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Crise de 1929 e suas Consequências

Se eu chegar com 10 balinhas pra vender pra um monte de gente que não tem interesse nessas balinhas, se eu quiser vendê-las ainda assim, o que eu vou ter que fazer com o preço dessas balas? Você sabe a resposta, né? Você sabe que eu vou ter que jogar esse preço lá pra baixo. O nome disso é Lei da Oferta e da Procura. E eu vou te mostrar como que entendendo isso você entende a crise de 1929, um assunto extremamente importante pra você que tá fazendo vestibular.

Meu nome é Leandro T... todo mundo aqui na casa me conhece como Biro e eu vou te mostrar como você entende esse tema tão crucial. Olha só!

Música A crise de 29 está no nome, ela aconteceu na década de 20, bem finalmente na década de 20, em 1929, que é nada mais do que um dos anos do chamado período entre guerras, entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Sabe o que é interessante? Até a Primeira Guerra Mundial, muito se fala de Inglaterra como a maior potência do mundo.

Agora, depois desse conflito, quem assume essa posição e segue assim até hoje, são eles, os States, os Estados Unidos da América. Pois é. Os Estados Unidos da América financiaram em grande parte a guerra que a Europa travou, emprestaram muito dinheiro, venderam muitos armamentos e outros produtos, além de terem mandado tropas também. Mas para pra pensar, nenhuma batalha foi travada em território norte-americano, as batalhas foram travadas na Europa, então o continente que foi arrasado pela guerra foi a Europa. Pois é, os Estados Unidos então, eles estão com a faca e o queijo na mão no pós-primeira guerra mundial, no período entre guerras.

Por quê? As indústrias europeias arrasadas pelo conflito, a Europa precisando de um novo modelo de vida. usando como consumir produtos industriais, vai ter que comprar de quem?

Dos Estados Unidos. Assim como o resto do globo terrestre também vai ter que comprar dos Estados Unidos. Então assim, a gente entende como que os Estados Unidos, ao final da Primeira Guerra Mundial, se tornaram a economia mais potente do planeta Terra. E assim, a gente também entende o que é o chamado American Way of Life, o estilo de vida americano. Já parou pra pensar que o americano tem uma coisa muito assim com o consumo?

É muito consumista a sociedade norte-americana, né? Pois é. Claro, no final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos vendendo, vendendo, vendendo, e prosperando, e prosperando, e prosperando, o governo norte-americano entende o seguinte.

Cara, norte-americano, compre bastante da nossa própria indústria, aproveite que você está prosperando e suma o seu padrão de consumo, porque assim você vai estar ajudando a girar a economia norte-americana, vai estar dando lucro para o produtor, o produtor vai produzir mais, vai melhorar a tecnologia dele, e a gente vai crescer, e crescer, e crescer. Tudo eram maravilhas, a Europa dependendo do... dos Estados Unidos, tendo que consumir das suas exportações, o próprio cidadão norte-americano prosperando muito.

Agora, sabe um negócio interessante? Sabe como é que o governo norte-americano fez para o cidadão norte-americano começar a ter contato com esse negócio de bolsa de valores? Lá na Primeira Guerra Mundial, o governo norte-americano, quando mandou tropas para a Europa, ele precisou levantar dinheiro.

Só que não dava para pegar dinheiro emprestado, porque vai pegar dinheiro emprestado com a Europa? A Europa já estava na guerra, não ia emprestar. Então o governo entendeu o seguinte. Por que o próprio norte-americano não financia a guerra que os Estados Unidos vão travar lá na Europa?

Então assim eles começaram a vender o que a gente chama de títulos da dívida pública. É como se você comprasse uma ação de uma empresa, que nada mais é do que uma pequena porcentagem de uma empresa, se essa empresa... crescer o seu valor investido cresce junto com ela proporcionalmente então quando a venda de títulos da dívida pública basicamente ao invés de você comprar uma ação de uma empresa você compra do governo só que não é ação é título claro os estados unidos não cresceram muito depois da primeira guerra mundial, quem investiu no governo cresceu muito também o seu investimento.

Mas o governo norte-americano fala, olha só, não dá mais para ficar investindo em títulos da dívida pública. Agora é o momento do cidadão norte-americano investir nas indústrias americanas, nas empresas americanas. Então, investam em ações.

