Olá pessoal, tudo bem? Aqui é a Anuska e hoje a gente vai continuar a falar sobre o sistema imunológico. Bom, retomando a nossa discussão sobre a imunidade inata da última aula, vocês devem se lembrar que eu disse que essa imunidade tem duas formas de te proteger. pelas barreiras e pela resposta inflamatória. As barreiras vão ser basicamente isso que você está imaginando.
A nossa pele, as mucosas, nossa acidez estomacal. Mas quando a gente perde essas barreiras, quando algo entra nos nossos... nossos tecidos, a gente vai precisar de uma ação propriamente dita da imunidade inata.
E essa ação vai ser a resposta inflamatória, que é o tema da nossa aula de hoje. Bom, uma coisa importante para se falar de inflamação é que ela é um processo normal e necessário para a recuperação do tecido. O que eu quero dizer com isso? Que se tem um patógeno ou alguma substância lesiva invadindo o seu corpo, em condições normais, a gente precisa ter a resposta.
uma resposta inflamatória para eliminar o que quer que seja que esteja fazendo lesão no local e recuperar esse tecido lesado fazer com que ele volte a ser o que era Outra coisa importante para se falar da inflamação é que ela é uma resposta não específica. O que eu quero dizer com isso? Que o que quer que seja que esteja causando dano, seja uma bactéria, um vírus, uma substância lesiva, etc., a resposta inflamatória, a inflamação no local, vai ser a mesma.
Eu acredito que você já tenha imaginado isso, já que eu falei que a inflamação vai ser o mecanismo efetor da imunidade inata. Bom, e quando a gente tem... uma inflamação ocorrendo em algum local do corpo, geralmente vai ser usado o sufixo it para descrever esse quadro. Isso pode ser exemplificado por vários exemplos que com certeza você já teve ou já ouviu falar, como uma tendinite, que é uma inflamação nos tendões, uma artrite, que é inflamação de alguma articulação, uma faringite, que vai ser uma inflamação na faringe, entre muitos exemplos que a gente pode citar aqui. Bom, e apesar da inflamação poder ocorrer em em qualquer local do corpo, a gente vai ter cinco características que estão sempre presentes durante um processo inflamatório.
Essas características são chamadas de cinco sinais cardinais da inflamação, que incluem a dor, geralmente o local que está inflamado vai ficar dolorido, o calor, onde a gente vai ter um aumento da temperatura local onde a gente está tendo a resposta inflamatória, o rubor, que também vai ter como sinônimo a vermelhidão e a gente ainda vai ter um pouco melhor. porque ocorre o tumor, que também tem como sinônimo edema. Em termos leigos, vai ser o inchaço do local acometido e a perda de função, que vai ocorrer principalmente porque o tecido lesado vai estar preocupado em se recuperar dessa lesão, para depois voltar a exercer suas funções normais.
E isso pode acabar se tornando um problema, caso a inflamação ocorra em algum órgão que tenha uma função muito importante. Bom, para a gente ter um... processo inflamatório ocorrendo, a gente necessariamente precisa de um estímulo.
A inflamação não vai ocorrer sem motivo. E para gerar esse estímulo do qual eu estou falando, a gente pode ter várias causas. A primeira que eu imagino que vem em mente é uma infecção, uma entrada de patógenos em algum tecido do nosso corpo, sejam esses patógenos vírus, bactérias e entre outros.
A gente também pode ter um trauma mecânico. Sempre que a gente esbarra em algum lugar ou toma uma pancada, em algum local do nosso corpo, repare que logo depois o local vai ficar vermelho e quente. Por causa dessa pancada que você sofreu, houve um certo grau de lesão tessidual e por isso vai ocorrer um processo inflamatório.
Um exemplo bem claro disso e muito presente nas novelas mexicanas é quando alguém dá um tapa na cara de outra pessoa e a pessoa que sofreu o tapa fica com o rosto avermelhado. Aquilo nada mais é que uma inflamação bem leve causada pelo tapa. A gente também pode...
pode ter um processo inflamatório causado pela temperatura. Tanto uma temperatura excessivamente alta, quanto uma excessivamente baixa, pode causar lesão tessidual e levar a uma inflamação. Um exemplo disso é quando a pessoa sofre uma queimadura.
