Olá, eu sou a Tânia. Sejam muito bem-vindos ao episódio número 15 do curso Biologia e Geologia. No episódio de hoje, vamos falar sobre a formação de rochas sedimentares. A Terra é um planeta vivo, que se encontra num estado constante de transformação, quer interna, quer externa.
Certamente já viste no National Geographic algumas filmagens de erupções volcânicas. Estas erupções são um bom exemplo de transformações internas. Por outro lado...
As transformações podem também ser externas, como a erosão da crosta terrestre. Devido à atividade externa e interna, vão formar-se rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas. As rochas são associações de minerais que foram formadas em condições muito específicas.
As rochas sedimentares formam-se à superfície, ou muito perto dela. Estas resultam de alterações de rochas pré-existentes, provocadas pela interação com a hidrosfera, atmosfera e biosfera. A formação das rochas sedimentares inclui a sedimentogénese, que compreende a formação, transporte e deposição dos materiais provenientes de uma rocha pré-existente, e a diagénese, que é responsável pela consolidação dos sedimentos e a sua transformação numa rocha. A sedimentogénese inclui as seguintes etapas.
De certeza que já reparaste que quando as rochas estão expostas na superfície terrestre, vão sendo alteradas por diversos fenómenos ambientais. A alteração das características iniciais das rochas tem o nome de meteorização, que é o conjunto dos processos físicos e químicos que degradam a rocha. A meteorização pode ocorrer de dois modos diferentes, a meteorização mecânica ou física e a meteorização química. A meteorização física ou mecânica é um processo que vai partir a rocha em fragmentos cada vez mais pequenos sem que ocorram alterações na composição química.
Neste tipo de meteorização está incluída a ação da água, a ação do gelo, a ação da temperatura, a ação dos seres vivos, o crescimento de minerais e libertação de pressão. A ação da chuva e a variação cíclica do teor de água nas rochas, ou seja, a alternância de períodos secos com períodos úmidos, provocam aumentos de volume e retrações, originando tensões que levam à fraturação e desagregação do material rochoso. A água, no estado líquido, que penetra nas fraturas e poros da rocha, pode congelar. Ao mudar para o estado sólido, a água aumenta de volume, exercendo pressão que, como consequência, aumenta as fraturas existentes, podendo formar novas fraturas que vão levar à desagregação da rocha. Este fenómeno tem o nome de crioclastia.
Tal como todos os corpos terrestres, as rochas estão sujeitas a variações de temperatura ao longo do dia, o que vai provocar uma variação no volume. Um aumento de temperatura provoca a dilatação e um arrefecimento, a contração. Estas alterações sistemáticas dão origem a grandes fraturações nas rochas, que podem formar materiais soltos.
Este fenómeno tem o nome de termoclastia. A água que se acumula nas fraturas e nos poros das rochas pode conter sais dissolvidos, que podem precipitar e formar minerais. Estes minerais vão exercer uma força expansiva nas rochas onde estão e acabam por contribuir para a fragmentação da rocha.
Este fenómeno tem o nome de aloclastia. No caso dos seres vivos, quando as plantas se fixam em rochas porosas e inestáveis, as suas raízes vão ser responsáveis pelo surgimento e alargamento das fendas que já existem. Alguns animais escavam tocas ou galerias que aumentam o grau de degradação da rocha ou a expõem ainda mais a outros agentes de meteorização. As rochas, quando se formam a uma grande profundidade, vão estar sob repressão.
E quando estas ascendem à superfície, as rochas que estão por cima já foram erudidas e, por isso, expandem-se por alívio de pressão e fraturam-se, formando as diáclases. O processo de meteorização química altera a composição química dos minerais nas rochas, o que faz com que certos minerais sejam destruídos e novos minerais sejam formados. A composição química pode ser alterada através da água e das substâncias que nelas estão dissolvidas, dos gases na atmosfera, como o oxigênio.
e o dióxido de carbono e de substâncias produzidas pelos seres vivos. A meteorização química das rochas compreende várias reações, como a dissolução, a hidratação, a hidrólise e a oxidação-redução. Na dissolução, ocorre a reação dos minerais com a água ou um ácido, que altera as suas composições, como por exemplo a carbonatação, a hidratação é o processo que representa a ligação de minerais com a água ou a remoção desta em outros minerais.
Na hidrólise, ocorre a substituição dos cationes da estrutura de um mineral por iões de hidrogênio provenientes da água ou de um ácido. Esta reação leva à formação de novos minerais ou à destruição do mineral original. Os processos de oxidação e redução estão ligados e, por isso, não ocorrem um sem o outro. A oxidação implica a perda de eletrões e a redução, o ganho destes. Um bom exemplo destes processos é a ferrugem.
Assim, a meteorização química vai produzir produtos químicos ou sedimentos, que podem ser iões e minerais, de origem não detrítica. Já os seres vivos produzem resíduos metabólicos que provocam alterações químicas nas rochas. Depois de ocorrer a meteorização, ocorre a erosão. Na erosão, Agentes erosivos como a água e o vento arrancam pedaços da rocha original. No caso da água, as águas correntes arrastam sedimentos ao longo de um curso de água.
A água da chuva tem o mesmo efeito nos solos, principalmente quando não há vegetação, como é o caso das ravinas. O vento remove partículas sedimentares, deixando-a exposta à rocha para sofrer meteorização. Ao remover as partículas que transporta, vai desgastar também as rochas. As partículas arrancadas pela erosão vão sofrer um processo de transporte. Dentre os agentes de transporte estão a gravidade, a água e o vento.
Durante o transporte, as partículas vão sofrer uma diminuição de tamanho e um arredondamento gradual devido aos processos erosivos. Estas partículas são transportadas sob a forma de clastos. Os fragmentos, durante o transporte, são também separados por tamanho e peso. O poder de transporte do vento depende da sua intensidade e do tamanho das partículas que este vai transportar.
Neste caso, os clastos são muito bem calibrados devido ao poder seletivo do vento. A água, no estado líquido e sólido, é o principal agente de transporte das partículas que resultam da meteorização. O transporte pode ocorrer por saltação, suspensão, rolamento e arrastamento. O tamanho dos clastos ao longo de um rio. diminui, mas estes vão atingir dimensões uniformes entre eles.
Este processo tem o nome de uniformidade granulométrica. À medida que o agente de transporte vai perdendo energia, este para e os sedimentos acabam por se depositar, ou sedimentar, com base no seu tamanho e no seu peso, em camadas consecutivas, dando origem aos estratos. Esta acumulação de sedimentos ocorre em ambientes terrestres, mas é mais comum em ambientes aquáticos.
Cada extrato é sobreposto por outro que é mais recente, o teto, que cobra um anterior mais antigo, o muro. Os sedimentos, depois de serem depositados, vão ser sujeitos a um conjunto de fenómenos físicos e químicos que vão promover a consolidação e a formação de uma rocha sedimentar, a diagénese. Os fenómenos que intervêm na diagénese são a compactação e a cimentação.
Na compactação, à medida que as novas camadas se depositam sobre as anteriores, Os sedimentos são continuamente comprimidos pelos novos sedimentos que se vão depositando. Assim, vai ocorrer um aumento de pressão, compacta os sedimentos e expulsa toda a água existente entre eles. Parte das substâncias químicas que se encontram em suspensão ou dissolvidas na água que está entre os sedimentos precipita e dá origem a um cimento que fixa os sedimentos entre si. Este fenómeno tem o nome de cimentação. E ficamos por aqui neste episódio.
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