati do passado era um mar de rosas eu acho que sempre houve problemas eh o Itamarati querendo ou não sempre fez parte do Serviço Público Federal então ele ele está sujeito às dinâmicas de governo eh eh as enfim o o governo eh tem diferentes orientações diferentes diretrizes em diferentes momentos históricos eh mas a nossa visão é que o importante nesse contexto todo é o fortalecimento da instituição então a prática sindical o nosso o nosso esforço na adb é todo no sentido de fortalecer o próprio Itamarati fortalecer a própria instituição para que a instituição seja mais sólida dê respostas cada vez mais transparentes às demandas sociais tenha uma interlocução mais fluida com setores da sociedade a gente não pode entender que A política externa está exclusivamente nas mãos ali de um corpo técnico burocrático eh que se isola nos seus gabinetes e que enfim é dali que vão surgir as soluções enfim as as melhores práticas de política externa não Itamarati tem que se abrir eh para pros diferentes setores pros diferentes nichos as diferentes visões que que que que devem permear a formulação da política externa brasileira assim como a formulação de qualquer política pública né O que a gente formula e o que a gente implementa deve Está sim pautado no que é a realidade brasileira e não o contrário Então enfim a gente vê de maneira bastante positiva eh essa construção e de uma cultura sindical e que isso fortaleça a nossa própria instituição acho que é um pouco nesse sentido que a gente espera atuar na nova direção da DB dentre as prioridades me parece que então o fortalecimento da cultura sindical vai ser um dos pontos abordados pela tua gestão Quais são as outras prioridades que vocês pretendem levar a cabo nós temos um programa bastante extenso e que que queremos implementar nesse mandato de 2 anos eh temos algumas prioridades Eh que que que não podem esperar a bem da verdade que já processos que já estão em curso eh sabemos que existe hoje no Itamarati um um um enrijecimento do fluxo de carreira a carreira de diplomata ela está engessada é muito em função da natureza do do modelo de carreira que existe a gente tem um modelo de carreira muito eh pode-se dizer weberiano tradicional muito muito muito rígido estruturado num formato de pirâmide eh e que e que por conta disso eh e e circunstâncias as mais diferentes a questão de um ingresso grande de servidores na primeira década desse século ah século XX a própria PEC da bengala que que postergou o aposentadoria de um número Grande de servidores acabou dentro de um sistema piramidal acabou enrijecendo eh ou cristalizando um pouco as diferentes classes diplomáticas quer dizer o tempo de acesso a uma nova a a uma classe superior tem tem sido muito longa e E isso não necessariamente responde às demandas eh dos Servidores quer dizer é bastante justo é bastante é bastante eh Lógico que para se manter motivados os servidores esperam reconhecimento pelo seu trabalho quando você passa às vezes 10 8 10 anos numa mesma eh classe funcional sem perspectiva de promoção ou vendo um um um modelo de promoção que nem sempre responde a critérios objetivos isso gera frustração isso gera desmotivação isso tem um impacto O que é pior tem um impacto direto na eficiência do fazer diplomático prática diplomática a eficiência da nossa diplomacia é prejudicada por conta de um de um problema estrutural de fluxo de carreira Então essa eu posso dizer que é uma pauta bastante prioritária pra nossa pra nossa diretoria e de fato tem uma pressão muito grande né dos primeiros segundos e terceiros secretários para quem eh tá aqui vendo a gente e você conseguiria fazer uma breve explicação sobre a carreira são seis níveis de carreira dentro do Itamarati né você consegue explicar rapidamente só para quem tá vendo a gente compreender como é que funciona essa evolução pelo menos nas classes eh posso tentar posso tentar e a gente assim tem tem um processo de ingresso eh por concurso público por meio do bastante rígido isso bastante conhecido Que que se dá por meio eh do Instituto Rio Branco né uma prova para acesso a Instituto Rio Branco quando você entra no Instituto Rio Branco você já já já faz parte da carreira diplomática no nível mais baixo nível de terceiro secretário a partir daí e você tem todo um processo de ascensão funcional que desemboca no topo da carreira E aí eu acho que talvez pro noso eh espectador essa figura da pirâmide é bastante bastante eh eh emblemática né Você tem uma base ali que você entra como terceiro secretário sobe para segundo secretário