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Introdução ao Curso de Genética Online

A partir de agora a gente começa não só uma sequência de aulas, mas algo muito próximo daquilo que eu consideraria um curso. Sim, a partir de agora você começa um curso de genética com mais de 20 aulas disponíveis aqui no YouTube de maneira gratuita, aberta. Eu digo que essas aulas têm um caráter um pouco diferencial e por isso eu chamo de curso, porque a gente começa não ter só conteúdo, mas também a aplicação do conteúdo em forma de exercícios. Para cada uma das aulas vocês terão a... aplicação de informações da aula na forma de exercícios, e isso é crucial para você dominar a genética, que é um problema para a maior parte dos estudantes de Biologia do Ensino Médio. Então eu espero que você goste bastante daquilo que vem pela frente, e principalmente eu espero que você compreenda a genética e passe a gostar dela. Eu me chamo Guilherme, sou professor de Biologia, e te convido. Vem comigo! Parece um pouco besta a gente fazer uma aula só de introdução à genética, com conceitos básicos, porque afinal de contas, para a maior parte dos estudantes, a genética tem seus problemas na parte dos cálculos, nas probabilidades, nas interpretações e anunciados, mas é aí que eu quero mudar a sua percepção, eu quero que você entenda a genética com base primeiramente em conceitos. Conceitos que inclusive são muito, muito importantes para uma prova bem conhecida de vocês, a prova do Enem. O Enem adora trabalhar a genética de maneira conceitual e você não consegue avançar nela se você não tiver pelo menos esses conceitos básicos. Eu sei que para muita gente genótipo, fenótipo, dominante e recessivo é o básico e todo mundo domina, mas eu quero mostrar algumas peculiaridades e informações extras para vocês dentro desses conceitos, ok? Então vamos começar por aquilo que é bem básico, bem importante que você precisa dominar. O que é a genética? É a parte da biologia que estuda os genes, perfeito? A gente está estudando os genes. Sua manifestação e a hereditariedade. Então sempre que a gente estuda hereditariedade, ou seja, a passagem de informações hereditárias de pais para filhos, a gente está trabalhando sim a genética. Agora, prof, o que é um gene? Isso é uma coisa muito abstrata para mim. Então vamos pensar o seguinte, tá? As nossas informações, que a gente chama de genéticas, estão em pedaços de DNA. A gente tem 46 desses pedaços dentro de cada uma das nossas células. Então você tem células por todo o corpo, se elas não forem células gaméticas, se elas não forem espermatozoides ou ovócitos, elas vão ter 46 cromossomos dentro de uma situação típica. Cromossomos são pedaços de DNA, como eu estava falando para vocês, que se enrolam para poder caber dentro desse núcleo. O nosso DNA é muito grande, ele tem mais de 2 metros de comprimento dentro de uma única célula, se a gente espichasse ele. 2 metros de comprimento, professor? Isso mesmo? Mais de dois metros de comprimento é o DNA de uma única célula do seu corpo. Para poder caber dentro do núcleo que é microscópico, esse DNA tem que se enrolar, se enrolar, se enrolar, se enrolar e formar cromossomos. Dentro desses cromossomos que eu desenhei aqui para vocês, nós vamos ter pedacinhos que geram informações. Informações essas que servem para fabricar proteínas ou para regular a produção de proteínas. Então, por exemplo, a gente tem um gene que serve para a gente produzir a melanina. E a gente tem outros genes que servem para regular essa produção de melanina, ou seja, dizer quanto que a gente tem que produzir. Tem pessoas que têm o gene normal da produção de melanina, como a maior parte das pessoas, a esmagadora maioria das pessoas tem, só