A Antártida, o inóspito continente gelado no Polo Sul. Um dos lugares mais extremos e fascinantes do nosso planeta. Diferente do seu contraparte do norte, a Antártida esconde sob seu gelo um vasto continente repleto de segredos e belezas naturais. O nome "Antártida" deriva do fato de ser o oposto do Ártico, o "anti-Ártico". Vale mencionar que tanto "Antártida" com D quanto "Antártica" com C são termos corretos. Superadas as questões de nomenclatura, vamos agora embarcar em uma jornada para desvendar o passado e o futuro deste lugar, cujas riquezas e enigmas têm atraído exploradores por décadas. Antártida, a fronteira final. Estas são as viagens dos navios da humanidade em uma missão de décadas: explorar um novo mundo estranho, pesquisar novas formas de vida e ir audaciosamente onde ninguém jamais esteve. Como descobriram a Antártida? O que tem de tão importante lá? E por que ele poderá ser palco para uma grande disputa no futuro? Como descobrir tudo isso agora. (Vinheta) A Antártida é o único continente que não possui povos nativos. Você já parou para pensar nisso? Quando as primeiras embarcações chegaram no polo sul, não havia nenhum ser humano por lá e também nenhum registro de povos nativos do passado. Então, podemos falar que a Antártida foi descoberta recentemente. Os primeiros exploradores que temos registro de terem chegado lá, de fato, foram os pioneiros no continente gelado. Agora, quem foram eles? Aí já uma pergunta mais complexa. Capítulo 1: OS PRIMEIROS Nos textos da Grécia Antiga já havia registros sobre uma chamada Terra Australis, um continente fictício no polo sul que se tornou comum em mapas europeus entre os séculos quinze e dezoito, um período que compreendeu as grandes navegações. Inclusive, a explicação para sua existência é uma das mais curiosas: equilibrar o peso de Europa, Ásia e África, os continentes até ali conhecidos. Mas quem descobriu a Antártida? Provavelmente você pensaria nos grandes navegadores europeus, mas há quem diga que os povos Aush da Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul, tenham sido os primeiros, carregando relatos sobre um país do gelo em sua herança cultural. Entretanto, não há registros físicos de sua passagem por lá. Já os povos maori, na Oceania, possuem registros com a Antártida, cerca de mil e trezentos anos antes das expedições europeias. Dentre as descobertas já bem documentadas, talvez as mais antigas sejam de uma expedição russa em vinte e sete de janeiro de mil oitocentos e vinte, e outra britânica que chegou três dias depois da russa, literalmente. Poucos anos depois, expedições norte-americanas e norueguesas também entraram para história ao alcançarem a região. A busca pela Terra Australis mobilizou exploradores de diversos países ainda antes do século dezenove. James Cook chegou a navegar em águas antárticas em mil setecentos e setenta e cinco, mas acabou desistindo antes de alcançar o continente. Tudo sendo feito, é claro, com uma tecnologia muito mais rústica do que temos atualmente. As coisas eram muito mais complicadas. E assim, chegar ao continente era uma coisa; chegar ao Polo Sul era outra completamente diferente. E bem mais perigosa. Muitos correram para serem os primeiros a chegar no extremo sul do planeta. E em mil novecentos e onze, duas equipes duelaram para ver quem chegaria primeiro. Uma equipe era norueguesa, comandada por Roald Amundsen; a outra expedição era britânica, liderada por Robert Falcon Scott. Nesta epopeia, os noruegueses fincaram sua bandeira primeiro no polo sul, pouco menos de um mês antes dos britânicos. E é isso, a Antártida estava conquistada… ou será que não? Capítulo 2: TERRA DE NINGUÉM Para quem achou que a partir da conquista do polo sul o interesse pela Antártida diminuiria, se enganou. Poucos anos depois houve uma expedição para tentar atravessar o continente de costa a costa, mesmo que sem sucesso. E desde então, o polo sul da Terra só receberia outra expedição