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Resumo da Filosofia para o ENEM

Em alguns minutos eu vou te explicar todo o conteúdo de filosofia que você precisa dominar para a prova do Enem para que você consiga fazer mais acertos na área de Ciências Humanas. Então, olha, se você não estudou nada de filosofia até esse momento do ano, fica comigo aqui nessa aula, presta bastante atenção porque depois dessa aula você vai saber tudo, literalmente, tudo que você tem que de fato dominar para conseguir acertar todas as questões de filosofia na sua prova de Ciências Humanas do Enem desse ano. Um conselho, se você vai assistir essa aula agora, nesse momento, Pega pelo menos um caderno e uma caneta e vá fazendo anotações sobre todos os pontos que a gente vai passar em cada momento da aula. Por quê? Não adianta você escutar tudo que eu vou te falar aqui, se depois você não vai ter nenhum material teórico para revisar essas informações. Lembre-se de que o importante é que você entenda, mas que você também internalize alguns pontos, memorize alguns detalhes, para lá na hora da prova, quando o Enem cobrar determinados tópicos, você consiga trazer à tona esse conhecimento teórico que você vai aprender aqui nessa aula, para então conseguir acertar mais questões sobre essa disciplina. Conforme eu for passando por cada etapa da nossa aula, eu vou colocando... colocar aqui no vídeo legendas para você poder se situar melhor sobre cada uma das informações que a gente vai estar abordando, para que você consiga construir uma linha de raciocínio mais completa, garantindo todo o entendimento disso. Vamos lá, a filosofia é uma disciplina que surge lá na Grécia Antiga, quando a gente pensa na filosofia ocidental. Antes da filosofia existia o mito. O mito era uma forma de você explicar a realidade. O mito era a maneira como os homens explicavam tudo o que acontecia ao redor, ali no ambiente físico. E aí, esse mito, ele era uma forma de conhecimento oral, transmitido por meio da fala, que geralmente era transmitido em praça pública por poetas conhecidos como rapisodos. Depois de um tempo, por conta da invenção da escrita, a consolidação da democracia na Grécia Antiga, o surgimento de sistemas monetários de trocas comerciais, você tem uma transição gradual da... da mitologia para a filosofia. E a filosofia é essa disciplina que busca explicar tudo com uma base racional, buscando trazer à tona explicações que façam sentido no aspecto lógico, que tem uma certa razão fundamentada por trás. Então, você abandona o pensamento mitológico e passa a explicar tudo com uma lógica racional, pensando que, agora, a ideia é você tentar abdicar de explicações que não tinham um fundamento visível na natureza ou que eram baseadas, por exemplo, na religião, ou... para trazer à tona uma visão muito mais lógica e objetiva. Essa transição de mitologia para filosofia, inclusive, não aconteceu do dia para a noite. Foi algo gradual que foi se dando na Grécia Antiga. Com o surgimento da filosofia, nós entramos, então, na primeira etapa da filosofia, que é a filosofia antiga. E dentro da filosofia antiga, os primeiros filósofos foram os pré-socráticos. Os pré-socráticos eram filósofos que investigavam a natureza, aquilo que a gente chama de physis. E esses filósofos buscavam entender o princípio originário de todas as coisas, que é o que a gente chama de artesanato. Arqué. Dentre esses filósofos, existem alguns representantes que você precisa conhecer. Nós temos, por exemplo, o Tales de Mileto, que dizia que Arqué era água. Temos também Demócrito, que dizia que Arqué era o átomo. Temos Pitágoras, que dizia que Arqué era o número. Temos Anaximenes, que dizia que Arqué era o ar. O Anaximandro, que dizia que Arqué era o áperon, o princípio indeterminado. Temos dois filósofos muito importantes, que aí eu peço pra você dar um destaque pra eles, que eram Heráclito e Parmênides. O Heráclito diz... dizia que Arqué era o mobilismo. Tudo flui, tudo está em constante movimento. E o Parmênides dizia que Arqué era o imobilismo. Ou seja, tudo é estático, nada muda, tudo é fixo. Há ainda o Empédocles, que não é tão importante assim, mas que dizia que Arqué seriam os quatro elementos. Água, ar, terra e fogo. Cabe destacar também na teoria dos pré-socráticos que o princípio maior que era estudado por eles era a cosmologia. Essas entidades iam explicar basicamente as características do universo buscando encontrar esse princípio originário das coisas que eles chamavam de Arqué. Vez ou outra, você pode também encontrar o termo cosmogonia para... fazer referência a isso, mas o mais comum é o termo cosmologia que diz respeito ao uso da razão para tentar entender o universo, a natureza. Temos, além dos pré-socráticos, os sofistas. Os sofistas eram filósofos que desenvolveram a argumentação retórica. Para os sofistas, a verdade é relativa, ou seja, eles não diziam que existia o certo e o errado, tudo seria relativo e dependeria do contexto. Os sofistas, inclusive, vendiam esse conhecimento na Grécia Antiga para os jovens que queriam ingressar na política e queriam desenvolver melhor as suas habilidades de argumentação para poder se destacar na política. E aí toda a teoria... A teoria do sofista se deu em torno da chamada argumentação retórica, na qual eles criavam ali um jogo de palavras e raciocínios que tinha um papel não de trazer à tona o conhecimento verdadeiro, mas sim de persuadir, de convencer o interlocutor, aquela pessoa com quem eles estavam falando. E aí, depois do sofista, surge o nosso grande filósofo da filosofia antiga, que é o Sócrates. O Sócrates basicamente fala que o conhecimento tem que ser baseado no entendimento do homem, da natureza humana. Então, diferente dos pré-socráticos, Sócrates buscou investigar o homem, buscou entender a natureza humana de forma própria. propriamente dita tanto que ele falava né sobre aquela famosa frase conhece-te a ti mesmo só que buscou fazer um estudo centrado no ser humano ele fez uma oposição ao relativismo sofista ou seja ele dizia que o sofistas traziam à tona um conhecimento que era falso ele era contrário ele até chamou o sofista de mercenários do saber. E Sócrates também é um filósofo que traduz a ideia de reconhecer a própria ignorância. Ou