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Evolução do Setor de Investimentos no Brasil

Olá, sejam bem-vindos ao podcast da Cate Investimentos. Temos com um enorme compromisso com os nossos clientes em emprestar assessoria financeira inteligente. E a gente acredita que proporcionar conversas com o mercado, com lideranças, com especialistas, agrega muito valor para todos os nossos clientes e todos os nossos seguidores.

E hoje estamos recebendo aqui, na sede da Cate Investimentos, o Francisco Amarante. O Francisco Amarante é superintendente da ABAI, Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos. Francisco, em primeiro lugar, é um prazer recebê-lo aqui.

Eu queria que você contasse um pouco sobre você e sobre o trabalho da ABAI também. Muito obrigado, Elson. O prazer é todo nosso poder compartilhar esse espaço com vocês e com os clientes de vocês. Francisco Amarante é um profissional do mercado financeiro com algumas décadas de experiência, passou por algumas instituições nacionais, internacionais, no Brasil, fora do Brasil, sempre no relacionamento comercial junto a investidores qualificados, fundos de pensão, seguradoras, institucionais de modo geral e na área de investimentos.

a honra de ver o surgimento da indústria de fundos de investimentos no Brasil a partir de 1995 e atuei nesse mercado até 2010 aproximadamente, onde resolvi passar por um período de transição de carreira, resolvi empreender. E foi uma experiência muito interessante que eu aprendi nesse período exatamente qual é o conceito de empreender. E diferentemente do que a maioria das pessoas imaginam que empreender é voar, é ter a sua liberdade, empreender na verdade é o contrário.

É você aprender a se levantar dos tombos que você leva cada dia. E empreender no Brasil especificamente é duplamente desafiador. Nem gostaria de entrar nesse detalhe para a gente não se estender muito aqui na conversa. Mas agora que a gente tem vivido as discussões em torno...

da PEC 45, que discute a reforma tributária, a gente vem percebendo de fato a complexidade que é empreender aqui no Brasil. Obviamente que eu faço parte daquelas milhares de pessoas que tentam empreender e que não são bem sucedidas, muito embora a gente tenha se esforçado bastante para que fosse. E retornei ao mercado em 2014. naquela onda das fintechs. Eu já tinha uma idade já avançada, imaginei que pós crise financeira mundial de 2008, 2009, talvez o mercado não tivesse espaço para absorver profissionais mais experientes.

E as fintechs começaram a surgir como grande disrupção no mercado e comecei então a desenvolver a área comercial para algumas delas, algumas empresas de software que... voltadas ao mercado financeiro, voltadas ao mercado de investimentos, empresas de consolidação de carteiras de ativo. Quando, numa oportunidade, visitando os escritórios de assessoria, me deparei com o presidente da, então, Abai, isso em dezembro de 2018, e eu fiquei surpreso, minha primeira reação foi mas o que é Abai? Eu não conheço Abai. É a Associação Brasileira dos Agentes Autônomos de Investimentos.

que na época era a denominação dada à atividade. E eu falei, poxa, que interessante, eu não conhecia. Não, é uma associação nova, muito embora a gente tenha fundado ela em 2015, agora em dezembro de 2018, que de fato a gente está estruturado para ir a mercado e vamos fazer um grande evento no auditório da B3, na Bolsa de Valores.

Convidamos a CVM, a Ambi, a Mancor. mais de 100 escritórios de assessoria, as plataformas, para que a gente, então, nos apresente oficialmente o mercado. E me convidou para esse evento. Eu, inocentemente, falei, puxa, é uma oportunidade de network, de conhecer os escritórios de assessoria. Participei desse evento quando, por minha surpresa, em determinado momento eles falam para o ano que vem a gente quer profissionalizar as atividades da associação, atraindo um superintendente que não seja assessor de investimentos, que possa, de forma isenta, sem rótulos, sem vínculo com ninguém, tratar das nossas pautas de uma maneira mais assertiva.