Ali naquele local vai estar ocorrendo uma resposta inflamatória. Com relação a temperaturas baixas, no nosso país não vai ser muito comum esse tipo de lesão, porque dificilmente em algum local a gente vai ter temperaturas abaixo de zero. Mas em locais muito frios é bastante comum.
comum a gente ter a chamada geladura, que também vai causar lesão decidual e um processo inflamatório em resposta. A gente também pode ter uma inflamação ocorrendo por agentes que... químicos, ou seja, substâncias que possam ser lesivas para os nossos tecidos e vão, em consequência, desencadear essa resposta.
Também temos a radiação, cujo exemplo mais clássico é a radiação ultravioleta, que quem já ficou na... praia num dia de muito sol sem passar protetor solar conhece muitos efeitos a radiação ultravioleta vai causar essas queimaduras de sol que são extremamente desagradáveis onde a gente vai ter lesão tessidual e uma resposta inflamatória E um dado interessante sobre esse exemplo é que a radiação ultravioleta retarda o início da inflamação. É por isso que às vezes você passa o dia inteiro na praia ou na piscina debaixo do sol, e só à noite você vai sentir que sua pele está toda queimada, e com isso vai se arrepender completamente de não ter passado o protetor solar. Outra causa de inflamação é relacionada a doenças autoimunes.
Com esse termo autoimune, você pode acabar pensando que, nesse caso, a gente vai ter um processo inflamatório espontâneo. Mas não! A gente sempre precisa de ter um estímulo. E no caso das doenças autoimunes, nosso sistema imunológico vai achar que há...
O que existe no nosso corpo é um estímulo para que ocorra inflamação. Ele vai ter dificuldade de distinguir o próprio do não próprio. Por isso, mesmo assim, a gente vai estar tendo um processo inflamatório com um estímulo.
A gente também pode ter uma inflamação por isquemia em tecidos, que ocorre quando a gente está tendo um suprimento sanguíneo inadequado para aquele órgão, algo que vai gerar lesão celular e com isso vai provocar uma resposta inflamatória. E também podemos ter uma inflamação na necrose. Uma necrose. vai ser o máximo de lesão celular que a gente pode ter, já que quando isso ocorre a gente está tendo morte de células naquele tecido. E obviamente não vão ser essas células que vão provocar a inflamação, porque elas estão mortas.
As células vizinhas, em volta daquele local necrótico, vão dar o alerta para começar essa resposta inflamatória. Bom, então agora a gente vai começar a falar basicamente do que vai acontecer no tecido que está inflamado. Para poder explicar melhor isso, eu fiz um esquema de um pedaço.
um pedaço na nossa pele mas esse é um esquema hipotético ele é bem simplificado só para vocês entenderem o que que vai estar acontecendo então aqui no nosso esquema a gente vai ter uma camada de células epiteliais de verde a gente vai ter algumas células dendríticas que se vocês se lembram bem são células que se encontram bastante na nossa pele fazem fagocitose e interagem com os nossos rostos para ativar a imunidade adaptativa a gente também vai ter essa célula aqui com grânulos que vão ser os mastócitos, cujos grânulos que eu citei contém histamina e heparina, e a histamina vai ser muito importante no processo inflamatório. A gente também vai ter aqui essa célula grande, que é um macrófago tessidual, e essas células vão estar todas inseridas numa camada de tecido conjuntivo. Lembrando que o macrófago que vive no tecido conjuntivo também pode ser chamado de estiócito. Mas como a gente está falando aqui de um local hipotético, corpo, vamos chamar essa célula de macrófago mesmo. Logo abaixo dessa camada de tecido conjuntivo, a gente vai ter um vaso sanguíneo, mais precisamente um capilar, que vai ser o vaso sanguíneo mais fino que a gente pode ter.
