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Importância da Retórica na História e Suas Transformações

e eu eu agradeço o convite de vocês e evidentemente é um campo extremamente amplo e a minha fala vai ser meramente um pequeno recorte uma pequena intervenção que é passível de correção de discussão de dúvida principalmente de dúvida eu lembro um psicanalista e que é o Jack Lacan que ele disse que é impossível definir o que seja retórica porque todo enunciado já é retórico é né Então nesse sentido eu vamos dizer que nós estamos dentro dela e embora na maior parte das vezes na maior parte das dos usos as pessoas não tenho nem nenhuma consciência a principalmente no mundo burguês que desde o século 18 naturaliza todo o simbólico E então a gente ouve por exemplo alguém na TV dizer olha e sem retórica é quando o enunciado sem retórica e ele é estritamente a retórico Então eu tenho impressão que a gente poderia inicialmente falar alguma coisa sobre a instituição retórica no sentido grego e Latino dela Lembrando que o próprio termo retórica ele se associa a uma família as palavras indo-europeias aonde a gente encontra um radical que é e que a gente encontra em palavras Latina como latinas como correr e de onde vem correr discorrer discurso e o verbo grego Réu que é eu escorro então técnica retórica em grego é técnica de escorrer no discurso técnica de discorrer uma técnica de falar E aí ela foi uma invenção sistematizada desde o século vamos ver quarto antes de Cristo nas cidades Gregas principalmente Atenas e a gente vai encontrar já nesse tempo antes de Cristo uma grande luta de um filósofo que é Platão contra os sofistas gregos que eram Mestres em artes de falar como Protágoras e quer um técnicos na retórica agora o Platão como ele acredita que o único homem que tem o verdadeiro conhecimento é o filósofo ele então desqualificou a retórica como uma cosmética como uma técnica de sofists de homens que são sofistas que falam coisas falsas aquele o pois o filósofo mas eu e como ele decide o filósofo Platônico agora ela ela se transformou numa técnica de falar se a gente lembrar por exemplo que na cidade grega antiga todas as disputas políticas ela se davam em praça pública e elas dependiam então de uma competição para ver quem tinha razão falasse melhor e Então nesse sentido prático um aluno do ar Store do do Platão que o Aristóteles ele tem um sentido muito mais prático que o professor dele então ele foi o primeiro mais ou menos em 340 e tantos antes de Cristo ele escreveu uma técnica retórica uma técnica retórica que é uma técnica de falar aí ele já fez uma espécie de a especificação dos gêneros de discursos que a gente pode fazer e ele pensou por exemplo que politicamente muitas vezes a gente vai em praça pública para deliberar alguma ação em relação ao futuro então ele fez todo uma doutrina sobre um gênero retórico a mente ordenado que é o deliberativo é um gênero em que a gente aprende falar discutindo decisões que a gente vai tomar no futuro ao mesmo tempo ele pensou num segundo gênero que é um gênero que seria usado pelo por juízes ou por promotores ou nos tribunais que é um gênero chamado judicial quando a gente julga o passado e quando a gente avaliou o passado em ter Tá certo errado inocente culpado a quando a gente fala do Futuro A gente propõe temos de bom e mau aquilo que é melhor no futuro aquilo que é pior e é o mesmo tempo ele lembrou que havia um outro gênero um terceiro que é um gênero que Eles correm na superfície das coisas EPI em cima de dente com o dêitico o que demonstra como se tivesse um dedo apontando na superfície das coisas e que o epidítico que significa um gênero em que a gente fala coisas belas ou coisas feias Pois é sobre a beleza ou sobre a feiura agora como os gregos associavam a beleza a estética a moral Então existe também um a moral e uma feiura e uma beleza moral então o Aristóteles já sistematizou o epidítico como um gênero do elogio em que a gente fala bem ou elogia aqueles tipos costurado virtuosos bons papá e ao mesmo tempo esse gênero também como um gênero de acusação o de ataque o até de destruição daqueles tipos humanos que são nocivos e que são feios cacoz como ele diz em grego e então a gente tire então na sistematização da técnica retórica que ele fez em 300 e poucos antes de Cristo Já haveria três grandes gêneros da fala um gênero que trata do passado que eu judicial em que a gente julga em termos de Culpado ou inocente e o gênero que fala do presente em que a gente fala em termos de Belo feio Oi e o gênero que a gente fala do Futuro em termos de bom e mau a esses esses gêneros foram extremamente usados a principalmente nessas idades antigas da cidade grega porque