E quando eu ouvi aquilo... Eu falei, puxa, é uma oportunidade boa para mim, pela minha experiência de mercado, pelo fato de, desde a década de 90, eu já participar dos ambientes associativos, participei de diversos comitês da antiga Ambide, que depois virou Ambima, participei de concelhos, já estava no mercado. Você já conhecia o regulador?

Já conhecia o regulador, praticamente todas as resoluções que tratam de fundos de investimento no Brasil, a gente participou ativamente dos comitês. Dambid, na época, que tratavam dessa questão da 409, da 555, agora esse mês entrou em vigor a resolução 75. Então eu já tinha ali mais ou menos um pouco de expertise de como era esse mundo associativo. E verificando a repaginada que o profissional, o agente autônomo de investimentos, vinha dando, eu achei que aquilo pudesse ser um momento e uma oportunidade interessante de, junto com o crescimento da atividade, a gente poder tentar organizar o que historicamente, desde a década de 60, quando pela primeira vez o assessor de investimentos foi regulado, na época ainda pelo Banco Central, para que a gente pudesse então ter uma estrutura.

um pouco mais... Você pegou toda aquela fase de grande crescimento do setor, porque tinha essa resolução antiga, só que o setor ficou muito tempo sem o plano, o projeto grande de expansão. Exatamente.

Eu costumo dizer que a gente está no período do AI 3.0. Então, se eu dividir em uma linha do tempo, da década de 60, de 67 para cá... Eu puria que o AI.0 é aquele cara que foi regulado lá em 67, como agente autônomo de investimento sem vínculo trabalhista, que praticamente era um voltado ao mercado de renda variável, ao mercado bursátil, e que a gente brincava na época que era um tirador de pedido. O cliente ligado era o cara que fazia a boleta para comprar, boletava a operação para comprar ou vender determinada ação.

Anos depois, então, o ambiente do pregão viva-voz, que muitas pessoas quando olham para trás lembram com certo carinho, até nostalgia, aquele período do jaleco, do pregão viva-voz, daquelas festas de final de ano, rasgando boletos para cima ali no centro da cidade. Então eu chamo esse período de período 1.0. O assessor era monoproduto, basicamente. Em 1976 foi fundada a CVM e o Banco Central passou a batuta regulatória para a CVM. Ali eu peguei como marco o período do AI 2.0.

Curiosamente, 25 anos depois do surgimento da CVM, foi feita a primeira alteração na época de uma instrução normativa que regulava a atividade. Foi em 2001. Então a gente vinha até então com uma... resolução que andava desde 1972, só em 2001 que ela foi atualizada nela.

E assim foi até 2006, que eu pego ali como marco. Por quê? Porque em 2007, uma corretora de Porto Alegre resolveu inovar na onda de disrupção tecnológica e criou então as plataformas, o que hoje a gente conhece como plataformas de investimento.

E dentro do desenvolvimento do modelo, ela acabou, eu costumo brincar que o assessor de investimentos ressurgiu das cinzas. Então era uma atividade que até então... Praticamente criou um modelo de negócio. Praticamente criou um modelo de negócio. Então esse modelo hoje que a Cate está inserida e que outras 1.300 CNPJs estão inseridas na assessoria de investimento, eu entendo que aí é o início do AI 3.0, foi criada.

a partir do momento que essa instituição montou a primeira plataforma digital do Brasil. E você acha que está no caminho de um AI 4.0? Olha, nós na BAE temos um projeto junto com a B3 Educação, que se Deus quiser entra no ar ainda esse ano, que chama-se justamente AI 4.0 Futuro da Assessoria de Investimentos. É um projeto educacional, onde a gente, com base... Na nova resolução CVM 178, que entrou em vigor agora em 1º de julho desse ano, Para reger atividade, a gente está, com base nisso, vislumbrando o que seria o futuro dessa atividade.

E como é importante, Francisco, associar a atividade com o educacional. Isso é fundamental. No Brasil, existe uma deficiência enorme de educação financeira, de uma forma geral.

E você deu o exemplo dos 1.300 escritórios, são mais de 20 mil assessores no Brasil todo. Como eles podem e devem exercer um caráter também educacional? Sim.