Tão fino que geralmente nele só tem espaço para uma hemácia só passar, como a gente está vendo aqui. E junto com essas hemácias, a gente também vai ter células do sistema imunológico circulantes passando por esse local, que eu representei por esse neutrófilo aqui. Lembrando que o neutrófilo...
O neutrófilo é a célula imunológica circulante mais abundante que a gente tem no nosso corpo. Bom, agora que vocês já entenderam o esquema, vamos explicar através dele como é que vai funcionar a inflamação. Bom, vocês já viram que aqui bem grande vai ter um estímulo para o processo inflamatório.
Você estava lá com a sua pele íntegra, as células funcionando normalmente, e de repente algo perfurou esse tecido e causou uma lesão tecidual, além de ter jogado algumas bactérias ali no meio. que eu representei aqui de amarelo. Bom, agora para descontaminar esse tecido e recuperar o que foi lesado, a gente vai ter uma série de modificações ocorrendo aqui para que isso possa ser feito. Eu vou dividir esses eventos em resposta vascular e resposta celular.
Mas saiba que tudo vai estar ocorrendo mais ou menos ao mesmo tempo. Essa divisão é meramente didática. Bom, do ponto de vista vascular, o que a gente vai ter ocorrendo aqui?
Inicialmente, a gente vai ter uma vasoconstrição reflexa. Em razão desse corte, dessa lesão que está ocorrendo aqui, a gente vai ter uma vasoconstrição local. Por quê?
Se isso aqui for um ferimento ou uma lesão em um órgão, uma das coisas com a qual o nosso corpo vai mais se preocupar é com a perda excessiva de sangue. Então uma das formas de evitar que a gente perca muito sangue é fazer essa vasoconstrição reflexa. Porém...
Logo após que ela acontece, os mastócitos presentes aqui no tecido vão liberar a estamina. E a estamina vai ser um... um potente vasodilatador. Com isso a gente vai ter uma vasodilatação no local da inflamação. É esse evento que explica porque a gente vai ter calor, rubor e tumor no local.
Com mais sangue passando por esse local, a gente vai ter um aumento da temperatura, porque obviamente o nosso sangue é quente. Vamos ter também uma vermelhidão por causa da cor do sangue e um edema. Todo mundo sabe que quando a gente tem uma vasodilatação, a gente vai ter um influxo. muito maior de fluido do sangue para os tecidos e isso vai causar um edema local.
E por que vai ser importante essa vasodilatação no processo inflamatório? Bom, por vários motivos. O primeiro deles é para fazer chegar mais oxigênio ao local lesado.
Lembram que eu falei que no capilar a gente só tem como colocar no máximo uma hemácia? E aqui nesse local que está vasodilatado a gente tem várias, ou seja, elas vão estar deixando mais oxigênio aqui. E por que esse oxigênio é tão importante?
importante a gente vai precisar de muito dele para repor as células lesadas para consertar o dano que foi feito e além disso com mais sangue passando por aqui a gente vai ter a maior deposição de nutrientes que também vão ser muito úteis para fazer essa reposição celular vale lembrar que a inflamação é um processo bem lesivo a gente vai eliminar aquilo que tá chegando no nosso corpo mas a gente acaba por lesar algumas estruturas próprias então para recuperar a gente vai precisar de muito oxigênio e nutrientes, mais do que normalmente é ofertado para o tecido. Outro ponto importante da vasodilatação é que com o maior acúmulo de fluido no tecido lesado, caso haja alguma toxina ali no local, a gente vai ter uma diluição da mesma. Isso vai tornar mais fácil a sua eliminação e diminuir os danos potenciais que ela poderia causar se ela estivesse muito concentrada.