seja, Sócrates tem até aquela frase famosa que diz só sei que nada sei. Por quê? Porque Sócrates fala que a única certeza que ele tem é que ele não sabe de nada. Então ele primeiro parte da dúvida, parte do princípio de que ele não sabe nada, para depois tentar chegar a verdades, a conclusões propriamente ditas. Por isso ele desenvolveu o chamado método socrático. O método socrático era basicamente um diálogo que Sócrates estabelecia com as pessoas que andavam lá pelas ruas da Grécia Antiga. E a ideia do método socrático é basicamente um diálogo. É você conversar com essa pessoa e aí, a partir disso, tentar chegar a um conhecimento verdadeiro. O método socrático era dividido em ironia e maieutica. A ironia era o momento em que Sócrates fazia uma série de perguntas para o seu interlocutor para que esse interlocutor percebesse as contradições daquilo que ele acreditava ser verdadeiro. E depois, a segunda etapa era a maieutica, que é a ideia de você dar à luz ao conhecimento. Era quando, a partir daquelas perguntas, a partir da etapa da ironia, Sócrates ajudava o interlocutor. a chegar a conclusões verdadeiras, a conhecimentos que agora não eram mais falsos, mas que tinham sido fundamentados a partir desse diálogo, a partir dessa conversa. Um detalhe é que o método socrático segue o princípio da chamada dialética socrática, que é um termo que você também pode encontrar na sua questão. Depois de Sócrates surge um filósofo muito importante que é Platão. Platão foi discípulo de Sócrates e Platão desenvolveu três grandes teorias que você precisa conhecer. A primeira teoria é a teoria das ideias. De acordo com Platão, o mundo é dividido em duas instâncias. Existe o mundo sensível. e existe o mundo inteligível. O mundo sensível é o mundo que está ligado aos sentidos, a sua visão, audição, paladar, tato, olfato. E esse mundo sensível, ele não gera conhecimento. De acordo com Platão, ele é um mundo que gera apenas a opinião, o que Platão chamou de doxa. Ele seria um mundo falso, um mundo que te engana. Já o mundo inteligível seria um mundo que estaria num plano superior, é o chamado mundo das ideias. Esse mundo inteligível, por sua vez, ele sim, te leva à formação de um conhecimento verdadeiro, te leva ao alcance da chamada episteme. E de acordo com Platão, esse mundo inteligível é o que deveria ser prioridade para os homens, porque o mundo sensível... ele é falso. O uso dos sentidos te leva a um conhecimento que não é verdadeiro. Por isso o homem deve preconizar pelo mundo inteligível até chegar nas verdades universais, até chegar nesse conhecimento propriamente dito, fazendo uso da razão. Cabe destacar que a segunda teoria importante de Platão é a teoria da reminiscência, em que Platão fala o seguinte, olha, o homem, ele detém todo o conhecimento do universo, só que quando ele nasce, ele simplesmente se esquece de todo esse conhecimento. Então tudo aquilo que o homem vai adquirindo de conhecimento ao longo da sua existência, nada mais é do que a... a lembrança de um conhecimento que ele já tinha quando ele ainda não era nascido. Isso é a ideia da teoria da reminiscência. Cabe destacar também que, de vez em quando, você vai encontrar nas questões de filosofia a alegoria da caverna, que é aquela imagem clássica das pessoas que ficam dentro da caverna, representando ali a visualização do mundo sensível, enquanto que as pessoas que estão fora da caverna já estão conseguindo ter ali o conhecimento verdadeiro, que seria o mundo inteligível. E aí essa ideia também é algo relacionado a essa teoria de Platão. Platão também desenvolveu um terceiro aspecto teórico, que é a teoria política. Platão fala o seguinte, a cidade ideal, o governo ideal, ele tem que ser estabelecido da seguinte maneira, vão ter as pessoas que vão ocupar o terceiro estamento da sociedade, que vão estar numa classe mais baixa, que serão os produtores, eles que vão fazer a subsistência, a produção de alimentos. Existem os indivíduos que vão ficar ali numa etapa intermediária, que seriam os guardiões, que iriam fazer a proteção da cidade, e existiriam aqueles que exerceriam a política, que seriam os políticos. E pra Platão, quem deveria exercer a atividade política são os filósofos. Tanto que que a teoria política de Platão é uma teoria baseada na sofocracia, porque pra Platão os filósofos, eles são indivíduos superiores, eles estão mais aptos a exercer a política em relação a outros indivíduos, e por isso eles é quem devem exercer o governo político e não a população. Isso é até uma pegadinha pra você lembrar que a teoria política de Platão não é democrática. A teoria política de Platão ela é até certo ponto elitista, porque restringe o domínio político apenas a um segmento específico da sociedade. Dito isso, a gente parte pro próximo filósofo que é Aristóteles. Só que ele foi contrário à ideia de Platão. Ele desenvolveu uma teoria que vai na contramão daquilo que Platão defendia. Primeiramente, nós temos que pensar na teoria metafísica de Aristóteles. O Aristóteles fala que toda coisa é uma substância. O que é uma substância? É uma realidade que existe por si mesmo. E essa substância é composta por uma essência, o que seria, sim, o princípio fundamental que define aquilo tal. como ele é, e acidentes, que são características complementares. Aristóteles fala que todas as coisas, todas as substâncias, elas se apresentam numa condição de ato, mas existe a relação de potência, ou seja, ato é a manifestação atual do ser. É como aquela coisa é agora, nesse momento. E potência é a possibilidade do ser. Aquilo que aquela substância pode vir a se tornar eventualmente num futuro próximo. E aí surge a teoria das quatro causas primeiras de Aristóteles. Essa teoria fala que todas as coisas são segmentadas a partir de quatro causas primeiras. Existe a causa material. que é a matéria, daquilo que a substância é feita. Existe a causa formal, que tem relação com a forma, tem relação com a essência daquela determinada substância. Existe também a causa eficiente, que é o causador, é quem levou a formação daquela substância, quem gerou aquela substância. E a quarta causa, que é a causa final, que é a finalidade daquela substância, por que ela existe, para que ela foi criada. Essa configuração