E olhando para a vista da Abai, acho que a Abai tem projetos como esse, o que a Abai identifica como sendo uma das maiores oportunidades desse mercado de uma forma geral? Olha, uma pergunta de um milhão de dólares, uma pergunta muito difícil. Se você tivesse feito essa pergunta para mim há cinco anos atrás, onde é que a atividade vai chegar daqui a cinco anos, que seria hoje?

provavelmente eu teria errado na resposta, porque o mercado realmente amadureceu, ele vem amadurecendo e ele evoluiu em uma velocidade, talvez os mais otimistas não imaginassem que fosse chegar aonde chegou. O que eu quero dizer com isso? A edição da resolução CVM 178, que rege a atividade, ela veio trazer... Uma flexibilidade até então nunca vista na atividade do assessor de investimentos.

Perfeito. E, consequentemente, uma profissionalização também. E uma profissionalização cada vez maior.

E a gente verifica isso com o processo migratório de profissionais experientes de instituições financeiras tradicionais, que chegaram a um determinado momento da sua carreira e que optaram pela transição de carreira. e muitos estão adentrando a atividade da assessoria de investimentos. Então hoje, dentre esses 24 mil profissionais credenciados para atuar na atividade, a gente já encontra um percentual bastante significativo de ex-bancários, de pessoas que já têm no DNA o mercado financeiro e de capitais, se tornando assessores de investimento.

Então, a régua está sempre subindo. Muito interessante o que você falou, mercado de capitais. Recentemente, eu tive a oportunidade de participar com você de um evento promovido pela BAE, com o João Pedro Nascimento, presidente da CVM, e ficou muito marcado aquela frase que ele usa de Open Capital Market.

Exatamente. Que eu acho que passa um pouco por aí, o assessor 4.0, dele ter um envolvimento maior com o educacional e, consequentemente, mais profundo. Conhecimento é importante, mas ele também levar o acesso ao mercado de capitais para o Brasil todo.

Exatamente. O que ele já vem fazendo na educação financeira, nos quatro cantos do país, disseminando a educação financeira para uma população tão carente de informação e de conhecimento. Cada vez que eu falo sobre esse tema, eu não consigo deixar de lembrar que 60% das famílias brasileiras têm um nome no Serasa.

Então, às vezes a gente fala de educação financeira, a gente fala de planejamento financeiro, que para nós que somos profissionais da atividade parece algo muito corriqueiro, muito simples, muito normal. Mas quando eu olho para o perfil do investidor brasileiro, muitas vezes eu me pergunto se a gente não tem que dar um passo atrás e começar a falar de orçamento doméstico, mostrar para essa pessoa a educação financeira mais básica. O mercado financeiro acabou virando uma sopa de letrinhas, que para quem está nele é algo muito comum. Mas para quem é um médico, é um advogado, é um profissional liberal que está envolvido em outras atividades que não é o mercado financeiro, quando a gente fala de CRI, CRA, LFT, NTNB, soa a palavrão.

Isso quando é no inglês, né? Isso quando é no inglês. E aí ele fala, não, vamos fazer uma operação de long and short como se fosse uma coisa mais básica do mundo. Como se fosse uma coisa mais básica do mundo, exatamente, Everson.

E da mesma forma também, é importante que nossos ouvintes saibam que a atividade da assessoria de investimentos ela é regulada pela CVM, ela é fiscalizada pela BSM e pelos intermediários. Que o profissional para adentrar na atividade ele precisa ser certificado, prestar uma prova de capacitação para que ele possa então exercer essa atividade e que ele está repleto de responsabilidades no exercício da profissão. Sempre é bom citar isso, por quê? Porque o brasileiro, infelizmente, ele acredita até hoje, em 2023, em pirâmides financeiras, ele acredita que vai ganhar na mega Senada virada, ele está sempre buscando o atalho para conseguir dar aquela famosa tacada, como todo mundo fala.

E a gente que está aí um pouco mais tempo no mercado, a gente... Já se convenceu de que essa tacada, cara, da mesma forma que ela vem para o bem, ela vem para o mal. Quer dizer, não é algo assim que... E como é importante pensar no longo prazo, né?