A gente também precisa dessa vasodilatação para fazer mais fibrinogênio. chegar ao tecido lesado o fibrinogênio entrar em contato com o tecido vai se transformar em fibrina E ele vai formar uma capa em volta do local inflamado, compartimentalizando essa inflamação. Isso vai ser muito importante, porque se a gente tiver um foco infeccioso aqui nesse tecido, essa compartimentalização vai evitar que ele chegue em outros locais do corpo. Além de impedir que os mediadores inflamatórios que estão aqui cheguem em outros tecidos e realizem uma reação inflamatória sistêmica, que é um quadro muito grave que a gente ainda vai falar na aula de hoje. Outro ponto importante...
da resposta vascular é que por causa dessa vasodilatação que está ocorrendo aqui a gente vai ter um afastamento de células endoteliais isso vai acabar gerando esses buracos aqui na parede endotelial que vai ser muito importante na resposta celular da inflamação E é o que a gente vai abordar agora. Bom, se eu já falei que o neutrófilo é uma célula circulante que vai estar presente na nossa corrente sanguínea, como que ele vai fazer para chegar no local onde está ocorrendo a lesão, já que ele é dentro do tecido? Bom, isso vai ocorrer graças à vasodilatação, novamente, e também algumas mudanças que os neutrófilos vão apresentar em sua superfície e que as células endoteliais vão apresentar também.
Do que eu estou falando? Tanto os neutrófilos quanto as células endoteliais, vão passar a expressar proteínas que vão fazer eles agarrarem um no outro. A gente vai ter várias proteínas que fazem parte desse processo, mas aqui eu vou citar apenas duas, que serão as selectinas e as integrinas. e eu representei aqui de rosa.
O que vai acontecer? A gente vai ter o neutrófilo lá no vaso sanguíneo, ele está chegando no local da lesão, e essas proteínas vão fazer com que ele passe mais perto da parede do vaso sanguíneo. Esse processo a gente vai chamar de marginação. Assim que o neutrófilo se adere à parede do endotélio, ele começa a rolar por ele, que eu representei com essa seta aqui.
E esse fenômeno a gente vai dar o nome de rolamento. E chega um momento que o neutrófilo vai parar de rolar pelo endotélio e vai se agarrar com mais força a ele, que está representado por essas alterações verdes aqui nas proteínas. E é aí que ele vai fazer a famosa diapedese. O que vai ser a diapedese? A diapedese é quando esse neutrófilo vai sair da corrente sanguínea e vai passar para dentro do tecido lesado.
É o que a gente está vendo aqui na etapa 5. Essa diapedese vai ocorrer tanto por essas proteínas que vão ir empurrando o neutrófilo para dentro do tecido, tanto pelas fibras do próprio tecido que puxam o neutrófilo para dentro dele. E é nesse ponto que a vasodilatação vai ser importante. Por quê? Vocês estão vendo...
que apesar dessa aparelhagem toda de proteínas, O neutrófilo está precisando de um buraco aqui no endotélio para poder passar. Esse espaço aqui só correu porque esse vaso está dilatado. E aqui nesse processo já concluído, na fase 6, a gente tem o neutrófilo dentro do tecido. pronto para fazer fagocitose e eliminar algo que esteja causando lesão. É importante citar que uma vez que o neutrófilo entre no tecido, não tem mais volta.
Ele vai ficar ali e eventualmente vai morrer. Porque vocês lembram da primeira aula, quando eu falei que quando o neutrófilo faz fagocitose, ele acaba morrendo junto com o patógeno? Aqui, inevitavelmente, o neutrófilo vai achar algo para fagocitar.
E mesmo que ele tente voltar para a circulação, esse espaço aqui não vai se abrir mais. E ele também não vai... conseguir se agarrar o endotélio por fora.
Talvez você esteja pensando que eu só estou falando de neutrófilo aqui e não estou nem citando as outras células que a gente tem na imunidade. Bom, é porque inicialmente no processo inflamatório a gente só vai ter invasão do tecido por neutrófilos. E ajudando esses neutrófilos a gente vai ter as células tecidoais que já estão lá e podem fazer facostose também, que vão ser aquelas células dendríticas e os macrófagos tecidoais que eu mostrei para vocês no esquema. Mais ou menos 24 horas.
horas depois que a gente tem o início da inflamação, a gente vai ter os monócitos chegando ao local da lesão. Eles também vão fazer diapedese e vão conseguir entrar dentro do tecido. Lembrando que um monócito sendo ativado e entrando num tecido vai passar a ser chamado de macrófago.
