E aí galera do Mundo Edu, do Mundo Português, eu sou a Dani Bressan, continuando as aulas de literatura, hoje nós vamos falar de uma matéria bastante importante, o pré-modernismo, tá certo? Muito bem, toca a vinheta aí! Muito bem, meus queridos! O que é, então, afinal de contas, o pré-modernismo? Antes de mais nada, coloquem na cabeça, anotem isso aí, pré-modernismo é um período de transição na literatura.
Tânia, e se é um período de transição, é trans... entre o que? Entre o que foi ainda as estéticas do parmeasianismo e simbolismo e o que vai ser ainda a estética do modernismo.
E como é que eu vou entender? que esse período é pré-modernista. O que me garante isso? Primeiro, nós não podemos esquecer o momento histórico que o Brasil está vivendo.
O pré-modernismo é início do século XX, ou seja, o Brasil já passou do que ele era de império, agora se tornou uma república. A maneira de ver a literatura e de escrever a literatura também mudou. Por quê?
Porque antes nós tínhamos uma poesia muito mais formal, de certa forma... também subjetiva, a prosa, os romances se apresentavam como com personagens dentro da burguesia, com personagens nos centros urbanos, uma linguagem mais elaborada existia antes. Dani, quer dizer então que antes não tinha isso?
Não tinha esse deslocamento? Não tinha as outras classes? Claro que existia. Meus queridos, não esqueçam que no romantismo eu tinha romance regional. certo aqui no pré-modernismo também mas a linguagem vai mudar a maneira de ver as coisas vai mudar o pré-modernismo ele vai ter um tom mais crítico então se falava já antes do que se fala no pré-modernismo só que agora de maneira mais crítica mais enfática para chamar atenção para o que três coisas muito importantes a primeira delas o deslocamento desses espaços no ambiente do romance como assim Agora eu tenho, por exemplo, romances que acontecem lá no interior do sertão, lá no interior caipira, na periferia do Rio de Janeiro, em cidades do Espírito Santo.
Antes não era bem assim. Além disso, a linguagem se torna um pouco mais aberta. Aquela linguagem mais padronizada, mais formalizada, muda um pouquinho.
E os romances vão apresentar mais diálogos e essas personagens vão dialogar de acordo com o seu momento. Mas o tal... Talvez a coisa mais importante do romance pré-modernista seja que aquelas personagens que antes no romantismo e no realismo pareciam que sempre eram da mesma classe, e na verdade sim, da classe burguesa, agora mudou.
Bando de burguês, safado! Não é que não exista mais a burguesia, pelo amor de Deus, né? Temos até hoje.
Mas o pré-modernismo traz pra nós personagens que se deslocam desse meio burguês. Nós vamos falar... agora da classe mais marginalizada do caboclo do sertanejo do marginal do bêbado do boêmio do louco o rompe o termo e on-barm Isso é uma das características desse período de transição.
Nós temos nesse período de transição, que é o pré-modernismo, alguns romances essenciais. O que eu estou dizendo? Eu estou dizendo que é evidente que o Enem não traz literatura.
obrigatórias pra vocês. Mas um conhecimento de cada um desses romances, pelo menos um conhecimento geral, nós temos que ter para realizar a prova. O pré-modernismo abre as portas com um romance importantíssimo chamado romance de tempo. tese, escrito pelo jornalista, e aí também se tornou um grande escritor chamado Euclides da Cunha.
Do que eu estou falando? Dos Sertões. Os Sertões de Euclides da Cunha traz como pano de fundo histórico tudo o que aconteceu na Guerra de Canudos, que aconteceu lá no interior da Bahia, na Fazenda de Canudos.
Não esqueçam, esse romance apresenta também uma característica... que nós já falamos em outras aulas no naturalismo, que é o que? O determinismo. O meio, a raça e o momento determinam o homem.
