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Técnica de Necrópsia em Cães e Gatos

May 16, 2024

Técnica de Necrópsia em Cães e Gatos

Apresentação

  • Palestrante: Jéssica Limita, médica veterinária e mestre em ciência animal pela UDESC.
  • Colaboração: Amanda Larissa Vicente Medeiros.
  • Programa: Conexão Medicina Veterinária
  • Psicografia: Vet Patologia, Casos 10, coordenação Prof. Dra. Renata Assis Casagrande.

O que é Necrópsia?

  • Avaliação sistemática de um cadáver, observando órgãos, tecidos e cavidades.
  • Objetivo principal: Determinação da causa da morte.
  • Outros Benefícios:
    • Confirmar ou descartar suspeitas clínicas.
    • Diagnosticar doenças infecciosas e de caráter zoonótico.
    • Fornecer informações sobre condições ambientais, alimentares, nutricionais, e de higiene.

Importância da Necrópsia

  • Confirmação das suspeitas do veterinário requisitante.
  • Determinação de doenças zoonóticas e infecciosas.
  • Indica a qualidade do manejo, nutrição e condições higiênico-sanitárias do animal.
  • Tempo Ideal para Realização: Imediatamente após a morte ou até 12 horas após, com refrigeração.
  • EPI Necessários: Avental/macacão, luvas, botas de borracha, óculos de proteção e máscara.

Materiais Necessários

  • Instrumentos: Facas, machadinha, tesoura, costótomo, frascos de boca larga com formaldeído.
  • Materiais Complementares: Tubos swab, embalagens adicionais se necessário (para análises virais, microbiológicas, etc).

Histórico Clínico

  • Direciona a necrópsia a um grupo de doenças com maior probabilidade.
  • Informações importantes: Dados do paciente, sinais clínicos, evolução, diagnóstico, tratamentos, informações epidemiológicas.

Técnica de Necrópsia

  • Avaliação externa: Estado corporal, ectoparasitos, mucosas, secreções/excreções, fraturas, feridas, incisões cirúrgicas.
  • Posicionamento do Cadáver: Decúbito dorsal com incisão da linha média (início na região mandibular até o púbis).
  • Rebatimento da Pele: Lateralmente, desarticulando os membros torácicos e pélvicos.
  • **Abertura das Cavidades: **
    • Abdominal: Linha média, avaliar líquido livre, quantificar e coletar.
    • Torácica: Secção da musculatura abdominal, corte das costelas (nível médio).

Remoção dos Órgãos

  • Primeiro Bloco: Baço, intestino delgado e grosso, mesentério e linfonodos mesentéricos.
  • Segundo Bloco: Estômago, fígado, pâncreas e duodeno.
  • Terceiro Bloco: Trato geniturinário (adrenais, rins, bexiga, genitais).
  • Cavidade Torácica: Traquéia, esôfago, pulmões e coração.
  • Cabeça: Remoção da calota craniana para avaliação do cérebro.

Avaliação dos Órgãos

  • Ordem: Menos contaminados para mais contaminados (cavidade torácica, órgãos parenquimatosos, estômago e intestinos).
  • Pulmão: Cortes transversais, avaliação do miocárdio e câmaras cardíacas.
  • Coração: Avaliação do saco pericárdico, ventrículos, válvulas e artéria aorta.
  • Fígado: Cortes para avaliação do parênquima, abertura da vesícula biliar.
  • Estômago: Abertura pela curvatura maior.
  • Intestino: Separar do mesentério, abrir pela porção mesentérica.
  • Rins: Corte longitudinal, retirar cápsula renal, palpar ureteres.
  • Medula Óssea: Coleta removendo a epífise proximal e quebrando o osso.
  • Medula Espinhal: Coleta desarticulando os processos espinhosos e removendo com tesoura e pinça.

Coleta dos Órgãos

  • Tamanho ideal: Fragmentos de ~2 cm.
  • Proporção: 10 partes de formol para 1 parte de tecido.
  • Representatividade: Coletar lesão e tecido adjacente intacto.
  • Encéfalo: Pode ser preservado inteiro.
  • Órgãos Tubulares: Devem abranger todas as camadas.

Descrição da Necrópsia

  • Identificação do cadáver: Data de morte e realização da necrópsia, histórico clínico.
  • Detalhes: Descrever alterações; documentar órgãos sem alterações macroscópicas.
  • Fotografia: Importante para documentação.
  • Critérios de Descrição: Posição, tamanho, peso, coloração, consistência, superfície de corte, formato, conteúdo.
  • Evitar Interpretações Prematuras: Descrever características visíveis apenas.

Conclusão

  • Agradecimentos à UDESC, Programa Conexão Medicina Veterinária Nordeste e ao público.
  • Contato: Email e Instagram do grupo de Patologia.