Um ponto muito importante dessa parte é que esses macrófagos vão ser diferenciados em dois tipos. Os macrófagos M1 e os macrófagos M2. Os macrófagos M1 vão ter uma função muito parecida com o neutrófilo.
Eles estão lá para fagocitar. Felizmente o macrófago consegue fagocitar muito. coisa e não morrer. Então ele vai ser uma célula que vai durar muito tempo ali naquele campo de batalha que é a inflamação.
Então basicamente a função desse macrófago M1 é fagocitar e acabar com o que seja que esteja causando a lesão tessidual, seja uma bactéria ou alguma substância. Porém, no final do processo inflamatório, a gente vai ter um monte de restos de células mortas, muitos neutrófilos mortos, muitas bactérias mortas, muitas substâncias produzidas ali no local. E a gente vai ter que fazer uma verdadeira faxina nesse local. Para isso que vai servir o macrófago M2. Ele vai fazer uma verdadeira limpeza do local da inflamação.
Ou seja, é como se fosse um debridamento fisiológico que essas células vão realizar. Depois de passadas essas 24 horas... da lesão inicial, a gente também pode ter a chegada de outras células junto com os monócitos, como os eosinófilos, mas eles vão ser menos importantes nesse processo inflamatório. Os dois atores principais vão ser o neutrófilo e o macrófago. Bom, então, ocorrido todo esse processo, toda essa vasodilatação, a diapedese das células, a gente vai ter o que a gente chama de inflamação, que vão ser vários fagócitos aqui, eu desenhei neutrófilos e macrófagos fazendo fagocitose dessa...
essas bactérias que estão chegando aqui, liberando substâncias das quais a gente vai falar mais para frente no vídeo e defendendo o nosso tecido de mais lesão que possa ocorrer a ele. Bom, pessoal, eu imagino que muitos de vocês devam estar se perguntando Ah, mas e aquele tanto de substâncias que estão envolvidos na inflamação, os tais dos mediadores inflamatórios? Bom, essa parte eu acredito que seja a mais complicada do assunto.
Por isso eu preferi explicar primeiro o que vai acontecer com relação aos... os fenômenos vasculares e celulares primeiro. Mas tenham em mente isso. O que a maioria dessas substâncias vai realizar?
Elas vão ser vasodilatadoras, como a estamina, que eu já citei, e quimiotáticas. O que é uma substância quimiotática, que realiza quimiotaxia? É uma substância que tem o poder de chamar mais células imunológicas para o local da lesão. Por isso que a gente vai ter neutrófilos chegando a todo momento, onde a gente tem inflamação. Sem essas substâncias, os neutrófilos não iam saber onde ir, eles iam continuar circulando pelo sangue como se nada tivesse acontecido.
E só se algum deles estivesse passando ali pelo tecido, que eles iam fazer diapedese e partir para a fagocitose. Bom, para facilitar o entendimento dessa parte, eu dividi essas substâncias entre derivadas do plasma, que vão ser fatores que vão estar lá dissolvidos no plasma e vão agir quando a gente tem uma inflamação, e derivadas de células, que vão ser substâncias que as próprias... próprias células vão produzir.
Com relação às derivadas do plasma, a gente vai ter a bradicinina, que vai fazer vasodilatação e, com isso, aumentar a permeabilidade vascular e fazer todas aquelas ações que a gente já discutiu, em que mais oxigênio vai chegar, mais nutriente vai chegar para o tecido, a gente vai ter mais fluido diluindo substâncias nocivas e etc. A gente também vai ter os derivados do... O sistema complemento. O sistema complemento é uma parte do sistema imunológico muito importante.