Outro romance bastante importante para esse período, e que já foi questão de prova em 2012, aparece no Enem para vocês, é o Triste Fim de Policarpo Quaresma. Escrito pelo boêmio assumido Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma também está no pré-modernismo e cuidado! porque é uma obra bastante diferenciada.
Em que sentido? Ele apresenta uma personagem, o Policarpo Quaresma, e o seu triste fim é porque ele morre ao final, nas mãos dos soldados, daquilo que ele tanto esperava, daquilo que ele tanto gostava, porque ele era um idealista patriótico. Ele era nacionalista, muito nacionalista, e acreditava na nação brasileira, na língua brasileira, na grande pátria, na grande nação. Além do ser...
e do Triste Fim de Policarpo Quaresma, mais dois romances vão fazer com que o pré-modernismo seja forte na sua crítica. Urupês e Cidades Mortas, que são dois livros do mesmo autor, tô falando do Monteiro Lobato. E muitos de vocês conhecem Monteiro Lobato por conta do Sítio do Picapau Amarelo. Pode botar musiquinha, né? Eu detesto aquele sítio, é uma coisa horrorosa.
Dei o Monteiro Lobato. Monteiro Lobato, meus queridos, cria uma personagem muito importante, chamada Jeca Tatu. O Jeca Tatu, aquele homem do interior, no meio do campo, que não faz nada, que é preguiçoso. E além desse homem...
desse caboclo, desse cara que vive lá no meio, bem afastado da cidade, o Monteiro Lobato também faz uma crítica. Uma crítica ao quê? À decadência do café no Brasil. Aliás, toda a obra do Monteiro Lobato...
inclusive a infantil, é uma obra de crítica. Além desses três autores, temos também um autor não muito conhecido, não muito explorado nas provas, chamado Graça Aranha. O Graça Aranha escreve um livro chamado Canaã. Canaã, que lá na Bíblia significa terra prometida, tem justamente esse sentido também nessa obra, que se passa lá no Espírito Santo, e que traz duas personagens alemãs, dois alemães, que discutem... Escutem o poder da raça ariana ou o poder da mestiçagem no mundo, sobretudo no Brasil.
Para finalizar a prosa do pré-modernismo, quando eu falo prosa eu falo de romance, narrativa. Temos um autor gaúcho muito importante, muito interessante, chamado Simões Lopes Neto. O Simões Lopes Neto traz uma inovação.
Todos esses autores que eu falei até agora são inovadores na linguagem, na maneira de explorar. explorar os espaços, os ambientes, as personagens. Simões Lopes Neto traz pra nós uma linguagem inovadora, uma linguagem regionalista. Ele explora o regionalismo do Rio Grande do Sul. Mas que bárbaridade!
Traz pra nós, em contos gauchescos, um narrador que passa pra nós histórias que ele vive e que outras pessoas viveram. Um narrador conhecido nosso da literatura, o Blau Nunes. Todos os costumes, o linguajar. a vestimenta do homem gaúcho é explorado, então, nesse livro do Simões Lopes Neto. Dani, e nesse tal de pré-modernismo, nesse período de transição, não tem poesia?
Tem! Tem poesia, e como tem? O grande autor da poesia pré-modernista e talvez o grande autor de poesia de forma geral, Augusto dos Anjos. O Augusto dos Anjos não foi bem recebido pela crítica, logo que ele lança o livro Eu.
Mas por que, Dani? Porque a linguagem que ele usou na sua poesia foi considerada na época como antipoética, antilirismo. E de onde ele tirou essa linguagem?
Essa linguagem ele tirou da ciência. É uma linguagem científica, da medicina, da farmácia, da química. Ele não agradou no seu início.
Hoje sim, consideramos o grande poeta Augusto dos Anjos. E foi questão de prova. em 2014 pra vocês. Outra questão importante do Augusto dos Anjos, nós temos que ter muita atenção a isso, é que o Augusto dos Anjos faz o quê? Ele usa a palavra morte em várias poesias.