metafísica de Aristóteles, inclusive, tem muita relação com aquilo que a gente chama de teleologismo, que é o estudo filosófico dos fins, porque Aristóteles busca, em partes, estudar a finalidade de cada coisa que existe na realidade, e isso faz parte da metafísica aristotélica. Um segundo aspecto importante da teoria de Aristóteles é que Aristóteles fala que o homem... Ele é um animal político Por natureza Tanto que existe o termo zoon politikon Ele fala que o homem está naturalmente predisposto a exercer a política E detalhe Isso se deve a característica do homem ser um indivíduo racional Mas aqui só toma cuidado com uma coisa também Quando Aristóteles fala sobre política Ele não fala que todos os indivíduos devem exercer a política O indivíduo que deve exercer a atividade política É um indivíduo grego Até porque existia essa questão do preconceito lá na Grécia Antiga Só quem era da Grécia Quem era um grego nato que poderia exercer a política É um indivíduo que deveria ter dinheiro, deveria ter posses pra não precisar ficar trabalhando, ele tem que se dedicar integralmente à política, de vez que um indivíduo que poderia desfrutar do ócio, ou seja, ele não precisa ser um indivíduo muito ocupado, ele tem que ser um indivíduo que tem tempo livre para executar a política, e isso iria fundamentar toda a configuração política da organização da pólis. A ética aristotélica também é um detalhe importante dentro da teoria de Aristóteles, porque Aristóteles fala que a causa final do homem é a felicidade. Isso é o que a gente chama de eudaimonismo, essa ideia de que a causa final do homem, a finalidade maior do homem, é sempre a busca pela felicidade. E toda a ética aristotélica se baseia no princípio de que o homem deve agir guiado pela felicidade. pela mediania. O homem não deve optar pelos extremos, ele não pode pecar nem muito pelo excesso, nem muito pela falta. Ele deve ficar ali na mediania, entre aspas, no meio termo para que ele possa executar todas as suas ações, buscando assim ter a conduta que seja mais adequada possível com a realidade. Aristóteles até fala na teoria política sobre as formas de governo. Ele fala que se uma pessoa executa o domínio político, Você tem duas possibilidades. Você pode ter a monarquia, que é um governo positivo, ou a tirania, que é um governo negativo, ruim. Se você tem um pequeno grupo exercendo a política, você pode ter uma aristocracia, que para Aristóteles era positivo, ou uma oligarquia, que para Aristóteles era negativo. E se todos exercem o domínio político, se todos participam da política, você pode ter duas possibilidades. Você pode ter uma... A politeia ou república, que para Aristóteles era positivo. E você pode ter uma democracia, uma demagogia, que para Aristóteles já não era tão positivo assim. Essa distinção das formas de governo é um pouco mais específica, mas se você quiser anotar, fica essa informação complementar para você. Após sairmos de Aristóteles, vamos agora para o período helenista. O período helenista é o último tópico da filosofia antiga que você tem que conhecer. Quando a gente pensa em período helenista, a gente está pensando num contexto da filosofia que surge por conta do domínio macedônico. Então, Alexandre Magno estabelece o domínio macedônico e aí você começa a ter uma interação entre a cultura... cultura grega ocidental e a cultura dos povos orientais, levando à configuração da filosofia helenista. A filosofia helenista é dividida em diversas correntes. A gente vai passar por cada uma delas. A primeira corrente é o epicurismo. O grande representante do epicurismo é o epicuro. O epicurismo propõe a ideia de uma vida voltada aos simples prazeres. E quando a gente fala de uma vida voltada aos simples prazeres, a gente não está falando de fama, de riqueza. A gente está falando de prazer simples de fato. Tanto que a ideia buscada pelo epicurismo era a busca pela ataraxia, pela impert... tubabilidade da alma. E aí, o epicurismo vai se basear numa vida simples e moderada, que seja baseada nessa música por simples prazeres, nada muito exuberante. A gente também tem o ceticismo ou pirronismo, que tem como principal representante o pirro de Hélida. O ceticismo fala que nenhum conhecimento é verdadeiro. Tudo é falso, tudo é relativo, não dá pra você afirmar que uma coisa é necessariamente certeira, que aquilo realmente é daquela forma como você visualiza. E aí você traduz assim uma vertente filosófica diferente. Temos também o estoicismo. O estoicismo tem como Como grande representante, o Zenão de Cício. O Zenão de Cício fala que o homem deve desprezar os prazeres. O homem deve buscar, basicamente, conhecimento sobre a sabedoria do cosmos, sobre a sabedoria do universo. E ele deve ver indiferente aos problemas da vida. Ah, você perdeu sua casa, seu carro? Tudo bem, não se preocupe com isso. Ah, você perdeu um braço? Tudo bem, não se preocupe com isso. Você deve ver indiferente aos problemas da vida. E temos também o cinismo, que tem como grande representante o Diógenes de Sínope. Essa corrente é uma vertente... socrática que propõe a ideia de uma vida que seja a mais simples possível. Até propõe aqui a concepção de um desprezo às convenções sociais como forma de estilo de vida. Agora que a gente finalizou a filosofia antiga, a gente vai pra filosofia medieval. E filosofia medieval é basicamente uma filosofia que tem muita correlação com a religião. É uma filosofia que foi desenvolvida pelos padres, pela própria igreja católica no contexto da Idade Média. E aí você tem duas grandes correntes de pensamento aqui. Existe a patrística, que surge primeiramente, e a escolástica, que surge no momento posterior. A patrística é uma vertente de pensamento que tem como principal representante o Santo Agostinho... de Ipona. A patrística, ela é uma vertente que vai ser defendida por Santo Agostinho de Ipona a partir de algumas teorias. As teorias de Santo Agostinho de Ipona são, primeira teoria. Santo Agostinho de Ipona fala sobre a teoria da iluminação. Para Santo Agostinho de Ipona, a fé é anterior à razão. Ou seja, primeiro você tem a fé e depois surge a razão. E a teoria da iluminação propõe a seguinte concepção. A razão por si só não é suficiente para explicar tudo aquilo que existe