que não produzem, porque existem outros genes reguladores que vão dizer olha, não precisa produzir tanta melanina assim. Outras pessoas que têm a pele escura vão dizer, ó, produz bastante melanina. Então a gente tem genes para produzir as proteínas e para regular a produção delas, perfeito? Coloquei aqui para vocês que o gene é a unidade básica da hereditariedade. São segmentos de DNA, informações, trechinhos do nosso DNA que trazem essas informações de síntese proteica ou de regulação das proteínas. Aí o que eu coloquei aqui para vocês que vale a pena a gente observar. É muito comum a gente ver nos exercícios de genética informações como uma doença, de caráter recessivo, autossômica, ou uma doença alossômica dominante, ou uma doença não sexual, uma doença sexual. O que é isso, prof? Então a gente recebe, preste atenção, 23 cromossomos via espermatozoide e 23 cromossomos via ovócito, que é um óvulo depois. Esses 23 cromossomos que a gente herda de pai, esses 23 cromossomos que a gente herda de mãe vão formar um zigoto. que vai se multiplicando, se multiplicando até formar todas as células do nosso corpo. Todas as nossas células, portanto, vão ter 46 cromossomos e a gente pode dizer que esses cromossomos estão em... pares, ou seja, são 23 pares cromossômicos. Desenhar esses cromossomos, colocar eles em uma imagem, faz a gente formar aquilo que a gente chama de cariótipo. Então esse é um cariótipo típico. O que seria um cariótipo típico? Aquele que tem 46 cromossomos, tudo em ordem, não está faltando pedaço de cromossomo algum, não tem cromossomo a mais, não tem cromossomo a menos, e aí começa a prestar atenção. Os... cromossomos podem pertencer a dois grupos diferentes. Quando esses cromossomos pertencem aos 22 primeiros pares, a gente chama esses cromossomos de não sexuais ou autossômicos. São aqueles cromossomos que contêm informações que se manifestam de maneira livre em homens e mulheres. Características como a cor do cabelo, são características autossômicas. característica como a melanina é uma característica autossômica também porque ela não é sexual a gente não tem um padrão de cor de pele ou de desenvolvimento de melanina típico da mulher e um padrão de desenvolvimento de cor de pele típico do homem isso é autossômico então toda vez que você vê essa palavra aqui ó um enunciado de questão autossômico quer dizer que não é sexual agora quando os genes eles estão Dentro desses cromossomos aqui, que a gente chama de X ou de Y, formando pares XX ou XY, aí nós temos os chamados genes dentro de cromossomos sexuais ou alossômicos. Então, cromossomos, alossomos ou alossômicos são os de caráter sexual. Lembrando que a mulher é XX e o homem é XY. Prof, mas eu sempre pensei que o cromossomo X tinha formato de X? E o cromossomo Y tinha formato de Y? Pois é, você pensou errado, tá? Não existe isso. O cromossomo X, ele tem um outro parzinho X de igual tamanho, eles têm formato de bastãozinho, e o cromossomo Y também, só que ele é um pouquinho menor, né? Na verdade, bem menor, ok? Então tá aí, cromossomos autossômicos e cromossomos alossômicos. Isso é importante para a interpretação de exercícios no futuro. Agora, prof, se eu der uma olhada nesse cromossomo, o que a gente tem lá? A gente vai ter genes. Um cromossomo, nosso único cromossomo, pode ter algo em torno de 500 a 1.000 genes, dependendo do tamanho do cromossomo e o tipo de cromossomo. Então a gente tem aqui, peguei o par número 4 e joguei para cá. Notem o seguinte, nós temos um cromossomo 4 que veio do pai, um cromossomo 4 que veio da mãe, ou sei lá, da mãe e do pai, tanto faz, tá? Fazer conta que o laranjado é aquele cromossomo que veio da mãe e o amarelo é aquele que veio do pai. Nesses cromossomos