primeiro secretário Conselheiro Ministro de segunda classe e atinge o topo via de regra depois de algumas décadas de serviço público atinge o topo como Ministro de primeira classe eh eh essas classes da carreira diplomática não se confundem com as funções que que o Diplomata exerce no exterior então a função de Embaixador por exemplo via de regra é exercida por um ministro de primeira classe mas nem sempre então uma necessidade de de lotação de postos no exterior eventualmente um ministro de segunda classe pode assumir o cargo de Embaixador numa Embaixada num país menor por exemplo ou senão pessoas de fora da carreira também podem aceder ao posto de Embaixador a depender do interesse político do governo Como foi o caso do ex-presidente Tamar Franco que foi Embaixador no passado não é mesmo Exatamente exatamente eh a função de Embaixador é uma função política Então ela também ela ela vem por designação por nomeação do próprio Presidente da República eh dentro de um pouco dessa dinâmica diplomática o o embaixador né a função de Embaixador o embaixador no exterior é quem representa o poder executivo lá naquele país é isso data dos primórdios ali enfim da das das práticas diplomáticas né a ideia de você enviar um emissário que vai levar uma mensagem do do seu mandatário aquela nação aquele povo amigo eh então isso se mantém na função do embaixador eh contemporâneo e existe Então essa pressão porque muitas pessoas ficaram nos cargos de de primeiro a terceiro secretário em função dessa ampliação da carreira que você bem mencionou na primeira década desse século o que não foi correspondido necessariamente pela ampliação do número de postos no exterior num contexto atual de crise fiscal Você acha possível chegar a uma solução para esse problema que vocês identificaram que inclusive levou vocês a ganharem as eleições para presidência da adb eh sim sim é possível é possível como é que vocês que engenharia seria necessária Claro a gente tem um esforço eh fiscal né o governo faz Claro não não sei se convém entrar numa discussão mais eh eh economicista mais Eh macroeconômica mas o governo vem fazendo um esforço fiscal de ajuste há muito tempo e é um pouco o papel do governo fazer isso eh O que as instituições Precisam fazer é se adequarem à realidade fiscal à realidade econômica do país eh no Itamarati a gente tá no meio de um processo hoje de negociação de uma nova lei do serviço exterior a a ideia por trás dessa lei é a de modernizar a própria instituição a gente entende que o modelo atual ele não tem funcionado inclusive por conta da questão de de enrijecimento do fluxo eh da carreira mas não é só isso o problema enfim o problema envolve uma série de outras dimensões eh que vão Além da questão do fluxo da carreira de diplomatas né a a pauta da adb também eh é muito forte por exemplo na questão de combate assédio e toda forma de discriminação eh é forte no sentido de promover a maior diversidade dos quadros do Itamarati hoje o Itamarati é muito pouco diverso eh pode-se dizer que o padrão ali no Itamarati para quem circula nos corredores é é aquele de um homem e branco né assumindo poder eh eh funções de poder funções de chefia com muito muito pouca diversidade de étnico racial diversidade de gênero né a gente a gente bate muito nessa tecla da da da paridade ou da Equidade de gênero mas entende que é um processo em construção eh eu pessoalmente sou uma pessoa que acredito muito na militância e na construção coletiva dos processos das pautas eh então é um pouco que a gente também percebe dentro da adb quer dizer a gente precisa começar a construir as pautas que a gente quer avançar isso tem que se dar a partir da base e voltando um pouco à questão Inicial sobre as disputas eleitorais e eu acho que dá para dizer é que eu sou um primeiro secretário da carreira diplomática e pela primeira vez a adb tem um secretário como presidente eh quer dizer chefiando ali representando sendo a face externa da da da instituição do sindicato eh a diretoria ela não é tomada por secretários não quer dizer o próprio estatuto divide ali assim tem uma paridade entre diplomatas mais Sênior e diplomatas mais júnior eh mas pode se dizer que é um pouco simbólico que um um secretário assuma pela primeira vez eh A Diretoria da adb Eu acho que isso vem um pouco em função desses problemas que a gente enfim tá falando tem mapeado eh as prioritárias para DB dizem muito respeito dizem muito a respeito da situação da carreira atual quer dizer essa questão do fluxo melhoria das condições de trabalho a pessoa no