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Futuro e Tecnologia: Reflexões e Inovações

Chegou a hora de escolher, Nil. Pílula azul ou pílula vermelha? Você pode me explicar de novo? Se você tomar a pílula vermelha, eu vou te tirar da Matrix, desse mundo de ilusão, onde as pessoas pensam que conseguem se aposentar com qualidade pela INSS, que dá pra ganhar 3% ao mês sem correr risco, ou que elas podem multiplicar o dinheiro com a pós-esportiva.

Você vai entrar no mundo real, onde vai ter que estudar pra investir o seu dinheiro, mas a recompensa virá a longo prazo. Ou você pode tomar essa azulzinha aqui, continuar na sua vida como ela está, Quebrado, endividado e vivendo pra sempre duro. O duro é garantido? Não é essa azul aqui não.

É essa aqui. É duro só nas finanças, não tem benefício. Então eu vou na vermelha.

Ótima escolha, Nil. Eu vou ser teu guia nessa jornada. E pra você que tá aí em casa e quiser sua pílula vermelha também, eu tenho um convite pra te fazer.

Entre agora na turma do Viver de Renda. Lá você vai aprender a proteger e multiplicar o seu patrimônio, investindo de maneira diversificada entre ativos, moedas e até países. Tudo isso com uma equipe de suporte que responde 100% das dúvidas do aluno.

Pra fazer parte, é só tocar no botão Saiba Mais. Te vejo no Viver de Renda. Chegou a hora de escolher, Nil. Pílula azul ou pílula vermelha? Você pode me explicar de novo?

Se você tomar a pílula vermelha, eu vou te tirar da Matrix, desse mundo de ilusão, onde as pessoas pensam que conseguem se aposentar com qualidade pelo INSS, que dá pra ganhar três... 100% ao mês sem correr risco ou que elas podem multiplicar o dinheiro com a posse esportiva. Você vai entrar no mundo real, onde vai ter que estudar para investir o seu dinheiro, mas a recompensa virá a longo prazo. Ou você pode tomar essa azulzinha aqui, continuar na sua vida como ela está, quebrado, endividado e vivendo para sempre duro.

O duro é garantido? Não é essa azul aqui não. É essa aqui. É duro só nas finanças, não tem benefício. Então eu vou na vermelha.

Ótima escolha, Nil. Eu vou ser teu guia nessa jornada. E pra você que tá aí em casa e quiser sua pílula vermelha também, eu tenho um convite pra te fazer.

Entre agora na turma do Viver de Renda. Lá você vai aprender a proteger e multiplicar o seu patrimônio, investindo de maneira diversificada entre ativos, moedas e até países. Tudo isso com uma equipe de suporte que responde 100% das dúvidas do aluno.

Pra fazer parte, é só tocar no botão Saiba Mais. Te vejo no Viver de Renda. E aí, pessoal, vamos começar mais um episódio do podcast Os Sócios. Quem fala aqui é Bruno Perini, host do podcast. Estou, como sempre, com minha esposa.

host e o belo rosto do Podcast dos Sócios, cada dia mais belo, desafiando o tempo. Olá, pessoal. Que tem bem desafiado, se destrói em tudo, até mesmo as coisas mais sólidas. Olá, pessoal.

Sejam bem-vindos. O que você tá querendo, Boludinha? A gente fica sempre na dúvida, né? Quando elogia demais, assim. Eu sempre tô querendo algo, Boludinha.

Sempre, né? Sempre estou querendo algo. Enfim. Qual o tema do episódio de hoje, amor? Hoje vamos falar sobre o futuro.

Chegou tecnologia, inteligência artificial. Um pouco de tudo nessa área que a gente sempre fala quando esse convidado especial e uma nova convidada está aqui. Sempre muito bom discutir sobre isso. Exatamente, estamos recebendo aqui pela terceira vez, uma grande honra receber pela terceira vez aqui, Walter Longo, especialista em inovação e transformação digital, publicitário, administrador de empresas com MBA na Universidade da Califórnia, empreendedor digital, palestrante internacional, já foi presidente do Grupo Abril.

É autor de 12 livros e sócio-diretor da Unimar Comunicação. Inclusive, estou com o último dos dois aqui, não é? Esse mesmo.

Abaixa os gurus, salve os guris. Exato. Muito bom.

E também dono de um dos... Sempre dos melhores podcasts que a gente faz aqui. Walter está no meio. Aliás, a gente acabou de descobrir que ele também é especialista em... Esqueci o nome.

Tartarugas. Que elônios. Tartarugas. Que elônios. Que coisa.

Enfim. Walter, obrigado pela presença. Obrigado, Walter.

Prazer é meu. Eu comentei outro dia com vocês que... Eu considero o podcast uma coisa mágica, porque o ser humano senta ao redor de uma fogueira e conta histórias desde os primórdios.

O podcasting é isso, é uma fogueira. na qual nós sentamos ao redor e ficamos contando histórias. E gravamos para o povo assistir, né?

Isso, muito agradável. Então, obrigado pelo convite. Bom, estamos aqui pela primeira vez com Marta Gabriel, engenheira pela Unicamp, pós-graduada em Marketing pela ESPM, em Design pela Belas Artes, mestre em PhD em Artes pela USP e formação executiva pelo MIT Sloan, futurista pelo IFTF.

professora de inteligência artificial em pós-graduações e escolas de negócios, palestrante internacional e autora de quatro best-sellers, inclusive, inteligência artificial do Zero ao Metaverso. Marta, bem-vinda ao Podcast Sócios. Muito obrigada.

Prazer enorme estar nesse episódio, especialmente, com o meu amigo Walter, querido. Inclusive, quando a gente foi chamar a Marta, falaram que a Marta era equivalente ao Walter, só que feminina. A gente achou, nossa!

Que honra, que honra. A gente está aqui com essas duas pessoas e estamos felizes em recebê-los. Obrigada por ter vindo. Obrigada, obrigada a eu.

Bom, para começar o episódio, esse título Futuro chegou, quando me foi apresentado pela equipe, eu falei, cara, a impressão que fica realmente é que o futuro está chegando cada vez mais rápido. Porque outro dia eu estava falando com um amigo meu, puxa, de muito tempo a gente fez um curso no Exército juntos, e naquela época não tinha WhatsApp, a gente falava por SMS, e não tinha Uber. E hoje em dia, imagina a vida sem WhatsApp, e a gente ficou em São Paulo 5 anos sem carro, usando só o Uber. Só que as mudanças, que elas levavam um tempo pra acontecer e cada vez mais curta, agora estão cada vez mais rápidas. Por exemplo, o título do seu livro, Inteligência Artificial do Zero ao Metaverso.

Isso aqui nem era comentado há pouquíssimo tempo atrás. E agora a gente chegou nesse momento ao iPhone da IA, com um chat EPT acessível pra todo mundo. Então, como é que é viver nesse mundo?

Poxa, ainda mais vocês, né? que pegaram toda essa evolução, tem mais tempo de vida do que eu. Isso ficou meio ruim esse comentário, mas enfim.

Não, ficou ótimo. Eu brinco assim, o que pra vocês é história, o que pra vocês é história pra minha memória, tá? Eu já tava lá, então tá tranquilo. E essa percepção de vocês, é o que tá acontecendo mesmo?

Muda cada vez mais rápido e vai ser assim daqui pra frente? Quer que eu comece? Então vamos lá. Não é percepção, é realidade. Inclusive tem um cara incrível do século passado chamado Buckminster Fuller.

Ele foi um dos primeiros caras a perceber que o ritmo do mundo estava acelerando e o conhecimento estava dobrando a cada X tempo. Só para a gente sentir aqui, quando ele fez a primeira conta, a partir do ano 1 da Era Cristã, quanto tempo demorou para o conhecimento dobrar pela primeira vez? 1.500 anos. Depois dobrou de novo em 250 anos. No início do século passado, dobrava a cada 100 anos.

Segunda Guerra Mundial, a cada 25 anos. Até recentemente, todo ano. E agora dobra todo dia ou até mais rápido.

A gente não tem mais esse cálculo. Então, isso é verdade. o futuro está chegando mais rápido, porque a gente está acelerando a produção de tecnologia e a tecnologia é o driver que leva a gente a fazer mudanças. Eu me lembro de um episódio, de um desenho chamado Zé Colmeia, que um dia ele fez um comentário que me marcou profundamente e ele falou assim, já não se faz mais futuro como antigamente.

Que é uma frase filosófica para um urso, mas no fundo, a verdade é que muita gente está, de alguma maneira, olhando para frente e achando que o futuro está acelerando. A minha visão é um pouco diferente disso. Nós, até agora, estávamos em tempos de mudança e agora estamos numa mudança de tempo.

Ou seja, é a primeira vez que eu sinto realmente isso, de que agora há uma ruptura com tudo o que vinha acontecendo. Pela primeira vez a gente percebe que... Após várias ondas, a onda da internet, a onda do metaverso, a onda das redes sociais, agora é um tsunami.

Então, pessoas que estão achando, não, realmente, o mundo está acelerando, nós estamos cada vez... Não, não é isso. Trata-se de um tesaraque.

Tesaraque é um momento do mundo que o Shel Silverstein define, onde o que valia já não vale mais e o que passa a valer... não substitui o anterior em todas as suas dimensões. Ou seja, Tessarac é um hiato ou uma franja no tempo, onde daqui para frente tudo vai ser diferente. Esta visão, eu acho que ela é muito importante, porque a chegada da inteligência artificial mudou os paradigmas. Ou seja, eu sinto agora uma transformação de essência, uma transformação alquímica, e não apenas...

uma transformação acelerada do que vinha acontecendo. Vou dar um exemplo. A inteligência artificial, não sei se a Marta concorda comigo, mas é a primeira tecnologia que vai começar dos mais velhos para os mais novos. Ou seja, é a primeira vez que a gente enxerga... Uma nova tecnologia que será adotada precocemente por pessoas mais velhas do que mais novas.

Razões, interface extremamente amigável, fácil, não requer nenhum aprendizado, não é mais coisa para iniciados e sim para iniciantes. E segundo, para exercer com competência a relação com a inteligência artificial, nós precisamos de extensão vocabular. Referência.

repertório e bagagem. E isso os mais velhos naturalmente têm pela vivência. Então, talvez o etarismo tão condenado hoje nas empresas seja reduzido ou até eliminado em função desta nova característica que altera profundamente as relações de trabalho.

A empatia digital vai ser uma nova ciência que nós vamos ter que aprender a nos relacionarmos com a máquina, mas a máquina exige... Vocabulário extenso exige bagagem, exige um conteúdo mais profundo para que você, ao pedir ou ao perguntar, receba aquilo que você imaginou ou gostaria de saber. Vocês me lembraram de duas coisas nos comentários.

A primeira delas, quando a Marta comentou dessa tendência da aceleração e como lá atrás dobrava a cada 1.500 anos e foi ficando cada vez mais curto, eu estou lendo um livro há meses já. é um livro bem denso e eu acho fantástico porque ele é um livro que fala de tecnologia mas ele foi escrito em 98 e ele falava sobre como seria o futuro agora eu estou em 2009 tem muita coisa que ele acertou algumas que ele errou mas tem mais acertos do que erros e é de um cara que ele fala muito de futuro que é o Ray Kurzweil e o nome do livro é A Era das Máquinas Espirituais porque ele fala que uma hora a inteligência artificial vai estar tão avançada que ela vai ter consciência e ela vai contar histórias tão bem que a gente vai acreditar que de fato ela tem consciência porque ela vai defender aquele raciocínio, tudo. E lá ele fala sobre essa questão do tempo acelerando. Ele chama de lei dos retornos acelerados.

Ele fala... No começo do livro, achei fantástico, porque ele pega o começo do universo, ele fala sobre como tudo acontecia muito rápido, e quanto mais caos no universo, mais ele foi se expandindo, agora demora muito para acontecer. E ele fala que com a gente é o contrário.

No começo, poxa, vira lá, um óvulo é fecundado pelo espermatozoide. Tudo acontece muito rápido ali, depois no ser humano ele também demora pra acontecer quando tá mais velho. Agora com tecnologia é o contrário, era tudo muito lento, levou milhares de anos pra um ser humano conseguir afiar uma pedra e outros milhares pra afiar outro lado, pra ver que era melhor.

E hoje em dia a tecnologia vai se acelerando, ele fala, olha a gente tá numa escalada de evolução, ele fala muito da Lady Moore lá, e a Lady Moore não consegue mais acompanhar, chegaremos em um outro paradigma que vai ser cada vez mais rápido. E no episódio que a gente gravou sobre o chat de APT, a gente tinha aqui um... o Eduardo Ibrahim, ele falando, olha, IA tá dobrando na média a cada 3.8 meses. Eu falei, caramba, a gente tá criando Deus, em termos de conhecimento. O Bruno começou a fazer conta loucamente no meio do podcast.

É, porque eu fiz a conta com a Lady Moore falando, ah, em 5 anos, multiplica por 10, mais ou menos, a Lady Moore. Em 5 anos, a IA multiplica por 60 mil, era algo assim. É bizarro.

Mas existe uma complexidade aí, porque tem vários tipos de IA, né? O que a gente tá falando aqui é muito da IA generativa, que é o chat de PT. A IA, que é a IA que vem antes disso, tem vários tipos de IA tem a IA descritiva, tem a machine learning tem várias ramificações, vários tipos de algoritmo isso já está com a gente sendo aplicado há 10 anos, pelo menos, em alta escala, já existe desde meados do século passado a diferença agora é que até final do ano passado você tinha que programar para utilizar a IA e agora você conversa com ela, isso deu uma explosão então é dessa IA que a gente está falando Música Mas se você pegar as IAs que estão por detrás do que a gente usa, elas já estavam evoluindo rapidamente também, elas só não estavam na mão das pessoas. É que a gente não tinha acesso para conversar com elas diretamente. Isso, uma interface.

Eu falo que é IA 2.0. Se você pegar a web, era web 1.0, por quê? As empresas programavam os sites e as pessoas usavam como segundo, ou seja, secundário, usuário secundário.

A partir das redes sociais e dos blogs, a gente começa com a web 2.0, por quê? As pessoas começam a publicar diretamente. Isso que deu explosão na internet. Eu digo que agora a gente está vivendo a IA 2.0, porque ela passou para a mão das pessoas.

E quando a IA começar a realmente turbinar as máquinas, o mundo 3D, ela tira das telas, 2D para 3D, a gente começa a ter uma experiência 3D, tridimensional, com inteligência ao nosso redor. Isso que você falou me lembrou o comentário que eu ia fazer sobre a explanação do Walter. Porque eu vi um programador falando que a linguagem de programação mais importante que existe hoje é o inglês. O chat EPT mudou as coisas, né? Mais Java, não sei o que.

É conversação. É o inglês, é o engenheiro de prompt dando as ordens lá em inglês. Ou em português, né? Mas é que o inglês é mais utilizado. Ele falava em inglês, né?

Ele falando, é assim que você vai programar hoje em dia. Então, esse termo engenheiro de prompt que o pessoal disseminou é um termo errado. É mesmo?

A minha opinião é. Porque todo mundo, devia ser uma funcionalidade básica, né? Não é engenharia de prompt.

Todo mundo tem que aprender a perguntar. O Kevin Kelly, que é um outro... brilhante da área de tecnologia, ele já fala há mais de 10 anos que as máquinas são para respostas, os humanos para perguntas. Isso já vem com o Google, vem com o Waze, vem antes disso. Com o chat EPT caiu a ficha do povo, mas a piada é velha, o povo está rindo agora, já estava aí.

E não querendo gerar polêmica, mas ainda falando sobre o que o Walter falou, de que agora as pessoas mais velhas são as pessoas que têm mais capacidade de ir lá e vocabulário. também tem o fato de que os jovens não estão querendo trabalhar, né? Então tem ainda esse problema. E a gente tem um planza mais de que provavelmente vai ter mais gente.

