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Filosofia Moral (4/6) - Ética Helênica e Moral Cristã

Esse é o clima da aula de hoje, ó. Eu quero uma vida boa, eu quero uma vida moderada. E pra falar dessa vida boa, dessa vida moderada, é mais uma aula de filosofia. É contigo, pessoas do bem.

Hoje é dia de vida tranquila, hoje é dia de filosofia. Toca a vinheta! Música Hoje a nossa aula é sobre ética no período helênico. E nós vamos tentar entender um pouquinho como é que essa função da chamada vida moderada, vida tranquila, ou como os gregos tinham a palavra ataraxia, o sentido que essa palavra tinha para a filosofia. Então, fica ligado que algumas dicas serão bem importantes nesse processo.

Meus amados queridos, hoje essa aula vai se dedicar a falar um pouco sobre os prazeres. Os prazeres mais moderados, os prazeres menos moderados. Bom, quem vem acompanhando nesses últimos dias as nossas videoaulas, deve ter percebido que a gente está seguindo uma sequência lógica dentro da filosofia.

A gente trabalhou o que é ética e moral, depois a gente trabalha o que é ética grega, a ética para o mundo grego. E hoje a gente quer falar sobre um processo de transição, queridão. Transição. A saída do mundo grego... e a chegada no mundo helênico.

Esse período de transição a gente chama de período helênico. E tu acredita que esse período já apareceu algumas vezes na prova do Enem? Uma das questões mais polêmicas do Enem perguntava o que é a chamada ética epicurista.

Então isso é um processo importante dentro desse momento da história da filosofia. E eu quero te dar algumas dicas sobre isso. O mundo grego...

Ele vem vivendo momentos de grande transição. Grande transição. Nós tínhamos a figura da polis, da cidade, do homem que se identificava com o mundo social.

Tu lembra daquela aula anterior sobre Grécia, que a gente dizia que o homem virtuoso era o homem político? O homem social? Lembra? Pois então, agora nós estamos vivendo uma época onde a figura...

do Alexandre Magno, atenção, Alexandre Magno é o cara que se desponta no mundo grego. Mano velho, ele é cara, o cara que mais conhece, que mais manja do mundo grego. E esse cara começa a provocar uma mudança no perfil e no comportamento do homem grego.

Aí tu pode me perguntar, mas gordo, que mudança é essa? Alexandre Magno não era tão, tão, tão ingênuo assim. Alguns até diziam que era Alexandra.

Adoro, adoro. É bicha. É bicha.

Mas o Alexandre Magno que a gente conhece, ele mudou o perfil do homem grego. O homem grego sai daquela identidade da polis e ele passa a se reconhecer como um indivíduo na cosmo. Polis, eu agora, eu sou um cidadão do mundo, eu sou um cidadão das Alexandrias. Então essa relação entre o homem e a cidade, ela se perde um pouco. E é aí que surgem as chamadas escolas.

Começa a aparecer em todo o mundo grego, algumas escolas filosóficas que querem trazer para o homem grego um ideal de vida feliz. De vida tranquila, de vida boa... É que quero evitar a fadiga. Essa vida boa, essa vida tranquila, ela é uma vida que os gregos chamavam de ataraxia. É?

Essas palavras difíceis, elas mexem comigo. Elas me incomodam e devem te incomodar também. Por isso que na hora que surge uma palavrinha como essa, É muito importante que tu dê uma grifada, dá uma sublinhada, queridão, dá uma sublinhada, presta atenção.

A taraxia significa o ideal de uma vida boa, de uma vida tranquila, de uma vida feliz, sem incomodações, sem estresse. E aí, cada escola grega tem uma resposta pra essa vida boa, pra essa vida tranquila. A primeira delas é os epicuristas. O Z... Epicuristas são constituídos dentro desse período como os primeiros hedonistas. Essas palavras mais complexas, como epicurismo e hedonismo, são palavras que estão associadas intimamente à ideia de prazer.

Por isso que os epicuristas achavam que o homem deveria buscar o prazer em elementos que fossem mais moderados, mais controlados. Por isso que eles negavam toda e qualquer influência dos deuses, das experiências espirituais ou místicas. Quanto mais moderado, quanto mais controlado, quanto mais racional você for, mais prazer você terá. A segunda escola helênica chama-se estoicismo, ou também chamado de estoico.

Os caras receberam esse nome, queridão, por causa dos estoá, que são os pórticos do mundo grego. Era onde eles se reuniam. E eles tinham um ideal muito interessante, que pra alguns é válido, pra outros nem tanto. Eles acreditavam que a vida feliz, a vida ataráxica, se encontrava na apatia. Nessa situação de total indiferença frente ao mundo.

E essa indiferença estava do não se comprometer. Hoje em dia a gente fala muito daquela expressão, eu lavo as minhas mãos pra isso. Eu não quero me meter.

Os estoicos tinham um pouco desse ideal. A terceira escola helênica é conhecida por uma palavra que faz parte do nosso vocabulário. Cinismo.

E aí tu vai me perguntar assim, Gordo, tem a ver com pessoa cínica? Com pessoa debochada? Não quero que tu compare cinismo, deboche nos dias atuais com cinismo e deboche no mundo grego.

Não faz essa confusão, tá meu amor? Não faz. O cinismo acreditava que a vida feliz, a vida boa, ela estava no total desprendimento das coisas do mundo.

Não estavam apegados a riquezas ou bens materiais. Quanto mais a alma fosse livre, mais prazer ele sentia. Então, algumas convenções sociais eram até questionadas pelos cínicos. Um exemplo disso era Diógenes de Laércio.