nós temos locais fixos para os genes. Então o gene da melanina fica sempre no mesmo lugar. Se aqui a gente tem dois cromossomos, quatro por exemplo, nesse ponto aqui eu tenho o gene A, do outro lado eu tenho que ter o gene A também. Pessoal, mas está errado. Aqui você tem o gene A e aqui você tem o gene A. Essa é a primeira coisa que a gente tem que quebrar dentro das nossas informações normais de genética. O gene é A, o gene é B, o gene é C. O local aqui onde ele está é o local do gene A, o local do gene B, o local do gene C. Agora, as variações que esses genes podem ter, a gente pode chamar assim de A ou de A. E essas variações a gente chama de alelos. Muito cuidado, um gene é A, B ou C. E aí ele pode ter alelo-azão, alelo-azinho, conforme a dominância ou a recessividade. A gente, por padrão, a gente vai dizer que... O alelo dominante representamos em letra maiúscula e o alelo recessivo com uma letra minúscula. E o que significa ser dominante ou recessivo, professor? Na hora que a gente emparelha essas duas informações, digamos que eu, Guilherme, recebi a asão da minha mãe, a asinha do meu pai. Na hora que eu for manifestar a minha característica, eu não vou manifestar o asinho porque o asão é dominante sobre ele. O asão vai se manifestar. Ok? Beleza. Agora, prof, aqui nós temos genes iguais. Não, nós temos alelos iguais. Alelo Bzinho, alelo Bzinho. Alelo Czão, alelo Czão. Beleza? Outra coisa importante, esse é o locus do gene A, esse é o locus do gene B, esse é o locus do gene C. O A não pode estar no lugar do C, o C não pode estar no lugar do B. Cada um tem o seu local. É o locus gênico. É um local físico, é um local, é o... espaço no cromossomo onde fica um gene, beleza? Lembrando que a gente chama, quando um indivíduo tem um alelo dominante e um alelo recessivo para um determinado gene, a gente chama esse indivíduo de heterozigoto. E aí tome cuidado, a gente pode chamar também de híbrido. E o Enem adora essa palavra, já usou várias vezes em exercícios. Pessoal, mas híbrido não é como se fosse tipo o burro ou a mula, que é um cruzamento do cavalo com a jumenta, não é isso aí? Não. Na genética, o termo híbrido representa o heterozigoto. Preste atenção. Por que híbrido? Por que o Mendel chamou assim? O pai da genética, ele não falava de heterozigoto, ele chamou de híbrido e de puro. E a gente manteve essa denominação. Alguns materiais trazem essa palavrinha e o Enem gosta bastante de usar. Então, quando na genética a gente fala de hibridismo, a gente está falando de heterozigose, ok? Aí ele pode ser também homozigoto ou puro. Então quando eu falo de uma linhagem pura na genética, não é porque a descendência dele tem uma nobreza, é puro, nada a ver. A linhagem pura é uma linhagem de homozigotos. Pode ser homozigoto recessivo, pode ser homozigoto dominante. Um último detalhe sobre essas informações aqui. Vocês estão vendo que os cromossomos estão em pares. Todo cromossomo que forma par, a gente chama ele de homólogo. Então o cromossomo 4 que eu recebi da mãe vai fazer parzinho. com o cromossomo 4 que eu recebi do pai. Agora, o cromossomo 4 da mãe não vai fazer par com o cromossomo 10 que eu recebi do pai. Então, o 4 com o 10 não são homólogos. O 10 com o 13 não é homólogo. Quem que é homólogo? Aqueles que formam parzinhos. O 4 com o 4, o 5 com o 5. Esses cromossomos todos têm características específicas. Eu desenhei eles quase que tudo igual, mas eles têm formatos diferentes, tamanhos diferentes, e a gente consegue perceber isso na hora que vai montar um cariótipo com base em imagem real. Aqui eu fiz só um desenho para vocês, beleza? Então, toda vez que a gente fala de cromossomos homólogos, a gente está falando de cromossomos que formam parzinhos. Então, um