tudo se se decidir em assembleia e praça pública agora em Roma os romanos em latim na medida que Eles imitam muito os gregos a gente tem desde um pouquinho antes de Cristo uma retórica anônima que a gente não sabe quem que fez mais ou menos em 80 antes de Cristo uma retórica para herênio alguém escreveu por um personagem chamado herênio uma retórica e ela imita o Aristóteles é uma imitação do Aristóteles mas adaptado ao bom senso ao senso comum romano o povo extremamente prático Diferentemente do grego e ainda antes de Cristo o Marco Túlio Cícero o Cícero ele ficou famoso no senado pelos pela sua oratória Oi e ele escreveu vários tratados de retórica sobre técnicas da fala que foram imitados e circularam muito agora no século 11 da era Cristã no século um da nossa era um outro retorno que é Quintiliano o que empilhando em Roma ele sistematizou a retórica para Irene e as coisas do Cícero associando as coisas do Aristóteles e ele escreveu uma livro chamado institution oratória e ele chamou de instituição que a ideia de que é algo instituído socialmente como um pacto entre homens e uma instituição que ele assim como o tribunal de justiça é uma instituição assim como o Senado romano é uma instituição assim também como um círculo em que a gente e a Cristão para Leão comer é uma instituição a instituição retórica então desde o início ela foi uma instituição e ela foi ensinada na escola Romana para as crianças Então ela foi uma disciplina que acompanhava A O trivium nutrivel E ela também acompanhava o quadrilho as ciências as 7 disciplinas que formavam vamos é um homem culto agora na chamada Idade Média latina na Europa houve muitos tratados que rede tavam continuamente o Quintiliano e o ar história Quintiliano Aristóteles mas já numa chave Cristã Oi e a a instituição continua extremamente ativa com uma técnica de produzir discursos muitas vezes competindo com a poética porque a poética como não ele só se ela era uma técnica de fazer de fazer o poema poieni em greve a fazer agora a retórica era uma técnica de falar então o orador aprendi a falar o juiz aprender a falar o advogado aprender a falar agora o poets o poeta ele aprende a fazer agora com o tempo as duas técnicas foram se se juntando na medida se a gente pensar que a maior parte da poesia antiga ela não era escrita mas ela era oral então ficava suposto também que o poeta Devia saber falar bem e portanto ele devia conhecer as técnicas retóricas para fazer um bom poema que ser e moralizado falado agora É nesse sentido a gente também vai perceber que assim como havia gêneros para falar e também gêneros poéticos para escrever a um poema e logo já entre os romanos e começou a seguir por exemplo um Horácio a ideia de que o inspector a poesia quer dizer a pintura a poesia é como a pintura então a ideia de que havia também uma retórica das Artes que a gente chama plásticas e que então procedimentos retóricos que um orador o uso em praça pública para fazer o retrato de um facínora de um bandido de Um Ladrão por exemplo o Cícero quando ele fala contra o Catarina ele começa até quando catilina abusarás da nossa paciência e desejando que o catirina morra desejando pior por Caterina porque ela é um inimigo da República Romana a ideia também que se eu sou um pintor eu vou fazer um retrato e que tem um azteq é o orador usa elas podem ser transferidas também para o desenho e para pintura então a ideia do que Horácio vai sistematizar o inspector a poesia quer dizer a poesia é como a pintura mas a pintura é como a poesia então a ideia por exemplo que o Horácio vai propor que quer dizer a um orador falar alto ou ele fala baixo um orador fala para uma pessoa só o ele fala para uma multidão E um orador fala uma coisa uma vez só o ele repete várias vezes então Horácio disse assim também na pintura existe pinturas que são feitas para serem vistas de perto então o desenhista da pintura ele faz muitos detalhes porque ela é para ser vista de perto assim como um discurso que é feito para ser ouvido uma única vez de muito e agora eu às vezes quando eu falo para uma mutidão e eu tenho que repetir várias vezes então a ideia do do Horácio também existe pinturas que são feitos para a gente ver várias vezes para poder aprender todos os detalhes e ao mesmo tempo a ideia de que às vezes eu falo sinteticamente eu digo uma vez só fazendo uma simples sem necessidade de explicação da mesma maneira o pintor também ele faz uma imagem que a gente vê uma vez só e já tem a totalidade da significação do sentido dela sem ter a necessidade de ver várias vezes Agora se a pintura por limitar a retórica A escultura também emitir a retórica e logo depois ou quase simultaneamente que na música ele como existe