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Práticas de Comunicação Não Violenta

Que diferença faz usar a comunicação não violenta na vida? O que muda numa simples conversa que não tem CNV para uma que tem CNV? Hoje a gente vai te mostrar um diálogo tanto sem CNV e também com CNV. E vamos começar.

comentar quais são as diferenças. Você pode escrever nos comentários o que mais chamou sua atenção, observando essas diferentes formas de conversar. Ah, eu já vou te contar.

Esse é o nosso primeiro aulão aqui do canal. A cada semana... a gente vai te mostrar mais segredos desse tipo de diálogo corajoso, para você também saber como ir se desenvolvendo ou mesmo se aprofundando nessa habilidade. Então já aproveita para assinar o canal e clica no sininho, porque só clicando é que você vai receber os próximos vídeos.

Ah, e lembra de curtir esse vídeo se você gostar, porque isso vai ajudar a gente a ter certeza de que esse conteúdo fez sentido para você. E isso é muito importante para a gente. Vamos lá então? Vamos!

Então agora vamos compartilhar aqui com vocês uma conversa do nosso dia a dia que poderia facilmente gerar um conflito ou uma mágoa. Talvez você reconheça esse tipo de conversa ou tem uma situação parecida na sua vida. Para contextualizar um pouquinho esse nosso mini conflito, vou te contar.

Nós somos um casal de verdade e o Sven costuma pedir para eu ir com ele para Ribeirão Preto. Nós temos duas casas, uma em São Paulo e outra em Ribeirão, onde moram os filhos... filhos nos veem.

Aliás, beijo Lucas, beijo Zofi. Beijo filhos. Agora a conversa vai ser assim, eu vou fazer o mesmo pedido para Carol quatro vezes.

Ela vai reagir de quatro formas diferentes. Nas duas primeiras, são duas reações comuns, mas sem comunicação não violenta. Nas duas últimas, a Carol vai sustentar uma postura com comunicação não violenta, aplicando dois conceitos principais da comunicação não violenta. Então vamos lá?

primeira versão sem CNV amor, sabe o que estou pensando agora? o que? que tal a gente vai junto para Ribeirão Preto esse final de semana? nesse fim de semana? faz tempo que você não vai comigo o que você acha?

nossa, seria muito bacana muito bom na verdade eu não me planejei muito pra ir ah Faz espontaneamente, a gente vai curtir bastante, meus filhos também, acho que estão com saudade de você. Vai ser muito legal, eu acho. É, bom, posso mudar um pouco os meus planos.

É? Está disposta? Que legal, que bom. É.

Nossa, eu estou feliz. Então vamos lá? Muito bom! Ai que bacana! Eu não acredito que ele não percebe, sabe?

Que insensível! Eu estava na cara que eu tinha alguma coisa ali que ele não estava me deixando ir. Mas não! Não quer nem saber, sabe? Insensível!

Que saco! Eu devia ter falado, né? Mas depois fala e aí piora o conflito, aí começa a conversar, falar um monte de coisa. Ai que saco!

Tá! Mas acho que da próxima vez eu vou falar. E aí, o que você achou?

O que você achou que aconteceu nessa versão? Como foi que eu reagi? Ou que nome você daria para isso que aconteceu aqui?

Já já a gente comenta, mas agora tem a versão 2, sem CNV também. Que tal a gente vai junto para Ribeirão Preto no próximo final de semana? O que você acha? No próximo fim de semana?

Sim! Mas nem pensar, tá maluco? Que? Não, sem chance, é a menor chance. A gente acabou de voltar de viagem.

E daí? Qual o problema? Vários dias viajando, não aguento mais mal não.

Vários dias, alguns dias. É, então. Aí fica mais alguns dias, um final de semana, são três dias só. Não aguento mais ficar de mal não. Fica você com seus gatos, fica em paz, eu vou pra Ribeirão Preto sozinho.

E você não tá afim mesmo de entender, né? E agora, nessa segunda versão, o que foi diferente? Você tem uma tendência de reagir assim? Ou mais como na primeira versão?