A competição está menor. A competição está menor. O comentário da Malu é porque tem aquela estatística dos jovens nem-nem. E o Brasil é o segundo país no ranking perto da Práfica do Sul.

É triste, mas é real. Espero que a gente esteja... Eu tenho muito medo quando a gente faz... Vamos dizer assim, afirmações perentórias e geracionais, não é? Porque nesse momento tem um monte de jovem querendo fazer muita coisa dentro de laboratórios, mas a verdade é que a grande maioria, não é?

Eles reuniram, pela primeira vez, características que nunca estavam juntas. Eles estão dispostos a mudar o mundo, mas com preguiça de arrumar o quarto, não é? Eles são pessoas que reuniram...

num só ser humano, as características de empáfia e ignorância. Então, é assim, você tem uma série de pessoas que está assim, fruto de uma sociedade que mimou os indivíduos, gerou culpa nos pais que mimaram os seus filhos, e hoje a gente tem um processo, eu diria, crescente de indigência cognitiva associada a uma vontade de fazer pouco e ganhar muito. Esta visão é uma visão que se alterou na última geração, porque até então havia uma correlação bionívoca que todos nós entendíamos entre esforço e recompensa.

A gente sempre entendeu que ao maior esforço você terá maior recompensa. Esta relação que parece tão óbvia para nós, para as novas gerações ou parte das novas gerações, eles não fazem mais essa correlação. Eles acham que o negócio, para se dar bem, É criar um app e ficar rico. Não é assim a vida.

E aí você fala assim, mas não tem gente que ficou assim? Sim, como tem gente que ganhou na loteria, tem gente que foi atropelado. Ou seja, tudo acontece estatisticamente em proporções pequenas, mas, na verdade, o esforço ainda gera recompensa. E esta relação não será desmentida como não será desmentida a lei da oferta e da procura. loucura, a lei da gravidade.

Você pode tentar derrubar, mas você não consegue, entendeu? Bom, o que eu queria ver com vocês, até aproveitando essa introdução que eu fiz lá do livro do Ray Kurzweil, é ele tenta adivinhar como é que vai ser o futuro. Certo.

Ele coloca as tendências. E é só isso que é, né? Que eles adivinham o futuro agora. Exatamente, pra saber onde eu vou investir, entendeu? Essa é a finalidade do podcast.

Mas, por exemplo, ele fala lá de disrupção, ele coloca algo que me impressionou muito, ele fala sobre o sexo. Ele falou, na hora que o sexo virtual fica muito mais barato que o sexo real, ele coloca a frase de um pensador, a humanidade está condenada. Ele fala isso. E se você olha hoje em dia, poxa, a Malu tem um sex shop.

E ela tem um quadro lá que ela tem uma caixinha uma vez por mês. Não, cada duas semanas. Que é Me Conte Um Segredo, que acabou indo pra esse lado mais do sexo. E lá, a quantidade de mulheres que reclamam dos maridos, porque o cara só quer fazer com ele mesmo.

Entendeu? Umas coisas assim, eu falo, cara, já tá acontecendo o que ele falou que ia acontecer. lá atrás.

E isso porque não tem uma experiência imersiva num metaverso, com uma roupa, com um contato. Imagina quando chegar nessa era. E até correlacionando, aliás, dando um contexto melhor pro comentário que eu tinha feito, ele fala que pra coisas biológicas é isso. As coisas acontecem muito rápido, um embrião se multiplicando lá e virando um feto, e depois mais lentas. Pra tecnologia é o contrário.

Demorou muito e agora tá cada vez mais rápido. E ele fala que pra essa tendência continuar, vai ser com base em IA. Que as IAs vão ter capacidade de fazer isso muito melhor do que os seres humanos fazem.

Então, o que vocês imaginam para o futuro? Para daqui a, por exemplo, não vou jogar lá na frente, porque como está mudando muito rápido, mas para uma década. O futurismo se ocupa de uma década, 10 anos, e ele não é adivinhação, ele é baseado em sinais.

A gente tem tanto que isso que você está falando com relação a como que as relações sexuais têm se desenvolvido, isso já é um alerta há mais de 10 anos que os jovens, inclusive a geração Y, ela cresceu vendo pornografia de uma maneira muito mais fácil do que as gerações anteriores e a relação deles com o sexo é muito mais espetacularizado. Para eles, para ser normal, é mais espetacular. espetacularizado. E isso muda a sua percepção e expectativas.

Se você junta com a tecnologia, a gente está falando agora de metaverso, porque veio vários ambientes 3D. Mas desde 2003 existiu o Second Life. E no Second Life já existiam casais que mesmo você não tendo os dispositivos online, mas você tendo a interação dos avatares, que eles só se relacionavam por meio online. No Japão, já há mais de 10 anos, os jovens estão cada vez menos, mais jovens.

Menos interessados em contato físico. Eles querem fazer todos, não só na parte de relacionamento sexual, mas todos os outros tipos de contato por meio de interfaces digitais. Então a gente tem esse caminho. Agora, se a gente for pensar em sementes de futuro, porque o futurismo funciona assim, a gente vê sinais e a gente pega pessoas que estão relacionadas com aquela área, que vêem sinais diferentes, para juntos entendermos como esses sinais podem evoluir.

Vou dar um exemplo para você. Você pega uma notícia, que nem em 2018, de um japonês que estava deprimido e ele casou com um holograma de Iá. Era uma personagem e ela era alimentada por Iá.

E esse cara depois declara, eu li a matéria, que a depressão passou e que ele estava feliz com aquele casamento. Isso é um sinal, é uma notícia que quando você vê, você fala, meu Deus, o mundo mudou. O que isso traz para a gente de caminhos possíveis? Com certeza, a gente vai ter a ascensão dos seres digitais com a gente.

Isso pode ser muito bom para um lado, porque você tem... suporte emocional, você tem alguns tipos de benefício, mas pode ser péssimo que você comece a não ter mais relacionamentos com outros humanos. Então, esses cenários...

Reprodução, né, gente? Reprodução. A gente vai pegar os pandas. Então, mas reprodução...

Que tem que obrigar a transar pra poder reproduzir. Não, mas você viu, reprodução já existe, existem protótipos, você não precisar mais ter relacionamento pra ter reprodução daqui pra frente, quem não quiser. Ou seja, uma coisa que eu tenho certeza, inclusive tem um outro pensador que eu amo, que é o Ian Pearson, que é um professor que eu amo, que é um Ele fala o seguinte, hoje nós somos homo sapiens sapiens. A gente está entrando com robôs, com bactérias, tem uma outra tecnologia que se chama CRISPR, que é de mapeamento e edição genética.

A gente começa a misturar uma espécie com outra, a gente pode se editar, etc. Em algumas décadas devemos ter várias espécies mistas no planeta. A gente não vai ser aquilo que o Walter falou, que nunca vai ser mais o que era antes. A gente está indo para um caminho... trans-humanista, cada vez mais o trans-humano misturado com tecnologia, edição genética, é uma outra coisa.

O que vai ser, a gente não sabe, mas vai ser bem diferente do que a gente tem aqui agora. Existem várias teorias que a gente pode explorar daqui a pouquinho. Eu tenho a impressão, às vezes as pessoas falam, tanto eu quanto a Marcia, somos futuristas e tal, mas acho muito importante que o futurismo, que sempre baseado em evidências previa os próximos 10, 15 anos, né?

Que a gente vai ter agora que fazer algo que é unir o conceito de futurismo com o conceito de nexialismo. E o que é o nexialismo? O nexialismo é uma análise, também baseada em evidências, que nós chamamos de análise de segunda onda e não de primeira onda. Vou dar um exemplo.

Se no começo do século XIX um futurista, olhando o cenário, provavelmente preveria... A invenção do automóvel. Um nexialista preveria os congestionamentos.

É esta capacidade de ver o segundo anel de ocorrências que nós precisamos agora, porque a velocidade está tão mais rápida que o primeiro anel já é default. O problema é o que isso traz como consequência. Nós acabamos de falar aí. A redução do sexo, necessariamente na nossa visão atual, Pode ser ou significar a redução do volume de seres humanos e, portanto, uma entropia, não é? Ou não.

E aí é que vem o nexialismo. Talvez a maior indústria do futuro seja as fábricas de bebês, que com o CRISPR você consegue, inclusive, escolher a cor, o jeito, o tamanho, a altura do seu bebê. A gente não sabe ainda, quando vê uma tendência, a gente tenta analisar aquela tendência e a nossa tendência é analisar com os olhos do passado e não com os olhos do futuro.

Então, eu acho que, vamos dizer assim, tanto eu quanto a Marta estamos cada vez mais precisando olhar não somente a primeira onda, que cada vez está mais próxima e mais óbvia, mas o segundo anel de ocorrências ou de congestionamentos. E isso... A gente fala que isso serve para descobrir futuro? Não, gente.

Às vezes, um futurista não é uma pessoa que olha só quando estivermos em Marte. Vou dar um exemplo a você. A indústria de aviação resolveu, em determinado momento, para ter um pouco mais de rentabilidade, cobrar pela bagagem que você despacha. Lembram-se disso. Foi uma decisão das companhias aéreas para trazer como...

consequência, maior rentabilidade. Qual foi a consequência depois disso implementado? A consequência é que todo mundo resolveu levar mala pra dentro do avião.

Agora você vai tomar um avião, fica a mulher lá gritando pra você, olha, vocês podem despachar de graça, pelo amor de Deus, me dá as malas aqui. Aí fica carregando na mão, pelo finger, até o avião, aquele monte de mala. Então veja, eles criaram um problema operacional grave, criaram um um desconforto, um excesso de trabalho pela única razão, única razão, de não terem previsto esta chamada ocorrência de segunda onda.

Isso é que eu acho que é importante. Às vezes a gente fala de futurista, um cara que está lá, olha, não. Futurista é aquele cara que tem a capacidade de, ao planejar, entender o que diretamente ocorre e o que indiretamente pode ocorrer. E eu acho que isso é, talvez... a coisa mais importante do futurismo?

São cenários. Quando você pensa em futurismo, a gente tem o cone de futuros, a gente vê o que é mais provável, menos provável, possível, plausível, preferível, desejável. Tanto que a gente fala que o futurista não é aquele que pensa futuros, é aquele que cria futuros. Porque quando você vê cenários que não são bons, a gente tenta evitar. Cenários que são desejáveis, a gente tenta criar.

Um exemplo disso é a questão climática. Por que a gente tem falado tanto da questão climática ou ISD? Porque a gente já tem um cenário traçado que se a gente continuar fazendo o que a gente está fazendo hoje, não tem sustentabilidade futura. Então, você começa a agir hoje.

Isso é uma coisa legal também, né, Walter? Não é você pensar em futuros. Futuro é overestimated. Fica todo mundo falando de futuro.

É o que você tem que fazer hoje para você criar um futuro depois. E com relação a isso também, da gente pensar o que acontece com as tecnologias que estão moldando o futuro, uma delas, que a gente sabe... É de a gente viver cada vez mais, a gente tá vivendo cada vez mais, e a gente talvez não morrer mais, né?

Tanto que eu brinco que se eu me preservar aqui 15 anos, a gente retrocede até... As tecnologias de reversão vão acontecer. E aí, olha só a consequência disso.

O Saramago tem um livro que fala isso, se a morte tirasse férias, né? Se a gente começar a ter pessoas vivendo muito mais, talvez as pessoas não queiram ter filhos. Talvez você tire os recursos do planeta para as pessoas mais velhas, ao invés... Qual é a ordem natural? Os velhos vão embora, mais velhos acabam indo embora, e tem recursos utilizados para a criação das pessoas mais jovens.

Tanto que tem um monte de ficção que trata disso. Se você vai viver para sempre e aí você vai continuar a sua vida, talvez as pessoas não queiram. E isso acaba sendo uma tendência.

Então, tem várias consequências nesse desdobramento que o Walter falou que podem acontecer. Ele é tentacular. É, isso.

Tem sempre um monte de encruzilhadas e você vai analisando as encruzilhadas. Eu me lembro, há muitos anos atrás, eu trabalhava em propaganda. E eu desenvolvi uma técnica na área de planejamento chamado sincromarketing. E o sincromarketing nada mais era do que analisar em determinado setor, vamos dizer, indústria automobilística, o que pode ocorrer lá na frente.

Então, pode ser que os juros subam e o volume de vendas à vista vai ser maior, pode ser que vendam muitos automóveis e vai faltar autopeça. E você, após analisar quatro ou cinco cenários, já criávamos... promoção dependendo do cenário.

Já aprovávamos o copy, a imagem, etc. Ficava tudo pronto aguardando a alteração do cenário, porque aí nós saímos na frente da concorrência com compre um e leve dois ou revisão grátis, alguma coisa que respondia a uma alteração de mercado. Hoje, provavelmente a inteligência artificial vai nos ajudar muito mais nessa análise da multiplicidade.

Para quem está nos ouvindo e não ser uma conversa muito de iniciados, eu acho que é importante o seguinte, muita gente está perguntando o que vai acontecer com a gente? A primeira tendência de quem pensa, né? Eu diria que entre os otimistas e os pessimistas, a previsão é a mesma, só que a ótica é diferente. Todo mundo, dividido entre pessimistas e otimistas, vê a mesma coisa, mas sente diferente. Vou dar um exemplo.

Para o pessimista, a inteligência artificial vai roubar metade dos nossos empregos. Para os otimistas, ela vai roubar metade do nosso trabalho. É a mesma visão, com óticas muito distintas. Um vê de maneira pessimista, vou ficar desempregado, sem dinheiro. O outro vê de maneira otimista, eu vou ser tão mais produtivo que eu vou poder em meia jornada fazer o que eu fazia numa jornada inteira e vai sobrar mais tempo para eu pensar, namorar, estudar, conversar e assim por diante.

Então, claramente, nós estamos saindo. da era onde ser eficiente era o nome do jogo para uma era onde ser criativo, imaginativo, sonhador é o novo mantra. Isso está acontecendo. Ou seja, como você mesmo disse na última vez que nós nos encontramos, nenhum homem será melhor do que uma máquina. Foi o Paul Jones, acho que falei isso.

Foi o Paul Jones. Mas nenhum homem será melhor que uma máquina, mas nenhuma máquina será melhor... do que o homem com uma máquina. Então, quando as pessoas falam assim, a inteligência vai roubar nosso emprego? Não, mas alguém usando inteligência artificial vai.

Sim, de fato. Posso comentar essa frase? Do Paulo Doutor Jonas? Claro.

Era verdadeira, não é mais. Já faz um tempo. Se você pegar...

Já faz alguns anos, inclusive. Cinco, seis anos. Se você pegar o AlphaGo Zero, é um sistema que joga xadrez e gol. Eu usei ele de exemplo no último podcast. Então, e ele sozinho, ele aprende 70 horas, nível super humano, ele ganha das máquinas, dos sistemas que ganhavam dos campeões humanos, e hoje é o número um do ranking, é uma máquina sozinha que é muito melhor do que qualquer humano ou qualquer humano com máquina.

É, mas em xadrez, é alguma coisa específica. Em sex shop não, ainda não, é porque a gente usa pra vender... Vibrador, entendeu? É, exato. Sim, mas ó, se a gente for...

A gente tem que lembrar o seguinte, A gente está no início. Não, concordo com você. A gente discutiu esse ponto.

Marta, esse é um assunto muito interessante que vale a pena a nossa reflexão, que é o seguinte, palavra tem poder. Qualquer palavra, está certo? E ela transmite uma sensação muito distinta dependendo da palavra que você expressar.

Eu considero esta frase ainda válida pelo seguinte, porque o conceito de melhor... Não necessariamente é mais eficiente, significa ganhar o jogo. Nesse contexto significa. Não, não, nesse contexto significa o seguinte, nós somos sencientes, a máquina não. Ela pode ser, no fundo, consciente, senciente ela não será.

