Boa quinzena galera! Na semana passada a gente viu alguns aspectos sobre a evolução do desdobro da madeira, que é o primeiro processamento da madeira bruta da tora que vem lá do campo. Hoje a gente vai ver sobre algumas técnicas propriamente ditas, diferentes técnicas para se desdobrar a madeira. Então, antes de mais nada, a gente tem aqui as técnicas de desdobro da madeira. A gente sabe que basicamente a tora é serrada com certo teor de umidade e a secagem é feita posteriormente ao desdobro da madeira.
Então, após o desdobro ocorrerá a secagem, então só para vocês terem noção de procedimento, de etapas. A gente corta a madeira lá em campo ainda, tem toda a logística, chega na serraria e ela é desdobrada úmida. E depois ela é colocada para secar em várias técnicas de secagem que a gente vai ver posteriormente. E depois disso, depois de seca, perda de umidade, a gente viu lá na parte de contração da madeira.
ela perde um pouco do tamanho das tábuas e aí que vai acontecer os principais defeitos da madeira, como os empenamentos e rachaduras. E o desdobro da madeira, as técnicas diferentes de se cortar essa madeira, também vai auxiliar a prevenir estes defeitos na madeira. Então, galera, o desdobro da madeira deve ocorrer sempre em dimensões um pouco maiores do que o produto que você deseja no final.
do produto. Por quê? Porque com a perda da umidade, há perda de medida na madeira, tanto no sentido tangencial quanto no radial, muito pouco no transversal, como a gente já viu na parte de contração da madeira. E sugere-se, na tora, cortar cerca de 10 cm a mais.
Já na madeira serrada, no formato de pranchas, pranchões, tábuas, cortar no mínimo 2 cm no comprimento e de 1 a 2 cm na largura. E 2 mm na espessura, para que na perda de umidade não se perca a medida suficiente que possa inutilizar este produto devido a tamanhos menores. Aqui a gente tem as principais dimensões dos produtos de madeira serrada. Então quando a gente fala que era um pranchão, então um pranchão tem que ter espessura maior que 70 milímetros, uma largura maior que 200 milímetros ou 20 centímetros e um comprimento pode ser variável. Aqui temos a prancha, a viga, que é bastante famosa.
A viga tem que ser maior que 40 milímetros de espessura, 4 centímetros. 110 a 200 milímetros de largura e o comprimento também variável. Então, a gente tem tamanhos exatos, segundo a ABNT, as normativas brasileiras, dos produtos que são gerados no desdobro da madeira.
A tábua tem que ter de 10 a 40 milímetros de espessura, então de 1 a 4 centímetros de espessura, e na largura dela tem que ser maior do que 10 centímetros. Então, para ser considerado... tábua tem que ter essas medidas e assim sucessivamente.
Vocês podem estar olhando esse quadro aí mais detalhadamente aí. Nas técnicas de desdobro, então, a gente tem uma coisa que a gente chama de diagrama de corte. O diagrama de corte é como é feito o desdobro na oficina.
Então, cada oficina tem um determinado objetivo e ele otimiza, né? Ele faz, né, os equipamentos, tem os equipamentos e as disposições desse campo. equipamento de acordo com os objetivos daquela serraria. E aí o diagrama de corte vai depender do nível de automação da serraria, se for muito automática ou se for mais equipamentos manuais, dos equipamentos disponíveis, da qualidade da madeira, o tipo de madeira que você vai utilizar, e também da qualidade final dos produtos, se são produtos mais nobres ou que podem ser gerados sem tantas... precisões, digamos assim.
Então, o diagrama de corte, o dia a dia da serraria, vai depender destes quatro principais tópicos que eu apresentei para vocês. E se eu escolher essa técnica que a gente vai ver agora, essas técnicas de forma adequada, a gente vai estar evitando tanto aparecimento de fendas na madeira, que são aquelas rachaduras, curvaturas, empenamentos, encanouamentos, diversos tipos de defeitos na madeira e o objetivo macro da escolha correta das técnicas de desobro. é evitar o desperdício da madeira.
Vamos para as técnicas de desdobro propriamente ditas. A gente tem duas técnicas bastante famosas, que é o desdobro radial e o desdobro tangencial. Nós vamos falar novamente dessas técnicas.
E agora eu quero que você já mentalize que a técnica do desdobro radial, ela prioriza... Ela necessita de toras de grandes dimensões. Então, geralmente, madeiras nativas, essas madeiras de leis nativas, são desdobradas de forma radial. Vou mostrar um esqueminha aqui como seria esse corte.