uma música que é feita segundo e as circunstâncias a a uma música que a gente toca no casamento Mas é uma música que é fúnebre e a uma música que vai se dançar rapidamente a uma música que vai se dançar lentamente então é de que a música também tem uma técnica de fazer a música que era emular limitava antiga técnica retórica Então já entre os romanos eu diria que todas as artes ela se retores isarho quer dizer a retórica era basicamente a arte do orador de falar em público mas os preceitos dela eles começaram a ser aplicados para as outras Artes e aí se inventou uma retórica da música Uma retórica da pintura uma retórica da escultura uma retórica da arquitetura E é claro e junto com isso se associaram as artes da memória se inventar um artes de memória porque a ideia de que quando eu vou falar eu recorro aquilo que o os gregos chamavam de topos topos o singular top Oi o plural e latinha loucos e o plural Loki que dá loucos communis um lugar comum agora a gente desde o século 18 lugar comum e significado que é banal não tinha significado o lugar-comum era assim elencos listas de coisas que eu devo lembrar quando eu vou falar então Nas artes da memória aqui por escritas antes de Cristo já tem algumas que são romanas mais ou menos hein há 70 antes de Cristo elas ensinavam por um alguém que queria ser orador como guardar todos os topoi os lugares-comuns na cabeça para usar no ato da fala quando ele fosse falar em público então geralmente têm Artes da memória assim eu faço de conta que eu estou chegando numa casa Romana e eu imagino que tenho uma escadaria então quando eu ponho o meu pé no primeiro degrau eu lembro de um lugar um lócus que eu memorizo e o inteiro associou o primeiro que eu vou lembrar ao degrau da casa e aí eu vejo que tem na minha esquerda pois é uma escultura eu vejo que tem a minha direita uma outra escultura Aí eu entro na casa Romana tem o átrio e no atro eu encontrar colunas tem um tanque no meio uma fonte se a cada elemento físico do espaço eles associavam um lugar e então isso formou uma mini Mônica que as artes da memória que vem dos gregos mas que os latinos assim isso permitiu também até o século 18 que tudo isso foi ensinar disso Na Companhia de Jesus a gente imagina poder comum por exemplo Manoel da Nóbrega um Padre António Vieira vem para o Brasil eles não podem trazer a biblioteca e vocês não tem como mas é a biblioteca de Seattle na cabeça porque eles aprenderam no seminário jesuítico essas técnicas latinas e gregas de memorizar tudo eles sabem tudo Decor a textos e terços e terça o Vieira tem sermões que ele diz assim por um momento do videik alcita Santo Agostinho o de trinitate se eu errei a papai e Cita uma frase gigantesca E latim do Santo Agostinho de memória aí ele disse mas agora Felizmente eu lembro que eu não errei porque ele diz efetivamente e ele disse o quê Santo Agostinho disse em latim Exatamente é ele não sei porque ele teve esse treinamento agora a instituição retórica inicialmente era forma instituição oratória depois ela virou a instituição é um fornecimento de técnicas da fala simultaneamente técnicas da escrita para ser falada e depois o modelo da retórica ele foi se associando as outras técnica e as outras técnicas das outras Artes e com o tempo tudo ficou retentorizado tudo e ficou retórico não era mais discurso não era mais língua fala era um técnicas por exemplo da arquitetura a uma retórica da arquitetura a uma retórica da música Uma retórica da pintura uma retórica da escultura etc agora isso até o século 18 a no século 18 quando se inventou eu diria assim basicamente com o iluminismo e quando a Revolução Francesa cortou a cabeça dos Reis o artista ele ficou no mato C o que você havia um Mecenas agora na nova sociedade vamos ver burguesa a se inventou algo que a antiguidade nunca conheceu que é originalidades a Quina até o século 18 anos um autor ele era um autor quando ele se tava autoritas é para fazer um discurso ele tinha que se tá alguém que tinha feito um discurso daquele gênero e alguém que prestasse então por exemplo um poeta épico do século 18 imagine por exemplo um Basílio da Gama Cláudio Manuel da Costa ele vai fazer um poema épico e limita o Luís Vaz de Camões agora o Luís Vaz de Camões imitou quem Virgílio e o Virgílio imitou Homero bom então essa ideia quer dizer não se admite nenhuma ideia de originalidade não existe a ideia de originalidade que é uma ideia burguesa é a ideia assim dá o tortas então eu devo fazer o meu poema de acordo com autoridades do gênero e as autoridades são aqueles elencos daqueles poetas que se especializaram naquele no épico agora tempo estas líricos tempo esta satíricos tempo reta satíricos pornográficos da Juvenal