no mundo. Então é necessário que haja a iluminação de Deus para que a razão possa agir da maneira adequada para que você obtenha conhecimentos verdadeiros daquilo que está presente na realidade. Na prática, a razão só reforça as verdades que são encontradas na realidade. delimitadas pela fé então primeiro tem a fé depois tem a razão você tem que acreditar em Deus que se você não acreditar em Deus você não vai passar por esse processo de iluminação em que a razão ela vai poder executar o seu papel de levar ao encontro dessas verdades que já tinham sido delimitadas pela fé além disso existe a teoria de bem e mal para Santo Agostinho de Pona o bem ele existe e o mal ele não existe porque na prática o mal é ausência de bem então existe o bem se não tiver o bem você vai ter o que o mal só que o mal não é uma coisa que existe por si só ele só existe por uma ausência do bem Santa Agostinho também propõe a ideia das confissões, propondo ali uma ética de responsabilidade, se o homem comete um pecado ele tem que se confessar, isso até meio que orienta a conduta humana naquele contexto, e faz uma distinção entre a cidade de Deus e a cidade dos homens. De acordo com Santo Agostinho de Pona, a cidade de Deus seria perfeita e a cidade dos homens seria falha, teria ali alguns mecanismos que vez ou outra se distanciariam do que seria o ideal. Destaque-se também que o Santo Agostinho de Pona foi fortemente influenciado por Platão e pela teoria do neoplatonismo na configuração das suas ideias. Agora, passando para... para outra vertente, que é a Escolástica, que tem como grande representante o São Tomás de Aquino, a gente vai pensar numa filosofia em que vai haver uma forte influência de Aristóteles. O Aristóteles foi quem influenciou fortemente o São Tomás de Aquino na configuração da Escolástica. E aqui, o São Tomás de Aquino propõe uma visão um pouco diferente. Ele fala que você precisa entender para crer. Por que isso é legal? Porque o Santo Agostinho de Pona, lá na Patrística, ele falava que você precisava crer para entender. Então, era a fé primeiro, depois a razão. Aqui não. Aqui, o São Tomás de Aquino vai falar que você precisa entender para crer. Então, primeiro a razão, depois a fé. Só que ele propõe a seguinte ideia. A filosofia gera um conhecimento imperfeito e a teologia esclarece. Então, por meio da razão, você até vai atingir um certo conhecimento. Só vai ser um conhecimento imperfeito. E depois que você usa a razão, você pode muito bem aplicar a fé para desenvolver melhor esse conhecimento e chegar em uma verdade propriamente dita. Uma coisa importante sobre São Tomás de Aquino é que ele estabelece a chamada Teoria das Causas Primeiras. Isso aqui é fortemente influenciado pelo teleologismo de Aristóteles. Ele fala... fala o seguinte, Deus existe e eu posso provar como. E aí o que ele fala? Primeiro, Deus é o primeiro motor imóvel, ele foi a primeira coisa que surgiu, que move todas as coisas, mas não é movido por nada. Segundo, ele fala sobre a chamada causa eficiente. Poxa, todas as coisas têm uma causa eficiente, exceto Deus. Porque Deus é a causa eficiente de tudo o que existe no mundo, Deus é quem dá a finalidade de tudo aquilo que existe no mundo. Ele fala sobre os graus de perfeição, em que Deus é a única figura que tem o maior grau de perfeição possível. Fala do necessário e contingente, existem coisas que são necessárias, existem coisas que são contingentes, e necessário, nesse caso, seria Deus. E ele propõe também a ideia da finalidade do ser.... Quem dá a finalidade do ser é Deus, porque Deus é o primeiro motor imóvel, e isso também é uma teoria importante nesse sentido. Agora que a gente sai da filosofia medieval, a gente vem para a filosofia moderna. E na filosofia moderna, a gente começa estudando aqui o tópico de epistemologia. Dentro da epistemologia, nós vamos ter aqui duas grandes correntes de pensamento. Nós vamos ter o racionalismo e vamos ter o empirismo. O racionalismo é uma corrente de pensamento defendida por René Descartes. René Descartes falava o seguinte, olha, o conhecimento somente pode ser obtido por meio do uso da razão. E os sentidos, eles são falsos, eles nos enganam. Os sentidos... não nos levam a obtenção de conhecimento verdadeiro. René Descartes desenvolveu o chamado método cartesiano, também chamado de método da dúvida ou dúvida metódica hiperbólica. Porque para Descartes, para você obter um conhecimento, o primeiro passo é você duvidar. Então você nunca vai aceitar como verdade algo que você não sabe se necessariamente é realmente verdade. Então você começa duvidando e aí por meio de algumas etapas você vai chegar na configuração de um conhecimento seguro e inabalável. Descartes falava que existiam tipos de ideias. Existem as ideias inatas, que já nascem com o homem. Existem as ideias adventistas, que você vai obter ali por meio... por meio do uso dos sentidos, e as imaginativas, derivadas ali do seu pensamento. Além disso, existem os estágios da dúvida. Esses estágios são divididos em sonho, então ele fala que o sonho pode te levar a uma dúvida, pode te levar a um conhecimento imperfeito, sentidos, então Descartes reconhece que os sentidos são falhos, e eles também podem te levar ao erro, pode te levar a dúvida, pode te levar a um engano, e o gênio maligno, que de acordo com Descartes seria uma figura que poderia também impactar diretamente o homem. Uma teoria bem conhecida de Descartes é a teoria do cogito ergo sum. Para Descartes, essa teoria fala o seguinte. penso, logo existo, que é aquela verdade inabalável que, para Descartes, seria um fato em todas as situações. Então, se tem uma coisa que Descartes não duvida, é a ideia de que, se ele pensa, ele consequentemente existe, ou seja, sua existência é comprovada pelo fato de que ele consegue pensar. A gente entra, então, numa outra vertente filosófica, que é a vertente do empirismo. O empirismo, ele propõe o op... ...posto do racionalismo. Enquanto o racionalismo falava que o conhecimento era obtido por meio do uso da razão, que os sentidos eram falsos, o empirismo fala que a razão não leva necessariamente a obtenção do conhecimento por si só, e que os sentidos são a fonte do conhecimento. É por meio dos sentidos que você vai... conseguir