Porque o desdobro radial diminui os defeitos proporcionados pelas tensões de crescimento. Ou seja, vai diminuir encanoamento, vai diminuir defeitos de rachaduras, empenamento. Então, prefere-se fazer desdobro radial.
nesse tipo de madeira de grandes dimensões, de grande diâmetro, mais ou menos 1 metro de diâmetro, para que evite este tipo de defeito nessas árvores de grandes dimensões. Então, quanto às técnicas de desdobro da madeira, a gente tem aqui 4 categorias de classificação das técnicas de desdobro da madeira. A primeira categoria. São os cortes segundo a orientação em relação aos anéis de crescimento e raios.
Esse tipo de classificação é mais comum. E a gente pode classificar o desobro como tangencial ou radial. Agora, de acordo com a orientação quanto ao eixo longitudinal da tora, a gente vai ver também como é a classificação. Aí a gente tem paralelo à medula ou paralelo à casca. Corte quanto à continuidade dos cortes.
pode ser corte sucessivo ou simultâneo ou até mesmo alternados, vamos ver cada um aí. E de acordo com os sistemas especiais que são para madeiras principalmente de baixa, média densidade, tem os programas especiais de corte, de desdobro da madeira para evitar esse defeito proveniente das tensões de crescimento da madeira, como rachaduras, empenamentos, como... Vamos as primeira categoria, né?
O corte segundo as orientações dos anéis de crescimento. Então a gente tem aqui o corte tangencial, primeira categoria. As peças tangenciais aos anéis de crescimento. Então elas são paralelas aos anéis de crescimento, seguindo a orientação do tronco.
Esse tipo de corte favorece o empenos e fendas em toras de tensões. em toras grandes, então não é preferível utilizar este tipo de desdobro com toras de grande crescimento, como já disse, prefere-se o desdobro radial. E precisa de necessidade de girar a tora várias vezes para que o corte sempre seja paralelo aos anéis de crescimento. Vamos ver aqui. Aqui seria uma figura que eu retirei do livro.
Aqui a tora, esses anéis circulares aqui, né? São os anéis de crescimento, que são aí... Geralmente, né? Eles seguem a medula, né? Em torno da medula e variam aí de acordo com o crescimento anual da planta, né?
Então, a gente precisa cortar as tábuas, as vigas, aqui paralelamente, né? Aproximadamente paralelo aos anéis de crescimento. O ângulo gerado entre o anel de crescimento e o ângulo de corte é bastante reduzido.
E aí você cortando aqui, por exemplo, gerando aqui uma, duas, três peças aqui na figura 1. Depois você precisaria girar essa tora novamente. Girar a tora. Fazer mais três cortes, corte 4, 5 e 6. Girar a tora novamente, cortando sempre paralelo ao...
o anel de crescimento e aí eu teria tábua ou peças predominantemente tangenciais já o desdobro radial né ao contrário do desdobro não corte tangencial é que é paralela os anéis de crescimento né o corte radial os anéis de crescimento vão ficar aí aproximadamente né 90 graus tá pelo menos 80 em relação à face da tábua, mas por definição mesmo, seriam ângulos retos. Quais são as vantagens desse tipo de corte? Proporcionar melhor aspecto, então são tábuas mais bonitas, peças mais bonitas, menor contração das tábuas, então reduz defeitos, menos suscetíveis ao fendilhamento e ao encanoamento, então diminui os defeitos, único tipo usado para fabricação de tonéis. Então, tonéis de bebida precisa ser desdobro radial, por causa da penetração da bebida na madeira e as trocas gasosas e tal.
Recomendação para usos visando estética e acústica da madeira, porque você vai expor a face radial da madeira e ela é preferível, ela possui propriedades melhores que nas faces tangenciais. A desvantagem necessita de toras com maiores diâmetros, como eu já disse, e toras com elevadas tensões de crescimento podem empenar durante o desdobro e travar a serra. Então, são toras muito grandes com elevadas tensões de crescimento e pode acontecer defeitos durante a serragem.
Aqui, como eu faria para obter tábuas ou peças com ângulos aproximadamente de 90 graus. Então, aqui eu tenho a tora, vou retirar a costaneira. Então, primeiramente, tirar a costaneira, que seria este resíduo aqui.
Deixa eu passar para a caneta. Seria este pedaço aqui e este pedaço. Então, este pedaço aqui já vai estar reto.
Vou girar a tora. E esta face reta que eu expus vai ficar embaixo e em cima. O segundo corte seria o corte central.