E a morte pro Augusto dos Anjos, cuidado, a morte pra ele é putrefação do corpo, é cadáver, é apodrecer, é virar comida de verme. Mas não é só de palavras difíceis, termos científicos, parece muito depressiva essa poesia do Augusto dos Anjos, e parece, não é só de gente morta que ele vai falar. O Augusto dos Anjos também é um poeta de reflexão. Afinal de contas, ele tem um subjetivismo, sim, na sua poesia, quando usa questões filosóficas, existenciais, sobre o quê?
Sobre a própria vida. O Augusto dos Anjos, meus queridos, também tem uma questão muito... reflexiva, filosófica, existencial. Quando é que aparece isso na poesia?
Quando ele fala da sua própria existência, da existência da vida, dos seres e de como é que é lidar com isso, como é que é lidar e viver em meio a uma sociedade. É uma poesia de bastante angústia, sim, bastante angústia. A questão de 2014 que traz pra vocês o texto Psicologia de um vencido.
Eu, filho do carbono e do amor. essa poesia famosa do Augusto dos Anjos apareceu em 2014 trazendo o que? Pedindo características, não só do meu amigo Augusto dos Anjos pré-modernista, mas também, a resposta era essa, que ele estava com um pezinho lá no parnasianismo e no simbolismo.
E por que que o Augusto dos Anjos tem um pé parnasiano simbolista e outro pé modernista, afinal de contas? Ele é parnasiano simbolista na forma, qual é a forma? do Augusto dos Anjos? Soneto. Ele é modernista no conteúdo, no assunto.
Por quê? Porque usar expressões como ele usava, falar do que ele falava, da forma como ele falava, ou melhor, escrevia, é questão de modernismo e não de parnasianismo e simbolismo. Por isso ele também é um poeta de transição e essa era a questão do Enem em 2014. Mas não é só de poesia que vive o Enem.
Em 2012, vocês têm uma questão do Lima Barreto sobre... este livro que eu acabei de falar o triste fim de policarpo quaresma queridos falei já e repito nada é obrigatório como leitura no enem mas é importante eu ir pra prova com conhecimento prévio das principais obras que a literatura traz pra vocês e dos principais autores a prova traz um trecho do livro o que facilita a nossa vida afinal de contas é ler e depois interpretar essa questão trazia como resposta exatamente o cabelo e falar pra vocês Ou seja, Policarpo Quaresma, essa personagem do Lima Barreto, é uma personagem patriótica, nacionalista exagerada, com uma ideologia de pátria que seria o quê? Exaltação da flora e da fauna brasileiras.
Porque ele era um estudioso. O Policarpo Quaresma era um estudioso do Brasil. Ele buscava e queria, de uma vez por todas, que a língua nacional fosse o tupi na busca das nossas raízes.
O Policarpo Quaresma bebia. bebia bastante e foi considerado louco. Então, se aparecerem questões ainda no Enem sobre Lima Barreto, sobre este texto especialmente, loucura faz parte da personagem?
Sim. Gente, lembrando, pré-modernismo, vocês precisam fazer essa associação na praça. Meus queridos do mundo Edu, do mundo português, a aula tá acabando, estamos encerrando, que pena, também acho, mas outras virão.
Ok? Sensacional Falamos hoje do pré-modernismo Não esqueçam, período de transição Transição entre o que foram as estéticas lá no passado E o que vai ser as estéticas ainda serão as estéticas do futuro, como o modernismo, por exemplo, que é uma outra aula. Não esqueçam também, nada é leitura obrigatória no Enem, mas é importante, muito importante, sabermos os principais autores, as suas obras principais, os grandes destaques da literatura. Por isso falei do Monteiro Lobato, do Augusto dos Anjos, do Lima Barreto, do Euclides da Cunha, do Graça Aranha, e todos esses são muito importantes. Tá certo?
Um grande abraço pra vocês, se cuidem, um beijão!