obter o conhecimento. E o empirismo tem três grandes representantes. John Locke, Francis Bacon e David Hume. Pra John Locke, existe uma grande teoria aqui que você tem que conhecer, que é a chamada teoria da tábua rasa. Pra John Locke, quando o homem nasce, ele nasce tendo a sua mente... como se fosse uma folha em branco, uma tábula rasa. E aí durante o decorrer da sua vida, por meio da experiência, por meio do uso dos sentidos, ele vai captando ali informações e juntamente com a razão ele vai construindo um conhecimento. John Locke inclusive foi um forte crítico da teoria de René Descartes. Ele criticou fortemente ali o inatismo cartesiano, ele falava que cara, não existe isso de ideias inatas, isso é falso. Temos também o Francis Bacon. Francis Bacon também era um filósofo empirista. Francis Bacon propõe a chamada teoria dos ídolos. A teoria dos ídolos é uma forma de você poder estabelecer ali o reconhecimento de elementos... Elementos que levam o ser humano ao erro, a construção de conhecimento falso. Ele fala que existe, por exemplo, o ídolo da tribo, que é o ídolo específico da natureza humana. Todo ser humano passa por isso. Existe o ídolo da caverna, que é típico do ser enquanto indivíduo. Existe o ídolo do mercado ou fórum, que é proveniente da linguagem, da comunicação. E existe o ídolo do teatro, que é referente a um aspecto mais cultural, moral, específico de uma determinada sociedade. Um detalhe importante também é que Francis Bacon foi fortemente influenciado pelo cientificismo. Francis Bacon falava que era necessário fazer uso do método científico para que a... que a partir disso você pudesse conhecer a natureza e pudesse controlar a natureza. Francis Bacon também desenvolveu o método indutivo de investigação, que era um método indutivo que era contrário ao método indutivo desenvolvido por Aristóteles, porque Aristóteles também desenvolveu o método indutivo. E outro detalhe, apenas complementar, é que Francis Bacon era um forte crítico da teoria desenvolvida lá no contexto da Idade Antiga. Ele, inclusive, criticou fortemente as ideias que foram concebidas no contexto da Escolástica. Por fim, temos David Hume. David Hume é que é um filósofo também empirista, que tinha uma certa influência ali por parte do ceticismo, e que desenvolveu a teoria da associação de ideias, que é o item mais importante sobre esse filósofo para você. Ele falava o seguinte, a associação de ideias pode se dar por diversos elementos. Você pode ter uma associação de ideias por semelhança, duas coisas que são semelhantes, você faz uma associação de ideias. Pode ter uma associação de ideias por contiguidade, duas coisas que são basicamente relativamente iguais, e nós temos também a associação de ideias por causa e efeito, e essa é a mais importante para você, porque o David Hume falava que... que, olha, a associação de 10 por causa e efeito é quando você observa um fenômeno A, observa um fenômeno B, e aí você fala que o fenômeno B, ele ocorreu como consequência do fenômeno A. Então, esse foi a causa, esse foi o efeito, causa consequência. Só que ele fala que a associação de 10 por causa e efeito, o que ele chama de causalidade, é algo que não leva a um conhecimento verdadeiro. Isso leva a um conhecimento falso na maioria das vezes. É mais uma informação por acaso que surge por conta ali do hábito, do costume, e que gera um conhecimento que você não deve confiar, porque é... pode te induzir ao erro. Agora a gente sai do racionalismo e empirismo e vai pra teoria do Kant. Kant é um filósofo que desenvolveu a teoria do criticismo. Ele estabeleceu a chamada Revolução Copernicana da Filosofia. Ele basicamente fez o seguinte. Empirismo e racionalismo tão brigando, né? Vou conciliar. Ele meio que desenvolveu uma teoria pra juntar o que havia de bom no racionalismo com o que havia de bom no empirismo e resolver de uma vez por todas esse embate. E aí o Kant propõe uma teoria que segue a ciência e lógica. Kant fala que nós não conhecemos as coisas em si. As coisas em si é o que Kant chama de de número. É algo metafísico, é algo que extrapola os limites da razão. E aí, o que a gente conhece, de fato, é o fenômeno. Então, existe um objeto na realidade, isso vai ser observado, vai ser apresentado ali a você pelos seus sentidos, e aí você vai organizar isso por meio do seu pensamento, usando a razão, para chegar no conhecimento verdadeiro. Então, o Kant propõe que os sentidos são importantes para a obtenção do conhecimento? Sim. A razão é importante para a obtenção do conhecimento? Sim. E aí ele junta essas duas importâncias para dizer que o conhecimento envolve tanto a razão quanto os sentidos. Além disso, Kant desenvolveu a ideia da menoridade. Segundo Kant, a menoridade é uma condição primitiva do homem, na qual o homem não é o senhor de si, ele não tem ali o total controle, a total autonomia para executar aquilo que ele bem quer. E aí, por meio do uso público da razão, o homem sai da condição de menoridade para a condição de maioridade, alcançando assim um estado de esclarecimento. Agora, uma coisa muito importante sobre Kant. Kant tem essa vertente filosófica relacionada à epistemologia, mas ele também desenvolveu uma vertente moral que você tem que conhecer, que acho chamada ética kantiana. A ética kantiana é chamada de deontologia, porque é basicamente uma ética do dever. Kant fala que as ações do homem devem ser pensadas, elas devem ser realizadas de tal forma que quando alguém age de determinado modo, essa pessoa tem que agir tal que a sua ação possa se tornar uma lei universal. Então você quer fazer alguma coisa, você quer fazer aquela ação X. Você não sabe se aquilo é certo ou errado. Para você comprovar se ele é certo ou errado, você vai pensar assim, pô, eu ia gostar que alguém fizesse também essa ação X, se todas as pessoas... Se todo mundo fizesse essa ação X, isso estaria ok? Seria adequado? Se a resposta fosse sim, beleza. Então você pode fazer aquela ação X. Se a resposta for não, talvez aquilo que você está pensando em fazer é algo questionável. Kant propõe que a ação tem que ser regida pelos imperativos hipotético e categórico para sempre pensar nessa ideia de você estruturar uma conduta ética que seja universal. Essa palavra é muito importante. Porque