em mil novecentos e cinquenta e nove. Ainda no final do século dezenove e começo do século vinte, diversas nações realizaram expedições para fins científicos, buscando realizar estudos oceanográficos, biológicos, climáticos e geológicos. Mas nem tudo era aventura, haviam interesses por trás dessas ações. Alguns desses interesses eram mais imediatistas, como as terríveis expedições destinadas a ampliar a caça de baleias e focas. Já outros tinham interesses mais estratégicos e políticos, que ficariam mais evidentes com o passar das décadas. De continente inabitado para habitado, ou quase isso. E digo isso porque, curiosamente, onze pessoas já nasceram na Antártida até hoje. Oito nasceram na base argentina e outros três na base chilena. No caso argentino, o nascimento de Emilio Marcos Palma, em mil novecentos e setenta e oito, não foi por acaso. Foi uma estratégia do então líder argentino, um general em plena ditadura militar, com o intuito de povoar o território antártico. Na ocasião, o ditador chegou a enviar famílias inteiras para lá, na esperança de assegurar o território argentino no continente. Obviamente a ideia não deu certo. Mas isso só nos mostra como tudo no continente gelado envolve muita política. Diante da necessidade de controlar os interesses sobre o continente antártico, tratados foram assinados com intuito de controlar os avanços de diferentes países por lá. O Tratado Antártico de mil novecentos e cinquenta e nove é o mais antigo e emblemático deles. Ele foi assinado pelos países que estavam ativos na Antártida durante aquele período. Devido a complexidade do tema, o tratado só entraria em vigor dois anos depois pelos doze membros signatários. Sete desses países tinham reivindicações territoriais sobre a Antártida. Eu estou falando de Argentina, Chile, Austrália, Nova Zelândia, França, Noruega e Reino Unido. Algumas nações reivindicavam pela proximidade geográfica, outros países se baseavam nas expedições do passado. E além desses, outros países, como o Brasil, iriam aderir o tratado com o passar dos anos. O tratado designou o continente como uma reserva científica, estabelecendo a liberdade de investigação científica e proibindo atividades militares. Dentre suas delimitações máximas estavam que a Antártica deve ser usada apenas para fins pacíficos, deve haver liberdade de investigação científica com resultados disponibilizados livremente. Além disso, nenhuma reivindicação por território será afirmada enquanto o Tratado estiver em vigor. E, bem, o tratado não tem prazo de validade. Depois desse, outros acordos feitos a respeito da preservação ambiental, já que estamos falando de umas das regiões mais intocadas do mundo. Essas normas são necessárias porque, enfim, os primeiros que ali chegaram não tinham propósitos lá muito ecológicos. Eles chegaram lá e queriam caçar tudo que viam pela frente. Em mil novecentos e setenta e dois foi assinada a Convenção para a Conservação das Focas Antárticas, garantindo a liberdade de pesquisa e impedindo qualquer atividade contrária a isso. Já em mil novecentos e oitenta foi assinada a Convenção sobre a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos, para regular a pesca e favorecer a conservação dos recursos marinhos. E, em mil novecentos e noventa e um, foi assinado o famoso Protocolo de Madri, também chamado Protocolo sobre Proteção Ambiental ao Tratado Antártico. Este documento foi de suma importância pra garantir que a Antártida fosse uma reserva natural global. Com isso, foi determinado que qualquer atividade de extração de recursos minerais estava proibida… até dois mil e quarenta e oito. Estamos falando então de um prazo de validade de cinquenta anos depois da data em que o protocolo começou a valer. Isso não foi por acaso: o interesse econômico sobre o continente antártico só aumentava ao longo dos anos. Para adiar possíveis conflitos de interesses, houve uma corrida para criar estes tratados. Mas isso