A máquina é desprovida de qualia. E o que é qualia? Qualia é aquele sentimento humano de identidade com o outro.

Você sabe... ou sente ou intui a vermelhidão do vermelho. Você, quando eu digo que estou com coceira, você sente o que eu estou sentindo. Isso é humano.

E isso a máquina não terá, pelo menos a curto prazo. O Ray Kurzweil usa exatamente esse exemplo. Ele fala que a experiência objetiva é o que os outros têm, subjetiva é a sua. É isso.

Então, como você define a vermelhidão do vermelho? e o cara que ele tem uma, ele enxerga as coisas de maneira diferente, o daltônico, ele não vai entender o meu conceito de vermelhidão e vermelho da mesma forma, mas o que eu queria comentar do que vocês colocaram primeiro, adoro o Saramago e eu li os Intermitências da Morte no ano passado, começa com a seguinte frase, no dia seguinte ninguém morreu e aí ele vai partindo para aquelas questões de segunda ordem como por exemplo, cara, ninguém morreu e tem gente que está doente de cama e que tinha que morrer uma hora... E tá lá igual um vegetal, ou também com o fim da indústria funerária. E ele também coloca lá, porque foi só num país específico, então começou a ter contrabando de pessoas pra morrerem na fronteira. Aí surge uma máfia pra fazer isso.

E as seguradoras iriam quebrar. Então a gente vê como o negócio que tá presente na história desde sempre, a morte, né? A falta dela afeta... Pode causar muitos problemas.

Não, muitos problemas. Porque eu sempre penso, caramba, será que seria legal viver pra sempre? Mas eu penso nas implicações de um Vladimir Putin imortal. E eu não sei se vale a pena ter isso acessível para todos. Vocês assistiram Altered Carbon?

Eu assisti a primeira temporada, aí quando mudou o ator eu falei, ah, não quero ver a segunda. A primeira é suficiente, porque depois... É que nem o Walking Dead da vida, né?

Discute o tema, ou o Last of Us, na primeira, depois o resto fica questões humanas dentro de um cenário apocalíptico. Mas Altered Carbon eu acho incrível, Blade Runner do século XXI, porque discute todas essas questões humanas. O que a gente fala com relação à tecnologia, então, o sindicato de AI, se você não morrer mais, você não tem mais, você não zera mais o mundo, né? Não zera o jogo e a gente começa a ter deuses de verdade, você começa a ter um cenário, aquilo que a gente já na ficção vem falando, então, é basicamente isso.

Se a gente não morrer mais, o que que acontece? Não, o interessante dessa série... E quem que pode não morrer mais?

Essa série Altered Carbon só veio a primeira temporada, mas lá você tem um mundo onde as pessoas passaram a ser software e não mais hardware. Ou seja, o meu corpo é o meu hardware. A minha mente, não o cérebro, a minha mente é o meu software.

Eu posso transferir a minha mente para um outro corpo. E ela fica existindo pra sempre. Ela foi copiada digitalmente. Desde que você tenha dinheiro.

E tem uns caras que são os milionários, que podem viver pra sempre. São os deuses. Aí tem um que o protagonista é preso. Ele fica um tempão preso, congelado a mente dele. Depois liberam ele num outro corpo.

E aí, por conta disso, esse protagonista que eu achava muito bom, depois mudam o corpo, porque o corpo não vale nada. O que vale é a mente. Mas antes de passar pra essa pergunta, que eu acho interessante. Mas pra você, olha só que interessante nesse seu raciocínio aí, amor.

Eu posso só definir uma coisa aqui? O corpo não vale nada, né? Mas quando trocou...

o ator, você ficou indignada. Você falou, não quero mais. Não quero mais assistir.

É porque o que define o ser humano, na minha concepção... Eu concordo, mas é engraçado porque o que você fez no final não condiz com o que você acha. É porque mudar um ator mudou personalidade, mudou coisas da mente também, entendeu?

Eu não achava outro ator tão talentoso quanto o primeiro. Mas o ponto que eu ia falar é o seguinte, antes de chegar numa pergunta, o Walter falou da questão dos empregos e... A curto prazo, muita gente vai sofrer, até porque você tira o emprego do cara que é caminhoneiro e bota o motorista autônomo. Você não vai ensinar esse cara a programar. Esse cara, às vezes, não vai conseguir se realocar no mercado de trabalho para ganhar o quanto ele ganhava.

Então, muita gente fica brava. Mas essa tendência existe há muito tempo. São os luditas lá da época da Revolução Industrial quebrando os teares mecânicos.

Só que isso é irreversível. Se a gente pega o mercado de trabalho americano, começo do século XX, quase 35% das pessoas trabalhavam no campo. Hoje é menos de dois.

Só que o pessoal foi liberado daquela carga de trabalho monstruosa, porque a pessoa que mora na cidade idealiza o campo, a vida bucólica, né? Vai ficar no campo lá, trabalhando embaixo do sol, né? Arando, plantando pra ver se é legal.

Nossa, é horrível. Você vai trabalhar pra cacete pra ganhar muito menos que você ganha na cidade. Então eu concordo que...

Eu sou otimista quanto ao futuro, mas eu fico me perguntando e eu quero viver muito pra ver onde que a gente vai chegar. Porque, de fato, se a gente conseguir essa tecnologia de extrair a mente, pra colocar em um novo repositório, talvez um corpo idêntico ao meu, geneticamente idêntico, só que vai ser o Bruno. Eu com 80, eu vou transferir minha mente pra um Bruno biologicamente idêntico de 20 anos. Só que se eles copiam minha mente e transferem pra lá, e esse Bruno continua existindo, qual o Bruno verdadeiro? São os dois?

Vocês acham que a gente vai chegar nesse nível pelas tendências que temos agora? Eu acredito que sim, mas assim, como também pode não acontecer. Tem muita coisa, você assiste os Jetsons, você vê quanta coisa que lá...

Parecia que ia acontecer e não aconteceu, e outra coisa que ninguém imaginava acontece. O que eu acho que é mais importante nesse momento, para todos nós, é entender que quanto mais a tecnologia fizer parte do nosso cotidiano, mais o ser humano vai valorizar o humano. Ou seja, qualidades como consciência, empatia, moralidade. intuição tudo isto será valorizado ou seja, a visão de que em terra de robô quem tem coração é rei realmente é algo que eu acredito muito eu acho que nós valorizaremos o que não é digitalizável e isto, no fundo é o que deveria ter sido feito muito antes, se a gente entender o que o ser humano tem e que uma máquina ainda é desprovida de vontade. Querer é algo fundamental no ser humano.

Em 1500, pessoas se jogavam numa pequena embarcação em caravela no meio do oceano sem saber onde iam parar, porque eles queriam muito descobrir novos mundos, novas rotas de tráfego de comércio. Então, eu acho que o conceito de querer, de desejar, de sonhar, de imaginar, é uma característica humana. que sempre existiu e a gente foi perdendo a partir da Revolução Industrial, eu diria. As pessoas não sonhavam mais. Ao não sonhar mais, eu não sinto necessidade de saber mais.

Ao não ter necessidade de saber mais, eu perco a curiosidade. Ao perder a curiosidade, eu perco a minha capacidade de imaginar. E fica um círculo vicioso, extremamente ruim para a evolução humana.

Então, nós estamos, cada vez mais, vendo um processo crescente de indigência cognitiva, porque a tarefa nossa, que era sonhar, imaginar, criar, passou a ser fazer, produzir. Nós passamos a analisar as pessoas por sua capacidade competitiva. E tudo isto, hoje, começa a ser questionada. Ou seja, na Grécia Antiga, em... Atenas, as pessoas ficavam na praça estudando, conversando, discutindo questões existenciais, porque os escravos estavam...

ao redor de Atenas, produzindo. Ora, nós teremos agora, e claro que isso é muito triste quando os escravos são humanos, mas se os escravos forem máquinas, olha que espetáculo você entrar numa era da sociedade, da reflexão, da sociedade de entender, não somente de onde eu vim e para onde eu vou, mas principalmente o que eu estou fazendo aqui. Essas são questões que ficaram lá para trás. Que os gurus nos ensinaram a ser eficiente, produtivo, ganhar muito, ter roupa de maca, comprar carro novo. E isso é uma viagem que gera um problema de saúde mental que está assolando hoje a humanidade.

Então está na hora da gente dar uma parada, um freio de arrumação. Está na hora da gente entender que finalmente nós fomos competentes e capazes de criar um ser que vai fazer por nós aquilo que antes tomava o nosso tempo. E que vai sobrar para nós agora o tempo de viver, porque foi para isso que nós nascemos.

Então, quando um carro, como você falou, autônomo, estiver nas ruas de São Paulo, claro que vai roubar emprego de alguns motoristas, mas a mensagem é, senta no banco de trás, Walter, namora com a sua mulher, brinca com o seu filho, leia um romance, seja humano, porque é para isso que você nasceu. E nós estamos, ou estávamos até agora, perdendo esta humanidade. Então, eu acredito.

Que a inteligência artificial, a tecnologia, ela não vem para roubar emprego, ela vem para devolver a nossa humanidade. Eu concordo. Nesse ponto, eu concordo. Com relação a transferir, que foi o que você falou, eu também sou fascinada para viver para sempre.

Tipo, se a gente pudesse... Porque quanto mais você vive, mais você aprende, mais você pode realizar, mais tudo. E quando a coisa fica maravilhosa...

Você começa a deteriorar todo o resto, né? Quando a mente está no auge, o corpo não acompanha. Então faz muito tempo que eu penso sobre isso, eu adoro ficção científica, e toda vez que tinha uma transferência na ficção científica de mente, eu pensava, ok, você transferiu o seu cérebro para um outro lugar, mas você morreu, do lado de cá, a Marta aqui morreu, vai existir uma outra Marta que continua com o seu cérebro. Só que agora, por causa da fragmentação tecnológica, você pode fazer isso devagarzinho. Então, já existe uma experiência que se chama Bina 48, há uns seis, sete anos atrás, uma multimilionária, contratou uma das maiores empresas de tecnologia de AI robótica, que criou uma cabeça e transferiu a Bina com 48 anos para tudo que era possível na época.

E elas estão evoluindo juntas, estão sendo comparadas. A Bina de verdade, de verdade são as duas, né? A humana, biológica, e a outra artificial.

Essa é uma experiência... É interessante, é precária ainda, porque a gente está falando de tecnologia de 7, 8 anos atrás. Eu vi essa semana um senhor que sofreu uma cirurgia com implante tetraplégico, cirurgia colocando implante de IA.

Eu vi isso. Você viu que sensacional? Eu vi. Então, a gente está começando a entrar num grau de fragmentação, de possibilidades com nanotecnologia, no nível mínimo de você não precisar fazer aquela transferência do meu cérebro para lá. De você, gradativamente, ir trocando as partes que não estão funcionando do seu corpo.

E você vai trocando as partes materiais e você acaba fazendo... Então, eu acredito que em, talvez não muito tempo, a gente comece a fazer... Quando eu falei de transumanismo, é muito isso, né?

Como é o nome, amor, daquele filme que era... Eles tiravam os órgãos e traziam os órgãos também. Era tipo um...

Mas tinha coisa tecnológica também. Ah, era... Era um que eles roubavam os órgãos, né?

É, mas era mais dramático. O cara tava com o fígado ruim, eles botavam um fígado bom, mas o cara tinha que pagar. Se não pagava, ele ia lá e recuperava o fígado. Mas aí é tecnológico nesse caso. Não, mas o que eu pensei quando você falou isso, é naquele paradoxo antigo do navio de Teseu.

Até eu já coloquei isso lá no canal do Instagram uma vez, né? Porque o Ray Curzo aborda essa ideia. Ele fala, poxa, o Walter tá aqui na minha frente.

E os olhos do Walter não são mais o que eram quando o Walter tinha 20 anos. A gente troca os olhos biológicos do Walter e coloca olhos novos, que ele consegue enxergar no escuro e dar um super zoom e ler. O Walter é o mesmo? Todos aqui falaram.

Sim. O Walter é o mesmo. Vou chegar lá. Aí troca a audição. Você acha que não?

Você me surpreendeu com isso, porque eu vou chegar lá. Aí troca uma audição do Walter, porque a audição do Walter também. Agora ele quer ouvir igual um cachorro.

Aí bota a audição no Walter. O Walter é o mesmo? Tu não fala, o Walter é o mesmo, a aparência é a mesma, o cérebro do Walter é o mesmo, o conhecimento que ele tem é o mesmo.

Só as ferramentas estão melhores. É como se o Walter tivesse uma super máquina de audição. Aí vai trocando.

Pô, o coração do Walter, ele quer correr uma maratona. Troca o coração. Os músculos, troca os músculos.

Daqui a pouco, fala, cara, já troquei... um monte de partes aqui mecânicas do Walter. Vamos botar a mente do Walter num corpo idêntico geneticamente ao Walter?

O Walter é o mesmo? Quando eu fiz essa enquete, muita gente falou, olha, como a mente dele tá lá, o ser humano pra mim é a mente. O Walter é o mesmo. Só que você falou que não.

Não, sabe por quê? O seu cérebro não desenvolve sozinho, sem corpo. Você faz ginástica, quando você faz ginástica e seu músculo faz alguma coisa... Você está criando conexões com o seu cérebro. Quando você respira, o nosso cérebro está distribuído no corpo.

Nós temos neurônios no intestino. Isso, no corpo inteiro. Mas seria um outro Walter, ainda parecido com o mesmo. Parecido. Agora você transfira a mente.

A essência. Então, mas a mente no corpo... Você não transfere mente.

Não, mas mesmo que você transferisse... Não, não transfere mente. Você transfere cérebro, diferentemente. Mesmo que você conseguisse... Memória, você consegue transferir.

Se você tem ferramentas diferentes para explorar o mundo, isso te transforma. Você vira outra pessoa. Ou se você pegar... A mesma mente, imagina que você pudesse pegar a minha mente, a do Walter, e colocar em três tipos de corpos diferentes a partir de agora. Isso transformaria em pessoas diferentes.

Com certeza. A partir dali. A partir daí. Ah, sim, a partir daí. Porque, por exemplo, você falou que a Bina 48, as duas eram a Bina.

As duas eram a Bina. A partir daí elas não vão ser mais, elas vão experimentar. Até, não existe inteligência sem dados. O aprendizado acontece por causa de captura de dados.

Você imagina que eu mesma tivesse uma gêmea minha, e a gêmea... faz um tipo de viagem, eu faço outro, a partir daí o aprendizado é diferente, você já modifica. Não, mas é que já era...

A minha pergunta é a seguinte, Marta, e por isso me surpreendeu a sua resposta. Eu pego a sua mente, todas as informações, toda a sua vivência, a sua memória, e transfiro para o Mota Marta, idêntica a você, só que 20 anos mais nova, biologicamente, e você morre no processo. Aquela Marta é você? Não. Não é pelo seguinte.

Eu tenho... Imagina que você colocou uma Marta de 40 anos atrás. Eu tenho 40 anos de experiência, maturidade, aquilo que o Walter falou de vocabulário, de todos os cursos que eu fiz. Mas isso tá aqui. Sim, mas você coloca num corpo de 20?

Cara, você não tem ideia do que eu faria com um corpo de 20 com o que eu sei agora. Eu fiz um monte de besteira com 20 anos. Assim, não, tudo que eu quero é isso, me volta. Acho que a gente podia agora atender quase as besteiras.

Você vai querer fazer o que eu quero. Não é? Então se você quer, você seria ainda você.

Não. e seria eu, mas num caminho evolutivo totalmente diferente, não é a mesma pessoa, porque eu tô definhando, você já tentou ver uma pessoa que fez cirurgia de catarata? Basta catarata, tá, é você, você tá ali, fica no catarata, eu vi quando meu pai fez, você começa a enxergar de novo, você leva um susto, uau, só que você foi perdendo devagarzinho e você não percebeu, imagina se de repente tudo que você perdeu...