Itamarati às vezes é submetido a um a um pouco como a gente falava né a um expediente muito extenso de trabalho e nem sempre seu trabalho é reconhecido quer dizer melhorias da condição de trabalho fluxo de carreira reforma da lei de serviço exterior temas ligados à saúde mental e saúde eh um acolhimento necessidade de acolhimento e de de encaminhamento para temas de saúde mental eu entendo que as taxas no martir talvez sejam maiores do que as presentes em outras instituições porque a gente tem particularidades na carreira que não existem em outras instituições quando um servidor eh precisa ir pro exterior ele tem que Claro eh atentar paraa questão familiar Tem um processo de desenraizamento muito forte quer dizer você vai chegar num outro país onde você não conhece ninguém sua família toda seus amigos ficaram todos para trás e você tá ali com o seu núcleo familiar num lugar que você não necessariamente escolheu você não imaginava até 2 3 meses atrás Que que que iria cair ali e tem que lidar com todo todas as dimensões da vida presentes no no num novo contexto isso daí tem um impacto direto sobre a saúde mental do Servidor isso de maneira repetida ao longo de 20 30 40 anos tem um impacto ainda maior Uhum é proporcionalmente maior né porque você não enfim você tá numa situação em que aquele é o seu caminho profissional você nem sempre ou na maioria das vezes você não escolhe o seu percurso profissional Então essa é uma pauta que a adb traz assim o o servidor precisa começar a ter maior controle sobre a sua carreira é possível é possível por meio de práticas eh de gestão de pessoal gestão administrativa maior transparência nos processos administrativos maior previsibilidade em relação não só a sua promoção eh mas também em relação a ao poço onde você vai servir ou aos postos né Por que que um servidor já não pode saber de antemão Qual que é a função que ele vai exercer naquele país e para E qual é o país seguinte para onde ele vai ser direcionado de antemão quer dizer isso só vem em benefício do planejamento familiar Tem questões de escola dos filhos e que é uma questão muito sensível né assim Em que língua que o filho Os filhos vão ser alfabetizados onde que eles vão estudar e quando eles voltarem pro Brasil eles vão estudar em português num escola bilíngue quando eles forem pra universidade Qual que é o é o modelo Qual que é o sistema e pedagógico que essa criança eh eh adotou ao longo do seu percurso escolar são são são n implicações que muitas das vezes escapam da da daquela daquele ato frio burocrático de remoção do Servidor ali Assinado por um por uma alta chefia então o papel do sindic fato também é trazer o foco para essas questões e que são humanas que tem a ver com solidariedade eh princípios mesmo de Transparência princípios Democráticos né trazer o foco da administração do ministério né da instituição das chefias para essas questões e que que são eh paralelas mas são eventualmente tão ou mais importantes do que e exatamente qual é a função que aquele servidor vai desempenhar naquele posto uh então enfim são particularidades da carreira que nem sempre encontram paralelo em outras carreiras do serviço público então é importante a enfim o fato de que o nosso sindicato tem se fortalecido tem se criado uma cultura institucional eh perdão uma cultura eh sindical mais forte dentro eh do Itamarati eh canais de comunicação mais amplos eh temas sendo pautados de forma mais clara e mais aberta com com os filiados e as filiadas e que isso se reflita eh nas práticas administrativas nas práticas de gestão administrativa a gestão de pessoal eh um pouco é um modos operand aí do nosso sindicato eh e eu acho que as perspectivas são muito boas a gente tem tem tem recebido um ótimo feedback temos uma base bastante mobilizada e bastante atuante quer dizer então a gente como diretoria tão somente representa eh os nossos filos e filiadas mas a gente também recebe né cotidianamente a diretoria um pouco com essa Esponja que recebe as demandas as reivindicações eh dos filiados das filiadas e e tenta levar essa realidade eh aqui no campo no terreno pras práticas burocráticas do do Itamarati acho que é um pouco como a gente espera atuar aí ao longo da nossa gestão ao longo das eleições você até comentou de de forma bastante assertiva né A primeira vez que que um secretário assume com o presidente da DB sindical houve algumas críticas do não só do outro lado mas de de algumas pessoas mais antigas na carreira de que a atual eh diretoria Eleita agora nesse processo romperia com alguns