não impediu que muita coisa fosse descoberta por lá... Capítulo 3: CIENTISTAS Antes mesmo da assinatura do Tratado Antártico, iniciativas científicas estavam sendo feitas no continente gelado. Entre mil novecentos e cinquenta e sete e mil novecentos e cinquenta e oito, foi celebrado o Ano Geofísico Internacional. Nesse ano, trinta mil técnicos e cientistas de sessenta e seis nações realizaram pesquisa no polo sul. Nesse período foram construídas novas bases de pesquisa científica, houve lançamento de satélites e atualizações dos conhecimentos da biodiversidade, geologia, hidrologia e geomagnetismo no continente. Até mesmo estudos psicológicos sobre períodos prolongados de isolamento foram realizados e auxiliaram no planejamento de missões espaciais futuras. O sucesso da iniciativa científica do Ano Geofísico Internacional foi responsável pela criação do Tratado da Antártida que falamos há pouco. Mas a pesquisa científica não parou por aí, muito pelo contrário: ela só aumentou! Atualmente existem mais de quarenta bases científicas ativas e permanentes no continente antártico, além de algumas dezenas de estações nas ilhas ou com operação apenas no verão. Isso faz com que hoje exista uma população vivendo no continente gelado. A população da Antártida gira em torno de mil pessoas durante o inverno e chega a, aproximadamente, quatro mil nos meses mais quentes. Afinal, não é nada fácil passar o inverno todo trabalhando, isolado, por lá: a temperatura pode chegar a menos MENOS SESSENTA graus celsius! No verão a coisa fica bem mais agradável… variando entre DEZ E MENOS QUATRO graus celsius. Aquele friozinho leve e gostoso. O Brasil aderiu ao Tratado da Antártida ainda na década de setenta, criando o Programa Antártico Brasileiro, o PROANTAR. Em oitenta e dois realizou suas primeiras atividades no continente, iniciando sua produção científica no extremo sul do globo. Um dos exemplos é o trabalho realizado pelo professor Jefferson Simões, um dos pioneiros na glaciologia no país. Uma de suas pesquisas consiste na perfuração e retirada de pedaços de gelo da Antártida para que possa ser estudada a variação climática do passado. Mas não é apenas sobre a história e evolução do nosso planeta que a Ciência traz novas descobertas. A Antártida está repleta de riquezas, a sua preservada biodiversidade é um ótimo exemplo. Mas há outro tipo de riqueza que pode despertar a ambição daqueles interessados em itens de valor imediato. Estou falando dos minérios! Capítulo 4: MINERAÇÃO Embaixo de um espesso manto de gelo, há um continente rochoso. E onde há rochas, há minérios que podem alimentar as indústrias do mundo afora. São poucas as coisas ao nosso redor que NÃO dependem de matérias-primas da mineração. Do prato aos talheres do seu jantar, esses materiais são provenientes da geologia que está sob nossos pés. E no continente antártico não seria diferente! Pesquisas geológicas por lá indicaram a existência de reservas de diversos minérios valiosos para nossa produção industrial, entre eles: zinco, urânio, ouro, molibdênio, estanho, cromo, cobre, chumbo e antimônio, entre outros. Para você ter uma ideia dos mistérios do polo sul, um mineral que é raro na Terra e comum em Marte pôde ser encontrado no continente gelado: a jarosita. Mesmo que não seja exemplo de uma commodity valiosa, isso nos demonstra quantos mistérios ainda existem por lá. E todo mundo está de olho nisso! A geologia e as reservas de minérios na Antártida são razoavelmente bem conhecidas e isso não é por acaso. Sempre houveram olhares econômicos interessados nas descobertas do continente gelado. Sem fazer muito esforço, você vai encontrar textos da década de setenta sobre a geologia da Antártida, publicados pelo governo dos Estados Unidos. Desde então, trabalhos científicos de revisão da geologia do continente se tornaram frequentes. É possível encontrar publicações dos Estados Unidos nas décadas de setenta e oitenta discutindo os