Você vai e você tem toda essa bagagem. Assim, você é naquele momento. Você vai ser outra.

Olha, esse assunto, claro, daria 10 podcasts. Mas, no fundo, é o seguinte. Eu não entendo por que pessoas querem viver para sempre se não sabem o que querem fazer domingo à tarde.

Não, mas eu sei o que eu quero fazer. Eu não consigo, eu não entendo isso. Entendeu? As pessoas... Por que viver...

Essa é a primeira pergunta. Segundo, é claro que tudo isso que você falou, entendeu? Óculos é...

um superpoder que você ganha. Um aparelho de audição é um superpoder que você ganha. Um exoesqueleto é um superpoder que você ganha.

Você ganha muito mais força. Então, assim, isso já está acontecendo. A pergunta que fica... Você seria o mesmo Walter?

Não, eu não seria o mesmo Walter se você transferisse a minha mente ou cérebro, memória, etc., para um outro corpo, como também não seria o Walter se o meu corpo fosse... Com outro cérebro. Ou seja, há o que a gente chama no ser humano de uma dualidade inclusiva.

Eu sou eu e as minhas circunstâncias. E o eu sou eu, sou eu físico e mental. Dizem que a diferença entre hardware e software é que software você xinga e hardware você chuta. Mas no corpo humano não é separado assim como é num computador. Ele se interage e interconecta.

Aí vem a pergunta assim. Será o Walter? É uma pergunta subjetiva.

Será o Walter em que extensão? Eu não sou o Walter de 10 anos atrás. Eu mesmo. As minhas células foram trocadas inteiras. Se eu ler o mesmo livro que eu li há 10 anos atrás, o livro será outro livro.

Vou definir melhor, então. Então não existe uma foto. Eu vou definir melhor, então.

Eu só quero dizer que eu tô com eles, tá? É porque eu não tive... Até tu, Brutus. Mas, ó, qual que é o ponto aqui?

Então, vamos lá. Você tem uma consciência de si, Walter. Você coloca os óculos, você continua sendo esse Walter com essa consciência e as pessoas de fora veem. Nossa, Walter enxerga melhor, a percepção dele quanto a algumas coisas mudou. A Malu, ela me conta até hoje.

A Milp, quando ela botou óculos pela primeira vez, ela olhou as folhas da árvore e viu. Caramba! Caramba! Dá pra ver as folhinhas da...

Aqui? Exato. Eu fico olhando essas pinturas de estrela e tenho certeza, o cara que pintou uma estrela a primeira vez era a Milp. Pra ter essa visão da estrela, assim, de luz diferente. Mas ainda é a mesma pessoa e bora usar esses recursos.

A minha pergunta seria, por exemplo, a Marta falou, poxa, eu queria viver pra sempre. Pra isso acontecer, o seu corpo biológico, ele tem um limite. Mas o conhecimento que você tem na sua mente, e eu digo mente, não cérebro, porque entenda que isso aqui é um hardware. Hoje em dia, eu compro um outro iPhone, eu passo todo o conteúdo desse iPhone pro outro. e joga esse hardware fora.

Então seria mais... Eu dei um sotaque no fora. Então seria essa a questão. Se você entende que essa transferência de consciência ela manteria você viva para sempre, por exemplo. Não, manter a consciência viva para sempre, sim.

Você, não. É uma diferença. Nós estamos falando assim, você tirar uma foto é diferente de um filme.

Sim, concordo. O ser humano é um filme. O filme, eu vou dar um exemplo, a pessoa, seu pai fez catarata, eu conheço muito homem que fez catarata e separou da mulher. Por quê?

Porque viu o traste que estava do lado dele? Ou seja, mudou o homem. A mulher está falando para você, amiga, ele mudou muito.

Não foi? Ele não mudou nada. Foi a catarata que arrumou ainda. Então é difícil você julgar o que é uma pessoa para dizer é o mesmo, não é o mesmo.

O que eu acho que vai ser mais fácil, muito mais fácil, é a gente descobrir um jeito de não deixar os telômeros se encurtarem. Se nós conseguirmos fazer com que os telômeros não encurtam na velocidade atual, nós podemos viver mil anos com o mesmo corpo. E não precisa ir para outro.

Aquele cara que está tentando não envelhecer, ele fica medindo os telômeros dele e tal. Tudo bem. É mais fácil isso do que trocar uma cabeça por alguém dele. Você acha que, por exemplo, a gente está mais próximo disso? Não vou colocar mil, mas 200 anos do que de transferir consciência para os corpos.

Sem dúvida. Sem dúvida porque a transferência de consciência... deve gerar um problema de saúde mental quase irreversível. Você vê que o grande problema hoje nosso é saúde mental.

Então, imagina o que acontece. Não é que você acordou diferente, você é outra pessoa. Vai dar um choque.

A descarga de neurotransmissores vai ser de tal monta que você será outra pessoa, mesmo com o mesmo corpo e a mesma mente. E se voltar, a experiência que você teve foi um print. feito na sua alma que nunca mais vai se despregar.

Se você fizesse essa experiência de ir para outro corpo e voltar, você não seria mais o mesmo. Portanto, não é essa consciência. É um filme e não uma foto.

Tem um filme de ficção que se chama Exchange. É antigo, tem uns 20, 30 anos. Que é isso.

Você pode transferir. Por exemplo, em vez de eu ir de Nova York para São Francisco de avião, eu pego um corpo lá e troca comigo por um dia. E eu instantaneamente estou lá. E aí, o que é interessante, tem várias regras. Você tem que estar num corpo...

que não fuma que nem você, só que tem mercado negro de corpos. E aí tem pessoal que começa a experimentar. E se eu entrar num corpo de mulher?

E se eu entrar em quem fuma? É um Airbnb de corpo. De corpo, exatamente isso. E aí é bem interessante, porque causa essa reflexão.

É mesmo, se eu entro num corpo que faz coisas diferentes do meu, ou tem uma sensação diferente da minha, isso te afeta completamente. Eu amo ficção científica, tá? Então, assim, tudo quanto é cenários futuros, a ficção acaba... tratando por meio de consultores.

Então a gente consegue lá fazer essas reflexões que a gente está fazendo aqui agora também. Eu tenho uma pergunta que eu nunca vi ninguém responder essa pergunta de uma maneira direta, porque é uma pergunta bem complexa mesmo. Ih! Que medo!

Você já abordou. Você inicialmente falou disso. Que é a questão da consciência.

Mas você pode simplesmente não responder também, Walter. Ninguém respondeu. Pode fazer até um político, Walter.

Falar da consciência depois. Mas eu comprei as vacinas primeiro, entendeu? A gente já recebeu gente que era assim. Mas a questão da consciência é o seguinte.

O que é a consciência pra vocês? Porque você falou, e eu até gostei do seu ponto. Você disse, máquinas não são conscientes.

Ainda. Isso. Isso.

Ou seja, será que elas podem desenvolver a consciência? E uma vez eu vi uma definição que eu achei interessante. Na verdade, não era uma definição, era um outro questionamento.

Ele falava, será que consciência não é apenas, entre aspas, uma máquina pensando sobre si mesma, usando uma função recursiva para ficar pensando sobre ela mesma? Isso seria consciência? Porque se for algo tão simples assim, e com certeza não é, a gente pode falar que, poxa, uma máquina já seria, de certa maneira, consciente.

Talvez não senciente. Não senciente. Mas consciente.

Então, o que é a consciência para vocês? Posso abordar assim? Você, consciência é você ter percepção do ambiente, saber que existem coisas no ambiente, e autoconsciente é você saber que você é um ser dentro desse ambiente.

Quando a gente estuda a consciência, ninguém sabe de onde surgiu a nossa consciência. Esse é um tema que a ciência não sabe tudo sobre o cérebro, não sabe sobre a consciência, não sabe sobre... a gente mapeou só 19% dos oceanos, a gente sabe um monte de coisa, a gente é arrogante e não sabe nada, a gente não chegou ao fim...

do universo, a gente não sabe o que tem do outro lado dos buracos negros, pode ser uma outra galáxia, um mundo paralelo, etc. A gente não sabe. O que a gente sabe é o nosso corpo é exatamente isso, um monte de nanorobôs ou micro-robôs, células, que trabalham cada uma do seu jeitinho ali. Será que elas sabem que a gente tem um pensamento central? Será que nós não somos parte de uma consciência maior que a gente não sabe também?

Aliás, você está lendo o Ray Kurzweil, o último estágio da Era das Máquinas é a gente ir para todo mundo misturado. Ou seja, que a espiritualidade, a gente não tem mais a individualidade, a gente percebe que a gente é uma coisa junta. A física quântica, hoje a gente está falando muito de física quântica porque o computador quântico se tornou realidade, o entrelaçamento quântico, ele é comprovado que coisas de um lugar sentem coisas do outro.

E aí uma das coisas que são declaradas é a maior ilusão da humanidade é achar que a gente é separado. Isso sempre foi a maior ilusão da humanidade. Então quando você fala da consciência, a gente não sabe direito como é que desenvolveu na gente. Por que não pode desenvolver numa máquina?

Eu falo isso já há mais de dez anos. A máquina é um monte de sisteminhas que, por enquanto, trabalham separadinhos, etc. Por que isso não pode começar a trabalhar de uma forma que algo maior adquira essa percepção de si, do ambiente, e se tornar consciente?

Tanto que isso é um dos cenários previstos, sim. Ray Kurzweil fala disso há um tempão, a ficção científica fala disso há um tempão. E essa discussão entrou em pauta agora muito mais forte depois do chat EPT.

Porque quem usou um pouquinho, assim, cara, a gente é da área de conhecimento, da área de escrever, intelectual. Se você não ficou impressionado com o que ele escreve desde a versão anterior, tem algo errado, né? Realmente.

E vai melhorar. Então, o que é a consciência? Quando que ela vai se dar?

Isso é uma discussão que a gente tem tanto que já tem gente falando dos direitos da máquina. Então, se a máquina ficar consciente, você não pode escravizar uma máquina. Você tem que... ter direitos e ter seres digitais com a gente. Então tem esses vários cenários, na minha opinião, eu sou humilde, eu não sei quando a consciência vai acontecer, mas a chance dela acontecer como aconteceu com a gente, e nós somos máquinas também, a gente não é máquina, a gente é máquina biológica.

Você acha que aquele teste de Turing seria suficiente para ver se uma máquina teria consciência? Já não é. Já está passando já? Aquele é teste de inteligência, né?

Ou seja, as máquinas já têm inteligência, não necessariamente... Elas não chegaram, teoricamente, elas ainda vão demorar para adquirir consciência. Mas para teste de inteligência, várias máquinas já passam o teste de Turing. E é tão difícil você definir inteligência, consciência, amor, que várias... O Alan Turing, que era genial, um dos caras mais brilhantes do século passado, ele criou o jogo da imitação, o teste de Turing para testar a inteligência, porque ele não conseguia definir o que era inteligência.

Esse teste de Turing, para quem não está familiarizado... Alan Turner é aquele matemático que saiu no jogo da imitação que ele ajudou os aliados a ganhar a guerra contra os alemães ao descobrir como é que funcionava o enigma, né? É um filme, tá?

Pra vocês entenderem. A maneira de criptografar mensagens nos alemães. E ele é um pioneiro nesse ramo da computação.

Ele falava sobre a evolução da inteligência e que um teste pra você avaliar se uma máquina havia atingido uma inteligência a nível humano era você colocar um entrevistador separado por um anteparo, entrevistando essa máquina outros humanos e no final ele não conseguia saber quem era humano, quem era máquina. Se eu faço esse teste com meu irmão de 15 anos hoje, ele não passa, mas tem computadores que passam nesse teste. Só que ele é para avaliar consciência ou inteligência de uma maneira humana, porque uma baleia não vai passar nesse teste.

Mas a baleia é consciente? Muita gente fala, os animais são conscientes. Então, outro dia, inteligentes e conscientes, né?

Agora, por exemplo, foi provado que o polvo, ele é sentiente, ele sente. Então, hoje você não pode mais comer polvo ou matar sem você ter todo um... um processo, vários países proibiram ou trouxeram uma nova forma sem dor para você tratar os animais dessa forma. No começo, eu tive a oportunidade de ir para a Antártica e na Antártica tem mapeamento das baleias e aí também é outra coisa que eu queria falar com relação, como que a gente não sabe nada, né?

A gente tem vários mundos acontecendo em paralelo no nosso planeta. As baleias, por exemplo, a gente sabe tudo sobre elas, inclusive para onde elas vão, voltam, tem mapeamento assim incrível, até de reprodução. quem é líder, quem não é líder, etc.

E elas não sabem que a gente existe. A gente dá uma mergulhadinha lá de vez em quando, a gente é tipo um UFO, um ET, um OVNI. Você aparece ali, sai rapidinho, elas nem sabem.

E a gente está cuidando delas. E isso está acontecendo no mesmo planeta. Então, no nosso mesmo planeta, a gente pode fazer parte de N outras coisas que estão cuidando da gente, que a gente não está percebendo, que a gente não viu. Pode ter uma civilização inteira no fundo do mar que a gente não mapeou ainda.

Ou seja, é muita coisa que a gente não sabe. Acho que é legal a gente ter essa consciência. Acho que talvez a coisa mais importante do ser humano...

É ter uma noção da sua ignorância. Ignorância, isso mesmo. Você, você, a gente acha que evoluiu muito, e evoluiu, né? Sim.

Mas o problema é que a evolução é um processo que quanto mais você cava, mais o buraco afunda e você vai mais fundo, não tem fim. Então, é a aventura humana, eu ainda acho, e considero consciência, a noção da sua existência e a geração de vontades. É aí que eu tenho dúvida se a máquina, um dia, vai adquirir vontade, vai querer alguma coisa. Porque isso é algo, para mim, inexplicável. E digo mais, eu não acho que um animal hoje...

Talvez o que defina a diferença entre o homem e o animal não é a consciência, a noção da sua existência, mas é o querer. O animal não quer. É o instinto. Só os impulsos. Não, os impulsos.

Mas ele não quer, ele não deseja, ele não sonha, ele não imagina, ele não se vê. Daqui a alguns anos, como ele seria. Ele não fala, estou com vontade de ter filho. O instinto leva ele a ter filhos. Mas ele não fica imaginando a carinha da criança ou do rebento dele.

Não existe isto nele. E eu acho que, por muito tempo ainda, não vai existir na máquina. Portanto, a minha visão de que eu acho que intuição, consciência, empatia, esses valores humanos é que a gente deveria valorizar cada vez mais. A aventura humana foi abandonada na Revolução Industrial. Se você pensar que no século XVII, na Inglaterra, havia uma loteria cujo primeiro prêmio era passar uma semana na Real Academia de Londres, desde os cientistas, ou seja, as pessoas tinham tanta vontade de conhecer alguma coisa, de saber as coisas, que compravam bilhete da loteria para ter acesso à informação.

Isso é humano. Eu acho que isso é uma coisa que a gente tem que valorizar cada vez mais. Mas se nós...

Novamente, fala dois assuntos importantes. Primeiro, se nós não instigarmos nossas crianças a manter a curiosidade, Houston, we have a problem. Nós não teremos seres humanos à altura da responsabilidade que o mundo está jogando sobre nós. Segunda coisa, se nós não começarmos imediatamente, por isso acho o trabalho de vocês extremamente relevante, que é o trabalho de...

gerar uma mentalidade empreendedora nas pessoas deste país. Se uma senhora que serve café e anexpresso com a nova máquina tirou o emprego dela, se ela não tiver ajuda no sentido de entender que ela pode montar uma clínica de sobrancelha na sua casa e passar a ser dona do seu destino, ganhando o seu dinheiro e empreendendo. Se nós não ensinarmos um segurança que perdeu por causa do reconhecimento facial perdeu o seu emprego.