tempo reta satíricos apenas irônicos o Horácio então eu escolho minhas famílias mas eu tenho que sempre mostrar no meu produto que eu tô fazendo uma imitação da autoridade de um autor de um autor que a excelência daquele gelo agora na sociedade burguesa quer dizer é uma sociedade do indivíduo do individualismo e É verdade que que abandonou a a tradição Ela inventou no século 18 um novo conceito de tempo com o canto e o reggae a ideia agora de que a história avança e que ela avança segundo uma ideia de progresso que vai deixando para trás o passado como algo morto e nesse sentido o artista virou uma espécie assim de ser autônomo sem referência ao passado porque eles tiveram que inventar no começo século 19 uma nova mercadoria que ela mercadoria burguesa que é originalidade quer dizer eu sou mais original que Fulano Então vale mais eu vale mais agora um pouquinho antes a gente vê por exemplo quando é um raio Yohan Sebastian baile vai tocar lá ou Mozart ele vai tocar por serviços pela de salzburg na Áustria ele chega na carruagem com os criados Oi e ele vai comer na cozinha Se derem comida para ele porque pago por empreitada não é o Mozart o gênio Isso é uma invenção do século 19 que inventou o gênio aí a ideia de que tudo que o artista cospe agora é a arte evento originalidade e nesse sentido o passado Ficou algo totalmente arruinado esquecido EA retórica ela como era uma técnica mimética de imitação ela foi identificada a algo que era totalmente negativo para o novo artista o Victor Gol fazer aquela limitamos o martelo nas teorias nos modelos não há regras nem modelos liberou geral cada um por si e o capital contra todos Então nesse sentido quer dizer eu tô falando muito genericamente para tentar situar uma questão e que é e na nossa sociedade burguesa ela é radicalmente ignorante do simbólico ela é movida pelo Imaginário o tempo todo e pelo real real é uma legal capital e o tempo todo Imaginário quer dizer a propaganda e os mitos mas a dimensão simbólica que é justamente a dimensão que dá forma a toda a a sociedade mesmo ela é totalmente ignorado a gente vive uma ideologia da natureza e da naturalidade esquecendo que a própria ideia de natureza é uma ideia artificial e que para falar eu necessariamente o uso a palavras enunciadas e argumentos de uma língua que a histórica e que tem uma sintaxe uma gramática que é histórica e que tem Convenções o tempo todo bom e que me já predeterminam Como eu posso falar quer dizer a gente na verdade é mais falado do que fala pela estrutura eu tô falando pela estrutura simbólica mas na sociedade burguesa a gente não pode né se o o político chega presente na propaganda de TV e ele faz a venda do peixe dele é todo um artifício e um puro artifício simbólico sempre foi assim desde os gregos era um artifício mas os gregos sabiam discutir a técnica e dele saber Olha esse Fulano ele passa por filósofo e um sofista ele tá me manipulando Ele não conhece o caminho da Essência colher um platônico é um Aristóteles e ali tá fingindo tá tá agora a gente não tem mais isso a gente se deixa levar Por que até o século 18 havia uma coisa Latina a ideia de que a arte artes é técnica e é uma técnica de produzir artefactos os artefactos são artifícios e artificiais então não havia nenhuma ideia negativa Só podia ser negativo se fosse mal feito agora os românticos ele psicologizar ão todas as artes e eles inventaram a ideia da expressão E com isso eles foram radicalmente Inimigos da retórica evidentemente com uma retórica romântica mas que não se anunciou nunca como retórica quer dizer olha o que eu digo é muito sincero e como se a sinceridade tão é uma forma simbólica e técnica e artificial de se expressar né agora hoje nós e ver uma enorme ignorância do simbólico e por isso é difícil falar disso e a gente ainda tem essa espécie de preconceito tenho preconceito romântica Isso é só retórica e a gente vê o político por exemplo no Senado para desqualificar outro aí se você tá dizendo é só retórica como se a o discurso dele que tá dizendo que a sogra é católica também não fosse o retórico não tem nada fora da retórica você só sei imaginar a dimensão simbólica das práticas que são todos artificiais as práticas humanas porque essa própria ideia também de dividir o tempo em períodos uma ideia regaliana né e é uma ideia assim que o tempo avança com a ideia burguesa o ingresso Então a gente tem que classificar aquele a antiguidade eu não sei onde ela começa ela é assírio babilônica é indo grega egípcia Latina Depois tem uma idade média que tem Mil Anos e depois tem algo que é um renascimento que dura uns 150 200 Depois tem um Barroco que é mais breve Zinho o neoclássico com romantismo Realismo simbolismo