É muito comum as pessoas reagirem de uma dessas duas formas na vida. Depois a gente comenta mais essa versão, mas agora vamos começar a aplicar um pouco de CNV nessa conversa. O que você acha de ir junto comigo para Ribeirão Preto no próximo final de semana? Nesse próximo agora? Sim, seria muito bacana.

Faz tempo que você não vai comigo. Que tal? Eu percebo que quando você fala isso me dá um...

Me dá um desconforto aqui, porque eu percebo que depois de 10 dias fora de casa, viajando a trabalho, enfim, dando curso, eu queria muito voltar para casa. casa, em São Paulo e ter minha rotina de volta. Ter uma certa... me estabilizar primeiro, antes de pensar em viajar de novo. Estabilizar com a rotina de casa, com academia, comida e cuidar dos gatos.

Eu acho que isso pra mim seria bem importante, antes de pensar em viajar mais uma vez. Como é pra você essa ideia de eu não ir agora? É.

mistura de sentimentos. Eu percebo como é importante para você isso, e ao mesmo tempo tenho muita vontade de ter você comigo. Eu percebo que ir nesse momento vai ser... Acho que eu não vou inteira, sabe?

Eu vou deixar uma parte bem importante agora, se eu for. Então, dessa vez eu prefiro não ir. Ok? É. Hum, o que mudou aqui, hein? Você notou alguma coisa diferente?

O que eu fiz que de repente pareceu diferente? Você conseguiu identificar? Peraí que a gente já te conta, porque antes disso tem mais uma versão. A última, com carga extra de CNV.

Vamos lá? Amor, o que você acha eu junto comigo para Ribeirão Preto no próximo final de semana? Nesse próximo agora? Seria bem bacana.

É. É. Faz tempo que você não vai comigo. Acho que seria muito legal. Parece que para você seria bem gostoso ter companhia nessa...

Para mim é importante. Interessante ter você e ter sua companhia sempre. Especialmente em Ribeirão Preto.

Ficar um pouco junto com meus filhos. Parece que você valoriza bastante esse momento da gente estar junto. Sim.

Com eles também. Com eles. Gostoso ouvir você dizer isso Porque me dá, assim, ânimo também de ir Porque também tenho vontade de cultivar mais e mais a relação com eles E estar juntos, né?

Ao mesmo tempo, eu também quero compartilhar com você Que tem um certo desconforto agora de pensar em viajar de novo Porque a gente voltou agora de viagem, né? Dez dias fora E aí eu percebo que voltar e já viajar de novo Me tem uma resistência interna essa ideia, assim Hum! Uma sensação de que agora eu preciso de estabilidade, de ficar em casa em São Paulo, cuidar um pouco da rotina, ir para a academia, estabilizar.

Desacelerar um pouco. Desacelerar. E não sair de novo com mala de novo, sabe? Acho que eu preciso de uma pausa agora, sabe? Antes de pensar em viajar mais uma vez.

Como é para você? É, acho que eu me identifico até com isso, porque também tenho vontade de... tem um pouco um outro ritmo de viagens tantas viagens também percebo que é bem cansativo de um lugar para o outro o tempo inteiro parece que você também precisa de uma pausa com relação a esse movimento contínuo, parece que também quer assentar, se estabilizar é como cuidar tudo ao mesmo tempo, esse é o desafio acho que pra nós, né eu também valorizo muito isso tá junto estar junto com eles, construir esse núcleo, esses momentos gostosos, e ao mesmo tempo cuidar disso, cuidar dos gatos, que para mim é muito importante.

Então, quando eu viajo, fico com uma dor no coração de deixá-los. Mas a gente pode planejar com mais antecedência, né? As viagens? As viagens para Ribeirão, para até planejar mais pausas, né? É, eu acho que incluir pausas na agenda de estabilização...

habilidade, talvez isso... Eu percebo isso agora, né? Nossa, isso seria muito bom pra mim, pra você também? Eu percebo, é.

Só pensando nisso dá um alívio. Pra mim também. Que bom, vamos pensar juntos.

E nesta versão, o que chamou sua atenção? O que a Carol fez de ...diferente aqui. Agora vamos analisar o que essas formas de reagir têm a ver com comunicação não-violenta, ok?