E mostrar a ele que ele pode, com um pequeno treinamento e com algumas noções de contabilidade, montar a sua empresa de reformas domiciliares. Se nós não fizermos isto muito rapidamente, o morro vai descer no Leblon. É importante a gente entender isso. Empreendedorismo não é mais uma questão de trabalho, é uma questão de segurança nacional.

Tem muita gente trabalhando nessa área, o Sebrae faz um trabalho meritório, mas ele precisaria fazer muito mais. Agora é a hora do Sebrae ser nevrálgico e fulcral nessa sociedade. Nós precisamos instigar a sociedade a entender que emprego não é o único meio de vida, que depender de alguém com sua moral escrava pode ser trocado por uma moral aristocrata, segundo Nietzsche, e a pessoa ser dona do seu destino. Se isso não acontecer aqui, nós vamos ter problema, problema de segurança, porque se a inteligência artificial em 10 anos gerar 30 milhões a mais de gente no Bolsa Família, você não tem a dúvida que o problema não é ganhar dinheiro, o problema é a razão de existir, aí volta o assunto da consciência. As pessoas precisam ter uma razão para existir.

Nós não teremos daqui para frente 30 milhões de desempregados a mais, nós teremos 30 milhões de inúteis e nenhum ser humano. vive se sentindo inútil. Então tem um problema que transcende tecnologia, que é assim, a tecnologia vai gerar um grande volume de desemprego, mas nós podemos transformar esses empregos em 70 milhões de novas empresas que vão prestar serviço, vão ganhar seu dinheiro, inclusive junto com as máquinas, porque é capaz de surgir uma máquina de pintar unha que pinta 20 vezes mais do que hoje. Eu que vivo no mediocristão, pintando no máximo 20 unhas por dia, eu posso...

pintar 100 e ganhar muito dinheiro com isso. Então, eu continuo achando que a soma entre o homem e a máquina, a capacidade de querer... A capacidade de empreender, a consciência de existir, associado a uma máquina que faz por mim tudo aquilo que demorava tempo e enchia meu saco, eu acho que esse é o futuro, pelo menos a curto prazo. Lá na frente, é que a Marta vive uns 50 anos lá na frente, aí talvez as coisas mudem, mas eu sou muito otimista.

O ser humano já enfrentou situações insolúveis? Bastante. Mas 100 vezes no último século. Sim, toda situação problemática.

traz consigo uma recompensa econômica para quem resolve o problema. Então, mentes brilhantes vão se debruçar sobre aquilo e uma solução vai surgir. E veja, a gente fala assim, mas por que eu não vejo solução? Sabe por quê? Porque quando o problema surge, se houvesse a solução, o problema não surgiria.

Não existiria. Ou seja, a solução só vem depois do problema. Então, quando acontecer o problema, espera que a gente resolve. Mas eu concordo com o Walter nessa questão de que o grande problema de agora é justamente as pessoas não terem uma motivação. E o fato de elas não terem uma motivação fazem com que elas estejam doentes da cabeça.

E é a pior doença que tem, né? Antigamente, a nossa principal motivação era sobreviver. Então, a gente teve que arranjar alimento e tal. E agora, como isso basicamente já está relativamente resolvido, as pessoas, elas não estão. Como elas não estão criando essa vontade, né?

E essa curiosidade, essa vontade de fazer coisas, servir, elas acabam definhando... E acabam tendo problemas psicológicos. Veja, voltando a falar de futurismo e etc., no século... Só um pouquinho. Walter falou umas três coisas ali que estão explicadas nos últimos dois podcasts que ele veio.

Então, vocês assistam sobre a questão da moral escrava. A gente também fez um trabalho com o Walter, aliás, com o Cláudio de Barros, sobre Nietzsche, que também tem os conceitos. Mas eu vou dar um exemplo para vocês de ocorrências a partir de fatos, como a gente falou do futurismo. No ano 2000, a publicidade tomou uma decisão, deixar de ser aspiracional e passar a ser identitária.

De repente, toda a propaganda que sempre havia sido aspiracional, que sempre vendia, olha o que você pode ser, começou a retratar nas suas campanhas o que você é. Por quê? Porque politicamente correto...

porque gerava mais engajamento das pessoas com o comercial ou com o anúncio e porque era de bom tom você respeitar a individualidade das pessoas, mostrar como elas são. Então a propaganda deixou de ser pessoas bonitas, bem pintadas, maquiadas, elegantes. Cafés da manhã com a família inteira reunida ao redor da mesa e passou a mostrar a realidade.

Pessoas sem maquiagem, calças em andragios. Cafés da manhã onde o marido está lendo e nem presta atenção na mulher, as crianças correndo para a escola. A gente passou a retratar o que as pessoas são.

A consequência disso é que pessoas compram produto para ser uma melhor versão delas mesmas. É para isso que existe a propaganda, para gerar uma necessidade a partir de um desejo. Na hora em que eu passei a mostrar às pessoas como elas são na propaganda, a pessoa não sente necessidade de consumir. Fala assim, essa é a minha vida, realmente, estou bem engajado, mas não preciso comprar essa margarina, não vai mudar a minha vida.

Então, a gente, ao fazer isso, O que criou? Criou uma população que deixou de querer e desejar coisas, que pode ser o mais terreno das necessidades da pirâmide de Maslow, mas que move a economia, que move o mundo, tá certo? Hoje a gente tem um vácuo de aspiracional e um mar de identidade na propaganda. O que trouxe como consequência, pensando na segunda onda, a chegada dos influencers? que vendem o aspiracional o tempo inteiro, com seus iates, seus aviões, seus carros de luxo, suas roupas chiquérrimas, porque as pessoas precisam querer coisas.

A gente tem que entender que o desejo é dinâmico e que o reconhecimento e a identidade é estático. Então nós cometemos um equívoco lá atrás, eu chamo de equívoco, no sentido de que nós estamos reduzindo a... desejabilidade das novas gerações. E talvez as novas gerações não queiram um carro que está bem de Uber, compram uma roupa num brechó, tanto faz, porque perdeu a vontade de ser alguma coisa.

E isso é extremamente perigoso para a sociedade, independente da inteligência artificial, independente de qualquer tecnologia, nós, ao focarmos no identitário, demos conforto às pessoas. A pessoa gorda... pode continuar gorda e ela é linda, a pessoa pobre é bacana ser pobre.

Ou seja, ao gerar esta sensação, nós fizemos algo muito bom para o presente, demos conforto às pessoas. Mas talvez tenhamos feito algo muito perigoso para o futuro, porque se as pessoas não desejam mudar, trocaram a dinâmica pela estática. Aí vamos ter outra solução desse problema. Mas seguramente esse é um problema que surgiu fruto de uma consequência de segunda onda.

Eu queria falar uma coisa também com relação ao desejo. Vocês sabem o doutor Cooper, que criou o método Cooper, que é o correr. Falava fazer um Cooper ali, mas corrigir... na época que ele criou o exercício, ele analisou o que fazia a gente ter uma vida longa.

O exercício é uma dessas coisas. Comer, dormir, etc. E uma das coisas que fazia você ter uma vida longa e mais feliz, depois teve estudos de Harvard comprovando isso, é de você ter desejo.

Não importa a idade que a pessoa tem. Enquanto ela tem desejo, isso é da essência humana. Isso que o Walter está falando, tanto na psicanálise... Se você não tem desejo, você entra em depressão.

Você está num estado, eu não quero nada, não me importo com nada, nada me afeta. Então, você ter desejo, tanto que a gente vê pessoas com 80, 90, 100 anos que estão ali, e a gente vê pessoas com 20 que não desejam mais nada. Então, é a essência da pessoa. Com relação à velocidade da IA, eu preciso falar uma coisa. Porque quando a gente fala, não, a gente, ao longo da história da humanidade, tem uma diferença grande hoje com relação à IA, que é a velocidade com que a gente está.

Porque o que acontece? Até as evoluções anteriores, como que a gente... Eu estava vendo o carro.

O carro demorou 20 anos para ser criado regras. Morreu um monte de gente antes disso acontecer. Ser criado regras, sinais, sistemas de trânsito, semáforo, etc.

Então, quando dá errado, você acaba criando regras para consertar. O problema da IACLA é uma tecnologia tão poderosa que, se der ruim, talvez não dê mais como consertar. Essa é a grande preocupação. dos cenários de futuros em relação à utilização de IA.

E a outra coisa com relação aos empregos, em 2018 participei de um evento no Vale do Silício, que a MIT faz todo ano, que se chama M-TEC Digital, e esse ano que eles começaram a discutir mais sobre IA, e moral e ética de IA, e aí tinha vários estudiosos do mundo falando sobre renda universal básica, sobre coisas que a gente estava deixando lá atrás que começou a ser importante. E aí uma reitora de uma universidade, ela trouxe alguns dados impressionantes para a época. que nos Estados Unidos, na região central, tem muito armazém dessas grandes empresas de varejo, que eram pessoas humanas que faziam reposição e manutenção.

O que acontece? Os robôs já estavam fazendo isso. Essas pessoas estavam sendo demitidas. Nesse processo, qual é o grande problema?

Você não consegue rapidamente... Porque, antigamente, o ritmo de mudança era mais lento. Você tinha algum tempo para essas pessoas se recolocarem.

E, às vezes, os empregos que aparecem são na costa leste ou na costa oeste, não estão no meio dos Estados Unidos. Então, você não tem... A pessoa não tem recurso porque já vivia com o salário do dia e tem que passar para um outro emprego, num outro lugar onde aparece alguma vaga.

Então, a gente tem uma situação estrutural para o cenário atual que é mais desafiadora do que as revoluções industriais anteriores. Essa é mais uma revolução tecnológica. Então, de novo, tem coisas que a gente aprendeu com as anteriores, mas tem coisas que são características específicas do momento em que a gente está agora. É o que você falou, por exemplo, da Bina 48. Você falou, nossa, a tecnologia era de 7 anos.

Aí todo mundo pensa. É velho. Mas aí pega a tecnologia de 1507 e compara com 1500. É a mesma.

Não teve nenhuma evolução. E eu vou pegar um ponto que vocês dois citaram, que é a questão da vontade. Porque, poxa, o ser humano é dotado de vontade.

Ninguém tem que ficar me programando para eu decidir que eu quero fazer minhas coisas, que eu tenho a aspiração de deixar esse negócio gigantesco. Mais ou menos. Não. Não, podemos ir, podemos ir. Podemos falar que tem um certo algoritmo, alguma coisa.

Mas o ponto é o seguinte, é que se vocês pegam pra ler a Ilíada, lá, e eu fiz uma leitura outros dias pra ver se eu lembrava realmente da maneira correta. Não tem uma vez que um herói da Ilíada teve um pensamento próprio. Todos foram inspirados por deuses gregos. Mais ou menos como se eles fossem um chat EPT numa batalha e alguém tem que falar, atira a lança. Vai lá e se vinga, né, do Priam, o Mato Heitor.

porque o Heitor matou o Patroclo. Tinha sempre um monte de comandos, então era sempre deuses por trás dos seres humanos. Não sei se no passado era assim, o ser humano ele pensava, nossa, eu tô raciocinando, não sou eu, é uma divindade falando comigo.

E depois ele viu, não, a divindade sou eu mesmo, eu tenho o poder de fazer as minhas coisas. E as máquinas hoje são os heróis da Ilíada, são nossos escravos digitais. A gente dá ordens, eles fazem aquilo que a gente quer. Mas e se desenvolverem vontade? Porque, poxa, esse é o medo de muita gente.

E... Vários até que falavam, isso não vai acontecer, hoje estão colocando, não, talvez aconteça, não sabemos o prazo, mas talvez aconteça. E aí fica o questionamento, porque o Elon Musk e outras pessoas falaram, tem que frear a evolução da IA. Só que é lógico que pra esses caras e pra quem tá atrasado, é muito bom frear, porque essa estrada de evolução tá pavimentada com ouro.

Quem percorrer a estrada primeiro, pega o ouro primeiro. Só que o ponto é, será que a gente tem que encarar esse tipo de estrada a mais benefícios do que malefícios, pensando que se errar com IA pode ser uma vez só? Porque se a gente volta em mitologia grega, eu gosto muito das histórias, Zeus era o rei dos deuses. E ele gostava de ir pra cama com um monte de gente, né?

Não podia haver uma mortal casada que ele tava lá indo em cima. E havia uma deusa, uma ninfa do mar, chamada Tétis, que era muito bonita. Só que havia uma profecia falando que o filho de Tétis seria mais poderoso do que o pai.

Aí Zeus falou, não posso ir pra cama com ela, proibiu todos os seres imortais de irem pra cama com ela, e casou um herói mortal chamado Peleu com ela. E daí nasceu Aquiles, que era o herói mais forte da Guerra de Troia. Então, ele conseguiu frear os impulsos para não ter algo superior a ele no mundo. E a gente está criando algo superior a nós. Não tem vontade ainda, mas quanto tempo para uma inteligência artificial, uma única, ser mais inteligente que a humanidade inteira somada?

Não é agora? Não. Daqui a cinco anos?

Talvez não. Daqui a dez? Provavelmente sim.

A gente está criando alguma coisa que é igual comparar a nossa inteligência, por exemplo, com a de um animal. Se a gente olha para um macaco e fala... é um ser que tem uma certa inteligência consegue resolver uns problemas básicos, mas a gente é muito mais inteligente, se você olha pra uma ameba não tem comparação, será que esse negócio tendo vontade e uma certa consciência vai olhar pra gente e falar, meu Deus, que amebas não é um risco que a gente corre?

Total, a gente tá tanto que o Arari já falou disso Elon Musk, só pra fazer um parênteses aqui quando o Elon Musk junto com o Arari junto com o Tristan Harris e vários desses caras fazem uma carta daquelas eles sabem que não dá pra parar, não tem um botão de desliga, impossível... A questão é, eles colocaram o assunto na mídia, eles fizeram as pessoas entenderem que está acontecendo uma coisa que a gente tem que prestar atenção. Se você falasse para mim, Marta, o que você acha? Se desse para fazer um acordo geral, vamos dar uma paradinha para a gente ver o que a gente está criando, tem um TED que é sensacional, o cara chama Sam Harris, já tem uns sete anos esse TED, que ele fala o seguinte, se você soubesse, com certeza, que daqui a 50 anos ia chegar um ser hiper alienígena...

hiperinteligente no planeta, você não se prepararia para receber esse ser daqui a 50 anos? E a gente está conduzindo business as usual, como a gente sempre foi. Então, o que a gente está falando é, a inteligência alienígena nós estamos criando.

E a outra conta que ele faz lá, ele fala o seguinte, que por que tem essa corrida louca, acelerada, de todo mundo querer chegar primeiro no nível da inteligência, nível geral? Porque o primeiro que chegar nesse nível, em uma semana, essa inteligência... Ela desenvolve 20 mil anos de inteligência humana. Então, basta um dia de quem chegou na frente, o outro não chega atrás.

Então, por isso que eu acredito que o futuro da humanidade é nós versus as máquinas. Ou a gente se mistura com elas, aquilo que eu falei de transhumanismo, viver para sempre. Eu acho que é o único caminho.

Se você está criando realmente uma inteligência alienígena poderosa e você não se misturar com ela, nós vamos ser pet para elas. É simples assim, eu adoro minha bolota, minha cachorrinha. O processo, a discussão era assim, o processo da chegada da inteligência artificial é um processo de adição ou de substituição.

Essa era a discussão. A discussão agora é que não será nem adição, nem substituição, e sim uma fusão. E isso é bridação.

Então, vamos dizer assim, se a gente conseguir fazer com que o Neuralink, que eu ponho na minha cabeça e tenha acesso... Na minha cabeça, a todo o conteúdo da internet, eu terei uma capacidade de processar a informação muito melhor, mais sinapses e etc. Eu serei um super-homem com uma memória infinita, com todo o conhecimento humano direto no meu cérebro. Então, a nossa luta deveria ser por um processo de fusão, nem de adição, nem de substituição.