modernismo e acabou né que é uma ideia burguesa de uma de um tempo progressivo que é uma ideia reguilha na depois adaptada no Marxismo com a ideia de dialética de contradição mas que tem um fundamento romântico e que é uma grande na minha opinião grande ignorância de todo um enorme passado que houve e que não é ocidental só que eu passado oriental também que a gente não sabe o que é a Índia a Pérsia o Irã a sociedade chinesa japonesa coreana né o mundo o Islão todos e a gente não sabe nada disso a não ser esses estereótipos a retórica tem tudo né Embora ela seja hoje uma retórica inconsciente uma retórica inconsciente ela ficou reduzida também porque à medida que o Corpus dela que era monstruoso a gente pensar o Aristóteles o Cícero depois toda a chamada a idade média por exemplo chamados medievais e depois tudo que vem no século 15 e 16 ainda no 17 tudo de repente foi-se esquecendo e sobrou a nas gramáticas hoje na escola no secundário os os estudantes estudam tropos e figuras figuras de linguagem a gente aprenda e o Roma e a corrupção reduziu tudo a duas a metáfora que é ser meu Oi e a metonímia que é contiguidade parte pelo todo o todo pela parte EA retórica inteira todo grande armação do antiga virou metáfora metonímia os dois polos da linguagem que o amoníaco absolutamente Trabalhou muito bem com isso e que outros autores trabalharam mas foi uma redução crescente e hoje eu acho que nem isso metáfora metonímia Alguns semióticos ainda fala um disso né Mas eu sempre são que nem isso se estuda mais quer dizer estudantes acho que hoje eles têm ideia do que seja uma metáfora e quando era professora A ideia era discutir as práticas artísticas segundo os seus próprios pressupostos né então fazer uma espécie de uma arqueologia das práticas fica catando o osso acender de prática né é de ficar discutindo os preceitos os tratados Eu Fiz muito isso quando eu ia Minas Gerais da aula nesse curso e se chamava estética do Barroco eu falava mais o o baumgarten não não viveu no século 17 né é que estética eu não tenho estética nenhuma o inventor do termo estética o cara do 18 não tem estética nenhuma século 17 deve ser discutir segundo os critérios dele então eu levava documento e levava tratados e alguns alunos que estudavam o Barroco lá em Ouro Preto eles iam ver segundo as próprias práticas então a gente uma dupla uma dupla intervenção era sempre essa ideia de tentar especificar o que uma determinada prática hoje entende quando fala isso é retórica bom e depois historicizar o conceito e quando a gente estuda uma determinada prática passada em que a instituição retórica era totalmente atuantes então a gente chegava sempre a dois conceitos de retórica quer dizer um conceito histórico em que aquilo é uma técnica que está operante e o conceito feito depois e que é reproduzido nos manuais hoje é e que reproduzem o idealismo alemão reproduzi Carter reproduza reggae e que é um sisteminha assim de classificação exterior ao objeto porque nos usos antigos a gente pode discutir o mal e um bom uso da técnica mas a própria instituição que fornece a técnica ela não é nada negativo era uma instituição se a retórica agora a partir do século 18 o arcabouço todo toda a técnica retórica ela foi jogada fora ela foi desclassificada porque agora se inventou uma nova coisa que a psicologia e ele é tudo que o artista cospe arte essa ideia foi ideia romântica não há regra nem modelos que eu mandei o Victor ligou né é o de couro ou de cor e duplo o Decos e de couro é aquilo em latim se descuide that aquilo que é decente e aquilo que é decente é aquilo que está adequado à situação agora a gente é burguês e com os burgueses a gente associou decência a moral e teu é decente eu falar tal as coisas tá tá tá na frente de senhoras na frente de crianças ou então a gente até em inglês a gente vê filmes norte-americano O cara fala assim Aí eu disse gente quer dizer você sabe só de cueca com o dinheiro ou você tá pelado ou você tá usando roupa e gravata como um bom Senador É isso aí ele disse que quer dizer EA pergunta que a gente entende como decência na verdade ela tem um fundamento antigo que ser você tá segundo o decoro a situação que lateral Decos quer dizer o decoro é uma adequação da minha fala ao conjunto de lugares comuns é daquele gênero que eu tô usando então eu uso latinos chamava ou o decoro' interno quer dizer é a citação de uma autoridade que já fez um discurso antes como o que eu vou fazer agora então de cor interno e ao mesmo tempo eu sei que tem uma adequação do meu discurso ao público para quem eu falo bom então por exemplo a a discurso que eu falo antigamente na igreja a discurso que eu falo em praça pública a discos que são usados no bordel