Esse rapaz que tá aqui era um dos homens mais ricos da Grécia. Ele era meio o rei do camarote daquela época, tá? Só pra te poder entender o que acontecia naquele mundo, naquela situação. E o cara chegou num determinado momento e resolveu abandonar tudo o que tinha e foi viver dentro de um barril, pelado, com uma lanterna, e ele se aproximava das pessoas na tentativa de procurar um homem que fosse genuinamente verdadeiro. Uma vez, Alexandre Magno...

O grande Alexandre Magno se aproximou bem na frente dele e disse O que eu posso fazer por você sair da frente do meu sol? Falar de cinismo na Grécia, no período helênico, não é falar de deboche ou de ironia. É falar de uma postura autônoma, de uma postura livre, de uma postura de despreendimento em relação ao mundo.

As regras, as normas, aos valores e até mesmo, queridão, as convenções. Queridão, olha só, em alguns autores é muito comum citar dentro do período helênico uma escola conhecida como ceticismo ou também chamado ceticismo de pirro. Não é tão comum assim a gente encontrar em questões de vestibular, mas pode aparecer, então tem que ficar ligado.

A palavra cético tem a ver com questionar, se perguntar, colocar-se numa postura de dúvida constante. Então o ceticismo está associado à ideia de que o prazer não vem da indiferença, o prazer não vem da moderação, o prazer vem da dúvida. Eu me coloco numa postura de dúvida. como mecanismo de defesa.

Eu, ao invés de assumir uma verdade, eu prefiro perguntar por que tem que ser assim? Eu passo a questionar tudo que me circunda. Se tu assistiu o filme Matrix, tu deve lembrar que a primeira parte do filme ela tá toda relacionada a essa postura de se perguntar o que é real e o que não é real. Essa é uma postura cética para a filosofia. Bem-vindo ao mundo real.

Pessoal que vem me acompanhando aí pelas redes sociais... Vem acompanhando o Mundo Edu nas suas primeiras gravações, já sabe de uma historinha, que durante o meu passado eu fui seminarista da Igreja Católica. Eu tenho um vínculo religioso muito forte na minha vida. E eu quero conversar contigo agora, nessa segunda parte da aula, sobre como que a moral, ela se construiu no mundo cristão.

Então eu quero conversar sobre moral cristã e fazer com que tu entenda. a diferença entre a moral helênica e a moral cristã. Quando a gente começa a falar sobre o mundo cristão, as aulas de história devem nos ajudar e muito nessa hora. Vale muito a pena tu assistir uma aula de Idade Média do Bussunda. Vai lá e dá uma boa revisada nesse conteúdo, porque isso vai nos ajudar agora a construir essa ideia do que seria uma moral cristã.

A moral cristã... ela tem uma característica muito peculiar, ela é salvífica. A partir de agora, na filosofia, nós não somos mais virtuosos por causa da cidade.

Nós não somos mais virtuosos por causa do prazer. Nós não somos mais virtuosos por causa de algum motivo. No mundo cristão, eu sou um homem virtuoso.

Porque eu quero que a minha alma seja salva. Eu sou virtuoso para que depois da minha morte, eu possa ser conduzido à vida eterna. E o cristianismo, durante esse período da história que vocês chamam de Idade Média, ele construiu um modelo de comportamento moral. Quem são os homens que serão conduzidos à vida eterna? para a moral cristã.

Aqueles que, segundo a doutrina cristã, se afastarem do pecado. Essa palavra pecado lembra muito a ideia de sete pecados ou pecado original. O que seria um pecado?

Pecados seriam aquelas coisas que nós devemos evitar, segundo o que diz a moral cristã. A gula é um pecado. A inveja é um pecado.

A avareza é um pecado. Desejar a mulher do próximo enquanto o próximo estiver próximo é um pecado. Então, pecado é tudo aquilo que é imoral aos olhos da igreja. Esse período da Idade Média é um período muito marcado pela ideia de que o homem deve sofrer na Terra para ser salvo no Céu. Por isso que a moral cristã está associada à ideia da...

Bem-aventurança. Quem já ouviu falar na ideia do homem bem-aventurado deve entender um pouquinho do que é virtude no mundo cristão. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os cativos, porque serão libertos.

Essa é a ideia da moral cristã. O homem, ele sai da visão política e ele passa pra visão religiosa. O homem virtuoso para o cristão é aquele que tem fé.

Quanto mais próximo de Deus eu estou, mais virtuoso, mais correto, mais moral eu posso ser. Moralidade está intimamente ligada, nesse período, à fé. E aí, meus amores? E aí, pessoas do bem?

Vocês conseguiram perceber essa infinidade de coisas que nós dissemos? hoje nessa nossa aula. Hoje a gente começou a falar lá da moral helênica, a gente falou de uma vida tranquila, nós começamos no mundo do reggae, do mundo do reggae e a gente foi parar a aula de hoje, queridão.

no mundo cristão, olha, a gente foi lá para o mundo da igreja. Por isso que essas associações, elas são muito importantes na hora da prova. Não estuda filosofia sozinho, pede ajuda para a história, pede ajuda na sociologia, pede ajuda lá na literatura. E tudo que a gente falou durante a aula de hoje, se tu achar legal, coloca na redação, faz uma referência.

na redação, a Dani vai amar, vai amar se tu fizer essas interconexões. Filosofia, redação, história, geografia. Quero deixar um super beijo pra todo mundo, quero deixar claro que no nosso próximo encontro nós ainda vamos reafirmar um pouco mais sobre essas questões da moral e agora, queridão, volta pros teus cadernos e vamos conquistar o topo do Enem.

Um super beijo.