O governo mesmo, para não deixar a dívida pública crescer muito, ele começa a incentivar o cidadão norte-americano a comprar. ações das indústrias norte-americanas, como por exemplo a Chrysler, a Ford, que estava exportando muitos carros para a Europa. E claro, conforme as ações vão sendo compradas, as indústrias vão valendo mais.

Se tem muita procura pelas ações, lei da oferta e da procura, o preço das ações vai subir também. Estava tudo uma maravilha, né cara? Até os bancos estavam fazendo assim, ó, se você, americano, quer investir em ações e não tem dinheiro para investir, pega dinheiro emprestado com a gente, a gente está facilitando o crédito. Você vai ganhar dinheiro mesmo depois?

depois você vai pagar pra gente, a gente lucra também com nossos juros, tá tudo certo. Tudo era maravilha, né? Pois é, só que aí começa a surgir a malandragem, né?

O cara olha e fala, pô, dá pra pegar dinheiro emprestado com o banco? Vou pegar bastante e vou comprar um monte de ação numa mesma empresa. Porque aí todo mundo vai achar que tá todo mundo querendo comprar ação daquela empresa, se tá vendendo muitas ações, lei da oferta da procura, tem muita procura, o preço sobe, lá na frente eu vendo as ações que eu comprei por mais caro e lucro. Com isso, o nome disso é especulação financeira. Repara, o cara não tá preocupado em se tornar um societário, o sócio daquela empresa, comprando uma pequena porcentagem dela.

Não, ele tá preocupado em comprar agora, achando que o preço vai continuar subindo e vendendo a alta. Só que se todo... mundo começa a fazer isso, essa especulação financeira se torna uma bolha.

E o que acontece é que a Europa, com o tempo, ela começou a deixar de consumir. A Europa, obviamente, não está de bobeira. Eles não iam ficar eternamente dependentes das importações lá dos Estados Unidos, importando o produto dos Estados Unidos o tempo todo.

Então, os líderes europeus começaram a reindustrializar os seus países e começaram a desenvolver medidas protecionistas, aumentar a sobretaxação dos produtos importados para que o próprio europeu consuma do próprio produtor europeu. Óbvio, se a Europa está reduzindo o seu consumo, é simples, os Estados Unidos reduzem um pouco a sua produção e fica elas por elas. O problema é que essa especulação financeira desenfreada, a galera pegando um monte de dinheiro... emprestado, comprando ação para poder tentar vender na alta, isso camufla os dados reais da economia, isso artificializa a economia.

E assim, as indústrias não perceberam que o consumo estava diminuindo por causa do protecionismo europeu e continuaram produzindo, e produzindo, e produzindo. Essa bolha, ela começa a aparecer primeiramente para os analistas dos bancos, os bancos têm os melhores analistas do mercado financeiro, e eles começam a falar, ó, para de ficar emprestando dinheiro facilmente assim, porque tem uma bolha, e quando ela está... estourar, a galera que pegar o dinheiro não vai pagar. E aí os banqueiros começaram a diminuir os empréstimos. E com isso a especulação começa a diminuir.

Lembra que eu falei que a especulação, ela camufla os dados econômicos? Conforme ela começa a diminuir, os reais dados econômicos começam a aparecer. E aí as indústrias europeias começam, as indústrias americanas, elas começam a perceber que, cara, a gente está produzindo muito mais do que está tendo de consumo.

Essa bolha, ela vai estourar e a superprodução em relação ao subconsumo é a equação que não fecha. É o principal fator para o que vai acontecer em outubro de 1929. A queda, o crash da Bolsa de Valores. Quando a Bolsa de Valores de Nova Iorque, a principal do mundo, fecha. fecha suas portas. Por quê?

Porque conforme a bolha foi se mostrando, aquela galera que comprou a ação pra poder vender na alta, fala, meu irmão, não vou esperar ficar mais caro não, vou vender agora. Só que quanto mais gente botando a venda e ninguém aparecendo pra comprar, porque agora já não tem mais a especulação rolando tão fácil, porque os bancos diminuíram os empréstimos, quanto mais ações sendo colocadas à venda sem ninguém comprar, significa que tem muita oferta pra pouca procura. Os preços das ações começam a despencar, e vão despencando, despencando, despencando, despencando, despencando, até o momento que a próxima... própria Bolsa de Valores fala, é melhor a gente parar as operações, fechar as portas. E assim, assim, a notícia começa a correr o mundo.