Então, vou dividir esta tora em duas. E vou posteriormente deitar uma dessas partes, dessa tora, e depois fazer cortes simultâneos aqui. E aí percebe-se que diferente das faces tangenciais, o ângulo de corte com o anel de crescimento é aproximadamente 90 graus, no mínimo 80 graus. E eu tenho peças com faces predominantemente radial. Outra forma de fazer isso daqui seria cortando diretamente a madeira, tá?
No centro, deitando essa madeira e cortando aqui, né? Ao meio, né? E cortando nesse sentido, né? Tendo fás predominantemente radiais também, beleza?
Só os cantos aqui, né? Seriam... quase que tangenciais, mas aí são peças menores, são as costaneiras que você ia reaproveitar para fins menos nobres. O segundo tipo aqui, a segunda categoria que a gente viu lá no início, são os cortes de acordo com o eixo longitudinal da tora.
A gente tem o corte que a gente fala paralelo ao eixo longitudinal, longitudinal da tora, no qual a gente vai gerar costaneiras, que é esse primeiro resíduo aqui, em formato de cunha, meio triangular. Percebam aqui que, devido à conicidade da árvore, o primeiro resíduo que as costaneiras são gerados em formato de cunha. E aí, posteriormente, as peças serão obtidas. retas, só a costaneira vai ter esse formato de cunha.
E aí a gente tem as diferenças, como eu disse, entre o diâmetro da base e o diâmetro do ápice, vai gerar essa costaneira aqui, esse primeiro corte reto em formato de cunha. Desculpa aí meus riscos meio tortos, mas é porque eu estou sem o mouse aqui. Está também um corte... paralelo a casca O outro exemplo que eu usei anteriormente era paralelo à medula.
Isso é utilizado para torres que possuem madeira boa de qualidade, logo, imediatamente na casca. Então, as costaneiras possuem uma certa qualidade que a gente quer reaproveitar. Então, a gente faz um corte paralelo à casca.
Mas depois de alguns cortes, vão gerar produtos ferrados de baixa qualidade, porque a gente acaba pegando peças com material medular, com medula. Só exemplificando aqui, diferenciando, o corte paralelo à medula, que foi o exemplo que eu utilizei anteriormente, as costaneiras são em formato de cunhas e geram tábuas nas extremidades em formato de... Então aqui vamos diferenciar um ao outro.
Então aqui a gente tem os paralelos à medula, número 1, no qual a medula fica centralizada aqui. Nós vamos cortar peças interiores retas, mas à medida que a gente vai subindo, as peças vão ficar em formato de... cunha nesse formato triangular ok e agora a gente tem o número dois que é os cortes paralelo a casca cuja madeira é boa logo imediatamente na casca ou seja o alburno dela já possui alguma qualidade e a gente quer aproveitar então os cortes esse paralelo ao eixo longitudinal da tora aqui em relação à casca e a medida que vai passando vai gerando subprodutos cada vez menores em formato de cunha Cortes sucessivos são mais comuns, que nada mais é do que você pegar a tora e cortar ela paralela até acabar. Então é mais comum em realizados cortes paralelos. Então você vai ter a tora aqui, e aí você vai chegar já a cortar cortes paralelos aqui, no qual os primeiros produtos serão com faces tangenciais, e os do meio, que são centralizados, terão faces mais radiais.
Tudo torto aqui. E aí a gente tem os cortes simultâneos ou múltiplos, né? E para a gente fazer cortes simultâneos, a gente precisa de ter mais de uma serra, né? Circular ou serra fita de uma vez.
Então, em uma única passada da tora, vai haver dois cortes ou mais simultâneos em uma única passagem da tora. E vai gerar tabus também, diversas orientações. Eu vou postar alguns vídeos, material complementar de vocês, para vocês terem... uma noção né como ocorre esse esses cortes simultâneos vão produzir tábuas mais simétricas é com menos defeitos porque a liberação da tensão de crescimento vai ser ocorrer simultaneamente né possui uma alta produtividade já que o atório com uma única passada já vai sair serrada e mais aí requer um atório já de um melhoramento genético diâmetro menos variável de efeito para pinos para eucalipto esse tipo de um de serra tá esse tipo de desdobro como já disse o exemplo aqui né uma opção de desdobro para eucalipto e no Brasil é pouco utilizado por causa da importação de equipamentos que se torna caro e agora a gente vai para o método mas digamos atual muito utilizado nos Estados Unidos e desenvolvido lá né que é utilizado para madeira de baixa qualidade que é o método SSR, que é cerrar, S, secar, mais um S, e depois reserrar.