se o homem vai adotar uma ação, essa ação tem que ser dada de forma que ela possa se tornar uma lei universal. E isso tem que ser o que vai basear toda a fundamentação da ação humana. Agora a gente sai dessa teoria kantiana, vamos para a teoria da filosofia política. Pensando em filosofia política, temos alguns autores que você tem que conhecer. O primeiro deles é o Machiavel. Machiavel desenvolveu a obra O Príncipe. Nessa obra, ele fala o seguinte, a realidade política é diferente daquilo que seria o ideal político, porque a realidade política é baseada num jogo de interesses. E aí ele fala o seguinte, o príncipe, o governante, ele deve fazer uso da virtu. O que é a virtu? A virtu são qualidades e atributos que o príncipe pode utilizar para fazer a organização de um bom governo. E isso é importante porque, dentro do governo propriamente... Dito, pode existir a chamada Fortu, a fortu ou fortuna Na teoria de Maquiavel, é a ideia de que O acaso e o caos, eles fazem parte Da vivência humana, não tem como você Estar numa realidade que não esteja associada Ao acaso e ao caos, e o príncipe tem que estar preparado Para contornar essas adversidades que às vezes elas surgem Fazendo uso da virtu, na manutenção Do poder, Maquiavel também fala que o príncipe Ele deve se desvincular Dos limites do juízo moral e da religião Você pode agir de forma Autoritária em determinadas circunstâncias Se aquilo for necessário para que o poder poder seja mantido pode o homem não tem que ficar preso entre a não só vou agir assim porque assim é certo e só vou agir assim porque assim eu sei que é moralmente correto não ele tem que se desvincular daquilo que a religião impõe daquilo que a moral impõe para agir sempre de maneira a sustentar o seu governo da melhor forma possível tanto que a teoria de Maquiavel tá muito associada ao absolutismo o contexto dos governos absolutistas desenvolveram da idade média para a idade moderna cabe ressaltar também que De acordo com Maquiavel, o príncipe deve preferir ser temido a ser amado. Então, o ideal seria o quê? O homem ser amado e temido no seu governo político. Seria ótimo. Mas ele fala que nem sempre isso vai funcionar. Então, se você está na dúvida se você tem que ser amado ou temido pelo povo, escolha ser temido. Porque, pelo menos assim, você consegue manter o seu poder. Agora a gente sai da teoria de Maquiavel e vai para a teoria de Montesquieu. Montesquieu é um filósofo que, diferente de Maquiavel, não vai estar defendendo aqui nessa... essa situação o absolutismo. O Montesquieu é um filósofo iluminista. A sua grande contribuição foi desenvolver a teoria da tripartição dos poderes. É por conta de Montesquieu que você tem, por exemplo, o governo político sendo dividido em poder executivo, poder legislativo e poder judiciário. Ele fala sobre a ideia de que o poder deve frear o poder. Então você tem que dividir o poder em diversas instâncias para que nenhum deles seja autoritário, nenhum deles tome ações arbitrárias num contexto geral de sociedade. Ele fala que as leis são divididas em leis naturais relacionadas a Deus e as poderes. positivas desenvolvidas pelo homem, que seriam ali leis imperfeitas. Temos também a teoria de Adam Smith. Adam Smith é um filósofo também liberal, assim como o Montesquieu. Ele é um filósofo que desenvolveu a sua teoria no contexto do iluminismo. E a grande contribuição de Adam Smith é falar que a organização econômica da sociedade deve se pautar pelo liberalismo econômico. Essa é a ideia de que existe, entre aspas, uma mão invisível que controla... a economia. O Estado não deve intervir na economia, porque essa mão invisível é quem vai dar conta de toda a estruturação econômica daquela respectiva coletividade. Agora a gente entra numa vertente política conhecida como o estudo dos contratualistas. Os contratualistas... São três filósofos que desenvolveram a teoria do contrato social. Qual que é essa teoria? Basicamente a ideia é a seguinte. Antigamente, no início da coletividade, da existência humana, existia um estado de natureza. Era uma condição em que a sociedade ainda não tinha sido formada. E aí, por conta de alguns problemas nesse estado de natureza, cria-se o contrato social para que a partir disso você tenha a formação da sociedade civil. Para que a partir disso a sociedade seja delimitada, seja formada de maneira propriamente dita. É claro que... na prática, esse contrato social ele não é objetivo, não é algo que assim, juntou todo mundo na terra e é num contrato é algo metafórico, mas é só pra indicar que existe um ponto de transição entre o que seria o estado de natureza e a sociedade propriamente dita, que é marcada pelo contrato social, e aí o primeiro contratualista importante é o Thomas Hobbes, Thomas Hobbes fala o seguinte, no estado de natureza, os recursos presentes na natureza são finitos, só que o desejo dos homens são infinitos, e aí... isso vai levar a um embate. Os homens vão começar a guerrear entre si. Todos os homens tornam-se uma potencial ameaça pros demais. E aí, por conta disso, o homem, diante do medo que assola o estado de natureza, ele firma o contrato social passando a viver em sociedade. E na delimitação do contrato social, o Thomas Hobbes defende uma monarquia absolutista. Ele fala que deve ser dado todo o poder ao rei, porque o rei é quem vai fazer a organização política para garantir assim a paz, a ordem naquela coletividade. Um outro filósofo importante, também contratualista, é o John Locke. Peraí, Vini, o John Locke que você falou lá no empirismo? Sim, o mesmo John Locke. O John Locke, ele é um filósofo contratualista que fala o seguinte, no estado de natureza, você tem inicialmente uma situação relativamente harmônica. Não é tão caótica como o Estado de Natureza de Thomas Hobbes. Só que o detalhe é que no Estado de Natureza do John Locke, cada um é juiz de si mesmo. Não existe, assim, uma lei fixa, universal, formal, que regule a ação entre os homens. Então, cada um julga como certo e errado as condutas de acordo com a sua própria percepção. E aí ele fala que o homem, tentando proteger a sua vida, a sua liberdade e a sua propriedade, ele vai sair do Estado de Natureza, vai firmar o contrato social e vai passar a viver em sociedade. Um