pilares da carreira com a própria formalidade típica do do dos eh diplomatas como um todo como é que vocês veem essas críticas há um momento houve uma passagem de Cetro de uma geração para outra ou você acha que é um conflito inerente ali a carreira olha assim eu a minha a minha leitura ela não é no sentido de que existe uma clivagem entre muito pelo contrário assim a gente tem uma comunicação tem um relacionamento muito fluido é tanto dentro da diretoria temos dois embaixadores na nossa diretoria né alguns conselheiros e um grupo de secretários mas também na nas discussões dentro do sindicato dentro da adb e nas nossas interações no ministério sen assim não existe essa clivagem eh entre digamos uma base vou usar uma expressão sua uma base Jacobina e uma alta chefia diplomatas mais Sênior ou mais ou diplomatas aposentados mesmo na eleição isso não se manifestou assim em algum momento isso foi uma pauta de de debate eleitoral processo eleitoral mas a a realidade é que adb ela funciona de maneira integral holística com com todas as categorias atuantes os aposentados também bastante atuantes como deve ser Então a nossa leitura é essa assim a gente tem uma base bastante Ampla atuante e e e eager e desejosa né desejosa de de de promover as mudanças que todos nós entendemos eh serem necessárias todo mundo ali tem clareza dos problemas né não existe um um embate eh nesse sentido de que a gente vai lá e reivindica eh e e tem que ser assim senão a gente vai em greve ou a gente vai montar um Piquete não no fim a adb tem essa partic particularidade tanto a chefia quanto os altos eh funcionários quanto os colegas da base todos somos Diplomata e todos nós fazemos parte da própria Assembleia em que se discute os temas eh eh sindicais então Então a gente tem lá uma assembleia convocada com a participação de 600 pessoas que é bastante significativo e ali tem colegas da chefia tem eh da alta administração tem colegas que estão no exterior tem embaixadores tem embaixadores aposentados outros colegas que estão em Ministérios na Explanada todo mundo ali discutindo os temas de interesse e certamente todos com uma visão no sentido de promover as melhoras que sabemos que o Itamarati precisa então é muito em função do fortalecimento institucional a nossa atuação uhum acho que dá para dizer assim que que a gente trabalha conjuntamente como um corpo eh com diferentes visões mas Unidos nesse interesse de fortalecimento institucional no passado a gente entrevistou nesse mesmo estúdio a ex-presidente da adb Maria Celina Embaixadora Maria Celina e na época ela tinha ali um trabalho muito forte de contra PEC 34 para quem não conhece a PEC 34 ela permite que políticos eh eleitos como um senador por exemplo possam assumir o cargo de Embaixador sem perder o cargo para qual eles foram eleitos hoje se um eh se um senador quiser ser Embaixador em algum país Ele tem que abrir mão do cargo de Senador correto para que ele possa então assumir esse cargo com a PEC 34 tudo muda e essa PEC Foi bastante combatida pela adb no passado vocês pretendem continuar a mobilização contra a PC 34 eh Boa pergunta eh Guilherme a a PEC 34 ela não está na pauta é verdade atualmente então adb não tem uma posição eh definida em relação ao assunto mas certamente o que tá na nossa pauta é um acompanhamento dos temas eh parlamentares bastante mais próximo bastante mais de maneira bastante mais cirúrgica eh nesse sentido eh um tema que é que que consta da nossa plataforma e que a gente quer Eh passar a implementar logo na primeira hora é a reativação de uma comissão mista uma frente parlamentar mista eh mista porque é deputados e senadores em defesa da diplomacia uma frente que já existiu no passado mas ela caiu em desuso foi desativada e hoje a gente entende que mais do que nunca é necessário reativar esse diálogo parlamentar Claro o Itamarati lá institucionalmente tem o os seus canais de comunicação eh institucionais né com com com congresso câmara e Senado mas a gente entende que do ponto de vista da categoria de diplomatas ainda é uma lacuna que precisa ser eh preenchida então eh a gente tem essa pauta eh muito presente de reativar essa comissão Já estamos em contato com parlamentares né à procura de um coordenador né e um conjunto de parlamentares que que que se disponibilizem a levar o tema da diplomacia pro debate mais amplo do congresso eh temos sido muito bem recebidos isso deve sair próximamente É nesse contexto em que a nossa atuação parlamentar deve se dar é mais do que pautas específicas essa PEC ou aquela questão da