discurso que são usados na câmara municipal da cidade no mercado em cada lugar tem uma adequação então e Geno alto gênero baixo gênero médio então quer dizer a ideia de de coro era sempre uma ideia de adequação mais uma dupla adequação adequação às Convenções do gênero e tem uma adequação técnica e ao mesmo tempo uma adequação pública do objeto que eu tô construindo do discurso que eu faço ao público que está presente bom então por exemplo um de couro na igreja por exemplo E é claro eu não posso usar na igreja o discurso que eu uso no mercado então quer dizer a gente tem tudo pré-estabelecido agora é tão pré-estabelecido que eu devo produzir o efeito de que eu falo sem esforço e que é totalmente natural mas é totalmente artificial é uma afetação modéstia afetada como eles diziam E é claro eu acerto a afetar quer dizer produzir o afeto quando eu a festo alguma coisa eu passo por honesto eu produzi em outro a sensação do neste idade O que é minha mas eles sempre também isso daí o afeto ser aquilo que for substituindo-a na psicologia a gente não tem mais afetos a gente tem sentimentos impulsos e instintos a psicologia pressupõe que é incontrolável e é que os antigos não consigam não conseguiu o inconsciente o inconsciente é uma invenção também uma descoberta moderna e contemporânea né frente um pouquinho antes dele os estudos lado da loucura é mas o inconsciente se fala né nas pessoas ele se fala em nós Você não tem o controle sobre o que você pense sobre o que você disse concorda a gente mais é falado do que fala agora a própria ideia do Sublime né quer dizer e latinha Sublime debaixo da Fronteira holyman E latim é a fronteira o limite e o ablativo Line é no limite Deus Sublime Mini eu estou debaixo do limite bom então a ideia de que cada experiência ela tem um limite que a torna sensível visível audível inteligível e dizível e agora quando a experiência é de uma intensidade intense cima eu perco o controle então eu não vejo o limite e deu fica Sublime eu fico debaixo do limite Oi e o Sublime então e aquilo que que nem Miss Brasil antes de desmaiar não tenho palavras elas falam se agrada desse meu pai minha mãe a rede Globo que o permitiu só oportunidades maiôs Catalina aí ela desmaia porque a emoção é tão intensa Esse é o Sublime ele é o sobrinho agora a todo uma técnica de produzir sobre né eu lembro lá o longe no o perigo ipsos sobre o ricos uso o Sublime e que o froid evidentemente também conhecia o longe no e tudo que né quer dizer quem trabalha com técnicas de interpretação de discursos e às vezes encontra o paciente obtuso que diz eu não quero dizer eu não posso dizer o que eu sinto é invisível bom então o cara tem que fazer uma hipótese o que que é o indizível se eu não posso dizer o que ele é eu não posso defini-lo então ele é é só questões teóricas deve tá físicas eu não sou psicanalista mas eu Suponho que se coloca essa questão e uma teoria disso que também é retórica quer dizer porque a retórica prevê técnicas para produzir dizendo o indizível que eu não tenho palavras eu vou pelo negativo é né Como dizia da unção Ruan entrei onde não soube vi ou que não vi e sentir o que não sente dizer eu eu ouvi o que eu não ouvi viu que eu não vi e sentiu que eu não senti quer dizer você afirmar algo e simultaneamente nega produzindo uma espécie de contradição agora esse curto-circuito ele é o Sublime ele é o invisível e que é uma técnica antiga eu quero usada por exemplo por e por monges que você imagina que você vai para o deserto e você fica com uma pele de cabra comendo gafanhoto e dentro de um buraco e aí você diz assim Deus não é bom deus não é mal Deus é que aquilo que chamava ou fases que é uma técnica que ele é mita usava Santos também usava e negação você vai negando nega nega mas sem parar Deus não é bom deus não é grande e Deus não é excelente Deus não é eterno Deus não é bonito Deus nós número Deus não é feio Deus não é verbo de Deus e vai enumerando umas produzir um pneu o a coisas calmani Padre meu depois algum ter produz um vazio e esse vazio que é Sublime é a presença de Deus caracterizado pela ausência uma metafísica da ausência agora o e o o login no e vários outros depois e se propuseram técnicas retóricas de escrever ou produzir de outros meios efeitos de sublime que é possível mas os gregos Já disseram o Aristóteles dizer aqui quando eu falo eu falo em público eu o político orador ele fala na Ágora ateniense no que o espaço público do mercado no espaço onde se fala publicamente existe um conjunto de opiniões que são tidas como verdades que em grego se chama endoxon endoxon aquilo que é doxa é a boa opinião então o plural é endoxa as boas opiniões Então por um grego é a ideia de que o grego é