detalhe interessante é que, diferente... do Thomas Hobbes, que defendia a monarquia absolutista, John Locke já defende muito mais uma monarquia constitucional. Pode ser dado poder ao rei, beleza, só que vai ser algo agora mais formal, com a delimitação de leis, algo mais claro assim, até pra não deixar que esse rei seja um indivíduo autoritário. E por fim, temos a... última teoria propriamente dita do contratualismo, que é a teoria de Rousseau. O Jan Jack Rousseau, ele fala o seguinte, no estado de natureza, em tese o homem seria bom, tanto que existe na teoria de Rousseau, a teoria do bom selvagem, a ideia de que o homem, ele viveria numa condição harmônica com os outros homens no estado de natureza. Só que pra Rousseau, quando você tem o surgimento da propriedade no estado da natureza, você cria uma sociedade desigual que começa a levar a embates, a conflitos entre esses homens, e aí você firma o contrato social, levando a configuração da sociedade, tanto que tem aquela frase frase clássica de Rousseau que fala, o homem nasce bom, a sociedade o corrompe, exatamente por essa visão mais negativa sobre a transição do estado de natureza para o contrato social. Pensando inclusive em Thomas Hobbes, existe uma outra frase que dá para você associar, que é a frase, o homem é o lobo do homem, essa ideia de que no estado de natureza todos são uma potencial ameaça e por isso você passa para o contrato social. Falando ainda da teoria do Rousseau, cabe só destacar que aqui ele propõe a valorização da vontade geral dentro da sociedade, e aí ele propõe a ideia de como ele entra nessa coletividade. por meio do contrato social, buscando garantir o bem de todos ao seu redor, o seu próprio bem e as suas liberdades individuais que serão respaldadas dessa maneira. Aqui ele defende até mesmo uma espécie de democracia direta, diferente da monarquia absolutista, de Thomas Hobbes, e da monarquia constitucional, de John Locke. Agora a gente sai da filosofia política, passa a falar sobre uma pequena vertente ética, barra moral, que já caiu no Enem algumas vezes, que você tem que conhecer, que é o utilitarismo. O utilitarismo é uma corrente de pensamento ética que propõe o seguinte, você deve procurar... pela adoção de ações que sempre proporcionem a maior quantidade de bem possível e a menor quantidade de dano possível. Os dois grandes representantes do utilitarismo são Stuart Mill e Jeremy Bentham. Além do utilitarismo, temos uma vertente conhecida como existencialismo. O grande representante do existencialismo é o Sartre. O Sartre fala que o homem, quando ele nasce, traz consigo o nada. E durante a sua existência, o que ele vai se configurando é que ele vai construindo algo. Ele fala também que o homem está condenado a ser livre, ou seja... O homem nasce e é livre. Simplesmente ele é totalmente livre. Ele é responsável por suas próprias ações. Ele até fala que o fato do homem ser extremamente livre é algo que pode levá-lo ao sofrimento no longo prazo. E ele divide o comportamento do homem em dois tipos. Comportamento autêntico e comportamento inautêntico. O comportamento inautêntico é aquele comportamento de má fé. É um homem que geralmente está mais acomodado, que se vincula a determinados papéis sociais, que tenta fazer a terceirização de responsabilidade, o que é algo negativo para Sartre. Já que, segundo Sartre, o homem é livre por essência. E ele é responsável... por seus atos e isso acaba levando a uma consequência. Se o homem é responsável por seus atos, ele também é responsável pelas demais pessoas ao seu redor, porque dependendo da maneira como ele age, isso pode impactar as pessoas que estão ali ao seu entorno. Um outro filósofo muito polêmico, por acaso, é o Nietzsche. O Nietzsche faz uma filosofia dividida em vários aspectos. Aqui a gente fala dos principais que têm mais chance de cair na sua prova de forma conteudista. Primeira coisa, Nietzsche adota o chamado método do martelo. Então, cara, se tem alguém na filosofia que critica todas as demais correntes filosóficas, esse cara é Nietzsche. Ele meio que tenta estruturar esse método como uma forma de demonstrar os conceitos que eram falhos e que foram usados em outras épocas para legitimar o que seria o bem e o que seria o mal. Nietzsche também é um forte crítico da religião, um forte crítico da igreja católica. Ele fala até que existe a moral do senhor e a moral do rebanho A moral do rebanho é aquele homem que segue, arrisca tudo aquilo que lhe é imposto Então, por exemplo, toda aquela orientação dada pela religião É algo que é seguido, a cegas, pelo indivíduo que segue essa chamada moral do rebanho Que pra ele seria negativa Já a moral do senhor é o indivíduo que é mais autônomo Que é senhor de suas ações Que não fica preso a essas condutas éticas e morais que lhe são impostas dentro da sociedade Enquanto a moral de rebanho, essa moral do escravo É uma moral que leva a... enfraquecimento do homem, porque domestica o homem, a moral do senhor é aquela que está associada à vontade de potência, segundo os conceitos de Nietzsche. Que aí sim vai levar esse homem a uma elevação para uma categoria superior. A coisa que Nietzsche propõe como solução para o problema que o homem vivencia, dessa ideia de ele estar sujeito a conceitos que muitas vezes não são os devidos conceitos verdadeiros, é o homem fazer uso da chamada vontade de potência, para ele poder ir além do bem e do mal, reestabelecendo assim o equilíbrio entre a razão e a emoção. E aí você teria ali a configuração do chamado super-homem dentro da teoria de Nietzsche. Outro detalhe, Nietzsche era forte crítico da filosofia antiga proposta lá por Sócrates, por Aristóteles. aquele uso específico da razão, como se aquilo fosse sempre o que levaria a uma verdade absoluta, é algo que é fortemente criticado por Nietzsche. E outros dois conceitos para finalizarmos Nietzsche é que Nietzsche fala sobre a ideia do nilismo. De acordo com Nietzsche, o contexto em que ele desenvolveu a filosofia estava associado a um estremecimento dos valores, daí que surge a frase de Nietzsche, Deus está morto. Para Nietzsche não existiam valores rígidos, morais, sólidos, éticos, que pudessem fundamentar a ação do homem, até porque você estava ali no contexto em que