Exatamente. É que instruir algo, é o exemplo do avanço do mercado de capitais americano. Começa a investir cedo em empresas que tenham capital aberto, você fomenta o mercado, olha o longo prazo, sem aqueles ata...

atalhos e que expõe o cliente a risco desnecessário. Exatamente, a risco desnecessário. Você trouxe da regulação do setor, é importante, porque é importante que todos saibam que é um mercado altamente regulado, altamente fiscalizado e que tem um compromisso não só com o cliente, tem um compromisso com a instituição, tem um compromisso com a sociedade e tem espaço para isso ainda crescer, crescer quantitativamente, mas também crescer qualitativamente.

A gente acredita muito na CAT, que é Knowledge and Trust, então a gente acredita muito nesses pilares de conhecimento e confiança, que são fundamentais para prestar uma assessoria financeira inteligente, mas também levar para o cliente outras informações, informações adicionais, para ajudar o cliente na tomada de decisão. E a gente entende que esse é um envolvimento natural e necessário para o mercado de assessoria. Se não tiver profundo conhecimento naquele assunto, você fica quase que inviável de uma assessoria financeira completa. E eu sei que a BAE se envolve com projetos e com iniciativas também que visam a disseminar. Como eu vi essa semana o presidente da BAE na CCJ do Senado, por exemplo, tratando de um tema de legislação, de tributação do mercado de assessoria de investimentos.

Essa representatividade é muito importante, como eu falei ali no início, uma atividade regulada desde a década de 60, mas muito desorganizada ao longo das décadas e tal. O surgimento da BAE em 2015 vem ajudando a essa interrupção com o regulador, com o autorregulador, com o executivo, com o legislativo. Desde a construção das audiências públicas, lá em 2019, que resultaram na resolução CVM 178, que é a regulatividade, a BAE teve um papel preponderante nesse movimento para que isso ocorresse. Da mesma forma que em Brasília nós temos uma atividade também bastante intensa, junto ao Executivo e ao Legislativo, para direcionar... as dificuldades, as dores da categoria, para tentar eliminar as barreiras eventuais que isso existe.

E até para perguntar um pouco como é a atividade, porque às vezes o regulador ou o regulador... Exato, e esses dois pontos que você comentou, da disseminação da educação financeira e também da democratização do mercado de capitais, passa necessariamente pelo assessor investimento. Então a gente já vem fazendo esse trabalho há algum tempo em Brasília, a gente teve um marco muito importante que foi no dia 29 de março de 2022, quando o envolvimento nosso conseguimos transformar em lei a medida provisória 1072, a lei federal 14.317, que reduziu drasticamente a...

taxa de fiscalização que o profissional tinha que pagar ao regulador para o exercício da sua atividade era a taxa de fiscalização mais cara de todas as profissões brasileiras nós conseguimos reduzir para a pessoa física em 80% para a pessoa jurídica em 50% o mercado comemorou muito essa vitória nossa e nesta mesma lei a gente conseguiu também alterar o nome da atividade da profissão que até então então era agente autônomo de investimentos, mas que já não retratava de fato o papel que esse profissional tinha e alteramos então para assessor de investimentos, que de fato é o que o profissional hoje vem exercendo. Ele deixou de ser aquele tirador de pedido, que eu comentei lá do primeiro período do AI 1.0, e passou de fato a prestar uma assessoria financeira já no perfil do AI 3.0. Aí você pode me perguntar, mas o AI 4.0 que você comentou lá, do curso que você está fazendo com a B3 Educação, onde é que ele quer chegar?

Olha, o sonho de consumo seria que esse profissional, ao longo do seu amadurecimento e do entendimento da nova resolução em vigor, quem sabe daqui a uns anos ele não viraria um assessor patrimonial. Perfeito. Eu falo isso porque hoje...