Pois é, na primeira. Você lembra da primeira? Olha só como foi.

Eu não acredito que ele não percebe, sabe? Que insensível. eu estava na cara que eu tinha alguma coisa ali que não estava me deixando ir.

Eu agi meio que engolindo o sapo, porque afinal eu não estava super disposta a ir para Ribeirão Preto e eu já fui concordando sem expressar a minha dúvida, o meu desconforto. E o que acontece? quando eu faço isso? O que acontece quando você faz isso? A gente provavelmente rumina ideias, né?

Ai, por que eu fui fazer isso? Muitas vezes julga o outro. Como é que ele não percebeu? Eu dei sinais de que eu não queria. Ou mesmo se julga.

Ai, que covarde. Nossa, não falei. Então eu não falo pro outro, mas eu fico cheia de pensamentos.

E por quê? Porque eu não expressei o que era importante pra mim. E isso começa a criar dentro de mim uma pequena bomba.

Você se identifica com isso? Eu acho que a gente faz isso porque quer cuidar da harmonia da relação. Só que engolir o sapo traz o efeito contrário.

Descuida da relação. Porque depois eu fico com algo engasgado aqui. Isso vai aparecer em outras conversas. Isso não é muito sustentável. Nem para mim, nem para a relação.

Porque uma hora a bomba vai estourar. E esse tipo de reação de manter a harmonia. harmonia, mesmo não concordando, cria a bomba interna. Essa primeira versão sem CNV é aquela tendência de engolir sapo, de não contar para o outro o que está acontecendo dentro da gente, não falar o que realmente importa que está se passando dentro de nós.

Tem aí uma boa intenção, que é cuidar da harmonia, da paz da relação. Só que, como a gente não se considerou tanto, não se cuidou tanto, a tendência é ficar julgando a si mesmo e ao outro em pensamentos. E com o tempo isso não é muito saudável, a tendência é a bomba explodir.

E na segunda versão? Você lembra dela também? Olha só um trechinho. No próximo fim de semana? Sim.

Mas nem pensar, tá maluco? Quem? Não, sem chance, a menor chance.

Nesta versão, a Carol soltou um pouco os cachorros, né? Você conhece isso? Aquele tipo de reação em que a gente não considera muito o outro.

Ou só ataca e faz julgamentos. E você, você tem essa tendência? Ou mesmo conhece pessoas em volta de você que tem?

O problema dessa forma de reagir é que muitas vezes isso só aumenta a chance do outro querer se defender e contra-atacar. E chances grandes de os dois entrarem numa baita briga só pra ver quem é que tem razão. Em geral, quando a gente fala desse jeito, o outro fecha a porta.

Aí não tem mais conversa para construir uma solução boa para todo mundo. O que tem é um debate em que o objetivo é só defender sua ideia e mostrar que o outro está errado. Bom, o pior é que quando a gente coloca a bomba pra fora desse jeito, as pessoas provavelmente só vão sair mais chateadas, mais magoadas.

Essa segunda versão sem CNV é aquela tendência de já começar colocando a bomba pra fora. Ou seja, falar sem considerar muito o outro. Às vezes, inclusive julgando, criticando, apontando o dedo. Claro, tem aí também uma boa intenção, que é ser verdadeiro, ser transparente, se considerar. Mas desse jeito, a tendência é só gerar mais mágoa, mais distanciamento entre as pessoas E isso, na verdade, também não cuida da relação Mas e aí?

Como é que eu posso cuidar de mim e da nossa relação? A gente começa a ver isso a partir da terceira versão. Olha só o que tinha nela. Vê só. Eu queria muito voltar pra casa em São Paulo e ter a minha rotina de volta.

Ter uma certa... me estabilizar primeiro antes de pensar em viajar de novo. Como é pra você essa ideia de eu não ir agora?

E aí? Tem diferença? entre essa terceira versão e aquela sem CNV? Não, nem pensar, não vou mesmo, tá maluco?