Investidores perderam tudo, empresas começaram a falir, ações começaram a não valer mais nada. Uma crise, uma calamidade. E aquelas empresas que tinham muitos funcionários começam a entrar em falência, começam a desempregar os seus funcionários, o desemprego em massa sobe muito e o consumo, que já estava sendo reduzido porque a Europa já não estava mais comprando, começa a se reduzir também. no mercado interno e aí obviamente que a gente vai ver uma elevação drástica no índice de suicídios beleza é uma época em que o norte americano ele entrou em pânico de verdade e os efeitos disso foram globais porque porque o planeta terra todo se relacionava economicamente com os estados unidos e os estados unidos quebrados o mundo quebra junto o brasil por exemplo exportava muito café para os estados unidos em crises estados unidos vão reduzir o consumo de café e óbvio que na lei da oferta da procura a gente a gente fica com muita oferta pra pouca procura, o que acontece com o preço do nosso café? Afunda também.

Ou seja, repara como que tá tudo conectado. Agora, os Estados Unidos não perduraram nessa crise pra todo sempre, eles se reergueram. E como que se deu isso?

Foi eleito um presidente de outro partido, era o Partido Republicano, os norte-americanos elegeram um cara do Partido Democrata, e esse cara se chamava Franklin Delano Roosevelt. Ele veio com o chamado New Deal, um novo acordo, um novo negócio, um novo projeto pra economia norte-americana. E ele fala, se... o Estado estava completamente ausente da economia, se o mercado estava se autorregulando a todo tempo, agora a gente precisa da introdução do Estado nos aspectos econômicos.

A gente precisa intervir com o Estado para tentar resolver problemas. Pensa bem, quais eram os grandes problemas? O subconsumo em relação a uma superprodução.

Isso tem que ser resolvido. E assim, Franklin Delano Roosevelt entende. Cara, a gente não vai conseguir fazer o europeu voltar a consumir.

O europeu sabe de si. Mas a gente tem que estimular o consumo interno, tá? está cheio de desempregados, a gente tem que fazer o quê? Gerar empregos.

E assim ele começa a construção civil, cara. Obras públicas de várias e várias magnitudes. Pontes, barragens, hidrelétricas, arranha-céus.

Isso emprega muita gente. Quanto mais emprego, mais consumo. Beleza? Só que o outro problema na outra ponta, qual era? A superprodução.

E a superprodução, o governo vai fazer o quê? Ele vai controlar a produção, vai indenizar os latifundiários, os industriários, porque esse problema se deu tanto no campo quanto na indústria.... E através dessa indenização, dessa recompensa para eles, eles diminuem a produção. E assim as coisas vão se estabilizando.

E além disso, o Roosevelt falou, o desempregado também tem que gastar dinheiro. Mas como ele não recebe salário? Então dá um seguro-desemprego para ele.

Pô, mas e o cara que... trabalha muito e não tem tempo pra gastar. Regula a jornada de trabalho pra que esse cara tenha tempo de lazer. Vamos pensar em estruturar também um salário mínimo pra que a gente possa fazer cálculos sobre a economia com muito mais precisão.

O salário mínimo é uma ferramenta de cálculo econômico. E assim, vários direitos trabalhistas foram implementados com o New Deal. O New Deal é o Plano de Recuperação Econômica Norte-Americana. É isso.

Essa é a crise de 29. Tem alguma dificuldade nisso? Não tem. É mole, mole, não é? Pois é. Eu vou deixando vocês por aqui.

Mas é claro... Claro, isso aqui é só uma palinha de tudo que a gente tem pra oferecer dentro da nossa plataforma. Eu te faço um convite.

Vem pra cá pra dentro, que você não vai se arrepender. A minha missão tá cumprida. A tua é continuar estudando.

Um grande beijo, um grande abraço e a gente se vê. Fui!