par de homólogos tem o gene A, B e C. Um par de homólogos tem o gene A, B e C, ok? Beleza? Massa? Uma coisa curiosa e importante, né? Às vezes a gente olha assim, o cromossomo X tem um tamanho, o cromossomo Y tem outro tamanho, aí eles não são homólogos. Tome cuidado com isso, isso pode aparecer em prova de vestibular também. O cromossomo X e o Y, eles são parcialmente homólogos e parcialmente não homólogos. Existe uma região de homologia entre esses cromossomos e existe uma região não homóloga entre esses cromossomos. Se a gente estiver estudando um gene na porção homóloga, as regras de cruzamento genético serão as mesmas que a gente utiliza lá no mendelismo. Na primeira lei de Mendel, na segunda lei de Mendel, são as regras que a gente utiliza. para fazer os cruzamentos dos cromossomos autossômicos, porque é uma região homóloga. Agora, quando a gente estuda herança sexual, que vai ver lá o daltonismo, a hemofilia, a hipertricose, todas essas informações genéticas estão na porção não homóloga entre os cromossomos. Não vai ter um gene aqui, por exemplo, da hemofilia, com um parzinho do outro lado, lá no cromossomo Y, porque essa região não é homóloga, são regiões diferenciadas. Ok? Para a gente finalizar então, lembre-se do conceito de genótipo e de fenótipo, que parece ser bastante simples, mas pode confundir um pouquinho. O que é o genótipo? É a informação genética de um indivíduo. Quando eu falo assim, o Guilherme é azão, azinho, isso é um genótipo. O Guilherme é bezinho, bezinho, isso é um genótipo. O Tatuzinho aí é cesão, cesão, isso é um genótipo. E essas informações são hereditárias, eu passo adiante. Ok? Informação genética do ser e é hereditário. Agora, o que é um fenótipo? O fenótipo é aquilo que se expressa a partir de um genótipo. Por exemplo, eu geneticamente sou azão-azinho para o albinismo. Beleza? Azão-azinho. Eu sei que o albinismo é recessivo. Eu sou azão-azinho, eu não sou albino. Essa característica de não ser albino é um fenótipo. Eu não sou albino. Perfeito? Agora, se eu fosse azinho-azinho, eu seria albino. A informação genética é asinho-asinho, o genótipo é asinho-asinho, e o albinismo, que é uma característica manifestada a partir disso, é um fenótipo, ok? Os fenótipos nem sempre vão passar. Eu posso ser, por exemplo, não albino, asão-asinho. A minha esposa pode ser não albina, asão-asinho. E aí eu posso, na hora de formar o meu gameta, mandar um asinho, e a minha esposa manda um asinho também. O meu filho ou filha será albino. Não mandei a minha característica. Eu não mandei o meu fenótipo. Por quê? Porque o fenótipo não necessariamente é hereditário. É o genótipo que é hereditário. Beleza? Massa? E para a gente finalizar de fato, não esquece que o fenótipo pode ser influenciado pelo meio. Ele pode ter, sim, não sempre, claro, mas ele pode ter uma alteração desencadeada pelo nosso meio ambiente. Então, eu tenho meu cabelo escuro. Mas se eu platinar ele, eu mudei o fenótipo do meu cabelo. Mudei o genótipo? Não. Geneticamente eu ainda vou ter o cabelo escuro, mas eu mudei isso. com o ambiente, usando água oxigenada. Beleza? Então estão aí as características e as informações mais importantes para essa base de genética e eu espero que você, a partir delas, consiga entender um pouco melhor aquilo que vem pela frente. Ok? Vamos junto, até o final. Bora junto nesse curso de genética. Para não perder nenhuma aula, por favor, se inscreva no canal, ative o sininho, dê o like nessa aula, compartilhe com seus amigos, porque isso é muito importante para a manutenção do nosso projeto. para viabilizar essa proposta de oferecer aulas gratuitas de Biologia, Química e Física aqui no YouTube. Meu muito obrigado e tamo junto. Até a próxima!