possíveis depósitos de petróleo e gás natural, carvão, urânio, cromo, cobre, ouro, ferro, molibdênio, metais do grupo da platina e diamantes. Tudo nesse continente gelado. Hoje, esses textos podem parecer de fácil acesso ou obsoletos, algo meio banal. Mas no passado estes relatórios podem ter sido tratados como estratégicos. Mesmo que estejamos falando de uma terra distante que não lhe pertence, uma terra sem dono. Agora qual o potencial de extração de minérios da Antártida? Bom, pra descobrir isso precisamos olhar pra outros lugares. Precisamos olhar pra África, América do Sul, Austrália e a região da Índia. Afinal todos eles possuem um passado em comum. Lembra do Gondwana? Aquele supercontinente que compreendia a parte sul da antiga Pangeia há centenas de milhões de anos? Bem, acontece que a Antártida fazia parte do Gondwana junto com todos os continentes que acabei de mencionar. E, sabendo disso, os cientistas podem correlacionar novas descobertas no continente gelado com aquilo que já é conhecido e explorado nos demais continentes-irmãos do Gondwana. Nesse contexto, reservas antárticas de ferro, carvão mineral, platina, cromo, vanádio, estanho, cobre e ouro poderiam ser comparadas às reservas famosas de outros continentes. Além disso tudo, talvez, as reservas de petróleo sejam ainda melhores reconhecidas nesse continente inóspito. Com intensa pesquisa geofísica, geológica e oceanográfica, em terra e no mar, a busca por petróleo no polo sul se iniciou ainda na década de setenta. Até alguns anos atrás se imaginava que existiam reservas equivalentes a duzentos bilhões de barris de petróleo na Antártida. Um valor bastante significativo e que poderia colocar o continente gelado entre os três países com maiores reservas no mundo. Impressionante né? Quase como se fosse impressionante demais pra ser verdade. E… bom, realmente tinha algo errado. Acontece que essa informação estava equivocada. Um recente estudo russo estimou que as reservas de petróleo na Antártida podem superar os QUINHENTOS BILHÕES de barris de petróleo. Isso é o dobro das reservas de países tradicionais que vivem da exploração do petróleo, como a Arábia Saudita. Então a Antártida não só tinha muito petróleo, ela tinha quantidades ainda mais gigantescas do que se pensava. Mas, até aqui, falamos de recursos naturais conhecidos e de interesse econômico imediato pelas grandes nações do mundo. Podemos falar de outros que podem ser estratégicos para os problemas que ainda poderão surgir no futuro. Capítulo 5: ÁGUA E VIDA Outro recurso em que a Antártida é líder mundial é a água doce. O gelo sobre as rochas do continente é feito de água doce e, em um futuro de emergência climática, ter água doce pode se tornar valiosíssimo! Afinal, ninguém pode viver sem água doce. Se estima que setenta por cento da água doce do mundo esteja lá na Antártida. Agora, como ir buscar um copo de água lá no polo sul? Isso já é um outro problema. Talvez em uma situação de extrema necessidade da nossa sociedade, governos do mundo se voltem para o precioso gelo de lá, buscando soluções logísticas para enviar a água de lá para outros locais do mundo. Mas por enquanto, ainda podemos contar com água potável próximo de nós. Por fim, a biodiversidade também recebe o olhar daqueles que buscam lucro e recursos. Para nós, cientistas e apreciadores da natureza, a conservação da biodiversidade, por si só, já é uma enorme riqueza. Mas empresas químicas, farmacêuticas e de alimentos enxergam a natureza como uma enorme biblioteca, com novos produtos prontos para serem descobertos e levados ao mercado consumidor. Assim, quando um bioma é destruído ou uma espécie é extinta, há uma enorme perda de conhecimento. E nessa perda, as soluções para os problemas do futuro podem ser também perdidas. Com a existência de um continente intocado como a Antártida, há muito para ser descoberto e perdido em termos de biodiversidade. Como falamos no início do vídeo, logo