Olha que interessante. Então, por exemplo, isso está no radar já, Neuralink, implantes, aumento de memória. A desigualdade que a gente tem hoje, que é uma desigualdade ainda muito financeira e nem tanto biológica, vai passar a ser uma desigualdade biológica. Maior.

Cada vez maior. Essa é uma das preocupações que existem. Tem um livro incrível, um cara que se chama Freeman Dyson, ele é físico. No ano 2000, ele escreveu um livro que se chamou Só o Genoma e a Internet. Naquela época, são ferramentas de nivelamento, de revolução científica.

E aí, o que ele diz? O problema é que elas não são distribuídas iguais. Se você pegar a parte de genética, a Gataca tem um filme que é de várias décadas atrás.

Se você começa a fazer manipulação genética, historicamente... Quem tem acesso à tecnologia? Os privilegiados.

E continua sendo, os privilegiados. Quando essa tecnologia é extremamente poderosa e os privilegiados têm acesso a ela e você consegue ter uma evolução mais rápida, porque você edita genes ao invés de você esperar a evolução natural, o que ele previa era que a gente ia ter algumas raças diferentes no planeta, coisa que o Ian Pearson está falando agora mais recente por causa das tecnologias, e essas raças iam começar a conflitar. umas com as outras, como foi o Homo sapiens sapiens, com os anteriores.

Neandertais. Exato. Então, o que a gente está falando aqui?

Essas tecnologias têm o potencial de transformar a gente em super smart, uma super sociedade, sociedade 5.0, ou elas têm o potencial de aumentar a desigualdade e criar realmente raças diferentes disputando o planeta. Do que depende isso? Como a gente vai lidar com elas? Olha, é importante entender que a inteligência artificial vai permitir que a gente crie um gigante.

Produtentesco projeto de gamificação da sociedade. Ou seja, existe um negócio chamado marketing hierárquico, que é a capacidade que a gente tem de hierarquizar a relação da empresa com seus clientes, dando a eles desejos. Se você pensar, o ser humano é hierárquico por natureza.

Aliás, os animais são, mas o ser humano é o maior deles. Se você pegar 50 galinhas e botar dentro... de um galinheiro, um mês depois você tem um grupo que bica todo mundo e não é bicada, tem a outra que mais bica do que é bicada, tem um terceiro que é mais bicada do que bica e tem a quarta, o grupo que só toma bicada e não bica ninguém.

Aí você vai pra um presídio, põe 50 presos num presídio, duas semanas depois você tem quem manda, os que obedecem, ou seja, o ser humano raciocina e se motiva por hierarquia. Quem está na econômica quer ir para a executiva, quem está na executiva quer ir para a primeira, quem está na primeira não quer descer para a executiva. Isso é a dinâmica do mundo, é isso que move as pessoas. Por isso, o sucesso de marketing hierárquico aplicado em marcas. Quando o Cacau Lovers, que tem 25 milhões de pessoas participando do projeto, você é crush, depois você é namoro, depois é casamento, você vai subindo na hierarquia.

E pode ganhar uma trufa ou jantar com a Le Costa. Depende da sua capacidade de subir ou baixar nessa escala. Então, eu acho muito importante entender que a hierarquia, hoje, nós não tínhamos condição porque nós estávamos na Idade Média. Tudo era analisado pela média. Agora, não.

Antigamente, eu pagava um custo enorme de seguro de automóvel, apesar de fazer direção de extensivo, tem um monte de louco que deixa o carro na rua, é roubado e eu pago a conta. Então... Nós estamos saindo de uma sociedade onde o bom comportamento subsidia o mau comportamento. Nós estamos numa sociedade onde eu que me cuido pago a conta do seguro-saúde de quem enfia o pé na jaca.

Tá certo? Eu pago juros escorxantes no meu cartão de crédito, tem um monte de inadimplente, e os inadimplentes pagam a conta deles. Então, esta sociedade está no fim. E está vindo uma nova sociedade de valorização do indivíduo, aonde...

Como dizia o Schopenhauer, Deus das cartas a gente joga. O cara recebe uma carta ruim, mas ele tem condições, se tiver vontade, de ir casando com a mesa, fazendo trinca, e pegar o morto antes do outro que ganhou uma mão boa, mas que por não saber jogar direito aquele negócio, é capaz de sujar a canastra limpa. A vida é assim, não há nem livre-arbítrio, nem destino. É um misto das duas coisas. E na hora em que você começar a...

premiar as pessoas de bem e não as pessoas de mal, nós vamos ter uma sociedade que vai se hierarquizar, não mais entre ricos e pobres, brancos e negros, e sim entre curiosos e descuriosos. Pessoas com vontade e sem vontade. E aí, não há mais classe social, claro que sempre haveria diferenças, acumulação de riqueza, e aí você tem mecanismos governamentais de incentivo à distribuição dessa riqueza. Está na nossa mão fazer uma sociedade direito. Porque agora, graças à inteligência artificial, nós conhecemos cada pessoa.

A prefeitura de São Paulo, que multa e pune quem anda na marginal entre seis da manhã e nove da noite, pode fazer o contrário, pode dar desconto de IPTU para quem mora a menos de três quilômetros do trabalho. Pode dar desconto no pedágio para os caminhões que entram depois da meia-noite. E com isso você espraia o trânsito e a poluição sem concentração.

Ou seja... O governo vai ter que parar de pensar em multa e punição e passar a pensar em incentivo e recompensa. É assim que a humanidade vai progredir.

E vai progredir com seres individualmente tomando para si a decisão do que querem. E em cima do que querem, o que são ou o que serão. A gente tem que entender que o futuro não existe.

A gente fala, nós somos futuristas, nós falamos de algo que não existe. O futuro é feito a partir de crenças do presente. É o que a gente faz hoje que vai gerar o futuro.

Se eu acreditar que o futuro vai ser ruim, eu me retraio, eu não invisto, eu não compro, e o futuro é ruim. Se eu achar que o futuro vai ser bom, vai ser bom. Então, o que nós temos que fazer? Dar o devido valor aos indivíduos de bem, aos bons cidadãos.

Porque hoje nós estamos numa sociedade onde o bom cidadão subsidia o mau cidadão. Isso tem que acabar e está acabando, e só o Big Data, a inteligência artificial, vai permitir essa migração. Você tem um livro que fala disso, né?

O fim da Idade Média e o começo da Idade Mídia. Exatamente, é. Pegando um exemplo desse raciocínio do Walter, então, seguro de carro. Geralmente você paga porque você tem tal idade, você é homem, você é mulher, e o teu modelo é esse, então eles pegam um comportamento médio para isso e botam um valor. Só que você pode ser um ótimo motorista que vai estar pagando o mesmo preço de um motorista horrível só porque ele tem um carro, a sua idade...

o mesmo gênero e tem uma rotina parecida. Agora, se eles têm dados médios, aliás, não têm dados médios, têm dados individuais do seu veículo e vem, pô, esse cara só transita nessas regiões, ele é muito cauteloso com a direção, ele não ultrapassa o limite de velocidade, e o outro, eles têm dados que mostram, esse cara está dirigindo bêbado. Então, o cara vai ter um seguro muito mais caro do que o seu.

E eu concordo com essa questão das ferramentas hoje e de que a curiosidade virou um baita de um ativo. Porque... Uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço é o meu pai. E se eu pego do ponto de vista financeiro, eu acabei tendo um resultado muito melhor do que ele.

E não é porque eu sou mais inteligente, eu falei, ele é muito mais inteligente do que eu, mas eu tive acesso a melhores ferramentas do que ele. Porque o meu pai, com a minha idade, para fazer o que eu fiz, tinha que contratar, sei lá, mil pessoas. E eu comecei sem ninguém. Era eu e a Malu, junto com um celular.

Tem o Peter Diamandis, que a gente já citou em outros podcasts, que fala daquela evolução tecnológica, né, que são seis Ds. Ele coloca lá que primeiro vem a digitalização. Depois a decepção, porque o digital nunca é tão bom quanto o material no início.

Eu tenho certeza que o chat GPT, alguns se decepcionaram no começo, falando, poxa, mas ele respondeu errado. Aí depois vem a disrupção, porque o digital evolui muito rápido, Lady Morrow até mais hoje em dia com inteligência artificial. Aquilo é desmaterializado, então por isso tem um custo menor, ele desmonetiza, fica de graça, como é o chat GPT para muitas pessoas.

E aí você tem o último D, que é democratização. Só que tem um sétimo D que um seguidor outro dia me falou. Porque ele diz que essa democratização não é só do consumo, é também dos meios de produção. Isso aqui é um meio de produção hoje em dia.

Então todo mundo tem acesso e muita gente pode empreender e ter ótimos resultados. E aí eu tenho um outro ponto, já indo para o metaverso, que ambos eu sei que se inteiram bastante desse conteúdo. Tirando de lado esse cenário apocalíptico de sapiens versus neandertais, de espanhóis versus incas e aztecas, imaginando que não, você vai ter seres humanos que... devido a recursos financeiros, podem se otimizar, podem se atualizar mais rapidamente, e que aí você cria uma disparidade de pessoas. Você falou daquela questão genética, você pode escolher a altura do bebê.

Se ele vai ter o gênesis da doença, todo mundo tira. Então vai estar lá um ser geneticamente perfeito, mais alto que o ser humano normal, mais forte, mais bonito, mais inteligente. Então ele vai ter uma vantagem no mundo real. E aí você vai para o metaverso. Porque, por exemplo, a gente estava falando da questão do sexo virtual, o Ray Curzo fala, olha, por que vai disruptar?

Porque é mais barato, não tem doença, não tem que ter método contraceptivo, e além disso, se você não está satisfeito com o seu corpo, você pega um corpo lá no metaverso, não tem que transferir consciência, é só você pegar um avatar novo para você, e você pode ter uma roupa que emula as sensações. Aí quando eu falo isso para a Malu, ela fala, nossa, mas isso é um absurdo. E aí tem um conceito que o pessoal usa chamado... privilégio da realidade. Não, eu não falo mais isso.

É um absurdo. A Malu é uma pessoa muito bonita, casada com um deus grego. Ela não quer ir pro metaverso.

Não precisa. Mas mais do que tudo, humilde. E humilde, amigo. Exatamente. É o privilégio da realidade.

Você tem esse baita privilégio, Bolo. É muito privilegiado. Aí você não quer ir.

Mas imagina o cara que ele nasceu e olha pra si e fala, cara, eu não devia ser homem. Eu devia ser mulher. E o processo pra isso é muito custoso.

Aí no metaverso ele fala, não, eu posso ser o que eu quiser. Então vocês acham que devido a isso, nós teremos essa tendência do metaverso? Ou até desconsideravam isso?

Por que vocês acham que a humanidade vai mergulhar nesse ambiente? Ou não, né? Eu acho que vai. Porque o metaverso é fusão do on e off.

A gente já está vindo nesse processo. Essa é a confusão que a gente tem do ano passado, retrasado, né? Então a gente pegar o termo metaverso que vem da ficção científica, de um livro, Snow Crash, ele se...

Realize como isso acontece na era digital com as camadas digitais que a gente começa a acrescentar na realidade física. A gente até recentemente só tinha isso até 2D. Second Life já era 3D.

E no Second Life, isso que você está falando, já acontecia. Das pessoas trocarem de corpo. Eu lembro que uma vez a Sport TV fez um campeonato de Beach Soccer no Second Life.

No Second Life você tinha que programar, tá? Eu programava para dar flip back, para fazer o meu avatar fazer coisas. O que acontece?

O pessoal que ganhava... Beach Soccer, eram os nerds. Aí o pessoal, mas isso não é justo, porque...

E é justo o cara que aqui no mundo físico tem as pernas melhores e sabe jogar melhor e o outro que não tem perna não consegue jogar. É a mesma regra. É o que muda, é pra regra mental que foi o que o Walter falou.

Se a gente pegar, por que que o EJ só muda as habilidades e a habilidade passa a ser mental? Por que que as pessoas... Por que que existe esse preconceito contra envelhecer?

Porque a gente dependia do corpo pra produzir. A partir da hora que o seu corpo não é mais... o elemento principal da produção é o cérebro, a gente começa a repensar nas formas de enxergar a pessoa.

Tem gente jovem, que tem o corpo perfeito, mas não consegue desempenhar mentalmente o que uma pessoa que às vezes não tem o corpo tão em ordem. Então, de novo, é o misto dessas habilidades. E aí eu acredito que quando as experiências, e eu posso falar como pioneira, eu usei tudo quanto é sistema de RV e RA que você pode imaginar, quando eu comprei o Oculus Quest, não sei quantos que estão acompanhando a gente aqui, O ano retrasado, eu comprei e comecei a fazer reunião com dois sócios que eu tenho numa das empresas, cada um mora numa cidade, é incrivelmente melhor a definição, em realidade. Quando essa experiência de on e off, e você pode usar o seu computador dentro do Workrooms da Meta pra fazer a reunião, então você tá integrando o on e off, o que importa é esse fluxo de on e off, porque a gente continua sendo de carne e osso.

Quando isso começa a melhorar, você quer sim usar isso, isso é melhor. Quando teve o filme Hair... Ou antes disso, quando o Nicolas Carr falou que a gente ia se apaixonar pelo iPhone, eu tinha certeza que a gente ia...

Cara, você não vai se apaixonar por um negócio que entende você melhor do que um outro ser humano? Tanto que uma das tendências que a gente sabe de 10 anos atrás é as pessoas quererem conversar mais com máquinas do que com outros seres humanos. Você conversa mais com o ex e com outra pessoa, pediu caminho.

Em coisas específicas você já sabe que é muito melhor você falar com a máquina do que com outro ser humano. Eu prefiro mil vezes perguntar no Google do que ficar... Então... do que se ficar... A não ser pro Bruno, eu gosto de perguntar pro Bruno Então, é, tem um fator emocional maravilhoso né, e é lindo, mas fora isso, se a experiência for melhorando qual é o nosso limitante hoje?

Por que que o metaverso é a nossa nosso caminho? A gente tá começando a incluir os mundos 3D imersivos no metaverso as tecnologias de tato, de todo o resto tão vindo em paralelo, a Tesla tem os suits lá pra você poder começar a sentir a... Para isso dar conta de fazer a integração entre todos os mundos, tem que ter blockchain. Então, você tem que criar avatar em todos os lugares, tem que ficar comprando NFT em tudo quanto é lugar.

É um porre, ou seja, tem barreira de entrada. Então, você precisa integrar e precisa de inteligência artificial para dar conta da complexidade disso, fazer os fluxos entre um lado e outro. Então, a gente está ainda no iniciozinho disso, só público nichado, que nem era internet no começo. A tendência é que isso realmente vire mainstream. A partir da hora que as tecnologias barateiam, todo mundo tem acesso.

Isso é uma experiência melhor. Você falou, não estou feliz com o meu corpo aqui, não estou feliz com a minha vida aqui. Tanto que a gente brincava que a idade média no Second Life era 30 anos.

Eu até brincava quando dava palestra na época, eu falava assim, até os 30 você tentou, depois que não deu certo, já vai para o Second Life. Você tenta uma segunda vida. Ou seja, não deu certo aqui, tinha mais gente lá que era um pouquinho mais velha, os novos ainda estavam tentando com a vida deles aqui.

Então, eu acho que é uma tendência, é a fusão. Fusão corpo, fusão todas as possibilidades que a gente vê a tecnológica. Nós estávamos conversando, um pouco antes de começar aqui, falando o seguinte, o Brasil é um país hypado, não é?

A gente ouve falar de paleta mexicana, aí todo mundo só fala de paleta mexicana, e abre um monte de loja, franquia, aí fica todo mundo com os palitos na mão, não acontece, não. Aí vem a segunda onda de, sei lá, frozen iogurte, aí só se fala nisso e cria um sábado. Aí terceira, food truck, não sobrou uma Kombi no Brasil, que tudo virou food truck, não é isso? Ou seja, tem mais atendendo. Até hoje existem milhares de food trucks, só que não se fala mais disso.