Você tem diversos profissionais que têm a educação financeira e o investidor como público-alvo, ou seja, eles atuam na mesma frente de negócios, desde o gerente de banco até um planejador financeiro, até um consultor de valores imobiliários, até um assessor de investimentos. A exemplo da sopa de letrinhas... Esse número de players também confunde, de certa forma, um pouco a cabeça do investidor final.

Muito. Por que o assessor é regulado e tem várias obrigações a cumprir e o gerente de banco não tem? Por que o planejador financeiro tem uma certificação de distinção, mas ele não é regulado? Por que o consultor que é regulado, ele, de certa forma...

O assessor tem a vedação de trabalhar com consultoria de valores imobiliários, mas, no entanto, a regulação do consultor de valores imobiliários permite que ele, junto com o assessor, desenvolva caminhos e formas para que o cliente daquele consultor consiga executar. as operações sugeridas por esse consultor. E até a própria quantidade de certificações do mercado são... É outra sopa de letrinhas.

É outra sopa de letrinhas. Aqui é só para o nosso ouvinte entender, quando a gente fala de certificação de mercado, eu estou falando de PQO, CPA10, CPA20, CFP, certificação ANCOR, CFA, CNPI. Algumas aqui que eu lembrei rapidamente.

Então você não só não entende o... por que eu tenho vários profissionais exercendo a mesma atividade, oferecendo a mesma coisa? Por que esses profissionais, para eles exercerem a atividade, têm uma sopa de letrinhas de certificações que eles precisam fazer para te oferecer uma sopa de letrinhas de ativos financeiros, de produtos?

Será que não chegou o momento de a gente repensar esse modelo, de tentar facilitar o linguajar junto ao investidor? E trazer transparência. Fundamental. Essa é uma palavra muito importante. transparência na relação com o cliente, na relação com o prestador de serviços, eventualmente, na relação com o contratante, na relação escritório-assessor, como que essa transparência avança numa medida que o setor vai ficando mais maduro, mais conhecimento, mais conteúdo, portanto exige governança.

Existem processos e obviamente passa por transparência. Exatamente, você falou a palavra-chave da resolução 178. Dentre os pontos que vieram de modernização no novo texto, a transparência foi um dos principais pilares da nova resolução, empoderando de certa forma o investidor. dando a ele condições para que ele saiba exatamente o que ele está pagando pelo serviço, pelo produto que ele está adquirindo. Da mesma forma que essa transparência recaiu ao assessor de investimentos, ela também recaiu a toda a cadeia de distribuição de valores imobiliários. Então existe uma resolução CVM 179 que está prevista de entrar em vigor agora a partir...

no início de janeiro de 2024, onde os intermediários, as corretoras e os alunos imobiliários, serão também obrigadas a deixar a transparência do modelo remuneratório dos seus produtos na sua rede mundial de computadores e, trimestralmente, encaminhar aos investidores um extrato onde ele está de uma forma quantitativa e qualitativa. expondo mais ou menos quanto é que foi o custo pelo serviço, pelo produto adquirido. A gente consegue, como integrante do mercado, perceber nitidamente o interesse do legislador no sentido de abertura, no sentido de ter mais capilaridade, no sentido de ter mais profissionalização e no sentido de ter mais transparência. Exato.

E para a gente, isso são sinais muito positivos. Trabalhar num mercado mais regulado não é... um sinal negativo, é um sinal positivo, porque ele vai estabelecendo a dinâmica e principalmente eu tenho visto o papel do regulador moderno brasileiro, a exemplo de CVM, Banco Central, trabalhos de cocriação, não mais aquele regulador que ficava no ponto de vista só fiscalizatório, detitando regras. Veja o regulador debatendo temas, criando comissões, criando audiências públicas e estimulando a participação. Isso, para quem está no mercado, é um sinal muito positivo.

Sim. E você comentou do Banco Central, né? É importante dizer que a BAE também encabeçou e direcionou um ofício ao Banco Central do Brasil para que, à luz da resolução 178 que a CVM editou, o Banco Central reveja as suas normas para as instituições financeiras. para que esses profissionais que não são certificados para atividade da assessoria também seja, leve para eles também a obrigatoriedade de serem transparentes com seus clientes.