superior aos bárbaros que são os outros que o homem é melhor que a mulher o que a razão é algo que caracteriza o ser humano que a cidade de Athenas é modelo de civilização para todo o resto do universo e que aquele tipo de e de sociedade fornece também a código sobre o que é justo injusto verdadeiro falso tá bom mal bonito feio então que existe o conjunto de opiniões que são endoxa quizer as opiniões verdadeiras agora quando eu sou o orador e eu vou falar em público eu tenho que reproduzir as opiniões verdadeiras porque senão eu não sou ouvido acho que eu sou um farsante uns Ofício mentiroso então quer dizer o Aristóteles e os gregos eles escreveram todo um sistema de endoxa fazer as opiniões verdadeiras e quem aprendia a técnica retórica para falar decorava o que é endoxon e o que é a boa opinião agora em latim isso que é endoxon foi traduzido por where I see me this is where I do verdadeiro o ao verdadeiro esse Myles semelhantes semelhante ao verdadeiro e daí então deu verocimio e verossimilhança quer dizer aquela qualidade positiva de um bom discurso que reproduz opiniões semelhantes aquilo que aquele grupo humano que aquela sociedade entende por ser verdade então quer dizer a a priori eu não posso falar coisas falsas nem coisas inverossímeis eu devo necessariamente dominar a o sistema das opiniões verdadeiras para atingir o meu bom Então nesse sentido no no ensino de retórica e oratória antigos o aluno o menino ele aprende a desde pequeno aquilo que era o o endoxon de um determinado assunto é claro agora existe um conjunto de opiniões verdadeiras no epidítico no elogio e na censura existe um conjunto de opiniões verdadeiras no judicial naquilo que o juízo da culpa ou da inocência existe um conjunto de opiniões verdadeiras naquilo que a gente de libera quanto ao futuro agora a gente deve dominar o conjunto de opiniões verdadeiras e cada gênero e a gente não pode misturar se a gente mistura a gente produz confusão nos modos de falar e então a verossimilhança também é um dos códigos sociais que determinam o que é verdadeiro O que é falso agora você concorda que tem uma verdade científica a mulher José de Alencar e eu lembro eu usava essa história para explicar a verossimilhança que deram o professor na USP eu tava dando aula para os meninos entender melhor eu lembrava o romance de Alencar O Guarani que o guarani vai buscar no fundo de um abismo é um estojinho onde o bandidão do Guarani loredano jogou Uma pulseirinha que eu dou o Álvaro deixou na janela da Mocinha da Cecília de presente então o peri e desce no fundo do Abismo O Abismo é pior que o Butantã tem cobra de todo tipo tá tá e o Alencar para justificar para o leitor é porque ele não é picantes Peri imitou o canto da Acauã Acauã é uma ave brasileira e foi costume aqui no Brasil colonial no império como as famílias viviam na proximidade do campo a cidades é meio agrária sem as famílias tinham Acauã porque se acreditava que o canto da Cauã como ela come cobra ela espantava as cobras e agora no século 20 os cientistas lá do Butantã ele é monstro as cobras são radicalmente surdas e e as cobras não ouve nenhum som as cobras eram se localiza no espaço por meio de vibrações térmicas que a fosseta nasal delas capta um ratinho entra ela Capitu calor do rato e ela localiza pelo a coisa terno que Mas nenhum som então quer dizer o Zé Alencar 1.850 e pouco o romance era verocimio para nós ele ficou inverossímel porque a nossa verdade sobre as cobras é outra agora tem várias verdades é uma verdade científica até verdade filosófica na verdade moral uma verdade religiosa na verdade política Esse é o ornamento da convenção retórica o Ornato ele faz parte da elocução ele faz sobre uma doutrina sobre a imagem e sobre o ornamento E é claro agora existe dois grandes duas grandes Vertentes antigas que vem dos gregos que a ideia de um estilo que é ático que é ateniense e que ele é simples Claro objetivo em ordem direta e ele pode ser elevado trágico Sublime e grandioso mas ele é sempre assim ele é simples Claro objetivo e o ar direta e sem ornamento existe um outro estilo que vem também da atividade que é o asiático e o asiático que se opõe o ático e o asiático é confuso acumulado exagerado com excesso de Ornato super acumulado os dois então coisa still agora no século 17 várias correntes na na arquitetura e na escultura na pintura começaram a se dedicar a Ornato a ornamento então começaram a produzir efeitos de acúmulo do ornamento então a ideia de que isso ficou asiático excessivamente agora quando chegou o YouTube os artistas chamados neoclássicos que estão dizendo que eles estão recuperando os verdadeiros autores que foram atticus que não foram asiáticos e que por isso tinha