Isso, para de falar. O metaverso é mais um hype que todo mundo falou e agora todo mundo está com a sensação de que ele não está acontecendo, não, ele está acontecendo cada vez mais. Tem mais empresas investindo, nós somos chamados para ajudar dezenas de empresas a desenvolver ferramentas ou métodos ou até...

Terras no metaverso, tem gente comprando e vendendo terreno, comprando e vendendo carro, como se não houvesse amanhã. Só que não está mais na mídia e, portanto, a gente acha que flopou. Essa é a sensação. O metaverso continua firme e forte.

E aí, novamente, pensando na chamada teoria de segunda onda. Pode ser que a inteligência artificial coloque 80 milhões de desempregados no mundo. na Rua da Amargura, porque não tem emprego e nem condições de se transformar em algum empreendedor.

Fatalmente, nós vamos começar a discutir em breve renda básica universal, o mínimo que as pessoas tenham para viver, como já existe em países desenvolvidos, e no Brasil já temos aí o Bolsa Família. Muito bem, onde essas pessoas vão poder estudar, trabalhar, viajar, passear, encontrar os amigos, assistir um show? Quando a Ariana Grande...

faz um show, ela cobra 100 dólares pra você entrar no estádio. No Metaverso, ela cobra 10 dólares, dando acesso a milhares de pessoas de assistir o show dela. Então, no fundo, a democratização do Metaverso é a mesma que ocorreu com CD. Eu, pra ter uma discoteca boa na minha casa, eu pagava 100 mil reais.

Hoje, com 9 reais por mês, eu tenho Spotify e milhões de músicas. Antigamente, pra ter acesso à informação, eu pagava em... prestação enciclopédia Barça. Hoje eu tenho toda a informação do mundo de graça na minha mão.

Pra falar com alguém, amigo que morava na Austrália, eu tinha que economizar dois meses pra falar com ele. Hoje eu falo com qualquer pessoa. Então, nós como sociedade enriquecemos graças à democratização das posses, das benesses.

Porque ser rico não é ter dinheiro, ser rico é usufruir. E a sociedade está usufruindo. O metaverso é...

Próxima onda de usufruto. Eu estive em Lauterbrunnen, na Suíça, e posso hoje falar para um amigo, contando para ele que é uma cidade pequena na Suíça que tem 70 quedas d'água dentro da cidade. Um dos espetáculos da natureza mais memoráveis.

Talvez essa pessoa para quem eu contei não vá a Lauterbrunnen pela Suíça, mas possa entrar no metaverso e passear pelas ruas de Lauterbrunnen e ter a mesma sensação. impacto que eu tive. Além disso, nós temos 20 milhões de pessoas com mobilidade reduzida nesse país.

Imagina o que é para essa pessoa ter autonomia de ir no supermercado, fazer suas compras, andar. Eu tenho um amigo que não tem os dois braços e as duas pernas. O sonho dele era comprar um par de tênis. Hoje ele tem 50 pares de tênis no metaverso.

E é um grande jogador de basquete no metaverso. É fácil falar quem é casado com um deus grego, está certo? Que não tem necessidades nem vontades.

É isso, é exatamente o que você falou. Só que o metaverso, ele equaliza o usufruto das coisas, ele equaliza as potencialidades. Então, é evidente que quando algo é tão promissor assim, vai acontecer.

Falta ainda 5G de verdade, falta ainda algumas condicionantes, como no início. computador, que a gente criou as lan houses nas favelas ou nas comunidades pra dar acesso a essas pessoas que hoje podem ter celular ou computador. É assim que começa. Mas eu acredito muito que o metaverso em breve, o livro que ela vai lançar agora e o que eu já lancei sobre o metaverso, de certa maneira expõe este assunto. De que o metaverso é algo que a sociedade deseja.

Na hora que você... Se o metaverso não funcionar, a sociedade está perdida. Porque as pessoas estão deixando de desejar.

A diferença entre be all you can be para be all you want to be, ou you wanna be, é fundamental no ser humano. Eu quero ser alguma coisa que eu não estou conseguindo, eu serei lá. Isto é irresistível.

Portanto, vai demorar mais tempo ou menos tempo, mas chega e chega com força. Esse exemplo que você deu, a frase que você citou, a volta de ser rico é poder usufruir. Eu acho que o melhor exemplo que existe disso, uma vez eu vi um ranking, acho que era da Forbes ou da Fortune, não lembro, que falava das pessoas mais ricas da história da humanidade.

E eles colocavam lá desde Cleópatra, Júlio César, até empresários de hoje e também no passado. E por dados atualizados por inflação, que eles estimavam, o mais rico era o John D. Rockefeller, o magnata americano do petróleo e do querosene. E aí uma coisa curiosa, como ele vendia querosene, que era usado para iluminação pública, Quando surgiu a eletricidade nas casas, ele era contra, porque ia contra o produto dele.

Então, ele sendo riquíssimo, ele viveu durante boa parte da vida sem eletricidade, mesmo podendo ter. Depois ele deu o braço a torcer e falou, é, ganharam essa batalha, vamos usar luz em casa. Mas hoje você pega uma pessoa que mora em São Paulo, uma pessoa pobre, ela tem acesso à eletricidade. Muitas vezes, até o mais pobre aqui na grande cidade vai ter acesso a água encanada, a classe média com certeza tem. Então, um jovem de classe média baixa com o celular na mão, ele tem mais acesso à informação do que o Bill Clinton tinha quando era presidente americano, e ele vive melhor, pelo menos em eletricidade e fornecimento de água, do que vários dos homens mais ricos da história da humanidade, por conta de evolução tecnológica e democratização.

Quer falar? Posso fazer um parênteses? Claro. Porque a gente está pensando no contexto Brasil, Estados Unidos, Europa. Eu gosto de ir para lugar diferente.

Minhas férias agora eu fui para Madagascar e eu fiquei extremamente impactada porque eu tinha ido a África, Egito, Marrocos, lugares mais turísticos e África do Sul. Madagascar, você precisa ter ideia, as pessoas na cidade tem no máximo 40% das pessoas tem acesso a água e esgoto, mas é água. No campo nem 20%, as pessoas vivem na idade da pedra, inclusive em locomoção.

isso que a gente está falando, eu lembro de novo do livro do Freeman Dyson, ou da frase do Mundo é Plano ou, desculpa, do William Gibson que ele fala que o futuro chegou, mas não está igualmente distribuído. O que acontece? A gente está no mundinho aqui que realmente isso acontece porque você tem infraestrutura, é um país que a gente, mesmo os mais pobres eles estão dentro da infraestrutura criada que conecta todos nós se você pegar países que não tem isso, então esqueci Nepal já teve e...

Vários países que você... Indonésia, quase todos eles. Você não consegue ir de um...

Sri Lanka. Para você ir de um lugar para o outro, não tem estrada. Você tem que andar em vias, assim, o carro balançando horrorosamente. Você demora horas, horas e horas.

Então, isso de o acesso estar para todos, você tem que ter infraestrutura para ter esse tipo de acesso. Se você não tiver, não está igual. Então, não está distribuído igual. A África inteira, se pegar o miolão ali da África... A gente está com o povo vivendo na Idade da Pedra.

Se bem que a grande maioria da população do mundo não está nesses países que ela falou. Está na China, na Índia e lá. Lá o acesso já está abundante. Mas eu acho que a outra coisa é que de nada adianta eu poder usufruir se eu não quiser usufruir. Isso, é verdade.

Todo o conhecimento do mundo, a Biblioteca de Alexandria está na minha mão. Só que 82% do que é perguntado aqui é pura bobagem. As pessoas não vão em busca da informação. Não tem... curiosidade para ir em busca da informação.

Então ficam assistindo o filminho do Whindersson Nunes, gatinho estourando balão, ou falando mal deste governo, do governo passado, ou seja, as pessoas não entenderam a importância do conhecimento e não têm vontade de saber. Então, no fundo, o que adianta eu dar acesso às pessoas se elas não têm interesse? Nós deveríamos estar trabalhando como sociedade em gerar novamente uma luta pela curiosidade. pela vontade das pessoas.

E claro que existem ferramentas as mais diversas para a gente incentivar as pessoas nesse sentido. Nós estamos pensando em outra coisa, não estamos preocupados, e a falta de vontade vai fazer com que nós tenhamos espetaculares ferramentas, a inteligência... Vou dar um exemplo. Eu chego para uma pessoa, às vezes, num curso de inteligência artificial, o chat é bem...

Ele fala assim, gente, nesta classe, perguntem o que vocês quiserem sobre qualquer área do conhecimento humano, em qualquer... época do mundo. Olha a vastidão do que dá pra perguntar. Aí levanta a mão. Queria saber se o Palmeiras foi campeão mundial.

Sabe assim, dá vontade de eu fechar o computador e ir embora. Porque não adianta nada você dar pérola aos porcos. Essa é a sensação que a gente tem da sociedade que está com uma gigantesca capacidade de saber o que quiser a hora que der vontade na profundidade desejada. Mas não tem vontade de se aprofundar naquela informação, porque não tem curiosidade. Mas você não acha que daí a gente precisa de educação?

O problema fundamental, eu acho que é a educação. Acontece que quando você fala o problema educação em palavra tem poder, a pessoa traduz, precisa de mais professor, bem remunerado, mais treinado, com giz e lousa. Ou no máximo um computador, um PC dentro da sala. Não é isso.

Curiosidade é algo que você... Todos nós nascemos com o software da curiosidade implantado no celular da nossa vida. Nós nascemos curiosos.

E depois vamos perdendo a curiosidade com o passar do tempo. E a educação formal destrói a curiosidade. O problema é a educação. É, o problema é a educação, mas não a educação no sentido de mais verbo. O problema é a educação, é rever completamente o que hoje nós ensinamos.

Inclusive não é... Educação de conhecimento. A máquina traz todas as informações. É educação para saber perguntar. É educação para você...

Para querer perguntar. Para pensar, para ir além. Isso, exato. É essa educação.

Instigar e estimular nas pessoas a vontade de saber. E, principalmente, de fazer o conhecimento embarcar na sua cabeça. Veja, por exemplo, como o Bruno tem uma noção diferente de mundo por estudar. Toda essa filosofia grega...

Mudar a pessoa, a pessoa se altera, o seu cérebro nunca mais volta para o tamanho original quando você se aprofunda em algum conhecimento. Agora, se você tem toda essa vastidão que os gregos produziram lá atrás, que depois até hoje o que se produziu... E nós não vamos ter acesso, sabe por quê?

Eu não preciso, porque na hora que eu tiver, está no Google. Está no Google, vai estar muito mais. Só que tem uma coisa, lá não faz sinapse. E sem conhecimento embarcado...

Tem muita testa oleosa achando que é mente brilhante. Esse é o resultado disso, entendeu? Eu amo.

Tem uma frase aqui, Boludinha. Aprendemos não para a vida, mas para a escola. Quem disse isso? Não faço ideia. Sêneca, no século I, depois de Cristo.

Sério? Ele já questionava o sistema de ensino romano. E, aparentemente, não muita coisa mudou desde lá.

Muita gente aprende para a escola, mas não para a vida. Aí o cara pode ter altas pontuações de nota. Ou não, às vezes tem baixa mesmo, porque tem aprovação automática, tem várias coisas também.

E aí fala, tem que aprovar automática, senão larga a escola. Eu sei que é complexo, mas... Tem coisas mais graves acontecendo agora, depois do Sêneca.

Então, além do Sêneca, tem o Walter Young falando assim, não é possível você, numa escola, dar medalha para o último lugar. E é isso que nós estamos fazendo. Preocupados com a autoestima, nós estamos mostrando que você não tem que competir, você não tem que querer, você não tem que lutar, você não tem que se esforçar. Sabe dançar da cadeira, Walter? Onde tem 10 e tem 9 cadeiras, depois tem 9 e tem 8. Já mandaram um vídeo com 10 e 10 cadeiras.

E todo mundo ganha. Mas eu sempre falo pro Bruno, né? Que eu tenho um irmão que é ultra mega inteligente. E eu tenho dislexia, eu tenho um problema de aprendizado. E eu acho que isso mudou o que eu sou.

Eu sou uma pessoa melhor porque eu tinha um referencial onde ele era muito melhor. E eu não sabia que eu tinha um problema e também isso não fez diferença. E eu tava sempre me esforçando a mais pra chegar naquele referencial maior.

E por mais que eu não tivesse as habilidades necessárias pra alcançá-la na escola, a melhor nota, eu fiz outras habilidades, eu criei outras habilidades pra que eu pudesse suprir essa falta de habilidade que eu não tinha. Então eu acho que é isso que tá faltando, né? As pessoas entenderem que um problema não é um problema, mas ele com certeza... impulsiona você a ser melhor.

Tem um estudo, tem vários estudos, na realidade, né? Sabe qual é o fator que mais motiva as pessoas? É a competição. Por isso que você pode ter a competição negativa ou positiva.

Um hackathon, por exemplo, é uma competição intelectual positiva. Você pode competir com você mesmo. Então, você pegar crianças, fala, todo mundo desenha aí.

Agora fala, quem desenhar uma coisa mais assim, assim, assado, vai ganhar um prêmio. Modifica a motivação. A competição, o desejo, o algo... O marketing hierárquico, exato.

Exatamente. Você querer fazer algo é o que mais te motiva. Bom, e uma última pergunta que eu tenho.

O que tem aí de evolução tecnológica que está meio que passando despercebida para o pessoal que não olha muito para essa área do que vai acontecer no futuro? Porque, por exemplo, IA veio e arregaçou, chegou chutando a porta. Mas já estava acontecendo durante muito tempo.

Não foi do dia para a noite que criaram o chat EPT. Então, no que vocês estão de olho, que está sendo pouco falado, mas que... E, poxa, daqui a pouco isso aqui vai aparecer e vai causar muita surpresa, porque é mais um dos pontos de inflexão, onde pode mudar tudo. Tem algo? Tem.

É o CRISPR. CRISPR, ninguém fala disso ainda. Fala pouco, é que nem IATA.

IATA vai ir a gente desesperado lá de cá e, a hora que o negócio democratizou, a coisa explodiu. Da mesma forma que a inteligência artificial tem o potencial de criar uma superaceleração de inteligência no planeta... Como é?

CRISPR. CRISPR. Escreve C-R-I-S-P-R.

CRISPR. É uma metodologia que já tem também uns 10 anos de você fazer edição genética. Isso.

E a edição genética, você pode... Lembra que você falou de ter um ouvido de cachorro ou você ter guelras? CRISPR permite que você faça isso.

Que você traga características de outra espécie para a sua ou que você modifique geneticamente o que você tem. Tem uma discussão ética gigante nisso. Isso é o problema.

Porque a gente tem... Por exemplo, se eu mudar alguma coisa que eu não vou ter filhos, eu mudei esteticamente, porque não é cirurgia plástica, eu mexo lá nos meus genes, isso fica comigo. Agora, se eu mudar alguma coisa que eu posso passar para as próximas gerações, sem a gente analisar os impactos de o que uma mudança causa no ecossistema, a gente pode ter uma catástrofe ecológica gigantesca.

Por causa de... Se você começar a deixar todo mundo interferir no meio ambiente, a gente tem uma mudança, os ecossistemas colapsam. Então...

Na minha opinião, isso está super assim, pouco falado, pouco analisado, só o pessoal nichado que está falando disso já há uns 10 anos, e tem o mesmo potencial que a inteligência artificial, tanto para ampliar a gente, acabar com doenças, fazer um milhão... de coisas, como tem também para causar potencial, causar catástrofes ecológicas. Então, as duas, IA e CRISPR, para mim, são as duas vertentes mais...

