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História do Brasil: Período Pré-Colonial

Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral! Foi seu Cabral! No dia 21 de abril... Não é 22? Ah, é! Bom, olha só, isso aqui não tem nada a ver. Porque, na verdade, a gente hoje vai falar do momento que o Brasil não era nem chamado de Brasil. Sim, América Portuguesa. Entre 1500 e 1530, estas terras ficaram praticamente abandonadas por Portugal. Não havia nenhum projeto de colonização dessas novas terras. E como é que foi isso? Sei não. Vem comigo, que é tempo de estudar. Em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral chega a estas terras, mais especificamente no litoral do Nordeste, depois de mais ou menos 44 dias de viagem. Durante muito tempo, se acreditou que Pedro Álvares Cabral teria chegado aqui por acaso. Hoje, muito pouco se acredita nisso. Os portugueses eram excelentes navegadores, dificilmente desconheceriam a existência de terras nessa parte do mundo. Além disso, em 1494, eles assinam o Tratado de Tordesilhas. Pelo acordo, o Brasil já era posse de Portugal, pelo menos uma parte dele. Então como é que seis anos antes da descoberta, os portugueses se preocupariam em tomar posse de um território que, em tese, nem existia? É mesmo! Entre 1500 e 1530 é o período que se convence a não chamar de período pré-colonial. Esse período se caracteriza pelo desinteresse dos portugueses pelas novas terras da América. Esse desinteresse tem alguns motivos. Vamos a eles. Para começar, os lucros no Oriente eram muito maiores. Lá havia uma estrutura de comércio montada e as especiarias eram vendidas a fortunas na Europa. No Brasil não tinha nenhuma estrutura de comércio montada e não encontraram nenhuma daquelas especiarias que eles já estavam acostumados a comercializar entre o Oriente e o Ocidente. Sendo assim, os portugueses demorariam mais tempo para organizar essa estrutura de comércio. Então, a gente sabe, né? Tempo é dinheiro. Ao contrário da Espanha, que teve a sorte de encontrar quase que imediatamente ouro e prata em suas terras, Portugal ainda levaria quase ou menos 100 anos para fazer essas descobertas por aqui. E mesmo assim, teria que sair do litoral e ir mais para o interior de sua colônia. Naquele momento, pela lógica mercantil, Nada justificava tamanho gasto. É importante que a gente lembre que, apesar desse aparente abandono, Portugal envia para cá expedições. O que são expedições? São grupos de viajantes que eram enviados para cá para explorarem e estudarem as novas terras. Estas expedições se dividiram em dois grupos, as expedições guarda-costas e as expedições exploradoras. As expedições exploradoras, como o nome sugere, eram exatamente para explorar o novo mundo. Os objetivos dessas expedições eram analisar o clima, fazer mapas mais elaborados do litoral e tentar encontrar alguma possível riqueza. Outra função dessas expedições era organizar a exploração do pau-brasil. A primeira delas veio para o nosso território em 1501 e era capitaneada por Gonçalo Coelho. Pau-de-tinta e birapitanga eram nomes pelos quais o pau-brasil era conhecido. Esta árvore era explorada aqui no Brasil, foi a primeira riqueza encontrada aqui. Era muito utilizada no tingimento de tecidos, por isso era valorizada. Os portugueses já conheciam uma espécie dela que vinha das índias. Hoje essa árvore se encontra em extinção. O corte predatório dessa árvore começou no século XVI. Por volta do ano de 1600, já dava sinais de esgotamento. O pau-brasil era cortado e armazenado em feitorias, que eram pequenos armazéns ao longo do litoral. E de lá, eram levados para Portugal. Todo o corte e carregamento das toras de madeira de pau-brasil era feito pelos índios através... através... através... através do escão. Todo o corte... Pois é, vai daí. Tá, vamos lá. Pois é. Daqui mesmo. Isso. Tá. Pois é, todo o corte e carregamento da história de madeira era feito pelos indígenas, através do escambo. O quê? Escambo. O que era isso? Em troca do trabalho indígena, os portugueses davam anzóis, machados, espelhos, objetos de pouco valor para eles, mas para os índios, muito interessantes. E assim, foi a primeira relação de trabalho que os europeus estabeleceram com os nativos do Novo Mundo. Talvez você esteja aí dizendo, nossa, mas os índios eram burros, né? Na verdade, não, gente. Isso daí é uma visão preconceituosa. Vamos pensar? Não era muito mais fácil você pescar usando anzóis? Cortar árvores utilizando machados de metal? Pois é, isso facilitava muito o trabalho indígena no dia a dia e também dava vantagens a ele com relação aos outros povos. Em caso de guerra, por exemplo. Aí você pode se perguntar assim, tudo bem, beleza, mas e os espelhos? Bom, gente, olha só, todo ser humano tem um quê de vaidade. Imagina, o índio ficasse olhando no espelho, era um objeto extremamente diferente, estranho para aquela cultura. Então, aí a utilidade dele. As expedições guarda-costas, como o nome já sugere, eram mandadas para cá para protegerem nosso litoral. Afinal de contas, Inglaterra e França não aceitavam... o Tratado de Tordesilhas. E, vira e mexe, eles estavam tentando invadir territórios de Portugal e Espanha. Pois bem, os franceses, inclusive, traficavam para o Brasil e faziam alianças diretamente com alguns grupos indígenas. Em 1516 e 1526, Cristóvão Jacques capitaneou duas expedições guarda-costas. Pois é, apesar dos esforços destes expedicionários, era muito difícil manter um litoral tão grande bem protegido. Pindorama, como os índios chamavam essas terras, precisava ser colonizada pelos portugueses, sob a pena de que no futuro poderiam perder esse território para potências estrangeiras. Nesse período, basicamente, a ocupação do litoral brasileiro se deu por náufragos, pessoas que seus navios afundavam e vinham parar no litoral brasileiro, e também por degredados. O degredo era uma pena imposta aos infratores. Os degredados eram abandonados nas costas africanas, asiáticas e americanas. Qual era o objetivo? Se misturarem as populações nativas e aprenderem a língua. Seriam, assim, intérpretes dos portugueses no processo de colonização destas áreas. Muitas vezes, estes degredados e náufragos se uniam às indígenas e tinham filhos com elas. A estes filhos chamavam-se mamelucos. Yo, yo! De onde vem o nome América? Vem de América Vespúcio, que viveu entre 1454 e 1512. Ele descobriu que Colombo, ao contrário do que pensava, não tinha chegado às Índias, mas sim ao novo continente, e passou a divulgar essa ideia. O nome América é uma homenagem a ele. Vimos, neste tempo de estudar, que entre 1500 e ocorreu o que a gente chama de período pré-colonial, quando os portugueses não têm muito interesse nas suas terras da América. Vimos que os portugueses, apesar do aparente abandono, mandaram para cá expedições exploratórias e expedições guarda-costas. E a ocupação do litoral, basicamente, nesse período, se deu através dos náufragos e dos degredados. A gente se vê numa outra história. Love you! Cristóvão Jacques capitaneou duas expedições guarda-costas. Bem, capitanear... vem de América Vespúcio, que viveu entre 1454 e 1512. É isso. Fiquei na dúvida.