o bom-senso e bom-gosto e eles criticam essa afetação e eles inventam o Barroco o Barroco é mau gosto o Barroco é excesso o Barroco é confuso o Barroco é jogo de palavras e isso que a gente hoje chama o Barroco se a gente pensar historicamente é apenas o asiático é um dos estilos possíveis que se especializa no no acúmulo entendi mas que depois foi desqualificado por uma outra corrente que dizia não nós gostamos das coisas Claras e distintas nós somos cartesianos é claro mas aqueles artistas lá ditos de barrocos e estavam de um bom a cor uma agência gente é gongora se a gente aqui é devido a gente pode usar Barroco acho que você pode usar mas desde que a gente critique a a universalização Idealista e romântica positivista regaliana em que o uso aparece quer dizer que geralmente é o uso romântico da categoria Barroca então universaliza valores românticos agora é preciso lembrar que isso que a gente foi o Barroco é anterior ao romantismo entendo não pode ser reduzido a uma leitura romântica então A ideia é por meio de uma espécie de arqueologia a gente vai cavar as ruínas para descobrir como aquilo funcionava segunda seus próprias Convenções no seu tempo e lá a gente vai achar essa polêmica entre os átrios e os Asiáticos a ideia que tudo que vem a ânsia que é ateniense ciático é simples Claro puro e elevado agora o que vem da Ásia aquilo que é persa aquilo que é oriental mesmo do Egito aquilo que é chinês aquilo que é indo é acumulado e de mau gosto já lá no século 18 né agora tudo isso tem uma história Então você podia falar isso é Barroco não isso é É eu vi eu vi uma conferência uma vez do Leon cor só vídeos que trabalha com essas coisas Oi e ele disse que ele dizia como que era mesmo era sobre Aleijadinho e ele dizer o Aleijadinho é um Escultor de perga amor ele é pergaminho Oi e aí o leão lembrou que lá naquele Museu perde a mão de Berlim tem uma grande coleção de arte e escudo de esculturas que um Sultão turco deu para o governo alemão no século 19 e são esculturas feitas em dois lugares da Grécia antes de Cristo entre o século 5º e o século terceiro antes de Cristo e em pérgamo e Mileto é E essas esculturas elas contrariam uma coisa grega que a ideia de uma forma Ática pura porque elas fazem o seguinte elas fazem o corpo e posições patéticas do é gênero do estilo Sublime patético então por exemplo Amazona que tá lutando contra o Centauro que a cena é essa Amazona acabou de receber a lança do Centauro que tá furando a garganta dela ela grita e o cabelo dela fica desgrenhado no mármore e ao mesmo tempo ela com a espada ela fura barriga do cavalo que eu Centauro que dá um grito de dor Então tá tudo isso ali em pérgamo agora o o leão mostrou o seguinte que essas esse esses mármores de pérgamo é de Mileto que foram para Alemanha e eles começaram a ser copiados por pintores e escultores poloneses e alemães do século 17 bom e que se desenvolveu nas cidades do sul da Alemanha um todo uma indústria de produção de santinhos de santinhos da igreja que imitava as coisas que estavam do perde a mão as coisas de Mileto e pérgamo gregas que estavam na Alemanha agora esses santinhos Eles foram levados no século 18 oleoso rastreou tudo isso para o norte de Portugal para Braga principalmente e quase noventa porcento da população que veio para Minas coloniza Minas era urgente de Braga bom e que levavam os santinhos que imitam os mármores de Mileto e de pérgamo para Minas e então ali em Minas um artesão mulato chamado Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho ele quando faz esculturas no mármore e limitava o santinhos alemães faz a sentir os alemães reproduziu o chamado Barroco de Praga porque o pessoal de praga na Tchecoslováquia tinha imitado isso agora imitavam uma escultura grega de Mileto e perde amor do século 5º até o século terceiro antes de Cristo então o Leon na conferência aquele fez e Ouro Preto e diz assim o Aleijadinho que vocês dizem que é Barroco não é Barroco ele é um artista pergaminho ele o artista se perg e ele então eu lembrava muito bem que se a gente reconst E as cadeias históricas da apropriação de modelos culturais a gente para de falar algumas abobrinhas porque aqui avance Aleijadinho era leproso entrega expressa sua angústia Pode até ser É mas o Aleijadinho artista Barroco veja o padre ejamento dele eh rígido mas o corpo tá numa posição teatral super dramática a posição dramática EA posição grega e pegam né nessa chave que olhão propunha que é muito verossímel porque ela é materialmente documentada quer dizer aquelas aquelas gravuras Aquelas imagens chegar em Minas tem essa procedência e foram imitados Então nesse sentido que Barroco é esse né num Barroco de perto você gente quiser dizer