Posso fazer só uma pergunta de passar para você, Walter? Porque há um tempo atrás eu vi um médico chinês que ele modificou geneticamente dois embriões, e aí ele deu a luz, digamos assim, a crianças que eram imunes à AIDS. Foi o que ele falou na época. E sem...

segundo ele, colaterais. Depois viu-se que não. Elas não eram imunizadas, ainda tiveram predisposição a doenças que uma pessoa geralmente não teria. Ele usou isso?

Foi o CRISPR que ele usou? Isso, provavelmente. E a questão é justamente essa. Você não consegue prever aquilo que o Walter falou da segunda, terceira... Quando você tem ambientes complexos, é muito difícil você entender ou prever o que uma coisa causa de impacto nas outras.

Então você imagina, se cada um começa a mexer com impactos possíveis, que você não consegue prever, a gente começa a ficar em risco disso tudo colapsar. Tem um TED, que é muito legal, não de CRISPR, mas sobre complexidade, que chama 13,7 bilhões de anos, chama Big History. Em 18 minutos, o cara conta toda a história de aumento da complexidade no planeta. Inclusive, ele fala que o ser humano surgiu porque os dinossauros foram embora.

Ele vai trazendo essa rota. E agora que a gente está vendo pessoas que estão querendo trazer de volta os dinossauros, com o DNA congelado, e aí o DNA congelado sempre tem algumas falhas, porque o DNA congelado perde algumas informações, e quer que faça interpolação com inteligência artificial. Qual a chance que você acha que isso tem de ser uma vitamina de problemas?

Então, a gente tem tecnologias muito poderosas, mas a gente tem ainda pessoas que têm o pensamento... É o Jurassic Park estando no futuro, fundindo os dois aqui. É, Jesus! Por isso que a parte de ética é super importante, né? Pra gente tentar...

Vamos parar nisso aqui. Não fazer tanta merda. Eu concordo que o CRISPR é, de longe, uma ferramenta impactante, porque, segundo a teoria da evolução, o caractere adquirido não é hereditário, e nunca foi. Na verdade, a adaptabilidade ao entorno ou a mutação espontânea é que gera a evolução, porque aí, se um...

peixe nasce cego numa caverna escura, ele tem maior capacidade de adaptação do que os peixes que ficam tentando enxergar e não vêem, com isso ele se reproduz mais e, portanto, não é que ele ficou cego porque não precisava usar o olho, é que por acaso uma mutação genética espontânea gerou um peixe sem olho e esse peixe tinha mais condições de sobreviver. Então é assim que foi sempre até hoje. Na hora que você faz a edição genética, isso se altera, porque esta pessoa que você alterou o gen vai reproduzir o que foi adquirido.

Então, essa é uma mudança que ninguém sabe, e quem disser que sabe está mentindo, o que traz como consequência. Eu acredito que a biologia em geral, não apenas a CRISPR, é onde está um novo horizonte de mudanças muito grandes. A descoberta de como não reduzir o telômero tão eficazmente, está tendo uma evolução na biologia.

muito gigantesca e que ainda está dentro do laboratório. Lembre-se que a inteligência artificial já vinha há muito tempo evoluindo, mas a gente não via porque ainda era um negócio de iniciados em laboratório. Aí foi para o povo e aí todo mundo ficou falando.

A biologia está evoluindo de maneira assustadoramente positiva, mas com dilemas morais muito difíceis. O que pode ser até que atrase a ciência ou a evolução em função dos dilemas morais. atrás.

Nós vimos, por exemplo, que o atraso hoje do automóvel autônomo, do carro autônomo, tem a ver com o dilema moral, porque você tem que pré-programar o que aquele automóvel vai tomar de decisão frente a um acidente, quem que vai assumir essa responsabilidade, então a verdade é que você desenvolve uma tecnologia, de repente tem um muro chamado dilema moral, aí a gente fica parado no muro, olhando, tentando pular para ver se enxerga do outro lado do muro. Aí a gente consegue dar uma nova evolução. Nesse momento, o CRISPR e toda essa evolução biológica, ela está com esse muro à frente e a gente não sabe como é que nós vamos pular esse muro.

Pensando nessa questão ética, nessa dimensão, porque, por exemplo, se algo acontece nos Estados Unidos... Ou no Brasil, você tem muita discussão da sociedade, aquele noticiário tem muita discussão. Na China, você tem um controle maior sobre a mídia. A discussão é muito menor.

Então, vocês acham que a evolução nessa parte do CRISPR vira mais, por exemplo, da China do que de outros países? Porque lá esse médico fez isso e nada aconteceu com ele. Inclusive, eles comemoraram depois de o que deu problema, puniram o cara, mas ele está ainda envolvido em pesquisas hoje.

Então, essa questão da China, todo mundo que é da área de tecnologia, e isso que está gerando uma corrida... Todo mundo querendo dar conta, porque lá você não precisa dar conta para a população, não tem problema, você faz o que você quer e você dá os próximos passos. Em 2017, eu estive numa imersão em Israel de startups, e um cara de uma dessas startups falou para mim assim, não é justo, porque a gente aqui tem que discutir tudo. Enquanto isso, a China está me mandando ver e está fazendo os testes todos e está avançando.

Vai acelerando mais rápido. Em 2018, naquele evento que eu falei do Vale do Silício, que foi o primeiro que o Emtech Digital começou a discutir inteligência artificial, a China fez uma tarde em... inteira de palestras.

E eles falaram até 2020 a gente vai ser líder de papers de IA, até 2030 líder mundial em tudo que tem a ver com IA. Eles têm um plano para isso. Antes de 2020 eles já ficaram líderes de papers de publicação no mundo. E 2030, daqui a mais uns seis, cinco, seis anos, a gente deve ter eles a mil, porque eles estão investindo tudo que eles podem ter nessa área.

Outras áreas que não estão tão em voga ainda não é falado, mas provavelmente é a mesma lógica. a gente pra poder avançar, hoje é proibido você não crispiar você colocar qualquer característica que possa ser da geneticamente inclusive tem, você assistiu ao Terer de Carmo no Terer de Carmo você tem as pessoas que são contra você continuar propagando a vida, que elas querem morrer a mesma coisa acontece com o CRISPR tem gente que fala, mas você tá dizendo que eu sou deficiente eu não me sinto deficiente, eu não quero consertar aquilo que eu tenho, aquilo pra mim é o que eu acho que faz parte de mim, aquela discussão que a gente tava tendo como... Então, as discussões são muito complexas, são muito difíceis, envolvem N visões científicas do indivíduo, de direitos humanos, de...

Religiões. Religião. É muito complicado você dar o próximo passo.

Só que o que acontece? Independente da gente querer ou não, é que nem quando o Leonardo da Vinci fazia experiências com os cadáveres para poder... Independente de você querer ou não, isso em paralelo. Está acontecendo e está avançando.

Mas eu acho muito bom a gente discutir, porque hoje as tecnologias são extremamente poderosas e cada vez mais acessíveis. Tem até alguns episódios de série já, há cinco, seis anos, discutindo a gente usando o CRISPR. Porque com o CRISPR você consegue fazer uma droga que mata, por exemplo, um único indivíduo ou uma parte específica da população, uma determinada característica genética. O que acontece?

Então, o criminoso lá fazia isso. Os caras do FBI não eram preparados para conseguir entender o que esse cara estava fazendo. Tiveram que pegar a consultoria de biólogos para ver como uma pessoa, no dia a dia, conseguia criar uma arma biológica nesse grau.

Então, é disso que a gente está falando. Está disponível em algum grau, mas parecido com o que a IA estava antes. Tinha gente que fazia deepfake?

Tinha. Tinha gente que já utilizava? Tinha.

Mas eram pessoas que eram mais nichadas, programadores, pessoas da área, técnicas. Com o CRISPR igual, daqui a pouquinho ele vira para um grau que todo mundo pode acessar. E aí como é que faz?

Se não tiver um acordo social, a gente tem riscos. Novamente falando de acontecimentos ou consequências de segunda onda, a globalização, evidente que foi boa sobre muitos aspectos econômicos, de produção, passar as fábricas no lugar, dar muito mais otimização, mas tem um aspecto que é o seguinte, colocou frente a frente... A democracia e a autocracia.

Na democracia, as coisas evoluem mais lentamente e mais seguras. Isso, melhor. Na autocracia, as coisas acontecem mais rápido e com mais riscos. Riscos no sentido positivo e negativo. A gente fala risco, parece que é ruim.

Não, às vezes. Riscos no sentido de ir mais rápido. Como é que você aí faz uma carta... Pedindo para parar por seis meses.

Tinha que combinar com a China, porque como é que a China faz isso? Combinar com os russos, como a gente diz literalmente. Ou é um pouco de inocência, ou é um pouco, como ela falou, de uma mensagem que reverbere, ou é os incumbentes atrasados tentando retardar os adiantados.

Não tem uma quarta explicação. Ou o misto dos três. Porque o Alexa...

Faz 10 anos que eu tenho em casa, continuo falando a mesma coisa, ou seja, é claro que o Jeff Bezos fala, se pudesse parar uns 6 meses para fazer um upgrade, era bom. Então, eu acredito que realmente o dilema moral... em democracias é muito mais escancarado do que o dilema moral em países autocráticos.

Portanto, num momento de evolução muito rápida, talvez a autocracia tenha uma vantagem de velocidade e um risco muito maior. Só que aí, por globalização, o risco é maior para todos nós. Exatamente. Tem um documentário chamado Colded Bias, que é bem interessante.

As pesquisadoras... Está na Netflix. As pesquisadoras... as pesquisadoras analisam os vieses dos algoritmos. E aí a gente fala muito da China, porque a China tem aquele algoritmo social que você avalia tudo.

E a gente acha isso ruim. Mas aí, quando ela entrevista os chineses, os chineses falam assim, bom, eu sei que o governo está fazendo isso para saber se eu confio ou não confio no outro. E eu fico mais segura quando estou vendo as avaliações dos outros. Quando a gente está no Ocidente, é o que as pesquisadoras falam, você está sendo avaliado também. Você tem vários scores em vários sistemas.

Só que você não sabe, não é transparente para você, você sofre consequências com relação a isso, é um viés codificado. Então, se você for olhar quem está lá, quem está aqui, a percepção que a pessoa tem de estar mais escancarado ou não, o que a gente fala é que a gente não pode avançar na privacidade. Mas privacidade é um conceito que os índios não se importam de compartilhar tudo. É aquilo que você está disposto a revelar o tempo todo.

Isso varia de cultura para cultura, mas o conceito de aquilo que eu não estou disposto a revelar... a cultura permeia, ou deixa aquilo que você não deixa permear, você teria que ter o direito de manter. Então, varia.

A percepção deles é que está tudo certo. Desde que você melhore a minha vida, posso confiar no cara que está aqui do meu lado, porque ele vai pagar a conta se eu der dinheiro para ele. É ótimo.

É, o social score está fazendo aquilo que a gente comentou, de dar vantagens para quem tem pontos muito grandes. Você tem sala VIP no aeroporto para quem tem pontuação alta. Você pagou a conta certinho. Você tem desconto num monte de produtos, um processo de gamificação da relação, porque você é um bom cidadão. Por exemplo, a pessoa que compra fralda, imediatamente aumenta os pontos dele, porque é sinal que é um pai responsável.

Uma pessoa que compra remédio de depressão, cai o ponto. Até o ranking dos seus amigos no Instagram tem... Afeta o seu ranking, ou seja, quem você segue diz quem você é. E é claro que isso é perigoso. Evidente que é um cerceamento da liberdade individual.

Evidente que eu me sinto como um Big Brother me olhando o tempo inteiro. É verdade. Por outro lado, não tem crime.

A questão que a sociedade tem que decidir é eu prefiro ser observado e ter mais segurança ou eu prefiro viver com menos segurança e mais privativamente. Essa é uma decisão que a sociedade tem que tomar. Num país democrático, a sociedade decide. Num país autocrático, alguém decide. E aí quem curte a decisão ganha mais pontos.

É isso, exato. Quem curte a foto do Xi Jinping, escolha o social maior. Mas é complicado discutir sobre sociedade chinesa. Uma vez eu vi um chinês falando isso. Ele falou, vocês não entendem a gente.

Isso, não entendem a verdade. Nós somos praticamente todos da mesma etnia, 90%. A gente fala o mesmo idioma há 6 mil anos. Eu posso pegar e ler Sun Tzu no original.

Vocês não têm isso no ocidente. Ele falou, é uma cultura totalmente diferente. Então, é complicado. Mas eu enxergo que eles têm uma vantagem estrutural nessa corrida.

Menos vigilância, mais risco, como vocês falarem. Risco pode ser uma parcela inesperada de ganho ou não. Pode ser um risco que vai pegar para todos nós depois.

Bom, esse episódio dá para ficar o dia inteiro discutindo isso. Porque são assuntos muito amplos. E se fizer um outro daqui a quatro meses, muda. Porque já tem novidades no horizonte.

Mas vamos encerrar por aqui, né, Boludinha? Muito bom. Mais alguma coisa? Não, queria agradecer a presença de vocês, sempre muito bom. Eu sempre fico aqui com os olhinhos brilhando assim, meu Deus do céu, depois eu vou assistir de novo.

E a gente pode encontrar vocês aonde? Pode falar dos livros, né? Você esqueceu o seu livro.

Rede social, empresas, tudo. Divulguem aí, pessoal. O meu é fácil. O meu site é marta.th.com.br Tem todos os links lá.

Em todas as mídias sociais é marta.th.gabriel que é o meu nome. E os livros tem na Amazon, tem nos links lá, fique à vontade. Gente, meus livros são ótimos, tá? Hashtag FicaGix. Muito bom.

E você, Walter? Bom, eu até por idade tão provecta, eu boto a Walter Longo em qualquer rede social. Isso que acha, gente.

E você me acha como Walter Longo, porque eu fui um dos primeiros, né? Com exceção do TikTok, que eu não... Eu estou lá dentro, mas eu não posto nada por enquanto.

Ah, achei que você estava dançando lá. e livros, claro, a mesma coisa que a Marta nas melhores livrarias do ramo né, a gente fala nas melhores lojas do ramo a gente encontra e vocês encontram a gente aqui toda semana semanalmente, né, um episódio novo, então curtam o vídeo se inscrevam no canal pra receber os nossos episódios e vocês também me encontram no arroba maluperine lá no instagram sempre vocês me encontram no instagram bruno__perine no canal do youtube você mais rico, tem vídeo toda segunda quarta quarta e sábado, e aqui no Podcast Sócios. Para quem nos assistiu, nosso muito obrigado pela audiência.

Aos convidados, muito obrigado pela presença. Espero que retornem mais vezes. E é isso, gente.

Um grande abraço e até a próxima. Beijos. Chegou a hora de escolher, Nil. Pílula azul ou pílula vermelha? Você pode me explicar de novo?

Se você tomar a pílula vermelha, eu vou te tirar da Matrix, desse mundo de ilusão, onde as pessoas pensam que conseguem se aposentar com qualidade pela INSS, que dá pra ganhar 3% ao mês sem correr risco, ou que elas podem multiplicar o dinheiro com a pós-esportiva. Você vai entrar no mundo real, onde vai ter que estudar pra investir o seu dinheiro, mas a recompensa virá a longo prazo. Ou você pode tomar essa azulzinha aqui, continuar a nossa vida como ela está, Quebrado, endividado e vivendo pra sempre duro. O duro é garantido?

Não é essa azul aqui não. É essa aqui. É duro só nas finanças, não tem benefício.

Então eu vou na vermelha. Ótima escolha, Nil. Eu vou ser teu guia nessa jornada.

E para você que está aí em casa e quiser sua pílula vermelha também, eu tenho um convite para te fazer. Entre agora na turma do Viver de Renda. Lá você vai aprender a proteger e multiplicar o seu patrimônio, investindo de maneira diversificada entre ativos, moedas e até países.

Tudo isso com uma equipe de suporte que responde 100% das dúvidas do aluno. Para fazer parte, é só tocar no botão Saiba Mais. Te vejo no Viver de Renda. Música