importação de veículos mais do que questões remuneratórias que também é um tema bastante bastante e presente né bastante atual mais do que isso o que a gente precisa é construir uma percepção eh no congresso da relevância do trabalho diplomático Então essa é uma uma missão que a adb assumiu estamos assumindo e que vamos tocar adiante Porque isso tem um impacto inclusive na nossa pauta de de dar maior transparência de de quando a gente reivindica que o ministério seja mais permeável a visões da sociedade eh isso precisa se manifestar também na nossa eh digamos no nosso campo de militância né no nosso campo de atuação que hoje é adb então a gente também precisa que adb faça esse esforço de procurar diferentes atores e de levar para essas pessoas para essas instituições esses órgãos a importância da diplomacia quando a gente retomando uma conversa Inicial né assim ah o Itamarati é muito fechado as era melhor antes e agora aparecem os problemas não na verdade é uma questão de realmente procurar promover um debate em relação aos pontos positivos aos pontos negativos mas fazer o Itamarati e a diplomacia ser mais conhecida pela sociedade quer dizer pouca gente as pessoas têm esse estereótipo n Diplomata tem essa coisa de coctel recepções nos grandes salões e mas pouca gente lembra que são os diplomatas que estão ali nos frontes de guerra hoje a gente tem algumas guerras em curso no mundo em todos esses cenários Tem gente no terreno né Tem gente resgatando brasileiros fazendo voos de repatriação eh ali diplomatas mas também oficiais de chancelaria assistentes de chancelaria né Eh digamos todo todo o nosso corpo do serviço interior brasileiro tá atuando também em em em em grandes cenários de catástrofe de desastres né assim a gente poderia elencar aqui uma série de de circunstâncias e que isso eh ocorreu e ocorre eh Então essa é a visão da diplomacia que a gente precisa passar eh não é a diplomacia não é não não é eh tomar cocktails ali sofisticados nos grandes salões e é fazer prestar um serviço consular eh de qualidade eficiente né aquele brasileiro que precisa renovar o passaporte precisa emitir uma certidão precisa recuperar um corpo de um ente querido que faleceu no exterior esses serviços todos são prestados pela nossa diplomacia eh e isso é tem que ser mostrado também a sociedade então parte da nossa atuação como sindicato é fazer esse trabalho diplomático ser mais conhecido ser ser melhor conhecido pela sociedade de maneira geral eh no aspecto especificamente É voltado ao ao congresso a atuação parlamentar a gente espera sim e reconstruir reativar essa frente e parlamentar eh e É nesse contexto que uma eventual discussão sobre a PEC também vai se dar essa Pec e outras pecs hoje a gente tem algumas questões um pouco mais urgentes eh o próprio PL de de de reajuste salarial né a gente teve um processo de de negociação de reajuste recentemente eh pautado numa mesa especial para tratar de reajuste salário com as diferentes carreiras de estado eh então chegamos a um acordo e esse esse PL deve ser encaminhado pelo Governo Federal ao congresso então ali a gente também precisa atuar precisa acompanhar o o o andamento do pl a gente sabe que isso tem um prazo para ser para para ser tramitado então enfim Existem várias nuances assim que envolvem a nossa atuação com o congresso a atuação do Itamarati junto ao congresso e a adb fazendo o seu papel de acompanhamento e de Lobby na medida do possível com as nossas necessidades e e disponibilidades Gustavo a entrevista tá chegando ao fim mas dá tempo de uma última pergunta qual que é a sua visão sobre o papel do Itamara no Encontro do G20 que historicamente né foi realizado eh no Brasil em 2024 é uma ótima pergunta eh Guilherme é claro eu enfim na na na função de presidente da adb eu não entraria num debate substantivo sobre o papel do Brasil ou sobre o próprio G20 Mas eu posso dizer assim que que eh novamente o papel da diplomacia e os benefícios que a diplomacia traz pra sociedade eh são muito mais amplos extrapolam eh aqueles estereótipos percebidos pelo pelo pela população em geral pelos diferentes eh setores da sociedade eh o Brasil tem uma agenda internacional muito substantiva a gente tem questões de emergência climática eh tem a questão do G20 claro que e que que vai além do próprio da presidência do G20 mas envolve a questão de governança Global quer dizer é uma pauta histórica da diplomacia brasileira promover uma reforma da govern dos mecanismos de governança e e e quem faz isso e em favor dos interesses nacionais é a nossa