você tinha guerras, que muitas vezes levavam a essa visão um pouco mais caótica sobre a realidade. E Nietzsche também desenvolve a ideia do amor fati, é a ideia de você ter meio que amor. é o destino, porque todos os acontecimentos da realidade obedecem a ordem causal da natureza, e não adianta você tentar contrariar isso. Outro filósofo importante é Michel Foucault. Quando a gente pensa em Michel Foucault, a gente pensa num filósofo que também desenvolve várias teorias, mas as principais, importantes pra você, é a teoria relacionada à configuração das prisões. Ele fala que dentro da coletividade, da sociedade atual que ele analisou no desenvolvimento da sua filosofia, a prisão serve como um mecanismo pra docilização dos corpos, na medida que você consegue vigiar e punir aquele indivíduo, levando assim a sua domesticação dentro da sociedade. Ele fala também que a sociedade está pautada por pequenas escalas de poder. Ele fala sobre... sobre a microfísica do poder. E aí, tal como as prisões, essa microfísica do poder, essas pequenas redes de poder, como a escola, a igreja, determinados ambientes sociais, vão então meio que orientar o indivíduo para que ele possa agir de determinado modo X e não de determinado modo Y. Novamente, criando discursos normativos que vão fazer com que esse indivíduo siga uma rígida disciplina social, que seria o preconizado. Temos um outro filósofo conhecido como Freud. O Freud foi o grande indivíduo que desenvolveu a chamada psicanálise. De acordo com Freud, o... O intelecto humano é dividido em consciente e inconsciente. O inconsciente é como se fosse aquilo que está às cegas, aquilo que está obscuro, é aquilo que o indivíduo de fato não tem consciência. E ele fala que por meio da psicanálise é possível abstrair informações do inconsciente desse indivíduo para se chegar a informações mais claras no consciente, trazendo à tona esse conhecimento que às vezes pode ser útil ali na medicina e em outras áreas também. Uma outra filósofa importante é Hannah Arendt. Ela basicamente desenvolve a ideia da banalidade do mal. Ela mostra como que uma pessoa... teoricamente normal, pode executar atos condenáveis em determinadas situações. E aí ela avalia a questão de Jerusalém para desenvolver toda essa concepção propriamente dita. Outro filósofo relevante é o John House. John House é um filósofo liberal que propõe a ideia de uma espécie de neocontratualismo e que fala sobre a importância da justiça e da equidade para a organização social. Ele fala... como principal contribuição, que para que a atividade política seja exercida por um determinado indivíduo, esse indivíduo tem que fazer uso do chamado véu da ignorância, que seria uma forma dele poder partir de um princípio de indiferença no momento de tomar as decisões, para ele não ser influenciado por qualquer tipo de parcialidade que possa induzi-lo a tomar uma ação que não seria adequada, pensando na ideia de uma busca pela justiça, de uma busca pela equidade. Um outro filósofo importante é o Jürgen Habermas. O Jürgen Habermas basicamente vai analisar uma vertente filosófica mais ligada à política. E ele vai falar que, para que a democracia, que era o objetivo maior na teoria política de Habermas, possa ser alcançada da forma adequada, é importante que haja a comunicação entre as pessoas. Tanto que a teoria de Habermas é desenvolvida como sendo a chamada teoria do agir comunicativo. Você deve ter a ação política sendo executada em função da comunicação entre indivíduos, e essa comunicação tem que ser fundamentada na razão, para que a partir disso o melhor argumento, seguindo o viés democrático, chegue à obtenção daquilo que seria o ideal para a consolidação democrática, para a consolidação da sociedade, do melhor modo possível. E por fim, o nosso último filósofo, agora pensando na filosofia pós-moderna, e aí eu vou pegar o principal filósofo pós-moderno, que já caiu no Enem e pode cair de novo, que é o Hans Jonas. O Hans Jonas... ele basicamente estabelece um pensamento que relaciona tecnologia e bioética. Ele até propõe aqui o chamado princípio responsabilidade, e mostra como que a ideia de uma sustentabilidade na relação do homem com o meio ambiente começa a surgir no contexto pós-moderno a partir de uma heurística do temor. Os indivíduos começam a ficar com medo. Nossa, se a gente continuar mantendo esse tipo de ação, a gente vai degradar o meio ambiente, a Terra não vai sustentar essas mudanças e vai haver a extinção do ser humano. E aí isso meio que acaba fundamentando ali algumas mudanças comportamentais nessa lógica, o que é um pouco... ponto importante a ser considerado aqui. Então, pensou em Rangianas, pensou em bioética, responsabilidade em relação com o meio ambiente, essa heurística do temor, das ações... pensadas num princípio de sustentabilidade. Meu Deus, por alguns minutos passamos aqui por todos os filósofos que você tem que conhecer para a sua prova do Enem. Você deve ter percebido que para alguns filósofos eu fui mais específico, eu detalhei mais algumas informações, porque se a gente pegar ali os últimos 10 anos de prova do Enem, alguns desses filósofos caem mais na prova, outros caem menos, tanto que para alguns filósofos eu simplesmente citei o nome dele, falei de uma teoria e passei para o próximo, porque para muitos desses autores você não precisa ter um detalhamento muito grande de informações para conseguir acertar as questões. Então eu trouxe para você o essencial... aquilo que você realmente tem que saber, porque pode cair de forma conteudista, para você garantir, assim, mais acertos na prova de filosofia do Enem. E olha, se você gostou desse vídeo, deixa um like aqui embaixo, e deixa um comentário falando se você quer mais vídeos como esse para outras disciplinas. Se você estopar, eu posso fazer um vídeo como esse, trazendo conteúdo de geografia, trazendo conteúdo de sociologia, de história, para a gente fazer aí uma revisão bem completa e garantir, assim, mais acertos na prova. do primeiro dia do Enem. Se você é novo no canal, se inscreve aqui embaixo pra que você possa receber mais conteúdos voltados à preparação pro Enem e pra vestibulares tradicionais. Foi um prazer estar aqui com vocês, nos vemos nos próximos vídeos e bons estudos!