que os primeiros exploradores chegaram no continente gelado, a pesca motivou a cobiça e colocou a sobrevivência dos animais da Antártida em xeque. Da caça de baleias e focas no passado, até o interesse pelo pequeno crustáceo krill nos dias atuais, regulamentações tiveram que ser criadas. Essa é uma tentativa de proteger as populações de animais que vivem no continente. Se não fossem esses tratados, talvez nada daquilo que conhecemos hoje pudesse ter sido descoberto. Teria sido destruído antes disso. Inclusive há tratados que garantem não haver países com direito ao território do continente antártico. Mesmo que alguns deles já tenham reivindicado seu direito no passado, todos estes pedidos estão interrompidos e não podem progredir. Além disso, há também aqueles tratados que garantem que nenhum país possa extrair minérios no território. Mas existe um porém nesse último caso. Como já falamos, o Protocolo ao Tratado da Antártica sobre Proteção do Meio Ambiente, o famoso Protocolo de Madri que trata da proibição da mineração e do gerenciamento das atividades na região, entrou em vigor em noventa e oito e tem duração de cinquenta anos. Ou seja: em dois mil e quarenta e oito ele terá que ser revisado. E isso nos faz pensar sobre o que poderá acontecer. Capítulo 6: CORRIDA PELO OURO Em vinte e quatro anos, a Antártida presenciará uma verdadeira corrida tecnológica e exploratória. E eu não acho que isso seja algo totalmente positivo. Como estará o mundo e as relações entre os países em dois mil e quarenta e oito? Já teremos resolvido nossa dependência do petróleo? Teremos reservas minerais suficientes para suprimir a demanda industrial do futuro? Quais as tecnologias serão predominantes e quais as matérias-primas necessárias? As reservas de água doce serão suficientes? Todas estas questões sobre o futuro da humanidade no planeta Terra passam, direta e indiretamente, pelo futuro do continente antártico. Com possíveis interesses futuros na exploração econômica do polo sul, impactos serão inevitáveis. Se superarmos os entraves logísticos e políticos ao explorar recursos da distante Terra Australis, a Antártida nunca mais será a mesma e estaríamos diante de uma nova corrida do ouro. Justamente em um território sem donos, ou melhor, em que há muita gente interessada em ter o seu pedacinho reconhecido. Além das disputas e conflitos entre nações pelo território, o delicado ecossistema antártico estaria colocado sob pressão. Seja pela movimentação de solo e rocha da extração mineral, pelo risco de contaminação na extração de recursos, por um possível aumento da população humana no continente ou, ainda, um aumento na exploração da pesca... todos esses fatores poderiam ameaçar a vida que lá existe. Isso pode também impactar até mesmo a nossa vida aqui há muitos quilômetros de distância. Afinal, nosso clima é muito dependente da Antártida! Parece um risco muito grande para ser assumido, mas não sabemos como estarão os ânimos da humanidade daqui pra lá. E levando em conta o estado atual do mundo, as crises diplomáticas, guerras, fome e sede, aquecimento global, é difícil olhar para dois mil e quarenta e oito com esperança. As riquezas que abriga, tanto em termos de biodiversidade quanto de recursos minerais, colocam este território gelado no centro de discussões sobre o futuro da humanidade e do planeta. É crucial que os tratados e convenções em vigor continuem sendo respeitados e fortalecidos, garantindo que a exploração seja sempre realizada de forma sustentável e responsável. Assim, poderemos preservar a integridade desse ecossistema único, ao mesmo tempo em que aproveitamos suas contribuições inestimáveis para o conhecimento científico global. A Antártida, em toda sua majestade inóspita, nos lembra constantemente da importância de equilibrar desenvolvimento e conservação, visando um futuro harmonioso para todas as formas de vida na Terra. Mesmo durante a maior corrida pelo ouro da história.