Apesar dele ser chamado de complemento, na verdade ele é um dos principais envolvidos na eliminação de patógenos. Mas ele... é um sistema altamente complexo, então a gente precisa de uma aula só para falar dele. Mas guardem isso, algumas substâncias derivadas do sistema complemento vão ser muito quimiotáticas e também vão poder grudar em cima do sistema complemento.
dos patógenos e fazer com que os neutrófilos e macrófagos enxerguem melhor aqueles patógenos para fazer fagocitose. Agora, com relação às substâncias derivadas das células, a gente vai ter a estamina, que eu já citei aqui, que é produzida pelos mastócitos, que estavam representados no nosso esquema, e também pelos basófilos, que são células muito semelhantes aos mastócitos, só que são circulantes. Como eu já falei, a estamina vai ser um vasodilatador muito potente.
E ela é a brotilina. vão atuar meio que em conjunto, já que as suas ações são muito parecidas. Uma pequena diferença entre as duas é que a bradicinina tem o poder de causar dor no local, que também vai ser um daqueles cinco sinais cardinais.
A gente também vai ter a participação de óxido nítrico, que pode ser produzido por macrófagos e outras células. E esse óxido nítrico é muito vasodilatador. Tenho certeza que vocês já ouviram falar dos poderes vasodilatadores do óxido nítrico.
A gente também vai ter a citose... Cytocinas e as quimiocinas, que são tipos de citocinas. A gente precisa de uma aula inteira também, assim como o sistema complemento, para falar de citocinas.
No momento, eu preciso que vocês guardem isso. Elas vão ser produzidas pelas células do sistema imunológico, principalmente pelos macrófagos, e vão ser bastante quimiotáticas, além de ativarem várias células do sistema imunológico. Por fim, eu vou falar dos eicosanoides.
A gente vai precisar entender como eles são fabricados. Bom, eu imagino que vocês lembrem das aulas de biologia do ensino médio que a membrana celular é feita por uma bicamada de fosfolipídios. E durante a inflamação, como a gente está tendo muita morte celular, muitas células sendo lesadas, a gente vai ter uma perda desses fosfolipídios no meio do tecido. Eles vão se soltando da membrana e ficam dispersos pelo fluido do tecido. É aí que a enzima fosfolipase A2 vai agir e vai transformar esse...
fosfolipídios em ácido aracidônico, que é uma substância que tem esse nome por ter sido primeiramente observada em aranhas. O ácido aracidônico vai sofrer a ação de três enzimas, da lipoxigenase ou LOX, que vai fabricar leucotrienos, e esses leucotrienos vão ser extremamente quimiotáticos, eles vão estimular a adesão dos neutrófilos à parede endotelial para fazer a diapedese, entre outras ações, e também vai sofrer a... a ação da ciclooxigenase 1 e da ciclooxigenase 2, ou COX-1 e COX-2.
Tanto a COX-1 quanto a COX-2 vão estar produzindo prostaglandinas, que são substâncias capazes de induzir dor por irritarem as terminações nervosas locais e também febre por agirem diretamente no hipotálamo. E a partir de uma prostaglandina específica, a gente vai ter a ação da enzima tromboxano sintase, que vai ter um papel importante na cascata de coagulação. população.
Mas a gente vai falar muito melhor das prostaglandinas e dessas outras substâncias no vídeo sobre anti-inflamatórios não esteroides, onde é imprescindível conhecer essa cascata de reações que levam dos fosfolipídios até as prostaglandinas e leucotrienos. Bom, depois de ter sido eliminado aquilo que estava causando um estímulo inflamatório no tecido e todos os patógenos terem sido fagocitados, o que vai sobrar no local da inflamação é um verdadeiro campo de batalha cheio de soldados mortos. Soldados dos dois lados, tanto bactérias que eventualmente invadiram o tecido, quanto células do seu próprio corpo, muitos neutrófilos, às vezes até macrófagos.
Com isso, é necessário que a gente faça uma limpeza do local. E como eu já falei pra vocês, É para isso que vai servir os macrófagos M2, que eu representei aqui, fagocitando restos de células mortas. Depois que eles terminam de fazer essa limpeza do local, o tecido está pronto para se reparar, para voltar ao normal.