Não faz sentido um investidor ir no gerente de banco dele, na agência dele, adquirir uma cota de um fundo, um papel de renda, um valor imobiliário qualquer. e ele não ter obrigatoriedade de ser transparente. E esse mesmo investidor vai adquirir esse mesmo ativo junto a uma assessoria de investimentos e o assessor é obrigado a ser transparente.

Vai ficar assimétrico. Vai ficar assimétrico, é uma questão até de concorrência leal. Então nós já encabeçamos essa discussão junto ao Banco Central do Brasil para que ele reveja essa questão da transparência, inicialmente pelo menos para valores imobiliários, idealmente para...

todos os ativos do mercado financeiro, mesmo aqueles regulados pelo Banco Central do Brasil, que são os ativos de renda fixa. E o outro ponto que nós também direcionamos é que o profissional assessor de investimentos deixou de ser um cargo, ele passou a ser um participante do mercado regulado pela lei federal 6385 de 1976, que criou a CVM. Então, a partir do momento que ele passou a ser...

Um participante do mercado regulado, fiscalizado, a denominação assessor de investimentos, ela não pode erroneamente ser utilizada por outras áreas comerciais de outras instituições financeiras ou profissionais que são CLT, que tem outras certificações que não a da ANCOR, que é a que, de certa forma, dá o direito para que a pessoa atue como assessor de investimentos. Faz muito sentido e é muito importante ter uma entidade como a BAE representando todos esses assessores e trazendo essa conexão com os reguladores, com as instituições. Francisco, eu ficaria aqui o dia inteiro batendo papo, porque tem muito conteúdo para a gente compartilhar. Quero agradecer aqui a sua presença, a sua participação.

E a gente sempre nos nossos podcasts, a gente sempre pede assim, no final, dá uma... O que você daria de dica? para quem está entrando no mercado, para quem está procurando esse mercado de assessoria de investimento ou para um desses mais de 20 mil profissionais que estão no mercado. O que você poderia compartilhar ao longo de toda a sua jornada?

Como dizem os italianos, piano piano se va lontano. Não busquem atalhos. Tenha uma conscientização que assim como na assessoria qualquer outra atividade profissional, a sua jornada precisa... Obrigatoriamente está acompanhada de uma jornada educacional junto, em paralelo.

Imagina um médico que não se atualiza, imagina um arquiteto que não se atualiza, um advogado que não se atualiza. A gente entende que muitas vezes a gente fala puxa, eu vou ter que estudar, vou ter que... Dá uma certa preguiça, mas eu acho que a gente tem que deixar essa preguiça de lado e olhar isso como uma ferramenta de crescimento. O que você mais vende ao seu cliente, mais do que o produto e o serviço, o que você mais vende a ele é a confiança. Então, quanto mais solidificada for a sua capacitação, maior vai ser a confiança que você vai transmitir ao seu investidor.

Aí ficou perfeito, porque é exatamente os nossos pilares, conhecimento e confiança, que é o Nolo de Antorácia da Cate. Então, acho que... consolida aqui os nossos valores, mas também traduz aquilo que a gente quer praticar no dia a dia.

A Abay tem um site, tem uns conteúdos digitais, estão super à disposição também para ouvir, compartilhar, trocar informações. O Francisco também está à disposição. Tem muito conteúdo, tem muitas trocas, muitas ideias.

E a gente com certeza vai ter outros momentos, outras trocas, outras interações. É uma satisfação estar aqui com vocês, compartilhando e aprendendo um pouco com vocês. Contem conosco, estamos à disposição. Então, agradecendo a presença novamente aqui do Francisco, a audiência. Siga-nos nas nossas redes sociais, Instagram, LinkedIn e YouTube.

E o nosso objetivo é sempre agregar valor, trazendo conhecimento de qualidade, conteúdo, para que possa auxiliar. as pessoas a tomarem a decisão e contribuir também com o desenvolvimento do mercado de uma forma geral. Até o nosso próximo episódio do podcast da Cate Investimentos.

Valeu!