Então, primeiro a gente vai serrar, colocar para secar posteriormente, e depois de seca, reserra. Isso faz com que diminuam os defeitos de empenamentos, rachaduras nas tábuas, porque na primeira serragem aqui, no primeiro S aqui, que é serrar, a gente serra em produtos maiores, pranchões, por exemplo. Depois você põe esses pranchões para secar, que é o segundo S, e esses pranchões vão ser cortados, por exemplo, em tábuas, depois de seco. E aí a gente diminui, porque no processo de contração, na secagem, vai estar em tamanhos maiores e vai diminuir rachaduras e empenamentos. Então...
Basicamente, os cortes são paralelos e simultâneos, né? A largura extra das tábuas reduz o empenamento, como eu disse, e as tábuas são secas e depois são ressecadas, tá? Então, vamos ao esquema, né?
A gente tem aqui, por exemplo, a tora, né? E ela é desdobrada em produtos maiores, né? e aqui o canteamento seria uma operação de tirar essas esses cantinhos aqui que tem angulação já que a gente quer é produtos retangulares tá então o canteamento é retirado desses cantinhos deixando o produto é com ângulos retos né aí no método convencional a gente ia cortar aqui né e já ressear a um de pegar os produtos por exemplo vigas úmidos e depois secá-los já no método ssr que é este daqui, a gente vai cortar aqui em produtos maiores, colocar para secar este produto maior e após a secagem a gente ia fazer uma resserra seca, então este produto aqui já ia ser serrado seco. Então, como você já deve imaginar, você fazer essa resserra seca, uma madeira seca gera muito pó, então precisa de equipamentos melhores e gera muitos resíduos finos.
Pode dificultar a respiração do operador. Então aqui tem uma tabelinha com as vantagens e desvantagens desse método. As principais vantagens é que requer menos habilidade do operador, permite alguns erros na operação, apresenta altos rendimentos, permite utilizar as serras e canteadeiras múltiplas, há flexibilidade de mercado e remove os defeitos de secagem.
E a desvantagem é que produz resíduos secos. pode exigir equipamento especial para secagem, por exemplo estufas elétricas e reduz a capacidade da estufa de secar somente material de qualidade, já que vai secar todo o material que foi cortado inicialmente. Aqui só para vocês terem uma noção, lógico dos 100% que entra uma tora lá, por exemplo, de 1 m³, os produtos gerados delas vai ter menos que um metro cúbico, se a gente for somar todas as medidas de volume desses produtos gerados, porque vai ter perdas no processo, como pode ser a costaneira, diversos outros, pode ser lascas, casca, então tudo que é gerado da tora, a tora chega lá a um metro cúbico, não vai gerar um metro cúbico de produtos serrados, como... como a gente imagina. E isso vai depender, essa porcentagem de aproveitamento dessa tora agruta, vai depender de fatores inerentes à própria madeira e também as condições operacionais da madeira.
Vendo aqui os fatores inerentes à madeira, a gente tem a densidade da madeira, a disposição dos elementos estruturais, a presença de componentes químicos e o conteúdo de umidade. Então, isso tudo vai influenciar na porcentagem de aproveitamento dessa madeira. E já inerentes à serra, a gente tem o tipo de dente da serra, a tensão da lâmina utilizada, espaçamentos entre o dente da serra.
Então, isso tudo, a largura dessa serra, isso tudo vai gerar resíduos diferentes e vai proporcionar diferentes rendimentos. E aí, depois de tudo feito, uma média de acordo com os estudos científicos é que De tudo que entra lá para a classe das folhosas, as angiospermas, 45% a 55% dessa madeira é aproveitada na forma de produtos. E já nas coníferas esse aproveitamento é um pouco maior, de 55% a 65%, porque as madeiras de coníferas têm um formato mais cilíndrico, apesar da copa que dá o nome aí. das gimnospermas, coníferas, apesar da copa ser em formato de cone.
Então, a copa tem o formato de cone, só que a madeira é mais cilíndrica do que as madeiras folhosas. E os resíduos gerados, eles podem ser classificados principalmente de pequenas dimensões e de médias e grandes dimensões. Nos resíduos de pequenas dimensões a gente tem aí principalmente o pó de serra, a serragem, os cavacos e as lascas, e pode ser aproveitado para energia, ou seja, queima e aproveitamento dessa energia, cama de galinheiro, tem os pellets que são feitos a partir da pressagem de pó de serra, então a gente tem várias outras tecnologias que podem ser utilizados nesse produto. E de médias e grandes dimensões, as cascas, as lascas, as costas negras, as paras, as pontas, os escanteamentos, pode ser aproveitado, por exemplo, para carvão vegetal. Lógico que também para energia, por exemplo.