Tem diferença? Eu acho que a primeira grande diferença é que aqui a Carol falou sobre ela mesma, sem me julgar. Falou de duas coisas. coisas bem importantes, o que ela estava sentindo e o que ela estava precisando para se cuidar e ficar bem. E falar assim em geral aumenta a chance do outro ouvir.

Para mim foi bem mais tranquilo do que ouvir que minha ideia é absurda. Nessa terceira versão com o CNV a gente começou a aplicar autenticidade na fala, ou seja, eu falo de mim, eu falo o que que eu tô sentindo, o que que eu tô tentando para ficar bem, mas sem julgar o outro, sem acusar. usar, eu cuido de mim, eu me expresso, mas sem atacar o outro. E isso é bem importante na comunicação não violenta, é um dos aspectos muito importantes.

A gente vai ver outro agora na próxima versão. E agora tem a outra versão, a última. Nela, a Carol já começa bem diferente. Você lembra como ela começou? Olha só.

Parece que para você seria bem gostoso ter companhia nessa... É, para mim é importante ficar um pouco junto com meus filhos. Parece que é o melhor. Você valoriza bastante esse momento da gente estar junto.

Sim. Com eles também. Com eles. Pois é, né?

Eu comecei ouvindo o Sven. E ouvindo com uma certa intenção. Uma intenção de compreender em vez de falar de mim.

Ou em vez de retrucar. Eu voltei a minha intenção pra que ele tá tentando me dizer. E pra isso, eu faço perguntas.

Pra checar se eu consegui entender o que é importante pra essa pessoa. E o que ela tá sentindo também. Ou mesmo, eu falo o que eu entendi.

Pra ver se realmente foi isso que ela quis dizer. E depois a gente vai te contar mais segredos por trás dessa forma de falar, que usa a empatia no diálogo. Por enquanto, o importante é perceber que quando eu faço esse movimento, escutar o outro, chances grandes de que quem falou vai se sentir ouvido e compreendido. E se sentindo assim, aumenta a chance que o outro está mais disposto a me ouvir também. Nesse exemplo, depois que me ouviu, a Carol falou o que é importante para ela também.

Ao mesmo tempo, eu também... quero compartilhar com você que tem um certo desconforto agora de pensar em viajar de novo. E como eu fui ouvido, eu tinha bem mais abertura para escutar ela.

E muitas vezes o que acontece é que depois dessa troca, a gente acaba chegando numa outra solução juntos, que nem estava na nossa cabeça. Depois que a gente se escuta assim, mais profundamente. Aliás, exatamente como aconteceu nesse exemplo.

Às vezes a gente pode planejar com mais antecedência. As viagens? as viagens. Sim. Nossa, isso seria muito bom pra mim, pra você também.

Eu percebo, é. Só pensando nisso dá um alívio. E a ideia não é de que alguém ceda, o que a gente acha é simplesmente um meio termo, mas a ideia é que a gente crie uma solução ganha-ganha. E isso é mais provável e mais possível depois que a gente se compreendeu mutuamente.

Nessa versão, além da autenticidade, a gente incluiu uma escuta empática. Ou seja, o que quer dizer isso? Quando eu escuto com a intenção de fato de compreender o outro, de entender o que será que ele sente, será que ele precisa... precisa. E quando eu faço isso, o outro também tem mais vontade de eu me ouvir, também tem mais espaço para ouvir o que eu estou sentindo e precisando.

E isso vai virando um círculo angélico, um círculo virtuoso, porque... os dois vão se ouvindo mais. E isso abre espaço para que a gente construa juntos novas soluções.

E também vai criando confiança de que diante dos conflitos, a gente juntos encontra soluções melhores e até aprofunda a nossa relação. E se você quiser ser um praticante desses diálogos corajosos, seja bem-vindo à nossa comunidade. Assina o nosso canal, porque aqui a gente te mostra o que você precisa para conseguir dialogar com os outros. E até a próxima.

E antes de tudo, consigo, com consideração, verdade, atenção plena e compaixão. Pois é, semana que vem tem vídeo novo, então fica ligado. E detalhe, já percebeu a diferença de que é conversar com CNV e sem CNV?

Deixe seus comentários. Até o próximo!