diplomacia eh por que que eu digo isso e que que parece ser Óbvio assim a necessidade de o Brasil tentar trabalhar às vezes na margem às vezes mais substantivamente e eh na no enquadramento ou na moldura de uma agenda internacional eh por que que eu digo isso porque por trás de toda essa agenda substantiva existe uma engrenagem burocrática operando existe um corpo eh de funcionários de servidores dedicados que fazem isso se movimentar quer dizer a construção da posição brasileira pro G20 por exemplo para chegar naquele papel que vai ser assinado pelos presidentes eh se dá lá atrás se dá muito antes assim nas bases quando eu falo da da militância da da construção coletiva de posições eh é um um pouco isso quer dizer o ministério precisa de um corpo de servidores motivado eh com perspectivas para poder entregar um trabalho de excelência que vai desembocar eh nessas nessa atividade diplomática de altíssimo nível mas são colegas lá embaixo que começam a formular posições recebem subsídios dos postos consultam outros órgãos na Explanada diferentes entes federativos para começar a entender o que que o Brasil pensa sobre aquele determinado tema que tá na agenda do G20 Eh vamos construir de base na base eh esse tema vai subindo vai sendo refinado vai sendo mais elaborado para chegar numa posição de governo eh o trabalho que isso dá eh hercúleo hercúleo e vem as custas de de um esforço pessoal muitas das vezes dos Servidores se a gente não tem melhores condições eh de trabalho por exemplo as pessoas para que isso aconteça elas precisam se doar precisam se doar assim às vezes imembuí de um sentido de Missão né quando não deveria exatamente ser assim né eu dou um exemplo bastante eh eh emblemático assim para para só para recepcionar as diversas delegações que frequent que que participam desses eventos seja o G20 seja o Bricks seja as Cops né a gente tem a cop 30 acontecendo em Belém do Pará no ano que vem eh a quantidade de diplom matas que a gente precisa deslocar só para dar conta da recepção e dos trâmites logísticos é muito grande eh é muito grande eh e a gente não tem exatamente um ministério com com com grande corpo assim disponível e tá todo mundo pronto ali não é é um trabalho de administração bastante robusto e que deve considerar aquelas dimensões que eu falei ali atrás né E aí para te dar o exemplo que eu mencionava é só para o trabalho no G20 a gente tem as duas últimas turmas de diplomatas formadas no Rio Branco e dedicadas exclusivamente esse trabalho de logística então a agenda brasileira tá crescendo né o G20 é um é um colosso diplomático eh demandando cada vez mais esforço construção de posições e alinhamentos com os demais países negociações multilaterais e e ao mesmo tempo isso não vem eh acompanhado de um reforço eh digamos de Recursos Humanos ou recursos financeiros recursos humanos enfim a gente tem que se virar nos 30 com o que tem ali né E que é um trabalho que E aí a gente tem que dar o mérito assim tem tem que dar um entendimento falar que que pra administração para pro pros órgãos que fazem Essa gestão de de Recursos Humanos de recursos financeiros eh porque não é fácil assim é difícil para todo mundo o papel do sindicato é seguir apontando ol isso daqui não tá certo isso não tá bem podia ser melhor e e e enquanto a gente não aprimora ou não moderniza os nossos métodos de trabalho os nossos processos internos isso vem em alguma medida em detrimento de resultados mais eficientes na própria implementação da política externa pareceu um pouco eh genérica demais a minha resposta mas eu acho que eh é a forma de de vincular um pouco a nossa robusta agenda internacional que vai continuar sendo robusta pelo ano que vem e pelos sucessivos eh com com com uma realidade do servidor com a realidade sindical que que nem sempre é tão e é tão robusta quanto a nossa agenda internacional chega ao final essa edição do Poder entrevista em nome do jornal digital poder 360 eu agradeço ao presidente da DB sindical Gustavo butes Eu que agradeço obrigado pelo convite Guilherme e eu sigo à disposição aqui para quando precisar e Agradeço também a todos os espectadores que assistiram este programa essa entrevista foi gravada no estúdio do Poder 360 em Brasília em 18 de novembro de 2024 para ficar sempre bem informado inscreva-se no canal do Poder 360 ative as notificações e não perca nenhuma informação relevante Muito obrigado e até a próxima poder monitor a ferramenta mais completa para monitorar os três poderes acesse agora poder PCC bar monitor ganhe 30 dias grátis di [Música]