E aí, no caso, como a gente está representando uma pele aqui, a gente vai ter reposição dessas células epiteliais que foram perdidas. reposição de células imunológicas que podem ter morrido e também reposição do tecido conjuntivo que possa ter sido perdido. Bom, tudo que eu falei até agora estava relacionado a um processo inflamatório agudo, um processo que começa e depois de alguns dias ele já terminou.
A gente precisa que a inflamação acabe rápido porque muitas das substâncias que vão estar sendo liberadas vão ser lesivas para o tecido também. Apesar da inflamação ser necessária para eliminar aquilo que está te invadindo e está causando lesão nos seus tecidos, a gente acaba tendo um prejuízo com isso também, o que é algo inevitável. Mas e se por algum motivo o patógeno não deixou de existir, ele permanece ali no local, ou aquilo que estava causando estímulo não conseguiu ser eliminado? É aí que a gente vai ter inflamação crônica e isso vai ser um verdadeiro problema. Não existe um intervalo de tempo definido para se dizer que uma inflamação aguda se tornou crônica.
Mas o que é dito é que em torno de seis meses a gente já pode considerar esse processo como crônico. E quando isso acontece, o sistema imunológico começa a ficar meio louco porque ele não está conseguindo eliminar aquele patógeno ou aquela substância de jeito nenhum. Então a gente começa a ver macrófagos. se juntando e fazendo células multinucleadas. A gente também muitas vezes vai ter invasão do tecido por linfócitos, que são células da imunidade adaptativa, e que na inflamação aguda não dá tempo deles irem lá ajudar.
E muitas vezes com aquela inflamação ali que não para, continua por um tempo muito grande, a gente pode acabar tendo necrose tessidual, que vai trazer muito prejuízo para o órgão que está sendo afetado. A inflamação crônica é um assunto que pode ser muito... melhor discutido na patologia. Então aqui eu só vou citar essas características mais básicas, mas como curiosidade, saibam que muitas doenças vão evoluir por causa de um processo de inflamação crônica, como é o caso da tuberculose, onde a gente tem formação de granulomas nos pulmões ou mesmo às vezes em até outras partes do corpo do paciente e acaba tendo necrose dentro desses granulomas.
Outra complicação que a gente pode ter é a chamada síndrome da resposta inflamatória sistêmica. ou cis, que é quando o processo inflamatório que estava localizado a um só ponto do corpo passa a ocorrer no corpo inteiro. Por isso que eu falei que era extremamente importante para o fibrinogênio fazer aquela compartimentalização do local onde a gente está tendo inflamação.
A cis pode ocorrer principalmente por bacteremia do patógeno que está sendo... sendo combatido. O que é uma bacteremia? É quando você vai ter a presença de bactérias no seu sangue. E como seu sistema imunológico está caçando aquela bactéria e ela está espalhada pelo seu corpo inteiro, por ter caído na sua corrente sanguínea, ele vai lá e começa começa a fazer focos inflamatórios em todo lugar isso é muito perigoso quando até levar a morte primeiro porque a bacteremia é uma condição grave por si só segundo que inflamação sempre vai estar trazendo um certo grau de lesão para o tecido terceiro que você não quer que um paciente fique vaso dilatado em todo local do seu corpo com isso a pressão arterial dele vai baixar muito ele pode até entrar em choque o que potencialmente pode levar ele à morte mas se você está achando que uma unha encravo pode levar você a ter uma SIRS, fique tranquilo.
Esse quadro vai ocorrer, na enorme maioria das vezes, quando a gente tem um acometimento primário importante. Ou seja, tem que ter sido um estímulo importante e também um patógeno muito virulento para poder causar tal resposta do corpo dela a isso. É praticamente impossível um estímulo pequeno, como as inflamações que a gente tem todo dia quase, causarem um quadro tão grave assim. Bom, vamos lá.
Bom pessoal, era isso que eu tinha para falar para vocês hoje. Espero que tenha sido útil, que vocês tenham entendido e tenha esclarecido alguma coisa para vocês sobre o assunto. Se tiverem alguma dúvida podem escrever na caixa de comentários.
E eu vejo vocês na próxima aula. Tchau. Música